O verdadeiro significado da “neutralidade” da Suécia e Finlândia

(Hugo Dionísio, in Facebook, 05/04/2023)

President Joe Biden accompanied by Swedish Prime Minister Magdalena Andersson and Finnish President Sauli Niinisto, speaks in the Rose Garden of the White House in Washington, Thursday, May 19, 2022. (AP Photo/Andrew Harnik)

Stoltenberg disse que “a Finlândia está mais segura com a NATO e a NATO fica mais forte com a Finlândia”; “por muitos anos as tropas da Finlândia e NATO trabalharam lado a lado como parceiros”. Está tudo dito sobre o fim da “neutralidade”. Veremos agora, segundo os termos suecos, finlandeses e ocidentais, qual o real significado da palavra.

A “neutralidade” destes dois países face à expansão da NATO é reminiscente da sua “neutralidade” face à URSS e Alemanha NAZI. A natureza desta imparcialidade é, em si, profundamente egoísta, hipócrita e cínica. Apoiando, no coração, um dos lados em contenda, estes países não tiveram a coragem de se verem alvos do outro lado. Então… venha daí a “neutralidade”. Mas em que consiste realmente esta neutralidade?

Como prova a ciência e, logo, a história humana, “neutralidade” é um conceito puramente humano, inexistente na natureza. O facto de existir torna-nos parte de algo, quer queiramos, quer não. Ninguém pode ficar à parte do mundo e dos seus fenómenos. Como tal, os factos dizem-nos que, Suécia e Finlândia, já “eram” da NATO, mesmo antes de o serem.  Logo, a sua suposta “neutralidade”, face a quem quer que seja, tem muito que se lhe diga.

A “neutralidade” sueca, face aos principais contendores de então – a invadida URSS e a Alemanha nazi – permitiu, por exemplo, às forças de Hitler invadirem a URSS. Com efeito, a Suécia liderada pelo Rei Gustav V e pelo social-democrata Per Albin Hannson asseguraram o acesso dos nazis ao seu território, durante a batalha de Narvik. Um dos pontos de passagem das forças nazis – a Noruega – não teria sido tomado sem o auxílio da “neutralidade” sueca que lhes permitiu o uso da sua ferrovia (Ver aqui ).

Esta posição “social-democrata” é em si identificativa, já se podendo dizer que faz parte do “ser real” dos partidos que dizem seguir esta causa. Vejamos: na Alemanha revolucionária de finais do século XIX e início do século XX, é o partido social-democrata que impede a revolução social em curso, aliando-se à burguesia de então. O resultado? Já todos o conhecemos… Guerra Mundial, nazismo, acabando uns anos depois com o SPD a entregar a chancelaria a Hitler, depois da operação de “bandeira falsa” em que consistiu no incêndio do Reichstag, para culpar os comunistas.

A História nestas questões não mente…. Entre a revolução social e progressista em prol dos trabalhadores e dos mais pobres, os partidos sociais-democratas optam sempre por se aliar à burguesia e à direita, alimentando, com a sua incongruência e incapacidade para resolver os problemas concretos, o monstro fascista.

O que se passa na Ucrânia, com o apoio a um regime xenófobo que faz do ódio e supremacia racial a pedra de toque da sua ideologia, não constitui nada de novo. A submissão dos partidos “sociais-democratas”, e da ala “progressista” do próprio partido democrata, ao regime que, nos EUA, resultou do pós 11 de Setembro de 2001 – do “surveilance state” e do “corporate state” – também não constitui nada de novo. A “neutralidade” sueca e finlandesa é uma mera extensão da “moderação anti radicalismo” da social democracia europeia. Todos sabemos a que “radicalismo” esta “moderação” acaba sempre por entregar o poder. Sentimo-lo, hoje, nas nossas condições de vida, na censura e cerceamento das nossas liberdades.

Hoje, quando ouvimos a NATO, e os países que estão amarrados a esta organização, exigir a outros que não vendam, à Rússia, as mercadorias que possam ser utilizadas na produção de armamento, o que dizer do facto de 37% do total de exportações suecas, durante a segunda guerra, terem ido para a Alemanha e terem consistido em ferro ou rolamentos a utilizar na máquina de guerra germânica?

Mas, se a “neutralidade” sueca foi providencial para as forças nazis, a Finlândia nunca se escudou, sequer, atrás dessa capa hipócrita e cobarde. Relembramos que, apenas o tratado com a URSS em 1940, manteve a Finlândia “neutra” todos estes anos. Ou seja, a sua “neutralidade” é de outra natureza. Cimenta-se no ressentimento da derrota. Mesmo assim, mais tarde, em 1948, assinou um tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua.

Em plena Segunda Guerra, este país contribuiu com milhares de soldados, entre os quais muitos voluntários, não admirando que os encontremos, hoje, ao lado das forças de Bandera. Afinal, a história profunda de um país possui uma capacidade de atracção irresistível para a revelação da verdadeira natureza de uma nação e, especialmente, da elite que o governa.

Devidamente lavadas dos livros de História, que desinformam os nossos jovens, em 2019 um relatório demonstrou que, entre outros casos, brigadas como a SS Viking, a combater na Ucrânia – nem de propósito – ajudou a aniquilar judeus (ver aqui).

Hoje, um dos símbolos ou runa mais conhecidos desta unidade – o Sol Negro – é imensamente visto por entre as tropas do regime de Kiev.

Perante o horror, uma secretária de estado – Paula Lehtomaki – referiu que “nós temos a responsabilidade de garantir que tais atrocidades nunca se repetirão”. Demonstrando que uma das características fundamentais do capitalismo neoliberal, da oportunista e superficial sociedade de consumo, consiste em nunca aprender nada com a História, simplesmente porque não a estudam com profundidade, hoje, os mesmos que tal disseram em 2019, apoiam, agora, neonazis na Ucrânia. Demonstrando que, o que aconteceu entre 1941 e 43, esteve longe de ser um acaso histórico.

Ora, ouvir ontem Blinken dizer que a adesão da Finlândia foi histórica para a NATO e que tal expansão “o mundo” deve-a a Putin, é razão para questionarmos o que muda realmente. Suécia e Finlândia participavam, ou não, nos exercícios militares da NATO? São, ou não, os dois países, grandes compradores de material de guerra americano?  São, ou não, as suas tropas treinadas segundo o padrão NATO e as suas unidades interrelacionáveis com as unidades dos países da NATO? No fundo, o que aconteceu nos últimos tempos foi a revelação da real natureza da “neutralidade” destes países.

Agora, a grande questão a colocar é a seguinte: em que medida estes países têm, sequer, condições de independência e autonomia para tomarem as decisões por si próprios? Num mundo em que as suas economias estão profundamente dependentes da europeia e americana, em que as suas reservas estão em bancos ocidentais… diria que nenhum deles, nem qualquer outro país ocidental tem, hoje, qualquer capacidade para decidir sobre a sua política externa, económica ou outra.

Teve piada ler um artigo de Teresa Mendonça, no jornal do Partido Democrata dos EUA que é o Público, no qual esta articulista defendia que a UE tem de ser uma ponte entre China e EUA, mas uma ponte mais próxima dos EUA, não prescindindo, contudo, da sua autonomia. Para o exemplificar usou o discurso de Úrsula Von Der Leyen em dois Think Thanks europeus, nos quais enunciou as preocupações europeias para com a China. Escrevendo no seu artigo todos os argumentos que preocuparão Úrsula, nem por um momento, Teresa Mendonça, se deu conta de que as preocupações “europeias” são um mero decalque, das preocupações de Washington. Nem uma palavra, nem um termo é dito ao acaso ou destoa com o da propaganda do “desacoplamento” promovida pela Casa Branca. Ora, não tendo a UE qualquer capacidade de independência, como o terão a Suécia e Finlândia? O que nos diz muito sobre o real entendimento que esta gente tem da “neutralidade”, “imparcialidade” ou “equidistância”.

Contudo, a “neutralidade” desmascarada destes dois países, ao contrário do que diz Blinken, não constitui um movimento proactivo, de manifestação de força ou coesão. Ao contrário. Constitui, antes, um movimento reactivo, de desespero, de quem vê o chão a fugir-lhe debaixo dos pés.

Neste processo de aceleração histórica, no qual a “Operação Militar Especial” na Ucrânia constituiu um catalisador fundamental, temos assistido a um continuado processo de revelações. Tal como Suécia e Finlândia não eram realmente neutras, também o Sul Global não se sente confortável ou, sequer, é neutral relativamente à dependência do dólar e do sistema financeiro da 5ª Avenida.

Se a Suécia e Finlândia voltam à casa de onde nunca saíram, ainda ontem ouvimos o Primeiro Ministro da Malásia dizer que “não há razão para a Malásia continuar a depender do dólar”. Numa reunião com Xi Ji Ping foi discutida a criação do Fundo Monetário Asiático que visa acabar com dependência do FMI (ver aqui).

Ao mesmo tempo, acordos entre India, China, Rússia, Brasil, Africa do Sul, Irão, Arábia Saudita, Turquia, Emirados, Quénia e muitos outros, apontam progressivamente para desdolarização, em prol de trocas feitas em moedas nacionais. A própria França foi o primeiro país europeu a comprar gás natural liquefeito em Yuan. Adicionalmente, na próxima reunião dos BRICS, para além de se ir discutir, em Kazan, a adesão da Arábia Saudita e México, uma das questões chave a abordar será a criação e uma moeda BRICS, da qual Dilma será uma arquitecta privilegiada. Diria que Dilma tem aqui uma oportunidade histórica de vingança!

Agora pense-se… Perante esta tendência para criação de um mundo composto por 85% da Humanidade, que já constatou o papel que o Dólar tem enquanto arma de guerra, que o FMI tem enquanto lançador de dólares… No movimento, totalmente dissonante, que China e Rússia têm tido na aproximação de povos desavindos – o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros indiano refere que tem esperança que o aprofundamento das relações entre China e Rússia se reflictam positivamente no diálogo entre India e China… A quantidade de acordos que todos os dias se assinam, pelo Sul Global, sem a participação dos EUA e seus apêndices…. Afinal, o Sul Global não se limitava a assistir, numa posição neutral, aos diferendos entre as maiores potências.

Ao contrário, este mundo está farto de bullying, sanções e retaliações unilaterais e de imposições injustas, disfarçadas de inflamados discursos evangélicos sobre “democracia” e “direitos humanos”, que justificam todas as agressões.

E tal pensamento é razão para questionarmos: o fim da “neutralidade”, sueca e finlandesa, não constitui apenas a revelação da verdadeira face destes países…

Esta revelação sobre a verdadeira direcção da “neutralidade” destes dois países, constitui um tocar a reunir, um apertar do botão de pânico, no sentido de ainda tentar parar o comboio que a história já se encarregou de colocar em movimento! Suécia e Finlândia deram um passo para se juntarem a todos os outros, incluindo nós, que não querem, não podem, não conseguem ou não têm a liberdade de apanhar esse comboio de alta velocidade!

Eis a verdadeira face do fim da “neutralidade” sueca e finlandesa.


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20 pensamentos sobre “O verdadeiro significado da “neutralidade” da Suécia e Finlândia

  1. Mais uma vez uma boa leitura geopolítica pelo Hugo Dionísio.

    A Finlândia, para a Rússia, está de novo a tornar-se o “inimigo”. O desenvolvimento da Finlândia baseou-se na importação de matérias-primas russas a preços privilegiados e na sua transformação em produtos acabados de alta tecnologia e de alta qualidade. Outro elemento do seu desenvolvimento foi a energia (gás, gasolina, electricidade) importada da Rússia também a preços não competitivos. Ao abandonar a sua neutralidade (Norte da Suíça), pôs a sua economia em risco.

    O orçamento por criança que é mais do triplo do que Portugal. Um país que compreendeu tudo. Se um país quiser crescer e desenvolver-se. É o investimento na educação que é essencial. Mas no nosso país, estamos mais no rescaldo. O mesmo se poderia dizer da saúde. É melhor tratar (e mais caro) do que ajudar as pessoas a comer melhor.

    E é engraçado estar a menos de 5 horas de carro de São Petersburgo…como por exemplo, as tensões étnicas entre “suecos” e “finlandeses”.

    Os Sámi vivem no território actual da Finlândia desde os tempos primórdios. Por conseguinte, muito antes do “início da nossa era”. Teriam sido empurrados, sem muito cuidado, para o norte pelos proto-finlandeses ou ter-se-iam misturado com eles.

    A partir do século XIII, Turku era a cidade mais importante do território. Vários séculos antes de Helsínquia, que só se tornaria a capital após se ter tornado parte da Rússia cinco séculos mais tarde, em 1812.

    O desenvolvimento económico finlandês deveu-se em grande parte à industrialização forçada para pagar a dívida da guerra à URSS, que a guerra também tinha enfraquecido. Os finlandeses tinham medo de serem invadidos se não pagassem a sua dívida. Mas não foi só a URSS que chegou à mesa. Pouco depois do fim da guerra, a França, por exemplo, enviou rapidamente o que quase se poderia chamar de oficiais de justiça para a Finlândia.

    O seu papel: tirar o que restava dos restos deste pequeno país sem sangue, vítima do bromance entre Hitler e Mannerheim. As gerações do pós-guerra trabalharam arduamente, dando a ilusão de um povo finlandês laborioso. Este mito ainda persiste, embora o povo finlandês não seja menos preguiçoso do que o Português.

    Na Finlândia não se usa mais dinheiro. Pagam por tudo com 3 cartões para diferentes fins.
    Não se pode comprar um cone de gelado sem entregar o cartão de crédito.
    Eles já não têm dinheiro, mesmo no mercado de rua em frente ao porto.

    O país mais feliz do mundo! ? Mas por quanto tempo (geração)? Para ter uma paz real é preciso ser neutro e ser amigo de todos os outros países, incluindo a Rússia…..”. FAZER AMOR, NÃO GUERRA”.

    Outro sinal de felicidade é que o antigo Primeiro-Ministro Sana Marin, um “jovem líder global” do Fórum de Davos, deixou a presidência dos sociais-democratas finlandeses (um finlandês é de língua sueca, um finlandês é de língua finlandesa) desde a sua derrota eleitoral.

    Bem,a maior parte do arsenal nuclear russo está localizado na Península de Kola, mesmo ao lado da Finlândia! A única forma logística de os levar para lá é através de uma via férrea e uma estrada perto da fronteira.
    Isto é uma catástrofe para eles, torna-se extremamente difícil, senão mesmo impossível, camuflar os movimentos do seu arsenal, e a qualquer momento, seria extremamente fácil sabotar as rotas logísticas russas.

    A todos aqueles que se estão a regozijar com esta notícia (sem conhecimento de geopolítica, é desconcertante) regozijam-se com um acto de provocação que pode levar a um conflito nuclear, tratando-o como um cão Putin (mostra realmente a sua ignorância em relação ao homem).Portanto, sim, espero que a paciência de Putin não seja levada ao limite por este acto de provocação, eles querem realmente a sua guerra mundial, e todos os pobres a seguem cegamente, é lamentável, que as outras duas guerras tenha sido inútil, os seres humanos gostam definitivamente de fazer a guerra.

    A Finlândia identifica-se como um alvo prioritário para a Rússia
    Se houver algum conflito antes da chegada dos reforços, a Finlândia já será destruída
    Se a Rússia decidir apontar permanentemente 5 mísseis nucleares em cada grande cidade finlandesa, não será uma escalada
    Apenas autodefesa porque um inimigo tão próximo deve ser tratado com todo o respeito!

    A Rússia vai tomar medidas adequadas para a sua segurança.
    É a NATO que está a aproximar-se dela e não o contrário!
    A Rússia pediu o diálogo para a Ucrânia exigiu garantias para a sua segurança e para a segurança das minorias de língua russa,
    os Americanos deram cabo deles.
    A Rússia não tem nem os recursos nem a vontade de conquistar nenhum país porque é já o maior país do planeta com imensa riqueza

    Os americanos fabricaram uma vontade imperialista para a Rússia e alguns acreditam nisso.
    Felizmente para a Rússia, apenas os caucasianos são seus inimigos, o resto do planeta compreende que se defende e que tem o direito de utilizar todos os meios à sua disposição
    Os europeus querem a guerra, mas se ela não eclodir nem África, nem Ásia, nem América do Sul, serão seus aliados.

    E sobre a adesão da Turquia ao mercado comum da UE, assinada em 31 de Março de 2023, em total sigilo. Quando é que os meios de comunicação social irão apresentar um relatório sobre este assunto?

    • A Turquia já fazia parte do Mercado Comum (Customs Union) da UE há anos. Tal como Andorra, Mónaco, e San Marino.

      Pesquisa por “europe map venn diagram” e facilmente percebes a geometria variável que existe no continente Europeu.

      E “total sigilo” é algo de que ninguém sabe.
      Portanto como é que tens (des)informação sobre algo que não aconteceu?
      Vê lá melhor de que fontes andas a beber.

  2. Costumo ler todos artigos do Sr Hugo Dionísio e a todos assino por baixo. Partilho da sua clarividência e da sua visão deste mundo global.
    Parabéns. É uma satisfação ler os seus artigos. Continue a esclarecer esta gente….

    • Sem dúvida. É sempre de ler e chorar por mais.

      Se bem me hoje há uma certa fragrância ao chamado “cope”.
      É que a diferença entre ter ou não ter Artigo 5° da NATO é muito grande.

      E o mesmo Putin que tinha dito que não tinha nada contra a entrada da Finlândia na NATO, agora veio contrariar-se dizendo que isto é um ataque à segurança Russa do qual a Rússia terá de se defender de forma séria.

      É a primeira vez que tenho uma crítica a fazer ao Higo Dionísio. Percebo que levou o texto noutro sentido, mas há de facto uma grande diferença entre a “neutralidade” estando de facto na NATO, e a adesão de jure à NATO.

      Até hoje, a Rússia poderia intervir em território Finlandês evitando entrar em guerra com a NATO.
      A partir de agora a Rússia não pode defender-se de um ataque que lhe seja feito via Finlândia sem que isso descambe na ÚLTIMA Guerra Mundial: aniquilação nuclear.

      E este é que era o real valor da neutralidade (ou “neutralidade”) da Finlândia.

      A partir de agora, só volta a existir uma zona de tampão entre Rússia e Europa Ocidental quando o império ocidental colapsar de vez, se houver uma rebelião anti-USAtlantista nos países Europeus, ou se de alguma forma a Rússia conseguir incluir um recuo da NATO nos futuros acordos de paz da guerra na Ucrânia: ou a NATO recua para as fronteiras de 1991, ou a Rússia continua até não haver Ucrânia independente (a não ser a região maioritariamente Nazi da Galícia, ali junto à Polónia).

  3. Os órfãos soviéticos acolhem-se chorosos ao amparo do Império Russo, não por o verem lugar dos seus sonhos desfeitos, mas por o terem por amparo dos seus ódios.
    Nessa comunhão dos ódios, reconhecem o essencial, o verdadeiro cimento da cultura soviética.
    E a guerra, catalisador de ódios por excelência, é oportunidade maior para que os vivam sem penhor de decência ou racionalidade.

    • Não sabia que os governantes de Direita Capitalista e Conservadores da Hungria eram “órfãos soviéticos”.

      Vá lá, sempre é mais criativo do que repetir a propaganda do regime genocida ocidental que chama “comunista” ao Putin, e que chama “putinista” a quem defende a Paz e critica os belicistas de Washington (e seus vassalos).

      O Brazil e os EAU (Dubai), e vários outros do Sul Global, recusam condenar e sancionar Rússia, recusam dar palco ao actor/palhaço de Kiev, e já aceleram a desdolarização. Se calhar também são “órfãos soviéticos”…

      Continua a meter isso para a veia e um dia destes andas a chamar “órfãos soviéticos” a quem quer que defenda um pingo de decência como a Soberania e o Estado Social.
      Deus te livre, pá!

    • * Mas agora depois do #Afeganistão (problema iniciado pelos #EUA na década de 1970), depois do #Kosovo, depois do #Iraque, depois da #Líbia, depois da #Síria, percebo, como #McClean_in_vincent_song …

      Eles não ouviram, eles não estão ouvindo, ainda
      Talvez eles nunca vão ouvir

      E assim vemos que a reação do #Parlamento da #UE está longe de ser madura, e quanto ao resto do mundo ocidental, é claro que eles odeiam a #Rússia e sempre odiaram, desde 1917, quando #Moscovo mostrou ao mundo que existe um modelo alternativo social e económico.

      Nunca há um pouco de positividade na mérdia ocidental acerca da Rússia ou dos russos *

      • Não haverá positividade em dizer que o ‘modelo alternativo social e económico’ soviético implodiu e que lhe sucedeu uma autarcia capitalista corrupta até à raíz?

        • * uma autocracia capitalista corrupta até à raiz *
          assim sendo, apresente, então, um rol circunstancionado dos acontecimentos q ‘nos’ faça abrir os olhos ou tudo ñ passa de mera ‘propaganda’ anti_estalinista_dum_bot_da_inteligência_artificial_para_fazer_revoluções_pink_baseadas_no_woke_da_kamala ❓❓❓

  4. “Afinal, a história profunda de um país possui uma capacidade de atracção irresistível para a revelação da verdadeira natureza de uma nação e, especialmente, da elite que o governa.”

    Em tal descrição a roçar a eugenia, seria portanto caso para fechar também Portugal que isto nunca vai poder correr bem. Não sei que país se safava, se bem que o problema pode bem ser o estado-nação em si. Mas comparar os nórdicos, com todos os seus defeitos, com o país do SPD descendente do calvinismo não me passava pela cabeça.
    Agora é verdade que, apesar da sr Clinton só telefonar a alguns, de Lisboa a Kiev, e de Milão a Helsínquia, a NATO dá-se bem com a ascensão da extrema-direita obediente que, certamente, garantirá o sistema de regras e os direitos humanos. Corre sempre bem.

  5. Sempre me espanta que os muitos que sempre lutaram para fomentar o colapso do império português sempre ignorem o quanto a Federação Russo não passa do império Russo!

    • O fantasma do Rosa Coutinho continua a visitar-te, está visto, e não há nada que possas fazer. Como é triste! Olha, dá-lhe um grande abraço meu. Quanto a ti, continua a roer a cauda, querido. Essa porra já deve estar em sangue, mas podes crer que é o lado para onde todos dormimos melhor. Beijinhos!

  6. – Epá! Com o fim da URSS, a História tinha chegado, finalmente, ao fim, as democracias (neo) liberais, haviam, definitivamente, triunfado, verdadeiros amanhãs cantantes iriam, agora sim, ter lugar, sem mais guerras, nem frias, nem quentes, sem a existência de mais «vergonhosos muros de Berlim», em suma, passaríamos todos a viver num mundo de fartura, de «love and peace» ou, se se quiser, passava a estar tudo numa boa! Quem o sentenciava era um denominado filósofo nipo-estadunidense de seu nome Fukuyama, enquanto o bolso enchia com a venda de livros contendo a sua filosófica sentença.
    O pior é que, contraditando-o, o «novo» mundo, afinal, tem-se vindo a revelar num estado de perigosidade como há muito não se via, num crescendo de conflitos militares (Balcãs, Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Iémen, Palestina, Ucrânia…), de aumento de refugiados e muros sem fim para os conter, de profundas desigualdades sociais, de crises financeiras, económicas e ambientais e de despesas militares retirando investimentos na educação, saúde, habitação…!
    Enquanto o tal Fukuyama, com o dinheiro da «obra» vendida, deve estar, a esta hora, de pernas estendidas numa qualquer praia paradisíaca a saborear um exótico cocktail denominado «Fim da História» e a pensar numa nova história da carochinha para aos papalvos continuar a vender!
    Post Scriptum:
    O nosso inefável ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, classificou o dia da adesão à NATO da Finlândia como um dia «histórico», NATO que, segundo ele, será um «porto de abrigo» para os países que se sentem ameaçados, aproveitando para sublinhar que «ela não está em confronto com Moscovo».
    Pois claro, quem está em confronto com Moscovo, servindo-se da Ucrânia, são «Extraterrestres», estando, assim, explicada a origem dos «ÓVNIS» e seus objetivos!
    Quanto a «abrigos», só é pena que no mesmo dia «histórico», se tivesse observado, neste «jardim à beira-mar plantado», uma mãe, com duas filhas menores (uma de quatro anos e outra de ano e meio), ganhando, apenas, o ordenado mínimo e prestes a ser despejada do simples quarto em que as três têm vindo a viver (?) (por a respetiva casa ter sido vendida), a fazer um dramático apelo, num canal televisivo, para que «não faltasse um teto para as suas meninas», teto que tem procurado e não tem conseguido encontrar!
    Será que a NATO, através do Cravinho, lhe arranja um?

  7. Tem-se falado muito pouco do papel desempenhado pelo Vaticano, através do sindicato polaco Solidariedade, no fim da URSS. Por detrás de toda a contestação social estava o Vaticano, que aliado aos EU A e a uma comunicação social favorável criou o caos que conduziu à queda da URSS. Nessa altura disse que o mundo daí resultante seria muito mais perigoso e injusto. Infelizmente não me enganei!

      • pois é … com a morte misteriosa do papa joão paulo lhe sucedeu no cargo um jovenzito polaco cheio de ódio (vade retro satanás !) aos vermelhos com o nickname de joão paulo 2 q reinou 3 décadas (record) e com a morte na garganta, ainda, aparecia à janela do angelus destilando esse ódio reconhecido e congratulado pelo zé pagode q SEMPRE se fode … (você deve estar mto bem de vida, deve ser um *boy and girl*) … wow ❗

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