(Por Hugo Dionísio, in Facebook, 03/10/2022)

E não foi preciso esperar muito para Jack Sullivan dissesse que a destruição dos pipelines abre “oportunidades extraordinárias”, pois permite acabar de vez com a “nossa” dependência de energia russa. Este “nossa” diz muito de como vê a europa. E este “nossa”, quando associado ao “Nord Stream” diz muito das intenções e práticas inconfessadas. Enquanto o dólar sobe… descem todas as outras moedas ocidentais e das colónias dos EUA.
E se muito diz do nosso nível de colónia, o que dirá esta afirmação da real autoria das explosões. Se os EUA, que já tinham ameaçado com Biden e Nulland, se Sullivan diz isto, se Condoleezza Rice, em 2014, disse que era altura de criar condições para acabar com a energia russa e sensibilizar os europeus para o fornecimento ser feito pelos EUA, algo que Merkel resistia a fazer por saber que, com essa hipótese, se ia a competitividade alemã baseada em energia barata e de qualidade, e se aos russos bastava fechar a torneira, até porque, a infra-estrutura era sua… Qual é a lógica de dizer que a Rússia voltou a bombardear-se a si própria, destruindo uma das principais vantagens que tinha sobre a EU? Pois… Hoje vale mesmo tudo!
Mas o que torna ainda mais evidente o desespero e o alívio dos EUA – e de Jack Sullivan – pela inutilização – quiçá definitiva – dos NS, foi uma sucessão de eventos que significavam um movimento dialético oposto aos dos interesses dos EUA.
Uns dias antes, na Organização de Cooperação de Xangai, Vladimir Putin veio dizer “se a EU retirar as sanções, temos 55 milhões de metros cúbicos anuais prontos a fluir”, “é só abrir a torneira”.
A par desta posição, que já era conhecida, foram-se multiplicando, em quantidade de eventos e pessoas, as manifestações junto ao terminal do NS2, colocando uma pressão brutal sobre o governo de Scholz. Essa pressão estaria, inclusive, a dar resultados.
Scholz tinha ido à Arábia Saudita tentar resolver o problema de abastecimento energético alemão, mas, no final, o que de adicional conseguiu foi um petroleiro, ao que alguém disse, pago a peso de ouro. Veja-se ao que chegou a Alemanha, a comprar petroleiro a petroleiro como uma qualquer Venezuela, o que diz muito da incompetência e do nível e traição ao povo alemão, pois ao que saiba, a Alemanha não é um país sancionado, embargado ou bloqueado. “Apenas” passou de militarmente ocupado, a colonizado.
Perante este revés, a Alemanha terá, por ordem de Scholz, iniciado conversações ultrassecretas, mediadas pelo príncipe saudita, pelo sultão Erdogan, com o plenipotenciário energético Putin. O homem, de quem os EUA dizem dominar o mercado mundial de energia. Mais uma vez a fazerem a narrativa divergir da realidade. São eles que o domina, Putin apenas tem mais poder do que lhes era aceitável.
Entretanto, o príncipe saudita tem uma conversação muito promissora com Putin, e o Chefe das Forças Armadas Russas recebe uma chamada telefónica do homólogo Ucraniano, em que este último lhe deu os pêsames pelo tiroteio numa escola russa, mantendo entre os dois uma conversa prolongada e amigável (mais de 30 min.).
Eis que, segundo algumas fontes (Pepe Escobar, The Duran e Brian Berletic do The New Atlas), estava aberta uma linha de diálogo, mediada por gente que se dá bem com todas as partes, que poderia levar a uma futura negociação, com a consequente reposição dos fornecimentos energéticos para a Europa.
Zelinsky tinha interesse, pois, aproximando-se o Inverno, a lama e a chuva impedirão o exército Ucraniano de se mobilizar e tudo ficará mais difícil. Havia que negociar para salvar o que restava do país, pelo menos um cessar-fogo ou uma trégua, para poder reconstruir o exército com mais gente tirada das escolas, universidades e locais de trabalho, e os russos dar-lhe-ia tempo para colocar os 300.000 desgraçados que vão para a guerra nas linhas de guerra. E não se confunda isto, com a estratégia de relações públicas em que consistiu a tomada de Liman, conseguida após mais de um mês em que morreram centenas de militares ucranianos, todos os dias, todos os dias! Usando de reservas e uma massa de homens absolutamente desproporcionada, lograram cercar a cidade e os russos, para não ficarem presos, decidiram retirar desta vila de 15.000 habitantes. Com isto, Zelinsky consegue mais um balão de oxigénio e manter abertos os canais de envio de armamento. Os militares russos estão danados com o seu comando, pois acham que não fez tudo ao seu alcance. Pelo menos, é o que se constante, aberta e ardentemente, nos canais russos do Telegram e VK. Para um país governado a ferros… questiona-se e acusa-se demasiado…
Contudo, quando os EUA se dão conta, talvez através dos agentes infiltrados no governo ou no ministério da defesa alemão, destas conversações, tinham de fazer o mesmo que Cortez fez com as suas Caravelas à chegada às américas. Queimou-as todas, como que dizendo aos seus homens, “não vale a pena, têm de se entregar à missão, ninguém volta para trás”!
A plena operacionalidade dos gasodutos mantinha sempre em aberto a possibilidade de diálogo e a possibilidade de retorno à “dependência” energética da Rússia, o que deitaria por terra abaixo a estratégia americana de se tornarem o principal fornecedor de petróleo e gás à Europa, assumindo-se assim como “reguladores” do desenvolvimento industrial europeu. Sempre que a europa crescer um pouquito mais rápido, aumentam o preço da energia e mantêm-se no topo. Os NS eram uma espada de Dâmocles sobre o pescoço americano. E os EUA nunca esperaram por ninguém lhes dizer para fazerem o que tem de ser feito.
É aí que faz sentido a destruição dos gasodutos – como se vê, vital para os interesses dos EUA – e, logo de seguida, a submissão, por Zelinsky, da candidatura à NATO. Foi como que uma última salvação. “Ou me aceitam na NATO” ou “estou feito”. Pois a entrada da Ucrânia na NATO significaria a entrada da NATO diretamente na Ucrânia, sem subterfúgios.
Claro que os EUA querem usar um exército proxy (por procuração), não querem “ser o exército”. Se o objetivo fosse envolver diretamente a NATO, já estava. A Ucrânia só faz sentido enquanto exército contratado para enfraquecer o inimigo. São ucranianos que morrem e até ao último homem ou mulher. Daí que, a resposta de Stoltenberg tenha sido tão rápida que já deveria estar preparada: “agora não é altura de discutir isto”. Claro… Não é preciso, a Ucrânia já está metida de cabeça no conflito, traída por um presidente que ganhou eleições para fazer a paz.
Mas se a Ucrânia tem um governo que aceitou destruí-la em nome de interesses alheios, a Europa também não se pode rir. É estarrecedor ver um país como a Alemanha deixar-se ir desta forma. É triste e revoltante ver uma das maiores potências industriais do mundo deixar-se condicionar e sabotar desta maneira, sem luta, sem orgulho, sem carácter. Diferente não se poderia esperar do cavalo de Troia Anallena Berbock, que disse numa entrevista “apoiarei a Ucrânia, porque prometi e fá-lo-ei mesmo que os meus eleitores estejam contra e se manifestem contra”. E ainda dão lições de democracia!
Entretanto, tudo se encaminha para o que eu escrevi já há um ano ou dois, quando a coisa começou a aquecer e que tinha a ver com o que era a opinião e muitos especialistas para o que vinha aí: uma reindustrialização americana à custa da desindustrialização Europeia. Para os EUA poderem “conter” e “competir” com o crescimento imparável da China, haveria que integrar no PIB americano o maior valor acrescentado europeu que fosse possível. Ou seja, adicionando ao americano, o PIB Europeu, e assim, adiar mais uma década à passagem da China a primeira economia mundial. E como se faz essa adição? Com energia cara e com comprador exclusivo, com armas de luxo, com compras dos melhores activos e deslocalizações, com captação da melhor mão-de-obra e captura dos melhores mercados europeus.
Daqui a uma década, os EUA preveem ter já aniquilado a Rússia e atirar-se então à China. E porque é que eu digo isto? Porque é em 2034 que começam a sair os primeiros submarinos nucleares australianos. Os que estão a ser construídos ao abrigo do AUKUS que visa cercar e “conter” a China. E todos ouvem o “conter” e fazem de conta que é normal um país dizer que tem de conter outro, limitando o seu desenvolvimento.
Uma guerra longa, na Europa, para engordar, industrializar e acumular forças, destruindo o maior adversário militar que têm, para depois atirarem-se à China, enfrentando apenas uma frente de cada vez.
Até lá, vão fazendo o costume, como o que se passou com as tais “esquadras” de João Cotrim de Figueiredo. O porta-voz do partido com a ideologia mais ultrapassada do parlamento – a mais antiga, experimentada e falhada -, disse saber, através de uma ONG… americana, veja-se lá, que a “China comunista”, tinha esquadras ilegais espalhadas pelo mundo para perseguir, raptar, controlar e levar para o seu território emigrantes incómodos para o “regime”.
Nem me vou referir ao facto de os EUA, através das suas ONG’s financiadas pela CIA, acusarem constantemente os outros de fazerem o que eles fazem. Afinal são os EUA que se sabe terem mais de 2000 prisões ilegais, terem muitas em território europeu, raptarem cidadãos da Venezuela, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua e outros, e terem-nos nessas prisões meses e anos a fio enquanto são julgados por leis americanas (isto quando não os levam para Guantanamo), e muitos deles terem passado por Portugal, em voos ilegais da CIA, autorizados por Paulo Portas, que nunca explicou por que razão permitiu tal bárbara violação e direitos humanos e do direito internacional.
Claro que de um porta-voz partidário, de um partido financiado sabe-se lá por quem, cujo móbil na vida é ser um CEO e um rapaz bem-comportado da estrutura liberal, para assim fazer a sua ascensão no quadro imperial, não podemos esperar nem verdade, nem honestidade e muito menos um pedido de desculpas por mentir.
Mas se já era grave este tipo dizer uma coisa destas sem confirmar o que quer que fosse, demonstrando como funciona a propaganda nestes dias, mais grave é um jornal com o Expresso, que se diz uma voz da liberdade – só as árvores que morrem com tal liberdade -, ter ido às três moradas tão pertinentemente assinaladas por JCF e, ao nada encontrar, ficar a dizer: “ah! Mas encontrámos uma associação fantasma”!
Ainda me hão de explicar o que é uma “associação fantasma”: será uma associação fechada sem movimento? Eu conheço muitas; será uma associação sem registo? Mas não se poderiam limitar a dizer: “não encontrámos nada”? Nem eu quereria que chamassem “mentiroso”, “belicista”, “anticomunista primário” a JCF. Não, nada disso! Apenas pedia que um jornal como o Expresso dissesse “Não se confirmam as acusações de JCF”! e “JCF ter-se-á baseado em informações pouco sérias”! Só isto! Também poderia fazer uma reflexão sobre o facto de um deputado da nação usar informação tão pouco válida! Afinal, pagamos-lhe o salário para propagandear as “tangas” da NED, da Freedom House ou da Clinton Foundation?
Ao invés, o Expresso deixou ficar a desconfiança com um “ficou por explicar a associação fantasma”! Mas o problema não eram as esquadras? Eram. Mas há que deixar um lastro que permita, no futuro, dizer “ah! Mas estava lá qualquer coisa”, e assim deixar margem para o condicionamento e a repugnância do ouvinte menos avisado, que dirá “Estes chinocas são mesmo obscuros, veja-se lá que têm uma associação fantasma”! “E era ali que prendiam os opositores ao comunismo”! Só quem não os topasse é que não percebe o sentido!
Eu, como não acredito em fantasmas, procuro sempre pessoas concretas, e não é pela conversa, é pelos atos. “A prática é o critério da verdade” já dizia Lenine, referindo-se à diferença entre o que dizemos querer fazer e o que fazemos, de facto.
Enquanto a Europa se desindustrializa e o nosso futuro coletivo vai sendo ameaçado, assistimos a um engordar do poder de Bruxelas, um poder não eleito, tecnocrático, inatingível e sem escrutínio democrático, ao serviço de poderes obscuros, de que a Pfizer (a Úrsula perdeu o telefone outra vez!), a Uber e os escândalos que as acompanham apenas deixam antever a realidade inevitável. Da censura de órgãos de comunicação, à imposição de comportamentos, limitando a escolha dos países… Com o poder absoluto nasce a autocracia.
Será a EU de Úrsula, esta corrida da Alemanha por um escândalo de corrupção, a entregar de bandeja a indústria europeia de ponta! O movimento, aliás, já começou. Já existem empresas Holandesas, Alemãs e Italianas que planeiam deslocalizar-se de armas e bagagens para… Os EUA! E o que dizem elas? Que o único sítio onde, no futuro, se sentirão seguras é nos próprios EUA. Afinal, nos EUA não estarão preocupadas com a angariação de mercados de que têm de desistir mais tarde, e a energia e matérias-primas, nos EUA, não apenas existem em quantidade, como os EUA sabem suga-las dos outros países como ninguém. A própria TSMC de Taiwan foi “convidada” a mudar-se para a Califórnia, dando aos EUA o 1.º lugar em produção e chips. Ainda não o conseguiram, mas é só abanar um bocado mais a árvore. Com amigos destes…
O facto é que os EUA tentam – e estão a conseguir, a grande velocidade – criar uma situação impossível para as grandes empresas europeias. Se encontram um fornecedor de energia barata, terras raras e produtos primários, logo vêm os EUA dizer: “alto lá, que esses gajos são ditadores e vocês só podem comprar onde eu mando”, e assim controlar preço, fluxo e quantidade. Se encontram um mercado enorme e em crescimento, como a China, logo vêm os EUA dizer “alto lá, que esses gajos são ditadores e temos de desacoplar deles”, mas os EUA continuam por lá. O que sobra? Ir para os EUA e viver, desde logo, com as suas regras. Mas, pelo menos, as regras são estáveis. Na EU estão sempre em mudança, pois, quem as faz, visa, precisamente, dificultar a vida às empresas que cá estão e querem para cá vir.
E enquanto isto acontece aos olhos de todos, uns enchem a barriga de repugnância pelo lobo mau russo, outros alimentam-se de derrotas russas, outros saciam-se de contentamento com deserções russas e outros buscam moinhos de vento, sob a forma de esquadras comunistas ilegais… No final, com exceção dos últimos, a quem nada faltará, todos os outros, mais cedo ou mais tarde acordarão com o estomago a doer… E perguntarão…, mas porquê? E alguém responderá… Porque estavas a dormir!
P.S. Dominando a energia, domina-se o desenvolvimento e crescimento das colónias, daí que o G7, forçado pelos EUA, tenha adotado as “Oil Caps” (tetos de preço no petróleo) à Rússia, mesmo sabendo que, no final, o petróleo vai subir a preços ainda mais brutais, pois a Rússia tem muitos compradores e nunca se submeteria. Pois, mas quem domina a maioria do petróleo é…
A UE está a ser utilizada como um fusível para permitir aos EUA continuarem a viver a crédito por mais 20 anos. O desvio da capital europeu começou, e vejo isto como a razão pela qual os EUA não parecem ter pressa em resolver a questão russo-ucraniana, cuja possibilidade de um acordo diplomático está a tornar-se cada vez mais remota.
O objectivo é estripar a UE para que aqueles que ainda têm dinheiro possam colocá-lo na segurança dos EUA.
Os fluxos de energia que partiram não voltarão pelo mesmo preço, as fábricas que partiram não voltarão e a dissensão europeia acelerar-se-á. Ficamos a saber que o cabo eléctrico que abastece a Suécia e passa pelo local da explosão tinha sido fechado no dia do incidente
Alguém terá de pagar a conta e esse alguém somos nós porque as pessoas são o Estado. No final, é o gato que morde a cauda.
Assim, podemos virar em qualquer direcção. Nós (o povo) pagaremos a conta. Ou os impostos explodirão se os preços da energia forem limitados, ou iremos para um desastre financeiro (falência generalizada do Estado) que nos arruinará a todos.
Relativamente à energia, já sabe que 90% da população está a apertar o cinto há vários anos!
As pessoas que trabalham, os nossos filhos, precisam de electricidade, gás, … etc.,, para se aquecerem, para comerem , para a máquina de lavar roupa … etc…
O povo não é a causa do que está a acontecer!
De momento, todos estão a receber algum dinheiro para que a mudança possa ir na direcção da classe dominante, mas isto tem a consequência de pôr Portugal de joelhos, está em ruína financeira.
Quanto tempo durará esta luta pelo poder?
E quando as pessoas não terão muito que comer e aquecer, quando apanharão uma boa pneumonia e não haverá médicos e medicamentos suficientes para as tratar? O que acontecerá então?
O problema é… recusar a admitir o pré-requisito da situação:
A U.E. é uma fabricação destinada aos países europeus DESTROY em benefício do Estado Profundo Americano.
Portanto, nada parece lógico, uma vez que cada decisão vai contra os interesses dos países europeus, cada um vai lá com o seu questionamento, a sua incompreensão, os seus vários e variados conselhos…
Destruir e vassalizar os pedaços de países europeus…. está a acontecer….
Destruir a Rússia e quebrá-la para a subjugar…este é o objectivo da 3ª Guerra Mundial em preparação….
Destruir a China e esculpi-la para a controlar…essa é a razão do “apoio” a Taiwan…. e virá a seguir.
Esta “América” é o inimigo do Mundo.
Quer tudo sem partilhar.
Quer DOMINAR tudo pelo seu único interesse e pela aplicação de um programa satânico.
As outras grandes potências estão também sob a influência do seu respectivo DS, concorrentes do americano. Eles não são anjos. Eles têm os seus próprios objectivos. Mas eles não têm um projecto mundial globalista.
Deve ser entendido que aqueles que nos lideram são traidores, vendidos aos interesses dos EUA SD e que NÃO estão a agir nos NOSSOS respectivos interesses, mas sim em ORDEM e PARA a clique que actualmente controla os EUA.
Enquanto acreditar que um YBL está a “trabalhar” para a felicidade do seu povo…ficará fora de contacto e passará de desilusão em desilusão…
Enquanto o desejo de paz estiver ausente das mentes “benevolentes”, é ilusório acreditar que são concebíveis dias melhores de um ponto de vista económico e social.
Mantenho a minha opinião de que a inflação passará de 20% no final de Dezembro, este valor já foi atingido e mesmo ultrapassado para muitos produtos (não apenas energia), existe simplesmente um efeito de atraso ligado à existência cada vez mais baixa de stocks de bens e à estupefacção dos agentes económicos confrontados com a hiperinflação (um fenómeno desconhecido para as pessoas com menos de 50 anos), não antecipam ainda a explosão quase geral dos preços.
A sabotagem dos gasodutos não deixa muitas hipóteses de uma rápida recuperação, especialmente na Alemanha (com “amigos” como os Estados Unidos, Alemanha e Europa não precisam de inimigos).
Para o futuro, neste momento é totalmente imprevisível e a situação é particularmente preocupante dada a insondável nulidade e falta de alcance dos nossos actuais líderes, eles são totalmente incapazes de lidar com os acontecimentos.
A questão é: como chegámos aqui? Para Portugal, ou seja.
O país a mendigar electricidade alimentada a carvão, precursores históricos da transição ecológica para a energia verde, mas que tudo fizeram para garantir que o preço da energia na Europa fosse indexado ao gás que já não podem comprar aos russos!
Bem, digamos assim… Temos visto esta Alemanha lucrar industrialmente com combustíveis fósseis a preços acessíveis através da venda de carros de luxo e apercebemo-nos hoje que estes neófitos alemães não podiam ver mais longe do que o fim da rua.
O pior é que durante décadas, os nossos sucessivos líderes alinharam-se com a posição alemã, tanto por não terem conseguido competir com a sua economia.
Quando as pessoas não têm mais nada, uma grande parte delas morrerá. O que os nossos líderes pensam ser uma coisa boa. Deve haver apenas pessoas suficientes para satisfazer as suas necessidades, que são enormes.
Alguns irão revoltar-se e haverá guerras civis, das quais as nossas elites (e os seus capangas) pensam que podem escapar. Nem todos o farão.
E aqueles que escaparam descobrirão que o seu futuro não é de todo tão cor-de-rosa como tinham pensado. Há sempre um preço a pagar. Quanto mais tarde se paga, mais se paga. Morrer sozinho (de frio, fome ou doença) sobre uma pilha de ouro, conhecendo todo o sangue nas suas mãos, é um destino invejável?
Assim, este bom e velho capitalismo europeu, que é apenas um primo do capitalismo tradicional anglo-saxão e que é apenas uma forma de materialismo gémeo do materialismo comunista ou socialista, produtivista e consumista, funciona de acordo com as mesmas regras, para fazer PIB, ou seja, dinheiro e criar “valor”, é necessário ..
A energia, que está a tornar-se cada vez mais cara e é comprada numa moeda cuja taxa actual já não está sob controlo, – Recursos que são cada vez mais escassos e caros para a UE, uma vez que não inventámos o fabrico de algo do nada, a famosa matéria negra dos físicos de Bruxelas, nem a reciclagem infinita resultante da reciclagem bioclimática,
Capital abundante que não pode ser remunerado devido a taxas inaplicáveis sem rebentar a bolha da dívida especulativa das moedas imprimidas.
Trabalho pago e motivador num contexto fiscal não politizado, que já não existe desde que a administração pública e privada em geral, e a gestão em particular, se convenceram de que eram eles que criavam valor e que tinham de controlar tudo e que tudo lhes era devido, ao ponto de imaginar que poderiam substituir totalmente as classes trabalhadoras por temas menos dispendiosos, como os robôs servis ou a imigração dócil.
Contudo, vemos que chegámos ao fim do sistema de engano, manipulação e burla global. Sabemos que nenhuma economia se pode desenvolver num contexto de insegurança sistémica. Uma vez que o Covid, e todas as decisões, todas as previsões, todas as análises são feitas apenas com vista ao mês seguinte, à semana seguinte e em breve ao dia seguinte, quer seja para o trabalhador, o empresário, indústria, aforrador, comerciante ou o fundo de investimento. Somos melhores a prever o tempo do que o nosso destino colectivo a curto prazo.
Face a tantas pistas, poderíamos prever uma boa guerra, como os velhos costumavam dizer, mas hoje ninguém vai lutar por um mundo que não faz sentido, e ainda menos se o colapso acelerar com os nossos dois generais: Inverno e Dinheiro.
Na Europa, as falências bancárias e industriais serão evidentemente passadas como sabotagem e a nossa Internet será cortada a fim de ocultar as corridas bancárias e as transferências maciças de propriedade, e então pouco a pouco as nossas sociedades terão de se tornar novamente resilientes e pacíficas pela força das circunstâncias,
Tenham cuidado para não serem apanhados ou tornar-se escravo e a guerra não terá lugar por falta de combatentes, materiais suficientes, munições, energia, logística complexa .
A Europa terá sido sabotada, Putin não terá de enviar os seus mísseis nucleares para terminar a anexação de quatro pequenas regiões vizinhas, uma vez que as estradas nunca conduzirão a Kiev, mas sim a esta Roma Ocidental em colapso.
Medir a inflação hoje é como contar as bolhas de febre de um paciente, quando partimos o termómetro há muito tempo para ignorar aquilo de que todos sofremos colectivamente: a perda de sentido e a inutilidade das nossas acções sociais.
Como em qualquer colapso civilizacional, tenhamos cuidado com as invasões, com as infra-estruturas vitais para a nossa existência, porque se Portugal conseguir resistir a esta armadilha sinistra que nos foi colocada pelos atlantistas globalistas, poderá refundar o seu destino em autonomia económica e auto-suficiência ..
Vai haver uma grande confusão no horizonte, talvez situações graves, não participar em nenhuma forma de violência, cuidado com os comissários políticos, os autoproclamados vigilantes, os grandes inquisidores-requisitadores locais, dado o estado dos nossos exércitos e da nossa polícia que já não serão pagos, o estado soberano vai desaparecer por algum tempo e não é a Europa federal que provavelmente a vai substituir.
É histórico, é apenas uma questão de meses semanas dias ou horas: Preparem-se!
Excelente André. As uisual.
Muitíssimo bem. Mais vale um comentário do Hugo Dionísio do que uma quiosque inteiro com Expressos, Visões, e outros idiotas manipuladores de FakeNews aqui, omissões acolá, e total falta de honestidade intelectual de princípio ao fim.
Volto a avisar, porque o Hugo Dionísio deixou de fora o caso específico (apesar de abordar muito bem o caso geral), que a seguir seguem-se as sanções contra a Argélia, primeiro para fazer mal a um povo que compra armas aos exportadores Russos, depois para nos fazer mal a nós, que ainda compramos gás aos Argelinos, gás do qual Portugal precisa para gera a sua eletricidade, nalguns dias chegando a mais de 50% do mix energético nacional, isto para não falar nas botijas de gás usadas para outros fins: esquentadores, fogões, etc.
Percebem agora porque é que a “rules based world order” deu o Sahara Ocidental a Marrocos, sem referendo nenhum ao seu povo, de forma a agradar a ditadura Marroquina, e a provocar a Argélia?
Isto está tudo ligado!
Muito obrigado Carlos Marques por ter lembrado esse assunto..
Um dia destes ainda vamos falar muito sobre este assunto.
Tristeza