(Jeffrey D. Sachs, in commondreams.org, 23/08/2022, trad. Estátua de Sal)

O medo exagerado da China e da Rússia é vendido ao público ocidental através da manipulação dos factos.
O mundo está à beira de uma catástrofe nuclear em grande parte por causa dos líderes políticos ocidentais não conseguirem ser francos acerca das causas da escalada dos conflitos globais. A narrativa ocidental implacável de que o Ocidente é nobre enquanto a Rússia e a China são más é simplória e extraordinariamente perigosa. É uma tentativa de manipular a opinião pública, não de lidar com uma diplomacia muito real e urgente.
A narrativa essencial do Ocidente fundamenta-se na estratégia de segurança nacional dos EUA . A ideia central dos EUA é que a China e a Rússia são inimigos implacáveis que estão “tentando corroer a segurança e a prosperidade americanas”. Esses países estão, segundo os EUA, “determinados em tornar as economias menos livres e menos justas, aumentar as suas forças armadas e controlar informações e dados para reprimir as suas sociedades e expandir a sua influência”.
A ironia é que desde 1980 os EUA estiveram em pelo menos 15 guerras no exterior, a saber (Afeganistão, Iraque, Líbia, Panamá, Sérvia, Síria e Iémen apenas para citar alguns), enquanto a China não esteve em nenhuma, e a Rússia apenas em uma (Síria) além da antiga União Soviética. Os EUA têm bases militares em 85 países, a China em 3 e a Rússia em 1 (Síria) além da antiga União Soviética.
O presidente Joe Biden promoveu essa narrativa, declarando que o maior desafio do nosso tempo é a competição com as autocracias, que “procuram aumentar o seu próprio poder, exportar e expandir a sua influência ao redor do mundo e justificar as suas políticas e práticas repressivas como uma maneira mais eficiente de enfrentar os desafios de hoje.” A estratégia de segurança dos EUA não é obra de um único presidente dos EUA, mas do departamento de segurança dos EUA, que é amplamente autónomo e opera por trás de um muro de sigilo.
O medo exagerado da China e da Rússia é vendido ao público ocidental através da manipulação dos factos. Uma geração antes, George W. Bush Jr. vendeu ao público a ideia de que a maior ameaça aos Estados Unidos era o fundamentalismo islâmico, sem mencionar que foi a CIA, em conjunto com a Arábia Saudita e outros países, que criou, financiou e mobilizou os jihadistas no Afeganistão, Síria e outros lugares para lutar nas guerras dos Estados Unidos.
Ora considere a invasão do Afeganistão pela União Soviética em 1980, que foi retratada na media ocidental como um ato de perfídia não provocada. Anos depois, soubemos que a invasão soviética foi na verdade precedida por uma operação da CIA destinada a provocar a invasão soviética! A mesma desinformação ocorreu em relação à Síria. A imprensa ocidental está cheia de recriminações contra a assistência militar de Putin a Bashar al-Assad na Síria a partir de 2015, sem mencionar que os EUA apoiaram a destituição de al-Assad a partir de 2011, com a CIA financiando uma grande operação (Timber Sycamore) para derrubar Assad, anos antes da chegada da Rússia.
Ou, mais recentemente, quando a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, voou imprudentemente para Taiwan, apesar das advertências da China, nenhum ministro das Relações Exteriores do G7 criticou a provocação de Pelosi, mas os ministros do G7 juntos criticaram duramente a “reação exagerada” da China à viagem de Pelosi.
A narrativa ocidental sobre a guerra na Ucrânia é que é um ataque não provocado de Putin na busca de recriar o império russo. No entanto, a história real começa com a promessa ocidental ao presidente soviético Mikhail Gorbachev de que a NATO não se expandiria para o Leste, seguida por quatro momentos de expansão da NATO: em 1999, incorporando três países da Europa Central; em 2004, incorporando mais sete, inclusive no Mar Negro e nos Estados Bálticos; em 2008, comprometendo-se a alargar à Ucrânia e à Geórgia; e em 2022, convidando quatro líderes da Ásia-Pacífico à NATO para pressionar a China.
Os média ocidentais também não mencionam o papel dos EUA no derrube do presidente pró-Rússia da Ucrânia, Viktor Yanukovych, em 2014; o fracasso dos governos da França e da Alemanha, garantes do acordo de Minsk II, em pressionar a Ucrânia a cumprir seus compromissos; os vastos armamentos dos EUA enviados para a Ucrânia durante as administrações Trump e Biden no período que antecedeu a guerra; nem a recusa dos EUA em negociar com Putin o alargamento da NATO à Ucrânia.
É claro que a NATO diz que isso é puramente defensivo, para que Putin não tenha nada a temer. Por outras palavras, Putin não deve tomar conhecimento das operações da CIA no Afeganistão e na Síria; o bombardeio da OTAN à Sérvia em 1999; o derrube de Muammar Kadafi pela NATO em 2011; a ocupação do Afeganistão pela NATO por 15 anos; nem a “gafe” de Biden pedindo a deposição de Putin (o que obviamente não foi uma gafe); nem o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmando que o objetivo de guerra dos EUA na Ucrânia é o enfraquecimento da Rússia .
No centro de tudo isso está a tentativa dos EUA de permanecerem como a potência hegemónica do mundo, aumentando as alianças militares em todo o mundo para conter ou derrotar a China e a Rússia. É uma ideia perigosa, ilusória e ultrapassada. Os EUA têm apenas 4,2% da população mundial e agora apenas 16% do PIB mundial (medido a preços internacionais). De facto, o PIB combinado do G7 é agora menor que o dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), enquanto a população do G7 é apenas 6% do mundo, em comparação com 41% nos BRICS.
Há apenas um país cuja fantasia autodeclarada é ser a potência dominante do mundo: os EUA. Já passou da hora de os EUA reconhecerem as verdadeiras fontes de segurança: coesão social interna e cooperação responsável com o resto do mundo, em vez da ilusão de hegemonia. Com essa política externa revista, os EUA e seus aliados evitariam a guerra com a China e a Rússia e permitiriam que o mundo enfrentasse sua miríade de crises ambientais, energéticas, alimentares e sociais.
Acima de tudo, neste momento de extremo perigo, os líderes europeus devem buscar a verdadeira fonte de segurança europeia: não a hegemonia dos EUA, mas arranjos de segurança europeus que respeitem os interesses legítimos de segurança de todas as nações europeias, certamente incluindo a Ucrânia, mas também incluindo a Rússia, que continua a resistir aos alargamentos da NATO ao Mar Negro.
A Europa deveria refletir sobre o fato de que o não alargamento da NATO e a implementação dos acordos de Minsk II teriam evitado esta terrível guerra na Ucrânia. Nesta fase, a diplomacia, e não a escalada militar, é o verdadeiro caminho para a segurança europeia e global.
Jeffrey D. Sachs é Professor Universitário e Director do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, onde dirigiu o Instituto da Terra de 2002 até 2016. É também Presidente da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e comissário da Comissão de Desenvolvimento de Banda Larga da ONU. Tem sido conselheiro de três Secretários-Gerais das Nações Unidas, e actualmente serve como advogado do SDG sob a direcção do Secretário-Geral Antonio Guterres. Sachs é o autor, mais recentemente, de “A New Foreign Policy: Beyond American Exceptionalism” (2020). Outros livros incluem: “Construir a Nova Economia Americana”: Smart, Fair, and Sustainable” (2017) e “The Age of Sustainable Development”, (2015) com Ban Ki-moon.
Um bom texto de análise, ainda que não diga praticamente nada que eu próprio não tenha já deixado aqui mesmo em “pensamentos” anteriores.
Ainda e sempre, a constatação de que o mundo “está à beira de uma catástrofe nuclear”. mais uma vez, nada que eu não tenha dito aqui e gostava bastante de me enganar. No entanto é algo que não pode deixar de ser apreendido por qualquer um que tenha um cérebro, o que já não vai sendo muito usual entre as populações “zombificadas” por décadas de propaganda especialmente programada para desativar cérebros.
Começo a pensar que as pessoas inteligentes já deviam ser protegidas pela “Greenpeace”.
É particularmente significativo que não se vejam nos dias de hoje movimentos importantes contra a guerra, ao contrário do que sucedia nos anos 70 do século passado. E nesse tempo o risco de um holocausto nuclear era muitíssimo inferior ao que existe hoje. A consciência das pessoas é que era bastante maior do que é hoje. O processo de estupidificação em curso encontra-se agora num estádio bem mais adiantado.
Como dizem os filósofos da linha Heraclito – Hegel – Marx, o mundo está em constante “devir”. Tudo bem, convém é ter presente que nem sempre ele muda para melhor.
Hoje não me apetece escrever muito. Vou apenas deixar um ou dois elementos que talvez ponham algumas pessoas aqui a pensar.
Ao contrário do que acontece com os russos, cuja doutrina militar é puramente defensiva (e isso parece estar a mudar rapidamente de acordo com o discurso recente dos respetivos líderes políticos), a doutrina americana prevê com toda a naturalidade o ataque nuclear preventivo. E alguns ainda se admiram por a Rússia querer os mísseis americanos longe das suas fronteiras.
No entanto, dado o tremendo poder destrutivo das armas nucleares, tanto americanos como russos sabem que a condição fundamental para vencer (e sobreviver a) um conflito nuclear é ser o primeiro a atacar. Destruir no primeiro golpe o máximo possível da estrutura nuclear do inimigo e depois rezar para que a defesa antiaérea seja capaz de intercetar todos os mísseis que venham a ser disparados das várias fontes que não tenha sido possível deixar inoperacionais, como sejam submarinos, aviões bombardeiros em curso, etc.
Desde há algum tempo que os russos estão a desenvolver os novos armamentos da chamada “guerra eletrónica”, difusores eletromagnéticos e raios laser especialmente concebidos para imobilizar os equipamentos inimigos e destruir ou desativar os satélites com sistema GPS. Sem receber as coordenadas GPS nenhum míssil ocidental encontra o alvo. Os russos têm um sistema de orientação equivalente, mas com tecnologia diversa. A eficácia desses equipamentos já tinha sido testada em exercícios militares conjuntos russo-americanos, quando eles se faziam, e tem sido confirmada com sucesso na Ucrânia.
Sabe-se que neste momento russos e chineses praticamente dominam o espaço orbital. Até mesmo para enviar os seus astronautas à Estação Espacial Internacional os americanos têm de pedir boleia aos russos. Para colocar satélites em órbita, eles compram motores russos de fabrico soviético porque os que as suas empresas privadas conseguem produzir não são fiáveis, explodem demasiadas vezes e o equipamento é caro.
Sabe-se também que, se um satélite em órbita baixa é capaz de transmitir para a terra um sinal de internet perfeitamente captável pelo wifi de qualquer computador, então também pode emitir para o solo ondas de rádio capazes de desativar os sistemas eletrónicos militares.
Por isso, no meu entendimento, um dos factos mais relevantes recentemente ocorridos que apontam para a eminência de um conflito global é uma pequena notícia que saiu há cerca de um mês na Imprensa e que parece ter passado despercebida pelos crâniozinhos analíticos que infestam as televisões. Pelo menos, eu não encontrei um único comentário a respeito nos media. Mas também é verdade que não costumo perder muito tempo com a Imprensa cá do burgo.
O diretor da Corporação Espacial Estadual Russa Roscosmos, no fim de um mandato de quatro anos bastante positivo, deixou o cargo e foi substituído por um militar de carreira, Yuri Borisov, que ocupou anteriormente o cargo de Vice-Primeiro Ministro responsável pelo Complexo Militar-Industrial no governo russo. Assim uma espécie de “falcão dos Urais”.
Eu não acredito em coincidências deste tipo. Vocês acreditam?
Mais ainda do que o recente lançamento ao mar do novo monstro submarino atómico “Belgorod”, capaz de semear a destruição simultaneamente em várias regiões da Terra, parece-me que a substituição do responsável da Roscosmos deveria merecer mais atenção.
Vivemos tempos cada vez mais interessantes.
Existem actualmente vários países ditos democráticos: França, Suíça, Alemanha, EUA, Reino Unido,Portugal etc,etc…
No entanto, nenhum destes países tem a mesma organização social, política e organizacional.
E é aqui que reside o problema: só há uma organização que pode ser chamada “democracia” ==> tudo é feito “Pelo povo, pelo povo, através do povo”. Portanto, precisamos de cidadãos, não de eleitores.
Nenhum dos países acima mencionados é uma democracia. Só porque tem direito de voto, não significa que seja livre.
E as últimas eleições presidenciais em Portugal foram uma tal farsa, só os Portugueses podem acreditar que estão a fazer uma escolha colocando um voto na urna, e ao mesmo tempo pensar que são cidadãos.
A Suíça não é uma verdadeira democracia.
O povo suíço, claro, vota muito e para tudo … Mas só porque votam o que lhes é pedido!
Um exemplo : restrições covidais, passe, encerramento de lojas… Eles votaram sim! No entanto, a cultura de vacinas não está presente, não há vacinas obrigatórias na Suíça.
Mas o povo é muito obediente.
E para com a neutralidade suíça, a Suíça nunca foi neutra em nenhuma guerra… Mas extremamente oportunista.
A plutocracia é o verdadeiro regime que nos governa.
Conformismo, consumismo e profissionalismo; hipocondria e dissonância cognitiva.
O que estamos a experimentar não é nem mais nem menos do que uma distribuição da maturidade.
Messianismo, plutocracia, engenharia social e dinheiro da dívida.
Nós somos a curva que eles querem aplanar, o carbono que eles querem erradicar.
Pode-se ser a favor ou contra o federalismo. Mas a base do federalismo numa democracia representativa é a legitimidade electiva dos poderes legislativo e executivo. Mas os tratados distribuem estes poderes de uma forma complexa e não muito legítima entre o conselho, o parlamento e a comissão. Tudo isto não é claro e deixa uma dúvida sobre o carácter democrático do edifício.
Todas as suas decisões parecem convergir para os interesses dos EUA. Penso que estas pessoas se projectam para além das nações, mas também para além do conceito de estados federais. “Unidos estamos, divididos caímos”, se os políticos já não se dividirem entre nações, então serão capazes de agir para dividir e controlar o povo. Vemos isto com o seu desejo de dividir as pessoas ao longo da raça, género, geracional, riqueza, imigração, violência, as pessoas devem odiar-se mutuamente para que uma ditadura possa substituir a oligarquia.Chamam racistas, teóricos da conspiração e outros extremistas para nos calar, porque a natureza humana tem medo de ser excluída do grupo, por isso ficam calados quando deveríamos estar a gritar. O bloco ocidental de alguns tecnocratas inverteu os valores do seu povo em poucos anos de forma coordenada em todos os países, e agora os seus antigos valores encontram-se no extremismo, e se agir, serão os terroristas que atacam a falsa democracia. Todos os concorrentes da Pfizer foram postos de lado, não se realizou qualquer debate sobre as possibilidades de outras drogas, e milhares de milhões foram transferidos de Estados-nação para entidades económicas que tendem todas para a mesma ideia política onde as pessoas devem ser fracas para serem submissas, a quem poderemos impor qualquer coisa com temas como a ecologia enquanto Jeff Bezos poderá continuar a fazer “turismo espacial” sem que isso contrarie os grandes moralistas. A sua moralidade e o medo de ser excluído dos seus valores são hoje as suas maiores fraquezas. Quando o povo for submisso, o Ocidente será capaz de competir com a China e a sua produção hiper lucrativa através da exploração humana e salários miseráveis.
Mesmo que o risco de exclusão possa ser assustador, muitas pessoas não pensam assim. Uma estratégia experimentada e testada que até agora tem sido consistentemente validada, alimentando guerras civis para escapar a revoluções populares, de modo a preservar o “modelo” de ordem estabelecido globalmente. Conservadorismo de uma relação de dominação e não de um modelo de estabilidade perene global..
Klaus Schwab escreveu: não lhe restará nada, mas será feliz de qualquer forma. Quando dizem que se refere aos trabalhadores, aos comerciantes, aos meios de comunicação social, aos médicos, aos bombeiros, aos artistas, aos presidentes de câmara, aos deputados,, etc., etc. Estou a rir-me em voz alta da ideia de que algumas pessoas não se sentem preocupadas.
Algumas pessoas (políticos, funcionários públicos, etc.) não serão afectadas (vão receber um passe)…
O imperialismo, seja ele “americano” no século XXI ou persa, romano, mongol ou outro, apenas visa trazer os humanos para mais leveza e menos medo, mas até hoje os humanos ainda não aceitaram que são apenas seres efémeros cuja vida deveria ser resumida como partilha, respeitando o seu ambiente, os seus homólogos e não cair em várias predações: dinheiro, território, ideologia, religião, sofisma, violência.
Sobre a questão de a Europa ser uma construção americana : “Quem governa a Europa …
Existem todas as provas de que os Estados são os principais financiadores da UE e coloca uma questão de simples bom senso:
“Porque é que os americanos financiariam uma tal união se, como fomos levados a acreditar, o seu objectivo era competir com eles”?
A NOVA ORDEM MUNDIAL será constituída por GOVERNOS autoritários OU um GOVERNO MUNDIAL DE MONOPOLIOS PRIVADOS.
Os políticos europeus destruíram as nossas sociedades ao recusarem-se a abordar problemas com políticas de longo prazo que teriam exigido sacrifício, preferindo em vez disso políticas de curto prazo que disfarçam os problemas e adiam decisões difíceis que ameaçariam a sua reeleição.
CONSEQUÊNCIAS:
Os bilionários que dominam a economia ocidental através de grandes monopólios viram os seus bens ameaçados pelo declínio do Ocidente. Assim, decidiram evacuar a DEMOCRACIA, privando os políticos do seu poder de decisão sobre o aparelho de Estado e substituindo-os por uma espécie de governo paralelo, do qual a Comissão Europeia é o arquétipo e do qual eles são os senhores.
Finalmente, para assegurar esta transformação das democracias em oligarquias, estão agora a trabalhar no estabelecimento de um governo mundial do qual serão os únicos mestres e que não será responsável perante ninguém. Mas para o conseguir, todos os governos que poderiam bloquear este plano devem ser subjugados. Mas apenas dois governos podem bloquear isto e descarrilar o plano: a Rússia e a China.
É por isso que o governo dos EUA, que se tornou o instrumento clandestino dos grandes monopólios privados, está a demonizar estes dois países e a planear a sua destruição.
A SITUAÇÃO ACTUAL:
Estamos actualmente a assistir a uma guerra entre duas visões do mundo em que a democracia, como a conhecemos no Ocidente, não tem lugar e não tem futuro. A primeira visão defende a ideia de um mundo unipolar, que é ferozmente defendida pelo grupo de multimilionários de Davos que controlam a economia do Ocidente e são apoiados pelo imperialismo americano.
Esta oligarquia luta, principalmente através da corrupção, pelo desmantelamento de nações e governos nacionais, e pelo estabelecimento de um governo mundial no qual eles serão os únicos mestres.
A segunda visão do mundo já existe principalmente na China e em vários outros países ditos autoritários. Esta visão advoga um mundo multipolar governado por governos nacionais escolhidos por uma oligarquia motivada e esclarecida em que o povo está representado mas não é dominante.
Se o projecto da clique de Davos se concretizar, viveremos num mundo de propriedade de alguns monopólios multinacionais, na sua maioria anglo-americanos, que constituirão o governo mundial de um mundo globalizado sem fronteiras, nações ou governos nacionais e sem povos onde os indivíduos não terão direitos.
Se, pelo contrário, a visão chinesa prevalecer, viveremos num mundo governado por governos autoritários, com fronteiras, no qual o povo pode confiar para o proteger colectivamente de agressões vindas do exterior. O mundo de amanhã ou será totalmente subjugado por empresas privadas detidas por alguns multimilionários, dos quais seremos a propriedade, digamos os escravos, e que não serão responsáveis perante ninguém, ou será dirigido por governos que não serão eleitos pelo povo como um todo, mas por uma oligarquia que ainda terá de ter em conta as necessidades do povo, uma vez que os conceitos de nação, país e povo continuarão a ser realidades.