A guerra na Ucrânia e os “superficiais”

(Armando Rosa, in Jornal Maisribatejo.sapo.pt, 03/06/2022)

(Subscrevo este texto na íntegra e dou os parabéns ao seu autor. Responde com brilho e racionalidade à intolerância e primarismo mental de muitos que tem vindo aqui atacar este blog e a sua postura de revelar verdades “inconvenientes” sobre a guerra na Ucrânia, intoxicados que estão pelas manipulações de uma comunicação social vendida e sem cerviz. Temos que os perdoar porque estão hipnotizados. Mas devemos combatê-los para que acordem.

Estátua de Sal, 03/06/2022)


A ignorância é frequentemente a base das grandes certezas.


Os “superficiais”

A invasão levada a cabo pela Rússia ao território soberano da Ucrânia, tem sido analisada e discutida publicamente em inúmeros fóruns e por toda a gente que, mais ou menos informada, nas televisões, nas redes sociais ou em grupos mais restritos, dá a sua opinião categórica sobre o conflito, sobre as suas origens, ou sobre como irá acabar. O debate e a discussão deste tema é sempre interessante, especialmente entre gente informada e não dogmática.
Quando se iniciou este conflito, arrisco dizer que a quase totalidade dos opinantes que presentemente peroram sobre ele, nunca tinha ouvido falar no Donbass, de Lugansk, ou de Donetsk e a Ucrânia era, no seu imaginário, um país lá para os lados da Rússia de que ninguém fazia ideia de como era governado nem como apareceu em 1991, ano em que se tornou independente.
Este desconhecimento sobre um dos lados do conflito foi-se atenuando por força das circunstâncias. Muitos de nós iniciaram um quase “curso intensivo” de aprendizagem sobre a história daquele país que nos foi então mostrado como um modelo de virtudes e invadido agora por ordens de um considerado louco e assassino que apenas estaria a dar largas ao seu ímpeto imperialista. Outros, pouco ou nada se preocuparam em aprofundar o que quer que fosse sobre este enorme e importante país europeu. Foram assimilando o que lhes era vendido nos jornais e nas televisões, acreditando na narrativa oficial e sem contraditório público e publicado, o que, na perspetiva dos crentes, lhes dava um nível de conhecimento suficiente para argumentarem com qualquer historiador, estudioso, ou até com militares experientes em cenários de guerra semelhantes.
Pela sua falta de espírito crítico, pela recusa sistemática no aprofundamento das questões, pela negação de toda e qualquer informação com origem em fontes diferentes das oficiais e pela sua simplicidade de argumentação, chamei a essas pessoas de “superficiais”. Um “superficial” pode, ainda simplificando, enquadrar-se em vários subgrupos consoante o seu nível de superficialidade, podendo definir-se como “superficial primário”, aquele cuja informação vem apenas do que ouve, até ao “superficial esclarecido”, este já com preocupações de informação de outro tipo e de várias origens. Entre estes dois tipos, existem mais patamares que me abstenho aqui de mencionar, ficando ao critério do leitor esse exercício. Devo dizer desde já, que me considero num patamar intermédio, portanto sujeito à crítica de mais esclarecidos…
Vamos então ao tema:

Os “superficiais” e a guerra

Os “superficiais” rebatem qualquer tentativa de explicação das causas da guerra com a simplicidade de um ignorante ou a convicção de um crente: “Há um invasor e um invadido” ou “Putin é um ditador assassino e ele é a causa primeira e última desta guerra”. São estes os principais argumentos de rejeição de qualquer debate sobre as origens e a culpabilidade repartida da guerra.
Os “superficiais”, a exemplo do que aconteceu em outras guerras, vêm esta pelos olhos dos EUA/NATO/EU e das respetivas fontes oficiais. Quando confrontados com factos históricos e realidades inquestionáveis, continuam a negar evidências e a considerar análises lógicas como manipulações putinistas e tendenciosas.
Seguem alguns exemplos do pensamento superficial sobre a guerra da Ucrânia:

1- Para os “superficiais” a guerra só começou em 24 de Fevereiro. Não procuram saber, ou negam, que, desde 2014, a Ucrânia está em guerra contra os movimentos separatistas no Donbass, e que até 2021, morreram mais de 14 mil pessoas, entre soldados, milícias separatistas e civis. Acreditam piamente que esta é uma guerra apenas entre russos e ucranianos desvalorizando a determinante influência americana no golpe de 2014 que depôs o então presidente pró russo e colocou à frente do novo regime quem os influencers dos EUA no terreno (Victoria Nuland e Geoffrey Pyatt) quiseram, através de eleições ou simplesmente com manobras de bastidores.[1]

2- Apesar de todas as evidências e relatórios internacionais, os “superficiais” desvalorizam e até negam a influência nazi na vida política e social da Ucrânia, apenas se baseiam nas informações filtradas e de sentido único dos OCS ocidentais.

3- Os “superficiais” glorificam o comediante Zelensky e não querem saber nem ler sobre o seu trajeto político e a corrupção desenfreada que alimenta, nem como está a levar o seu país à total destruição e o seu povo à miséria e ao degredo. Porque só acreditam no que lhes metem pelos olhos dentro na comunicação social que adotam, não acreditam que ele é tão bom ou pior que Putin e que é completamente manipulado pelos EUA.

4- Um bom “superficial”, não há dia que passe em que não profira impropérios contra os russos e contra Putin, especialmente quando assiste às reportagens das TVs sobre bombardeamentos e sobre a mortandade provocada pelos russos. Para ele os soldados ucranianos são todos impolutos, em especial os Azovs e põem as mãos no lume pela sua seriedade e ética militar. Quando lhes são mostradas evidências de iguais atrocidades cometidas pelo exército ucraniano, reagem como sendo propaganda russa.

5- Por mais desmentidos e evidências da propaganda do governo ucraniano, na divulgação de “massacres” e de bombardeamentos de alvos civis, escolas, hospitais, um “superficial” nunca reconhece que essa informação pode ser um veículo de propaganda e de mistificação tendenciosa da guerra. Não se consegue convencer um “superficial” que os milhares de militares ucranianos, defensores numa cidade, se acantonam em habitações civis ou públicas e que, numa guerra, o primeiro objetivo de qualquer dos beligerantes é atingir as tropas inimigas aonde quer que estejam. Num local habitado, um alvo civil facilmente se torna um objetivo militar. Veja-se o que aconteceu em conflitos liderados pelo Ocidente, com muito maiores consequências de destruição.

6- Um “superficial” (mesmo que já mais esclarecido…) não sabe que existe um documento encomendado pelo governo dos EUA com o título “Extending Russia: Competing from Advantageous Ground”[2] que tem sido a “Bíblia” e o guião da estratégia americana no plano de enfraquecimento da Rússia, como consta no prefácio do documento: “… Com base em dados quantitativos e qualitativos de fontes ocidentais e russas, este relatório examina as vulnerabilidades e ansiedades econômicas, políticas e militares da Rússia. Em seguida, analisa as opções políticas potenciais para explorá-las – ideológica, econômica, geopolítica e militarmente (incluindo opções aéreas e espaciais, marítimas, terrestres e de vários domínios)…”. Este documento, a exemplo de outros também com origem na RAND Corporation (desde a guerra do Vietnam), foi elaborado em 2019, e tem sido seguido à risca pela administração americana e esta guerra estava lá prevista…

7- Mesmo o mais bem informado dos “superficiais” não aprofunda e nega as razões objetivas que levaram a que a Rússia se antecipasse à Ucrânia na escalada da guerra que já existia no Donbass desde 2014. Num artigo do jornalista suíço Guy Mettan, [3] com base em várias fontes mencionadas, é relatada a razão pela qual a Rússia decidiu avançar com a invasão. “Desde a declaração de Zelensky, em abril de 2021, sobre a possível recaptura da Crimeia à força, ucranianos e americanos decidiram desencadeá-la o mais tardar no início deste ano. A concentração das tropas ucranianas no Donbass desde o verão, as entregas maciças de armas pela NATO durante muitos meses, o treino acelerado de combate dos regimentos Azov e do exército, a intensificação do bombardeamento de Donetsk e Lugansk pelos ucranianos, em particular entre 16 e 23 de fevereiro (tudo isso permaneceu ignorado pelos meios de comunicação ocidentais, claro), provam que uma grande operação militar estava planeada por Kiev para o final do inverno, sem dar tempo aos russos para reagirem, de modo a tomar o controlo de todo o território ucraniano e tornar possível a rápida adesão do país à NATO e à UE.” Documento da OSCE (Organization for Security and Co-operation in Europe) confirma que a Ucrânia, só em um dia (19 de fevereiro), tinha feito mais de 1500 bombardeamentos nas regiões de Donetsk e de Lugansk, o que representa quinze vezes mais do que a média diária dos últimos 30 dias. [4]

8- Os “superficiais”, nos seus comentários e nos apoios que manifestam, mostram, indiretamente, o seu amor à guerra e ao seu prolongamento indeterminado, até às consequências que se recusam admitir ou prever. Interessante é que até alguns mais bem informados seguem este padrão belicista desvalorizando as consequências imprevisíveis para a humanidade que daí podem vir. Para eles a guerra só deve terminar quando a Rússia estiver totalmente derrotada e se for preciso, até ao último ucraniano. Como se o país com o maior poderio nuclear e bélico, iniciasse esta agressão com alguma perspetiva de derrota ou de submissão aos interesses dos seus inimigos do Ocidente.

9- Os “superficiais” adoram e batem as palmas de cada vez que são aprovadas sanções económicas à Rússia. Na sua ignorância, ou no seu desprezo pela situação dos europeus mais desfavorecidos, o que inclui o seu próprio destino, fazem por ignorar as repercussões que esses “pseudo” castigos vão ter nas economias europeias, com os aumentos dos preços e do custo de vida e suas consequências políticas e sociais. Ainda a procissão vai no adro e já começamos a sentir que os mais castigados iremos ser nós…

10- Os ““superficiais”” esquecem que, logo no dia 3 de março, uma semana depois do início da invasão, a Rússia se disponibilizou para iniciar conversações e que “O Porta voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscovo está a exigir que a Ucrânia acabe com a ação militar (iniciada em 2014) mude a sua constituição para garantir neutralidade, que reconheça a Crimeia como território russo e que reconheça as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk como estados independentes.”[5] Claro que o comediante instigado pelos americanos, rejeitou liminarmente qualquer negociação. Preferiu, como marioneta que é dos EUA, levar o seu país e o seu povo para esta guerra cada vez mais difícil de terminar e de que ninguém prevê o desfecho. Os ““superficiais”” também acreditam (?) no que ouvem aos comentadores avençados que não deixam de repetir que o fim último dos russos é a ocupação e submissão total da Ucrânia. Como se comprova isso sempre foi falso e uma manipulação da propaganda americana.

11- Os “superficiais” são muito ativos nas redes sociais. É aí que apontam o dedo a quem procura explicações e tem algum pensamento crítico sobre o que se está a passar, recorrendo ao insulto fácil e à atribuição de epítetos como putinista, russófilo, traidor, etc. Como superficiais que são, ainda não se aperceberam que a Rússia já não é comunista e vai de utilizarem esse pretenso insulto como arremesso provocatório aos que ousam criticar as politicas belicistas dos EUA/NATO/EU, ou de quem apela à realização de conversações para a paz. É também nas redes sociais que participam ativamente com “likes” ou com comentários de alta aprovação a todos os posts que glorificam o comediante ou os “valentes” do batalhão Azov.

Os “superficiais” e o Donbass

O Donbass É uma importante região mineira e industrial, da Ucrânia, marcada pelo curso do rio Donetsk, cuja bacia é atualmente a segunda região mais densamente povoada da Ucrânia, com destaque para as cidades de Donetsk, Lugansk e Karkov.
O que os “superficiais” não sabem, negam ou desvalorizam:

12- Os “superficiais” desvalorizam que em 2014 os russos ou seus descendentes, eram e ainda são, a grande maioria dos habitantes daquela região e que, pela discriminação que lhes foi imposta pelo governo de Petro Poroshenko, no poder depois do golpe da Maidan, se revoltaram e iniciaram uma luta de guerrilha contra os ucranianos, a quem passaram a considerar ocupantes. Os “superficiais” desconhecem que os acordos de Minsk que implicavam um cessar fogo entre as partes, nunca foram cumpridos pela Ucrânia e não conhecem o que disse Poroshenko no seu discurso de 15 de maio de 2015, em Odessa, referindo-se a essa população russa: [6] «Nós teremos trabalho, eles não; teremos pensões, eles não, teremos apoio para as pessoas, crianças e pensionistas, eles não; as nossas crianças irão para escolas e jardins-de-infância, as crianças deles irão para os abrigos». Isso veio a verificar-se e agravou a revolta e a guerrilha. Alguns, que enchem a boca com o direito à autodeterminação dos povos, desvalorizam este bocado da história e negam a legitimidade da população russa no Donbass lutar pela sua independência. Muitos desses militam em partidos ditos de esquerda…

13- Entre 2014 e 2021, os bombardeamentos do exército ucraniano às populações de Lugansk e Donetsk, provocou mais de 14 mil mortos (3500 civis) mais de 1,4 milhões de deslocados e foram responsáveis por algumas dessas populações terem sido obrigadas a passar grande parte das suas vidas em abrigos e sem as mais elementares condições de sobrevivência. Essas situações estão bem documentadas por reportagens independentes de jornalistas ocidentais. [7] Apesar dessas evidências os “superficiais” acham que a guerra teve início em 24 de fevereiro de 2022.

14- Os “superficiais” não conhecem a “Lei dos Povos Autóctones” que foi feita e promulgada por Zelensky em julho de 2021. A lei estipula que os povos indígenas da Ucrânia são as comunidades étnicas formadas no país, portadoras de uma língua e de uma cultura distintas e que “não contam com uma formação estatal própria” no estrangeiro”.[8] Os russos (eslavos que representam cerca de 20 % da população da Ucrânia e mais concentrados no Donbass), não têm o direito de usufruir desta lei, sendo discriminados e não podendo continuar com a aprendizagem da língua russa, entre outras situações ultrajantes para a sua existência como etnia própria. Zelensky, mais uma vez, mostra o seu racismo e xenofobia em relação aos russos, situação que os “superficiais”, simplesmente, desconhecem, ou fingem desconhecer.

Epílogo

No passado dia 14 de março publiquei aqui um artigo sobre os “novos inquisidores”[9]. Embora em muitos fóruns, como por exemplo nas redes sociais, se possam confundir, existem diferenças assinaláveis entre “superficiais” e “novos inquisidores”. São estes que manipulam e supervisionam a informação consumida pelos “superficiais” mais primários, não fossem estes, crentes menos informados e seguidores acríticos das políticas e estratégias de quem nos está a conduzir para o abismo.
Ser ou não “superficial” será sempre um conceito relativo e todos seremos mais ou menos “superficiais” em qualquer tema que venha à discussão. Nunca ninguém terá o conhecimento absoluto sobre assuntos que tenham alguma complexidade ou interpretações múltiplas. Como eu disse no início, haverá sempre vários níveis de superficialidade. Cada um de nós que se autoavalie e se coloque no seu nível, consoante o tema que queira abordar…
Termino com duas citações que penso que se adaptam bem ao ambiente que se vive nos tempos que correm:
“ O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas sim a ilusão da verdade” (Stephen Hawking)
“Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus.” (Albert Einstein)

Fonte aqui


Links referenciados:
[1]: https://www.youtube.com/watch?v=L2XNN0Yt6D8
[2]:https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/research_reports/RR3000/RR3063/RAND_RR3063.pdf
[3]: https://www.afrique-54.com/2022/04/04/guerre-en-ukraine-la-suisse-capitule-la-soumission-europeenne-aux-americains-prend-de-lampleur/?fbclid=IwAR1VlBWjbYBqgopMgV4IqvZQbNoCmxKeODx1CuUa1dBILncUOOrrK2Uw1fg
[4]: https://www.osce.org/files/2022-02-19%20Daily%20Report.pdf?itok=95901
[5]: https://www.dn.pt/internacional/russia-apresenta-as-condicoes-para-parar-a-invasao-a-ucrania-14656801.html
[6]:https://www.youtube.com/watch?v=fRso46iepho
[7]: https://www.youtube.com/watch?v=b8j0tJsKltg&t=19s
[8]: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1787034/ucrania-aprova-lei-sobre-povos-autoctones-que-exclui-russos
[9]: https://estatuadesal.com/2022/03/25/a-guerra-na-ucrania-e-os-novos-inquisidores/


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35 pensamentos sobre “A guerra na Ucrânia e os “superficiais”

  1. Escrevo um comentário para dizer o seguinte: excelente artigo, Estátua de Sal e autor do mesmo.

    Em último lugar, para quem tivesse dúvidas das atrocidades cometidas nos últimos 8 anos por um regime asqueroso e absolutamente imundo de nazis e indivíduos abjectos abaixo de homens e nem sequer ao nível de animais (animais comportam-se de forma mais digna do que estes merd**os), ide à referência número 7 deste artigo e vejam o documentário de 2016 de uma francesa.

    Vejam, por volta do minuto 9/10, crianças, mulheres e idosos numa CAVE desde o Verão, a serem bombardeados diariamente e depois vejam dizer que os russo são maus.

    Depois venham dizer que os ucranianos foram e são uns heróis e que fazem resistência a uma invasão injusta e malévola. Venham negar a realidade dos factos que não aparecem de forma mais evidente e crua do que neste vídeo.

    Venham defender um regime fascista se ainda houvesse dúvidas quanto às suas tendências.

    Quero ver se têm coragem de afirmar na cara de quem for daqui para a frente, e com as imagens daquelas mulheres e crianças a correr no fundo, que os ucranianos estiveram certos todos este tempo e que não merecem nada do que lhes aconteceu nestes últimos meses.

    Acredito que muito ucranianos estivessem contra o que acontecia no Donbass, mas isto é prova conclusiva de que alguém precisava de ir em defesa daquelas populações e a “guerra” de Putin foi mais do que justificada.

    Uma guerra por um genocídio que ninguém com responsabilidade impediu, mas até fomentaram, nos últimos anos é mais do que justo.

    É tudo.

    Continue, Estátua de Sal. Não afrouxe perante esta imundície indescritível.

    • Assino por baixo o artigo e o seu comentário. É de facto um excelente artigo.

      «Acredito que muito ucranianos estivessem contra o que acontecia no Donbass»

      Sem dúvida, principalmente os de fora do Banderistão. Mas pelos muitos relatos que ouvi num só sentido (aqui na “imprensa livre” ocidental), também me parece que muitos não sabiam sequer muito bem o que se passava no próprio país (assim como os Europeus não sabem o que se passa no próprio continente), devido a carradas de manipulação, propaganda, e omissão, que já vem desde 2014 e se agravou desde a eleição do ditador Zelensky, que ANTES da invasão Russa, já tinha começado a censurar canais e opositores.

      Cheguei até a ouvir um Ucraniano dos arredores de Kiev a comentar:
      «porquê isto agora? Estávamos em paz!»
      – não, não estavam. A questão é: será que esta pessoa não sabia, ou será que tinha medo de dizer que sabia e depois ser visitada pelo SBU? Ou, se deixarmos de ser ingénuos, podemos até colocar outra formulação: será que era uma das 30% que não votaram em Zelensky (eleito por prometer a paz…) e que sempre preferiram a promessa de Poroshenko de exterminar os “sub-humanos” do Donbass? Um extermínio, unilateral, de facto não é uma guerra…

      • Disse tudo.

        Não tinha sequer considerado a questão da propaganda desde 2014, lembrou bem.

        Por outra, os 30% também são altamente ilustrativos.

  2. Minuto 51: “Se os exércitos russos estivessem em guerra aqui, teríamos paz numa semana. O Porosehnko pode ir viver para os mal-cheirosos EUA e ir lamber o c* do seu Obama” “não digas isso” “digo, sim!”

    Resume tudo para alguém que perdeu um filho a lutar contra nazis.

  3. Eu, orgulhosamente, superficial me confesso, não tive o privilégio de ser iluminado no pélogo da monsruosa ditadura soviética, por isso não consigo ver a luz da liberdade, democracia e progresso, que irradia desse farol da civilização, Russia, tão bem capitaniada pelo seu grande timoneiro, PUTIN
    Força Putin, ainda há muitos ucranianos para iliminar, peço desculpa, pelo lapso, ILUMINAR.

  4. Deplorável. No que se refere à discriminação dos russófonos na Ucrânia, é de notar que a referência é do “Notícias ao Minuto”, uma publicação certamente digna de toda a credibilidade.
    Outro ponto: o vídeo da referência 1 intitula-se”“F*** the EUA :Alleged audio of US diplomat Victoria Nuland swearing”
    Nota: passa-se no tempo de Barack Obama(!) Bate certo com a demonstração que se pretende fazer?

  5. A Rússia é um país muito bonito dado o seu vasto território, a sua riqueza cultural e a sua história muito rica que faz os russos orgulhosos, um povo que nunca negou a sua história e que quer que o seu país recupere a sua grandeza, por outras palavras, uma grande Rússia. Se falamos do imperialismo russo, temos de voltar às guerras de conquista de Pedro Legrand e Catarina a Grande, a imperatriz da Rússia, para compreender esta mentalidade russa. A guerra russo-ucraniana mostra que Vladimir Putin entrou nesta provocação do Ocidente e caiu numa armadilha onde é confrontado com uma resistência ucraniana muito forte com o apoio dos americanos, dos europeus globalistas que manipulam Zelensky como julgam conveniente, mas forçados a constatar que os ucranianos não querem que o seu país se torne novamente uma província russa porque não são só os maus russos contra os bons ucranianos de acordo com a doxa ocidental, é muito mais complexo do que isso. A russofobia existe a Rússia não está de modo algum isolada, ao contrário do que pensa o Ocidente, como provado pela Sérvia.

    Claramente, há aqui uma dialéctica particular em jogo: os russos ainda amam os ucranianos como “pequenos irmãos”, como primos da aldeia, o “maravilhoso povo eslavo” (para usar as palavras do filósofo ultranacionalista e belicista russo Alexander Dugin) que nos pertencem e que são de facto “nós”.

    O único problema é que estes “irmãos” ucranianos só existem na sua fantasia imperialista, enquanto na realidade, durante a guerra, o que encontram é um povo absolutamente diferente, com valores e visões políticas diferentes, que não querem nada em comum com estes “irmãos” autoproclamados.

    Na sua dialética, portanto, estes ucranianos não podem ser “verdadeiros” ucranianos: devem ser “nazis”, que devem ser forçosamente desnazificados, ou seja, despojados da sua “má” identidade ucraniana: “reeducados”, segundo os termos oficiais de Moscovo… ou exterminados.

    E é isto que vemos hoje: não são os ucranianos que os russos estão a matar, a torturar e a assediar.
    O que eles combatem são nazis,anderistas, sub-humanos.
    Para eles, este é um desvio patológico da “verdadeira Rússia”, e deve ser erradicado porque ameaça o organismo saudável dos “bons ucranianos”.
    E estes “maus ucranianos” são piores do que inimigos
    – como os americanos, britânicos ou polacos: eles são traidores. E aos olhos de Putin, isso é muito pior – como ele disse há muito tempo numa conversa com o jornalista Alexei Venediktov [editor-chefe da agora proibida estação de rádio Ekho Moskvy]”…

    A sensação de “humilhação” que os apologistas russos citam frequentemente como a principal razão – e muitas vezes a justificação – do revisionismo de Putin não é de facto o resultado do desejo do Ocidente de depreciar e tirar partido da Rússia, mas sim do fracasso gritante da classe política russa em se livrar dos hábitos imperiais e de uma identidade ultrapassada e modernizar o país.

    (Isto para explicar como funciona a mentalidade Russa)

    E de facto, o Ocidente contribuiu para este fracasso, mas não em termos de “humilhação”. Pelo contrário, tem tolerado benevolentemente a pilhagem voraz do país pela elite russa e tem feito constantemente vista grossa às suas declarações e compromissos neo-imperiais…
    Em vez de o “humilhar”, o Ocidente tentou apaziguar a Rússia, desenvolveu políticas multifacetadas em todas as áreas possíveis para apoiar a sua “democracia nascente”…
    Este desejo levou o “Ocidente” a fechar os olhos não só às manobras de Boris Ieltsin, mas também às do seu sucessor muito mais malévolo.

    Aplaudiram-no de pé no Bundestag em 2000, apesar das terríveis explosões em edifícios de apartamentos em Moscovo e Volgodonsk em 1999, que foram atribuídas com grandes provas ao FSB de Putin.
    Concederam-lhe a Legião de Honra em 2006 em Paris, apesar dos crimes de genocídio comprovados na Chechénia.

    Responderam à sua invasão da Geórgia em 2008 e à ocupação sustentada de 20% do seu território com um novo “reset” e parceria para a modernização.
    Responderam novamente à anexação da Crimeia e à invasão de Donbass com sanções leves e o poderoso Nord Stream 2. Tudo isto só veio reforçar a confiança de Putin e a sua crença de que todos os ocidentais são oportunistas corruptos como ele ou idiotas inofensivos e esperançosos…

    E uma vez que a Rússia nunca teve poder brando suficiente para competir com o Ocidente “vizinho”, tem recorrido cada vez mais à coerção, chantagem e alegações de propaganda.
    Isto deu origem à história da “traição” do Ocidente, ainda que não haja provas escritas de que a Nato que alguma vez tenha prometido não expandir-se para Leste. Na verdade, tal promessa não poderia ter sido cumprida, simplesmente porque teria sido contrária tanto aos estatutos da organização como aos seus princípios essenciais…

    A Rússia de hoje foi em grande parte prefigurada pela coligação vermelho-castanho do início dos anos 90, e Putin é apenas a sua encarnação, a quintessência do espírito nacional (imperial), a sua mentalidade básica e os seus instintos.
    Sem a expansão da NATO, não teríamos hoje uma Rússia “melhor”, mas certamente muitos mais países da Europa de Leste sujeitos a chantagem, intimidação e desmembramento, como a Ucrânia, a Moldávia ou a Geórgia…
    simplesmente porque “segurança” não é a verdadeira preocupação de Moscovo.
    A sua verdadeira preocupação, o seu interesse principal, era antes a máxima insegurança dos seus vizinhos – a sua permanente susceptibilidade a desvios e manipulações russas…

    O principal problema, porém, com todos estes debates e argumentos é que eles são formulados de uma forma fundamentalmente defeituosa. Somos obrigados a discutir toda a gama de questões e a refutar a recolha de argumentos que apenas confundem a simples questão com a qual devemos começar: a Ucrânia – e a Moldávia, a Geórgia, etc. – são Estados soberanos, assim como a União Europeia? – São Estados soberanos, tão soberanos e internacionalmente reconhecidos como a Rússia?
    Em caso afirmativo, têm eles os mesmos direitos ao abrigo do direito internacional e dos acordos interestatais?
    As “preocupações de segurança” são menos importantes e menos razoáveis do que as da Rússia?
    De facto, porque é que as questões de segurança são enquadradas da perspectiva da Rússia e não as nossas?”…

    • Toda esta enfadonha verborreia para acrescentar um imenso “nada” com sabor a anticomunismo ressabiado e seguidismo deslumbrado pelo verdadeiro império (o dos gringos). É apenas mais do mesmo: Propaganda, mais ou menos consciente alimentada pelo efeito “Dunning-Kruger”.
      Aliás, bastava usar os mesmos critérios e linha de raciocínio para chegar à conclusão que o COMPROVAMENTE agressivo e expansionista Império EUA é, direta ou indiretamente, a causa maior de TODOS os conflitos globais. Portanto, trazer à colação pretensos dados históricos para atribuir a outros uma pulsão imperialista é, não só estúpido, como moralmente desonesto.
      Mas, pelos vistos, honestidade é coisa que não lhe assiste, certo?
      A propósito: Alguém me explica quando, como e porquê os EUA se tornaram (conforme ouvi nos mérdia) os maiores produtores de petróleo (e gás?) do mundo?
      Alguma pista?
      Iraque, Síria, Líbia,etc, etc…anyone?

      • Alguns pontos de referência e datas:
        – ano 60 Pico das descobertas de petróleo convencionais
        -1980: é consumido mais petróleo convencional do que o descoberto
        -Desde 2010, em média menos de 10% do petróleo convencional é descoberto, embora a tecnologia tenha evoluído

        Penso que a AIE está a usar o CO2 como uma desculpa para simplesmente dizer que a exploração petrolífera está viva e a dar pontapés.

        Produção de petróleo em 2019 em milhões de barris por dia
        -Convencional=71,1
        – óleo de xisto LTO=8.2
        -Extra pesado=3
        -Gás líquido=11.6
        -agrofuel=3.1
        -óleo sintético à base de gás de carvão=0,9
        -refino ganho=2,7

        Com 8 mil milhões de pessoas em breve não há problema para a produção de factores de produção, mesmo com alimentos de baixa qualidade, tem de ser feito.

        A última vez que ouvi falar da AIA, temos 6 a 10 anos para nos prepararmos para o fim do petróleo e do gás.

        O pico do petróleo convencional ocorreu entre 2006 e 2007, mas o verdadeiro acontecimento é o pico do petróleo não convencional que o substituiu, que teve lugar em 2016. Isto significa que a produção mundial de petróleo está em queda. Nada de novo, excepto o Covid19, que entrou e saiu e é a ferramenta do declínio programado do petróleo, não necessariamente energia.

        Um mundo sem petróleo é impossível a curto e médio prazo.

        Não há qualquer menção a este maldito “pico do petróleo” que “parece” ter tido lugar por volta de 2006 no maior silêncio, um silêncio que ainda dura com informações contraditórias e não numerosas.

        Este é o grande segredo! Conhecido, é possível que seja o pânico!

        Alguns esclarecimentos: existem dois tipos de petróleo, o petróleo convencional( A Russia é o maior produtor do mundo e é a que tem mais reservas do mundo,mas também atingiu o pico em 2016) e o petróleo não convencional (areias petrolíferas e óleo de xisto). O primeiro tipo teve o seu pico de produção em 2006, há sempre uma inércia de cerca de 2 anos entre o pico real e o pico percebido (daí o ano frequentemente anunciado de 2008) devido aos stocks e ao planalto de produção muito ligeiramente negativo.

        Com base em todos os dados de produção global, o pico para todos os “nossos” petróleos foi em Novembro de 2018. A sensação e os impactos resultantes teriam acontecido em 2020 .

        O pico de produção não significa o fim imediato do petróleo, mas simplesmente que menos petróleo estará disponível a cada ano. Outra precisão, que é geológica, não conseguiremos extrair a totalidade de um poço, a taxa de energia de retorno impedi-lo-á, 20% do petróleo permanecerá no solo. O pico = 50%, pelo que temos cerca de 30% do petróleo disponível no início. Podemos estimar que teremos petróleo até 2030, mas precisaremos de consumir cada vez menos a cada ano. Um país tem poços “jovens” que podem produzir durante cerca de 40 anos, o Iraque! O Líbano tem também uma reserva que ainda não foi explorada, mas que corresponde apenas a alguns anos de consumo Portugués (12 anos).

        Como o consumo de petróleo está correlacionado com o PIB mundial, podemos assumir que 2018 continuará a ser o ano em que a criação de riqueza mundial (PIB) terá sido a mais elevada e nunca será ultrapassada… É o início de um súbito declínio.

        O sistema estava a entrar em colapso, crises, guerras, revoluções… seguir-se-ão umas às outras, estamos a entrar numa nova era..

        Fonte:Oil Peak Barril

  6. Ponto prévio: não se trata de “matar” o mensageiro mas, quando alguém escreve um longo artigo, cheio de alegações, invariavelmente condenando a Ucrânia e o seu “comediante”, desculpando e justificando a acção russa, gosto de ir ver quais as qualificações que o autor do artigo exibe, para nos inocular com a sua verdade e rotular aqueles que não a aceitam de “superficiais”. Fui ver e diz isto: “Armando Rosa, 57 anos, engenheiro de profissão, foi militar, professor e funcionário público até meter mãos à obra com uma empresa de telecomunicações – a Ribatel.”. Bem, engenheiro também eu sou, desde 1972, tenho mais 15 anos do que o Armando, bastante mais preenchidos do que seriam se me tivesse dedicado às telecomunicações. E, no seu CV nada consta que nos leve a crer que seja um perito em geoestratégia e diplomacia, daqueles que o são por terem tido as mãos na massa ( como é o Major-General Carlos Branco, de quem discordo, mas que já esteve num teatro de guerra e, decerto, tem o curso do IAEM ). Portanto, tem tanta autoridade para perorar sobre o assunto como eu: leu alguma imprensa, alguns livros, viu televisão. Leu e ouviu aquilo que consolava as suas convicções, nada mais ( ver abaixo ).
    E, um gajo que escreve “Os “superficiais” rebatem qualquer tentativa de explicação das causas da guerra com a simplicidade de um ignorante ou a convicção de um crente: “Há um invasor e um invadido”, deixando ver claramente , na sua “douta” opinião, que “não há um invasor e um invadido”, e quem pensa o contrario é estúpido mas, por delicadeza, apenas nos chama superficiais, francamente, Estátua de Sal, não merece mais do que a minha desconsideração. Tal como eu, não sendo um terraplanista, afirmo categoricamente que a Terra é um a quase- esfera, também afirmo sem dúvidas: há um invasor, a Rússia, e um invadido, a Ucrânia”. Só a partir de esta afirmação preliminar se pode ter autoridade para dissertar sobre os antecedentes históricos e geo-estratégicos e o o Engenheiro Amando não faz essa afirmação prévia. Não vou rebater o artigo, pois honestamente não tenho bases concretas para desmentir, ponto a ponto, as alegações do “profundo” Armando mas ele, à parte juntar algumas referências escolhidas a dedo, também não me convence da sua autoridade sobre o assunto. Também eu, se tivesse pachorra e lata para tal, poderia escrever um artigo, provando a total razão da Ucrânia e o filhaputismo do Putin ( a quem como ex-oficial de KGB, chamaria “o PIDE Putin”, pois é isso que eram e são os oficiais do KGB ). E, não se perde nada em pesquisar quais a convicções politicas do Engenheiro Armando. Assim, fácilmente se descobre que num artigo publicado no MaisRibatejo, a 13.09.2021, e intitulado Votar útil e levantar Santarém!, após condenar, e muito bem, o voto no PSD e tecer críticas ao PS, escreveu: “Por isso, e com total liberdade de quem não é, nem nunca foi filiado em qualquer partido, irei votar na lista do PS para a Câmara, convicto de que será o voto útil que pode derrotar o atual status, apelando a todos os que gostam de Santarém que façam o mesmo.”. Tudo bem, nada de mal, mas não devia ter vergonha de dizer que o a coligação do seu coração seria a CDU mas, vendo que seria um voto desperdiçado, advoga o voto útil ( e este sim, é verdadeiramente útil ) no PS. E, portanto, a sua posição sobre a “operação militar especial” da Rússia na Ucrânia é ditada pelo Comité Central deste PZP que temos.
    Ámen.

    • Não concordo consigo quando afirma que uma pessoa que não demonstre qualquer tipo de habilitações se deve abster de comentar ou que não tem autoridade para perorar sobre qualquer assunto. A autoridade ou capacidade de dissertar sobre qualquer assunto não vem diretamente do canudo ou diploma que está pendurado na parede.

      Se assim fosse, a esta hora ainda estaríamos a ouvir o Sr. Dr. Relvas a dissertar sobre economia nas nossas televisões.

      Acrescento ainda o seguinte: afirma que por se ver televisão, ler uns livros e alguma imprensa, de maneira a consolar as suas convicções (tal como o senhor admite) não lhe garante qualquer tipo de autoridade. Mas então questiono o seguinte: o que é que acha que “peritos” como Rogeiro ou Milhazes ou até o Major-General Carlos Branco fazem ?

      Não lêem livros, vêem imprensa, vão em busca de dados, factos, relatórios, investigações e plasmam isso nas suas análises? Note que isto não é, de todo, uma apreciação do que analisam! Mas para se analisar seja o que for é preciso ter algo para analisar! E analisa-se mediante a informação disponível!

      (E dizer-se que só nós é que consolamos as nossas convicções também me parece um grande erro. Nenhum dos senhores supramencionados é uma virgem branca sem convicções políticas que se lhes assentem na testa)

      A partir daí, debate-se. Confirmam-se as fontes, os números, as alegações, etc… Não é a falta de diploma ou credenciais que impedem uma pessoa de ser culta, educada e de analisar as coisas por si, porque isso é o que os próprios peritos fazem!

      Um homem como Noam Chomsky, que deve ter sido a maior autoridade em inúmeras questões de política internacional durante toda a sua carreira, fazia exatamente isto: e não tinha credenciais de jornalista, cientista político, perito em relações internacionais, historiador e por aí fora… Era um linguista e filósofo com interesse em conhecer as coisas e, assumidamente, anarquista.

      Nesse sentido, fez aquilo que sempre fez na sua área científica: questionava-se acerca de questões, formulava hipóteses e ia em busca de dados que comprovassem essas mesmas hipóteses. Como o próprio admite: ” o mais importante não é a quantidade de informação que se tem, mas as questões que se querem ver respondidas” – isto a propósito de uma pergunta numa conferência em relação aos jornais que ele lia e onde ia buscar a sua informação para abordar as questões como ele fazia na sua forma particular.

      Assim sendo, mesmo não querendo “matar” o mensageiro, creio que coloca em causa qualquer análise feita seja por quem for (comentadores ou analistas) nesta Terra e, assim, enveredamos pela mesma noção de que há uns que são feitos para governar e outros para serem obedientes e receberem apenas aquilo que merecem dos seus Senhores!

      Por outro lado, ao defender isto só está a empossar Thierry Meyssan, um homem com as mais distintas credenciais e que se baseia exclusivamente em factos e dados históricos nas suas crónicas e análises políticas.

      Não digo que pessoas como o Major-General não estejam mais aptas e tenham outro tipo de ferramentas à disposição, como consequência da sua formação geral e intelectual, que lhe permitem abordar as questões com outro tipo de rigor e qualidade analíticos.

      Mas qualquer pessoa com a quarta classe consegue ver que 2+2=4.

      E, se for caso disso, pode ir em busca de qualquer livro que comprove isso mesmo ao longo da história toda em que os humanos viveram e em que se demonstre que isso será assim para toda a eternidade enquanto os humanos não tiverem um cérebro que lhes permita analisar as coisas de maneira diferente.

      Portanto, se alguém me apresentar um mapa que demonstra, inequivocamente, que houve bombardeamentos nos dias que antecederam a “invasão” russa (aqui assumo as minhas tendências e facciosismos sem problema, não considero de todo uma invasão), que esse problema já vinha de 2014 e que as populações mortas eram russos étnicos no leste da Ucrânia que foram discriminados por uma lei do Parlamento de Kiev de 2021, eu diria que os russos estiveram mais que justificados em ir em resgate dessas populações, obedecendo ainda por cima à Carta das Nações Unidas e ao seu artigo 51!

      Qualquer um reconhece estas coisas quando lhe são apresentadas e pode ir espalhar isto pelos quatro ventos, até a fazer o pino se quiser, que não lhe retira qualquer legitimidade a ele nem à informação que difunde, porque esta é factual e verídica!

      Por outro lado, a desculpa das tendências, para mim (admito que não concordem comigo), não tem razão de ser. Todos somos tendenciosos. Até o Napoleão, que uniu todos os espectros políticos da França Pós-Revolução, tinha as suas tendências e vimos todos no que isso deu.

      E o facto é que a senhora LePen também tem as mesmas ideias e fartava-se de dizer isso em campanha: que queria unir as esquerdas e as direitas. Este fenómeno é conhecido como Bonapartismo, fica a saber.

      O senhor tem todo o direito de ter as suas convicções políticas, assim como qualquer outro.

      Contudo, nem sequer vamos fingir que as pessoas mais “elevadas” e responsáveis são mais isentas nas suas análises políticas, seja de que forma for, porque não o são.

      Quanto ao “PZP”: que Partido Comunista é que queria ? Não compreendo esta de dizer que o Partido Comunista (agora) é uma mancha do que foi, porque eles sempre foram assim.

      E qual é o problema em ser-se assim: comunista, sério, rigoroso e preocupado sempre com os mais desfavorecidos ?

      Juro que não compreendo. Nos tempos da União Soviética eram todos uns facínoras e justificavam-se perseguições nos anos 50 nos EUA, durante a ditadura de Salazar e campanhas de difamação por esse mundo fora que ainda perduram na atualidade – então nos EUA eles são mesmo Anti-Comunistas como nunca os houve!

      Depois da URSS, são uma cambada de irresponsáveis na mesma: então em que é que ficamos ?

      Isso a mim parece-me mais um anti-comunismo que não se quer assumir como tal enquanto afirma melancolicamente que já lá vão os tempos áureos dos comunistas sem sequer saber o que se diz!

      Se o senhor é de direita, bravo.

      Não tenho problema absolutamente nenhum, mas não vamos dizer que os tempos bons do comunismo já lá vão, porque isso até é uma contradição incrível com a quantidade de invetivas e de vitupérios que se dirigem em campanhas de aviltamento contra a URSS e os seus “satélites”.

      Assim sendo, quando é que o PCP teve os seus tempos de glória em contraste com o “PZP que temos” ?

      • Aliás, os Comunistas nem podem ser doutra maneira, porque lêem todos Marx e teoria económica comunista que não lhes oferece margem de manobra no seu pensamento. De tal forma que o que defendiam há 100 anos atrás é o que defendem agora!

        Agora diga-me: o PS e o PSD também já não tiveram os seus “tempos de glória” ? Que raio de PS (estes menos apesar de tudo, ainda têm o seu Keynes) e PSD é que temos agora ?

        Que teoria é que eles lêem que lhes permita ter uma base ideológica que oriente as suas propostas governativas ?

        A da faculdade de direito e de economia em que aprendem a defender os interesses dos empresários que lhes enchem os bolsos acima de tudo ?

        Ou são as equivalências ?

        Que livros é que o PSD lê? (Se é que lêem livros)

        Os do Cavaco ?

      • Note-se que este último comentário serviu apenas para demonstrar que não é possível afirmar que este ou aquele Partido teve os seus tempos de glória ou que agora são piores ou melhores do que antes.

        Isto é um saudosismo artificial que não tem consequências práticas.

        Os Comunistas sempre foram comunistas, o PS é o PS, e o PSD é o PSD.

        Por outro lado, não pretendo afirmar que este ou aquele Partido é melhor ou pior. De forma alguma.

        Qualquer partido é legítimo, mas todos têm as suas orientações ideológicas específicas que determinam a sua ação governativa e parlamentar numa direção que lhes é aprazível.

        Estar a dizer que o PCP não se compara, no meio desta crise, ao PCP que existiu algures em tempos anteriores é um absurdo, porque eles sempre foram assim e não assumiram posições radicais ou extremistas de repente (note-se que eu nem considero as suas posições nesta situação particular como extremistas, nem necessariamente noutros casos), ou modificaram o seu pensamento nesta crise em particular.

        Reagem agora a esta crise da maneira que teriam reagido noutra época histórica qualquer. Pelo facto de não terem tido situações semelhantes no passado para que os puséssemos à prova e pudesse haver um termo de comparação não é razão para se dizer que dantes é que eram bons e agora são uma súcia de celerados que não seguem o nosso pensamento democrático!

        Da mesma forma, não me passa pela cabeça dizer que o PS só foi bom no tempo do Mário Soares! Sabemos lá o que é que Mário Soares teria dito desta crise!

        2008 já foi há muito tempo e ele não estava em funções na altura, dizia o que lhe apetecia e já está! Não ia fazer mais campanhas!

        Creio que António Costa deve estar convencido de que o melhor, agora, é não fazer grandes ondas. Que não as faça. Respeito a sua posição. Mas não altero a minha por causa do que ele decide ou não por ter vontade de ir para Bruxelas.

        Boa sorte para ele! Desejo-lhe o melhor. Em que é que isto me impede de reconhecer a veracidade dos factos e a complexidade da situação atual ? Ele que faça o que lhe aprouver. Discordo com as suas posições? Discordo.

        Mas o PS não é aguerrido como o PCP, não são revolucionários! A maior revolução por que passam é na Assembleia a aturar impropérios de crianças adultas!

        E se o homem está convencido de que vai resolver situações em Bruxelas, deixemo-lo andar. Respeito a sua posição. Mas não vou criticar o PCP por assumir, publicamente, as suas convicções democráticas, e que se encontram baseadas em dados verídicos e factuais, só porque não gostava deles antes ou porque assumem uma posição diferente da maioria que por aí anda. Ora essa! Isso é ser-se anti democrático.

        Agora, os partidos são o que são.

        Da mesma forma que o Partido Socialista não é socialista de ideologia (não é. Socialismo é a primeira fase da revolução comunista para se instaurar e transitar para o comunismo. Antes de se poder atingir a dissolução das classes sociais, é preciso garantir que haja um Estado Central que se aproprie da propriedade privada – a não ser confundido com propriedade pessoal. Isto é PS ? Isto foi uma explicação extremamente simplificada, atenção…) o PSD não é social democrata de forma alguma. Alguma vez o foram ? Não! Aliás, na sua formação eram o Partido Popular Democrata!!

        Interessa para alguma coisa dizer que, antes da crise de 2011 e de Passos Coelho, é que eram bons ? (O que não quer dizer que, antes de Passos Coelho, não pudessem ter tido uma ou outra pessoa mais esclarecida e competente… Mas a sua ideologia não os permite desviar de certas barreiras e caminhos…)

        De forma alguma! Sempre foram assim e já está!

        Retira-lhes legitimidade democrática na apresentação das suas ideias e na formação dos seus partidos ? Também não.

        O PS lá tem as suas ideias de manter uma planificação de economia equilibrada onde se mantém o privado a funcionar juntamente com os serviços públicos. O PSD, certamente, lá terá as suas ideias também.

        Não é argumento nenhum dizer que antes é que eram bons e agora, porque não gostamos do que dizem, são maus e já está. Ora essa! Então eu digo que o PSD sempre foi mau, pronto!

        Por outra, nem todos os políticos destes partidos aprendem a defender o interesse das empresas para embolsar dinheiro, foi apenas uma forma de me exprimir mais… “Pitoresca”.

        Enfim, isto já ficou demasiado longo…

        • A questão da crise de 2011 e de Passos Coelho é ilustrativa de que o importante é discutir que antes daquela confusão é que eram bons, mas as suas ideias e ações naquele contexto político concreto.

          Foram justificados naquele momento ? É tudo o que interessa.

          A ação naquele momento
          não é comparável com as ações do partido no passado. Porque a ideologia do partido conduziu àquela situação. Portanto, a ideologia é sempre ubíqua.

          Mas as ações têm de ser baseadas nalguma coisa concreta, não é só ideologia.

          Da mesma forma: o PCP tem razão para reagir como reage ? Como se encontram baseados em factos e situações documentadas que comprovam a sua posição: sim.

          Logo, o que é que interessa o que quer que tenham feito antes desta crise e que agora reajam desta forma ?

          Não os torna menos comunistas, da mesma forma que Passos Coelho não foi menos “Social-Democrata” porque procedeu da forma que procedeu.

          Repito: o que interessa é determinar se as ações e posições são justificadas. O resto é secundário.

          Do PSD deixo o alvitre ao alvedrio individual, do PCP acho que estão mais que justificados.

      • Para começar, o que é que não percebeu em: “Fui ver e diz isto: “Armando Rosa, 57 anos, engenheiro de profissão, foi militar, professor e funcionário público até meter mãos à obra com uma empresa de telecomunicações – a Ribatel.”. Bem, engenheiro também eu sou, desde 1972, tenho mais 15 anos do que o Armando, bastante mais preenchidos do que seriam se me tivesse dedicado às telecomunicações. E, no seu CV nada consta que nos leve a crer que seja um perito em geoestratégia e diplomacia, daqueles que o são por terem tido as mãos na massa ( como é o Major-General Carlos Branco, de quem discordo, mas que já esteve num teatro de guerra e, decerto, tem o curso do IAEM ). Portanto, tem tanta autoridade para perorar sobre o assunto como eu: leu alguma imprensa, alguns livros, viu televisão. Leu e ouviu aquilo que consolava as suas convicções, nada mais ( ver abaixo ).” ?
        Onde é que eu digo que o Engenheiro Armando, que até terá um canudo mas, mesmo que o não tivesse, não podia comentar ?
        Pode, e o facto é que comenta.
        O que não pode é dizer que quem vê um País invasor e um País invadido é um “superficial”. E, se nós somos superficiais, em que é que o Engenheiro Armando é profundo ? Suspeito que sei onde é, mas não digo, pois não sou homofóbico.
        Agora, comparar o Engenheiro Armando com o Major-General Carlos Branco, com o Milhazes ou com o Noam Chomsky é, como dizia um colega meu, comparar merda com banha de cheiro. Por muito que se deteste o José Milhazes, ele viveu na URSS e, depois, na Rússia desde 1977 a 2015 ( 38 anos ! ), constituiu lá família, partiu para a União Soviética a fim de cursar História da Rússia e assistir à “construção do comunismo” ( foi comunista ), traduziu obras literárias de escritores e políticos Russos ( Brejnev, Andropov, Chernenko, Gorbatchov), e é doutorado em História. Portanto tem uma base para analisar os assuntos que o Engenheiro Armando não evidencia ( se tem, mantém em segredo………).
        E o Senhor diz: “E qual é o problema em ser-se assim: comunista, sério, rigoroso e preocupado sempre com os mais desfavorecidos ?”. Sérios ? Rigorosos ? Era sério e rigoroso o hábito de reescrever a História, eliminando das fotos os ex-Camaradas caídos em desgraça ?
        A terminar, obrigado pelo bravo, mas não sou, nunca fui nem serei de direita. Ou talvez seja na lógica exclusiva dos PZP’s.
        Muito francamente, toda a simpatia que tive pelo PCP, esfumou-se perante a atitude deste PZP.
        E isso vai ver-se na Festa do Avante que ou me engano muito, ou vai ficar ás moscas.

        • Tem razão. Não diz que não tem direito a comentar.

          Mas a minha tese é em relação a perorar sobre assuntos sem ter qualificações ou credenciais para tal. Foi sobre isso que perorei.

          Quanto à comparação de pessoas: o senhor pode achar que comparar Chomsky, Major-General Carlos Branco e o senhor Engenheiro Armando não é a mesma coisa, e eu, até certo ponto, concordo.

          Mas concordo pelo que já foi enunciado: o Major General pode ter capacidades e ferramentas, pela sua formação geral e intelectual, que lhe permitam uma análise mais rigorosa do que uma pessoa que não as tenha.

          Todavia, o facto mantém-se: o importante é a informação que se difunde, não simplesmente a forma.

          Quanto à questão de Milhazes, não significa necessariamente nada: há muitos intelectuais que, de maneira a lucrarem de uma forma ou doutra, traíam e traíram os princípios que outrora defenderam para seu benefício próprio.

          Noam Chomsky aborda essa questão: os intelectuais, ao longo da história, aliam-se aos poderes instituídos e, aqueles que se opõem e se colocam do lado certo da história, acabam por ser ostracizados ou executados: foi o caso de Sócrates, que morreu envenenado por cicuta, ou de Rosa Luxembourg e Bertrand Russell, que foram presos por se manifestarem contra a Primeira Guerra Mundial.

          Um exemplo concreto da atualidade é o de Steven Pinker ou de Sam Harris, ambos intelectuais que se aliaram aos poderes instalados (os capitalistas), e, num destes casos, falamos de um dissimulado racista, mas que o é claramente.

          Quanto ao PCP, já disse o suficiente…

        • Pela minha parte, nunca o considerei um superficial.

          Mas posso exprimir a minha opinião favorável ao artigo, mesmo que não o encare a si dessa forma.

          Não concordo, por outro lado, que, de modo a discorrer sobre a guerra, seja necessário enunciar que há um “invasor” e um “invadido”.

          • Desculpe a grosseria, mas não explicitar que há um invasor e um invadido seria o mesmo que, num argumento de um filme para adultos, esconder que há um que fode e um(a) que é fodida(o). Qual é o problema de enunciar aquilo que é óbvio? Hannibal Lecter, no filme O Silencio dos Inocentes, citando Marco Aurélio: “Hannibal Lecter: Primeiro os princípios, Clarice. Simplicidade. Leia Marco Aurélio. De cada coisa particular pergunte: o que é em si? Qual é a sua natureza? O que ele faz, esse homem que você procura?” Aplique isto à invasão da Ucrânia pela Rússia e vai ver que passa a dormir melhor, Senhor Cidadão.

            • Meu deus, homem…

              Não vê que eu lhe posso dizer exatamente a mesma coisa com essa citação de Marco Aurélio ?

              Então, uma pessoa está farta de lhe dizer que esta guerra é corolário de acontecimentos muito mais complexos e arrastados ao longo de anos, e que resultaram numa intervenção legítima por parte de um país terceiro, porque populações andavam a ser chacinadas, e o senhor vem insistir nessa de que a Rússia invadiu a Ucrânia ?

              “O que é em si este conflito ?” Uma guerra civil, afilada por americanos e desencadeada por nazis contra populações étnicas, resultando na intervenção militar da Rússia em defesa dessas populações!

              “Qual é a sua natureza ?” Defesa de populações vítimas de limpezas étnicas!

              “O que ele faz, esse homem que você procura?”:

              1 – Putin vai em auxílio de populações indefesas.

              2- Zelesnky ostracizava, descriminava, torturava e matava o seu próprio povo!!

              A sua posição seria o mesmo que dizer que eu fui ao médico porque tive um enfarte, o profissional virar-se para mim e perguntar “Quais as causas disto ? O senhor faz exercício ? Tem uma alimentação adequada ?” e eu responder-lhe “Eu tive um enfarte porque tive um enfarte porque o coração funcionou mal e porque a doença invadiu-me!”

            • E antes que venha dizer:

              “AH MAS TEM QUE DIZER QUE É UM ENFARTE E, PORTANTO, TEM DE SER UMA INVASÃO”

              EU DIGO QUE É UMA GUERRA, MAS NÃO É UMA INVASÃO! DUAS COISAS BEM DIFERENTES.

              O enfarte teve umas causas. A GUERRA também as tem.

              Agora, não se pode invadir um país que já tinha sido invadido por dentro e que já estava em guerra civil há anos… Como é que se pode falar em invasão se a intervenção foi feita num contexto de DEFESA de populações ?

              ARTIGO 51 DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS. Não é uma invasão porque foram reconhecidas as repúblicas como estados independentes, logo houve uma intervenção no sentido de ir proteger esses estados independentes.

              MAS SE FOSSE UMA INVASÃO, não se poderia enquadrar esta intervenção da Rússia no contexto do ARTIGO 51, o que se pode, porque, mais uma vez, as Repúblicas foram reconhecidas como ESTADOS SOBERANOS e os RUSSOS FORAM EM DEFESA.

              ANTES QUE VENHA DIZER QUE NÃO SÃO SOBERANOS: então e Kosovo ? Não é soberano ? E foi reconhecido como soberano sob exatamente os mesmos pretextos: havia um “genocídio” e eles ganharam a independência…
              E este genocídio foi provado como sendo inventado pelo FBI…

              Agora havia mesmo um genocídio documentado pela própria ONU e foi reconhecida a independência das Repúblicas!!

              Capisce ?

              • “AHA! MAS A GUERRA TEM DE TER UM INVASOR!”

                Homem, foi a Ucrânia que invadiu as Repúblicas do Donbass…
                Estas, por sua vez, pediram ajuda e a Rússia ajudou.

                Seria o mesmo que dizer que os Aliados invadiram a França na Segunda Guerra Mundial… O que não passa pela cabeça de ninguém, porque os Alemães é que eram os invasores que ocupavam a terra…

                “Ah mas o Russos entraram em território Ucraniano e chegaram a Kiev!!”

                E ? Os Americanos não entraram pela Alemanha dentro na Segunda Guerra e não chegaram a Berlim ? Ou os Russos já agora ? Vai dizer que invadiram os alemães na época ?

                • Mais outro para deixar a coisa bem clara: Os Russos pisaram solo, porque lhes foi expressamente pedido, das Repúblicas INDEPENDENTES E SOBERANAS do Donbass, e, uma vez lá dentro, por acaso repararam que caíam bombas do céu vindas da Ucrânia e começaram a disparar bombas na direção dos indivíduos abjectos que disparavam contra o seu próprio povo e que tinham sido reconhecidos como ESTADOS INDEPENDENTES, de maneira que só houve DEFESA daquelas populações!!

                  Seria o mesmo que dizer:

                  Espanha começa a bombardear-nos de um dia para o outro.

                  Nós viramo-nos para a ONU e dizemos que não se passa nada! Eles não estão a invadir-nos!! Estão só a bombardear-nos!! Nós não precisamos de ajuda e qualquer intervenção contra Espanha é ilegítima!

                  E, se Inglaterra viesse em nosso auxílio, depois a imprensa mundial vinha dizer que Espanha estava a ser invadida pelos Britânicos! Já viu o ridículo deste raciocínio ?

                  • O exemplo não está correcto. Imagine que os distritos de Évora e Castelo Branco declaravam unilateralmente a independência, e se colocavam sob o protectorado da Coroa Espanhola. O Governo mandava para lá a GNR, havia umas escaramuças e……pumba !, Espanha entrava de armas e bagagens em Évora, Estremoz, Castelo Branco, etc. matando e aprisionando os GNR’s. Quer continuar esta história, de acordo com a sua (i)lógica ? Outra coisa, esteja bem longe de um espelho quedo pronunciar a palavra abjectos…..

                  • MAN

                    OS DONBASSENSES ESTAVAM A SER MORTOS PELOS UCRAS.

                    OS RUSSOS CHEGARAM E SALVARAM A MALTA.

                    NESSA HISTÓRIA, NÓS JÁ ESTARÍAMOS A MATAR O PESSOAL DE CASTELO BRANCO E OS ESPANHÓIS VINHAM ERA DAR-NOS UMAS LAMBADAS NAS TROMBAS.

                    Será que já dá para decifrar ?

                    Juro que não sei se isto é mesmo trollada

        • Deixe-me acrescentar o seguinte.

          Se me manifestei favoravelmente em relação ao artigo foi principalmente devido à referência número 6 do mesmo: um documentário francês sobre a situação no Donbass que foi gravado há muitos anos atrás.

          Ora, seguindo a sua lógica, os “invadidos” foram os povos destas regiões que sofriam os bombardeamentos e os conflitos desencadeados pelas tropas de Kiev.

    • Quanto às referências escolhidas a dedo: acha que Rogeiro, Milhazes, TVI, SIC, CNN Portugal e todos dessa trupe também não escolhem as referências a dedo.

      Escolhem, sim! E o facto é que o que apresentam é de tal forma igual que o senhor, num zapping lesto por estes canais, vê que as notícias são exatamente as mesmas: mesmas imagens, mesmos vídeos, mesmo títulos, até os mesmas reportagens! Isso não é escolhido a dedo ?

      O que interessa é a veracidade das coisas que se apresentam! E estes indivíduos e cadeias televisivas não escolhem as coisas de tal forma a dedo que nem sequer apresentam relatórios que atestam as alegações russas de genocídio? Não escondem factos históricos? Não escondem a ingerência da NATO e Americanos na Ucrânia há anos, assim como o fornecimento de armamento para uma guerra civil que tinha a balança desequilibrada ?

      Se isto não é escolher as coisas a dedo, nem sei o que é!

  7. Comparar o Milhazes com o major-general Carlos Branco (ou o Noam Chomsky) é comparar a Feira de Borba com o olho do cu, pardon my French, sendo o Milhazes o buraco das ventosidades. Antes do 25 de Abril, a padralhada era um dos pilares do regime — o Milhazes foi para seminarista. Com o 25 de Abril, muitos pensaram que o regime do futuro era o comunismo — o Milhazes tornou-se comunista. Foi para a “pátria do comunismo” como jovem promessa do prometido futuro, patrocinado pelo partido do dito. Regressaria certamente com o “selo de qualidade” atribuído pela pátria dos amanhãs que cantam, ansioso por abrir as portas e ocupar os cargos a que o carimbo de “fábrica” lhe daria direito. O futuro prometido deu em flop e o Milhazes auto-reciclou-se de novo, passando a renegar e denunciar, com o fervor dos convertidos, o que antes amara… com o fervor dos convertidos. O comunismo acabou na Rússia? Eh pá, é um pormenor, nada que importe aos borregos, ninguém dá por isso! Continua a ser a matriz dos hereges, a pátria da heresia! O que o Milhazes faz hoje é tentar redimir-se do pecado, limpar e desinfectar o passado, para que nada lhe seja apontado. Coitado, nunca passará de recauchutado.

    Afirmar que os anos passados no “país dos sovietes” (no linguajar da criatura) lhe dão autoridade acrescida para arrotar postas de pescada sobre a Rússia equivale a considerar o Tony Carreira ou a Linda de Suza especialistas em história da França, ou o Emplastro de Vila Nova de Gaia perito autorizado em política autárquica da Invicta e arredores.

    Ainda assim, confesso que não perco uma sessão daquele delicioso espaço humorístico do Jornal da Noite da SIC ocupado pela parelha Milhazes/Rogeiro a falar da Ucrânia. O empenho com que aqueles dois iluminados tentam, diariamente, permanentemente, comer-me as papas na cabeça consegue, sem esforço, sacar-me, em média, talvez umas quatro ou cinco gargalhadas por sessão. Falo a sério, sem figas nem pernas trocadas. O Rogeiro lacrimejando, comovidíssimo, com a “face humana” dos azoves, enquanto ejacula mísseis, tanques, drones e canhões. O Milhazes cagando condenações sobre os “herdeiros” dos antigos patrões. Mas que casal de canastrões!

  8. Mais um sherlocomesondequiseres para a mesa do canto. Este agora pensa que eu sou o outro e que já me descobriu a careca. Ai que horror, que já fui desmascarado! E depois os das teorias da constipação são sempre os outros.

  9. Tanta palavra para quê.
    O Zelenski acabou de reconhecer que existe uma guerra ativa, que se saiba desde 2014, da NATO / UE contra a Rússia cujo conflito se desenrola no território conhecido como Ucrânia.

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