Cinismo sem limites. Biden e a guerra na Ucrânia

(Por Luís Carapinha, in AbrilAbril, 28/09/2022)

O discurso de Biden na tribuna da ONU representa um péssimo sinal, no momento em que o conflito na Ucrânia ameaça conduzir a uma escalada de incalculáveis consequências para a Europa e o mundo.


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2 pensamentos sobre “Cinismo sem limites. Biden e a guerra na Ucrânia

  1. «ÓPERA BUFA»

    Por: Luís

    Não fosse todo o drama a que se tem vindo a assistir na Ucrânia e dir-se-ia que o mesmo nos tem proporcionado autênticos momentos de «ópera bufa», tendo como intérpretes governantes do designado mundo «ocidental e seus valores», em particular da UE, aquele mesmo mundo que, com sobranceria, nunca pede aos demais, mas exige, como se tivesse as mãos limpas de uma qualquer exploração colonialista/esclavagista, de extermínio de povos, de patrocínios de golpes de estado e invasões diversos, passados e recentes, em suma, como se fosse um mundo «imaculado» ou, se se quiser, de «cadastro limpo»!
    Senão, vejamos:
    Dizem-nos que «somos todos ucranianos», mas, pelos vistos, uns serão mais do que outros, dado termos, por um lado, os ucranianos nativos, que deverão combater o inimigo russo e, por outro, os não nativos, que se limitarão a fornecer armas (e «quicos», por parte do nosso ministro dos negócios estrangeiros, Sr. Cravinho) aos primeiros, com base numa filosofia tipo «juntemo-nos todos e vão lá vocês», ucranianos nativos, dar o corpo ao manifesto, servir de carne para canhão, enquanto nós, não nativos, ficamos a assistir à refrega de Coca Cola na mão! Procura dum cessar-fogo, duma solução negociada para o conflito que satisfaça ambas as partes, de paz é que não! Há que alimentar a guerra, nem que seja até ao último ucraniano ou nos vejamos todos, ainda, sob um «cogumelo» radioativo e a quem isso se opuser há-de ser denunciado como «impuro» ou «putinista»! Veja-se toda a sanha duma Ana Gomes contra o jornalista Bruno Amaral de Carvalho, apenas porque este ousou cobrir na Ucrânia os acontecimentos no lado de «lá», como só houvesse direito a cobertura no lado de «cá».
    Aplicam-se sanções à Rússia «com uma dimensão nunca vista», como pré-anunciara o nosso ex-ministro dos negócios estrangeiros, atual presidente da AR e perfilado candidato à PR, Sr. Silva, procurando-se, por essa via, enfraquecê-la economicamente, vergá-la, mas, depois, quando a Rússia responde a tais sanções cortando gás ao dito «mundo ocidental e seus valores», há que acusá-la de «chantagem» por esse corte, como se, após levar uma bofetada numa das faces, a Rússia devesse limitar-se a dar a outra para receber uma bofetada mais forte ainda! Os ucranianos nativos podem vegetar em caves de prédios destruídos, que os não nativos dum lar climatizado com gás é que não prescindem, pelo que se justificará, pois, clamar contra tal «chantagem»!
    Depois, denuncia-se a invasão da Rússia como tendo tido lugar à revelia do direito internacional, um direito, contudo, curto, já que não dará, por exemplo, para ser estendido a uma Palestina, constantemente violada na sua existência por Israel à revelia de resoluções múltiplas saídas da própria ONU, ou a um Saara Ocidental, que a monarquia marroquina anexou e a que o «mundo ocidental e os seus valores» deu o seu aval, a troco desta ajudar na repressão dos deserdados de África que ao continente europeu tentem chegar. Isto, claro está, para além de não se explicar quais as normas, exatamente, desse mesmo direito internacional que permitirão o confisco de bens de cidadãos russos a pretexto de serem «próximos de Putin», assim como a instância judicial que tal confisco sentenciou ou, ainda, o que se deverá entender, juridicamente, por «próximos de Putin». Terem residência perto do Kremlin? Baterem palmas a Putin quando ele canta uma qualquer americana Blauberry Hill?… Fica-se sem saber!
    Classifica-se Putin como um ditador, opressor do seu povo, etc., para, logo a seguir, se punir o povo russo por Putin apoiar, criando-se-lhe dificuldades à sua entrada na UE! Ou seja, os russos deverão ser mesmo muito masoquistas, pois quanto mais Putin os oprimirá, mais dele, pelos vistos, gostarão!
    UE, por sua vez, dita democrática, mas onde, curiosamente, os seus cidadãos foram privados do acesso a órgãos de comunicação social russos, a pretexto de serem meros meios de propaganda de Putin, privação que se só se poderá entender, naturalmente, por não se lhes reconhecer inteligência suficiente pata discernir tal propaganda, inteligência só reconhecível aos «iluminados» dos seus governantes, pois claro!
    Finalmente, garantem-nos que as sanções à Rússia estarão a produzir os seus resultados, embora seja por cá que assistimos a uma inflação galopante, a um aumento das taxas de juro e, qual «cereja em cima do bolo», já se prognostica toda uma recessão económica, a pagar pelos mesmos de sempre, em particular se a Rússia fechar, completamente, a torneira do seu gás a quem com sanções teima em fustigá-la! Tudo isto, acrescente-se, enquanto o euro vai perdendo valor face ao dólar (quem diria!) e as preocupações ambientais ficarão para amanhã, se amanhã, claro, houver!
    Decididamente, governantes europeus com uma «estatura política» assim, «nunca se tinha visto», há-de clamar, ainda, o atrás referido Sr. Silva! Só com direito a estátuas, ainda que de pés de barro!

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