Desprezo pelos portugueses

(José Goulão, in AbrilAbril, 02/06/2022)

Há gestos que arruinam definitivamente um político, uma política e uma governação. A excursão do primeiro-ministro da República Portuguesa, António Costa, à Ucrânia Ocidental para depositar 250 milhões de euros dos portugueses na conta de um Estado falido, o mais corrupto da Europa e à mercê de um aparelho nazi traduz um gesto do maior desprezo possível pelos portugueses e pela democracia portuguesa. A partir de agora o actual chefe do governo está pronto para ocupar o lugar que ambiciona na estrutura autoritária e antidemocrática da União Europeia, quiçá da NATO. E que seja depressa: o povo português não pode continuar a ser usado como carne para canhão numa guerra com a qual nada tem a ver e que, pelo caminho que as coisas levam, pode dizimar a Europa – para gáudio dos Estados Unidos da América.

Esqueçam o que António Costa diz, faz ou promete. É apenas show-off, política reles, um conjunto de manobras inseridas na realidade paralela em que mergulhou toda a chamada «classe política» e da qual a grande vítima é a população portuguesa: manipulada, envenenada, enganada e, o que é muito mais grave, impedida de raciocinar por conta própria.

O gesto de benemerência do primeiro-ministro para com uma estrutura de poder inegavelmente nazi – as provas avolumam-se – a que devem somar-se 50 milhões de euros doados a um regime polaco que Bruxelas já ameaçou de penalizações por ser «iliberal», é, olhando as coisas por outro prisma, um saudável safanão na hipocrisia, no faz-de-conta regimental. Não esqueçamos que o regime da Polónia fez coro com os governos que declararam os portugueses «mandriões» e, por isso, muito bem condenados à ditadura da troika. Aí está a recompensa.

Que veja quem souber ver, quem quiser ver, ou quem tenha acordado a tempo, mesmo os que ainda não deixaram de sofrer de azia por causa do «voto útil»: o Estado português, através do seu governo, colocou a guerra, a solidariedade para com estruturas antidemocráticas, corruptas e manchadas de sangue devido a oito anos de envolvimento em actividades terroristas à frente dos interesses dos portugueses.

Obedeceu com submissão absoluta às ordens da burocracia não-eleita da União Europeia e logo numa ocasião em que a comunidade dos 27 está completamente à deriva, sem saber como recuar nos perversos caminhos contra a Rússia que lhe foram traçados em Washington. A partir de agora, como pode o actual chefe do governo pretender dar lições de democracia e de respeito pelos direitos humanos quando faltou ao respeito aos portugueses para subsidiar um Estado nazi?

A hipocrisia e a desonestidade governamental tornaram-se transparentes a partir do momento em que um primeiro-ministro, responsável por fazer cair um governo por teimosias e minhoquices orçamentais em torno de verbas inócuas para a saúde da nação, agarrou em 250 milhões de euros que tanta falta fazem aos cidadãos para os lançar num poço sem fundo que engorda contas em paraísos fiscais e luxuosas mordomias em capitais ocidentais de uma clique de criminosos vivendo à custa da guerra e da miséria, pondo em causa a sobrevivência do seu povo e do seu país.

Mais ou menos na altura em que Costa beijava e untava generosamente a mão ao reconhecidamente corrupto Zelensky, enquanto este impõe a imolação dos seus soldados e do seu povo «até ao último dos ucranianos» – como se exige em Washington –, a maioria parlamentar do seu partido proibia um aumento salarial decente para os trabalhadores portugueses da Função Pública. As mesmas restrições são extensivas aos salários em geral, pensões, reformas, os sectores estratégicos da saúde e da educação.

Como exemplo de opção política não poderemos encontrar nada mais esclarecedor. Não, não foi Putin quem mandou escrever isto. Até os cérebros mais infectados pela epidemia de pensamento único ainda conseguem fazer esta associação elementar, para frustração de pivôs e comentadores. Há realmente casos em que a mentira tem perna curta, como tão bem se diz no Brasil.

Os portugueses sempre foram vítimas dos caprichos provincianos dos seus sucessivos governos ao pretenderem exibir-se como «bons alunos», mas o executivo de António Costa esmerou-se na subserviência. Cabulou nas últimas lições e não percebeu que os colegas já estão mais adiantados na matéria – mesmo sem saberem muito bem o que fazer com ela, em modo de cada um por si. Tal como aconteceu, aliás, com o combate à Covid.

Para memória futura

Parece útil e pedagógico registar, para memória presente e futura, em que mãos o primeiro-ministro português depositou, a fundo perdido, a maquia de 300 milhões de euros – 250 milhões em Kiev, 50 milhões em Varsóvia.

Apoiar e sustentar o regime ucraniano com dinheiro e armas tornou-se ainda antes do início da invasão russa o mantra de quem se diz defensor da democracia, dos direitos humanos, da liberdade, da paz e dos «valores» da civilização ocidental.

O regime ucraniano é dirigido formalmente por um indivíduo de nome Zelensky, ex-comediante de televisão patrocinado pelo oligarca Ihor Kolomoisky, financiador de grupos nazis cuja missão principal seria garantir-lhe o acesso às enormes riquezas naturais da Bacia do Donbass, principalmente carvão e petróleo. O terrorismo de Kiev contra as regiões Leste do país tem muito a ver com isto.

Kolomoisky foi proprietário da estação de televisão onde Zelensky ganhou fama como actor numa série em que fazia de presidente da república anticorrupção, intitulada Servir o Povo.

Devido ao êxito do enlatado e à popularidade entretanto adquirida pelo actor principal, Kolomoisky patrocinou a candidatura do comediante à chefia de Estado criando para tal um partido baptizado com o mesmo título da série – Servir o Povo – tendo como principal objectivo declarado o de «combater a corrupção».

A estratégia de transformar a ficção em realidade enganou a grande maioria dos ucranianos. Mal foi eleito, Zelensky encaixou-se à medida no aparelho nazi que controla o Estado desde 2014, ano de enraizamento do regime totalitário nascido do golpe patrocinado pelos Estados Unidos e recebido com benevolência pela União Europeia.

O novo presidente começou por ser advertido pelos grupos políticos e paramilitares nazis dominantes de que não teria um futuro risonho se respeitasse os Acordos de Minsk, cumprisse as suas promessas de paz no Donbass – região flagelada militarmente por Kiev desde o mesmo ano de 2014 – e mexesse nos esquemas político-militares-mafiosos que controlam a sociedade.

Naturalmente ele obedeceu, e sempre com um ou os dois pés prontos a saltar para a estrutura pessoal que foi criando no estrangeiro, se não lhe restar outra solução. Os dividendos não se fizeram esperar e Zelensky surgiu como uma das figuras sonantes da investigação jornalística internacional «Panama Papers» como proprietário de milhões de dólares em contas offshore, imóveis em grandes capitais europeias e empresas convenientemente em nome da esposa.

Se o presidente Zelensky estiver isento de qualquer corrupção no desempenho do cargo, então aconselham-se os actores portugueses, tão desprotegidos pelos governos nacionais, a procurarem emprego na Ucrânia, onde os salários do sector parecem ser de tal ordem que permitem aforrar milhões e milhões em paraísos fiscais. 

Zelensky dançou sempre ao som da música tocada pelos oligarcas internos e pelo regime de Washington. Acelerou mesmo o ritmo de neoliberalização da sociedade, seguindo as receitas de Pinochet e dos Chicago Boys no Chile de há 50 anos, e da Iniciativa Liberal agora em Portugal, transformando a Ucrânia no país mais pobre da Europa. Proibiu todos os partidos da oposição parlamentar; prendeu e executou opositores políticos; reforçou a nomeação de nazis para cargos fundamentais de decisão, designadamente aos níveis militar e da polícia política; encerrou televisões, impôs a programação única, o discurso único e fechou rádios e jornais; pôs em circulação uma lista de ucranianos e estrangeiros a perseguir – inclusivamente o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder – alguns dos quais têm vindo a ser assassinados; publicou leis xenófobas e de apartheid impondo a segregação dos cidadãos ucranianos de origem russa, proibiu a língua russa e publicações nesse idioma; baseia os planos nacionais de educação na xenofobia, além de incentivar práticas paramilitares desde tenra idade; ameaçou reequipar-se com armas nucleares; manteve a guerra e o terror nazi contra as regiões do país de maioria russófona, montando uma grande ofensiva relâmpago de «reconquista» desses territórios, incluindo a Crimeia, para fins de Fevereiro ou início de Março deste ano, preparativos a que a Rússia se antecipou e frustrou com a invasão. 

A administração de Zelensky manteve e aprofundou as características do regime que permitem qualificá-lo como nazi, assente na recuperação da ideologia e das práticas nacionalistas dos anos 30 e 40 do século passado que encontraram no sangrento colaboracionismo com as tropas e organizações de assalto de Hitler a sua expressão máxima. 

É um facto que apenas uma minoria de ucranianos – que não é assim tão ínfima na Ucrânia Ocidental – se identificam com esta mitologia nacionalista herdada dos tempos do carniceiro e hoje «herói nacional» Stepan Bandera. Uma realidade que é irrelevante quando são reprimidos todos os direitos dos cidadãos e a sociedade é submetida a uma ditadura férrea, como a encimada pelo ex-comediante Zelensky. O dirigente nazi alemão Herman Goering dizia que bastavam 5% da sociedade para impor um regime como o de Hitler. As massas viriam depois, arregimentadas através de mecanismos de condicionamento de opinião e uma fortíssima e incessante operação de propaganda. Novos tempos, velhos mas refinados métodos.

Os batalhões Azov e Haidar, considerados suportes da elite militar ucraniana e pontas de lança do clima de terror imposto nas regiões de Donbass ao longo de oito anos, os grupos Svoboda e Sector de Direita, as milícias urbanas C-14 são uma poderosa envolvente que condiciona o regime, se for necessário através do terror, e formataram a Ucrânia de hoje.

Saberá o primeiro-ministro português que grupos como o Azov e o Haidar organizavam (agora é mais difícil) safaris no Donbass para que cidadãos ocidentais, em troca de uns punhados de dólares, pudessem abater «ruskies», isto é, russos, «sub-humanos», «humanóides»? E que o venerado Zelensky considera «fixe» que as pessoas apoiem esses grupos nazis, aliás agora transformados em «mártires» pelas polícias do pensamento único?

A estrutura de poder enraizada na Ucrânia a partir do golpe de 2014 tem vindo a ser sustentada em termos de armamento, treino militar e financiamento pela NATO, indiferente ao poder nazi que dela emana.

Mais do que indiferente, conivente, uma particularidade extensiva à União Europeia, totalmente subordinada aos Estados Unidos e à Aliança Atlântica nestes domínios. Exemplos dessa gritante cumplicidade são a indulgência da Alemanha e da França perante as manobras de Kiev para tornar inúteis os Acordos de Minsk, uma saída pacífica para o conflito no Donbass; e a insistência dos Estados Unidos e da União Europeia na continuação da guerra, apesar das visíveis debilidades do exército ucraniano, que aliás o Washington Post reconhece em artigo muito recente. Não foi o inimitável mas perigoso Borrell, chefe da «política externa» da União Europeia, quem garantiu que esta guerra só tem solução militar?

Costa já está maduro

É assim que vamos encontrar os «valores» ocidentais submersos na podridão nazi, levando-nos a reflectir seriamente sobre as convergências (que, infelizmente, são históricas) entre as chamadas democracias (neo)liberais e os sistemas políticos de inspiração fascista e hitleriana na defesa a qualquer preço dos poderes capitalistas e, neste caso, também de uma ordem internacional unipolar e imperial «baseada em regras» que asfixiam a vigência do direito internacional.

Para conveniência desta santa aliança, de modo a que a realidade seja desviada do conhecimento dos cidadãos, é essencial que as características nazis do regime ucraniano sejam ocultadas e até voltadas do avesso, considerando-as uma «invenção russa» e fazendo de Zelensky um herói, um mártir, potencialmente um santo. E ele, sem dúvida, sabe desempenhar bem o papel porque interpretar a ficção é a sua verdadeira profissão.

Para que a estratégia funcione, o regime de Kiev é assessorado por 150 agências de comunicação e imagem transnacionais muito bem pagas – e dinheiro não deve faltar, como percebemos através da generosidade do senhor primeiro-ministro.

Há acidentes de percurso, como o de Zelensky dar a palavra a um terrorista do Azov no discurso ao Parlamento grego, ou acusar os russos, perante o Parlamento de Israel, de reeditarem a «solução final» de Hitler agora contra os ucranianos. A inversão grosseira da História não caiu bem porque uma coisa é a propaganda para manipular a opinião pública em geral, outra é tentar convencer a elite política de Israel de que não há nazis do lado ucraniano. O poder israelita sabe muito bem onde eles estão presentes e o Centro Simon Wiesenthal não deixa dúvidas quanto a isso.

Em Portugal, pelo contrário, tudo correu bem. Zelensky comparou o golpe fascista de Maidan ao 25 de Abril libertador e ninguém ao nível dos poderes públicos e da comunicação corporativa se incomodou com a provocação. A Assembleia da República dialoga com o Parlamento de Kiev, onde só existe uma réplica da União Nacional falando consigo própria, e a esmagadora maioria dos deputados está tranquila com a aberração.

As circunstâncias em que decorreu o périplo de Costa a Kiev e redondezas, principalmente a vassalagem prestada a um indivíduo como Zelensky, podem levar a crer que o primeiro-ministro não conhece a verdadeira situação na Ucrânia Ocidental (e muito menos a do Donbass) o que é muito grave porque o que está simplesmente em causa é a aposta dos Estados Unidos num feudo nazi – quem sabe se até ao confronto nuclear – para evitar a criação de uma ordem multipolar, portanto em defesa de interesses exclusivos de Washington.

Se, pelo contrário, o chefe do governo português conhece a realidade do regime ucraniano isso é tão ou mais grave ainda, porque expõe o cenário repugnante no qual um democrata submete os interesses e o dinheiro dos portugueses a um regime ditatorial onde pontificam psicopatas criminosos. Em qualquer das situações, Costa manifestou um imperdoável e definitivo desprezo pelos portugueses.

Pelo que pode considerar-se maduro para dar o passo que tanto ambiciona – abraçar um cargo tecno-autocrata na clique transnacional de Bruxelas, onde os portugueses são desprezados, aliás como qualquer outro povo. Mas apresse-se, antes que ela acabe.


Gosta da Estátua de Sal? Click aqui.

28 pensamentos sobre “Desprezo pelos portugueses

  1. Um texto vergonhoso que podia ser pago pela propaganda Putin
    Só uma cabeça doente ou um escriba a soldo pode ter vomitado tanta porcaria. Haja vergonha.

    • Sr. Luis Mourato, creio que o seu sentido de democracia deixará muito a desejar. Entendo que não goste de Putin. Eu também não gosto e acho-o tão nazi quanto Zelensky, mas daí até achar que o articulista só escreveu porcaria vai uma grande distância. Ter certezas absolutas não é compatível com a própria democracia que, presumo, o senhor não gosta. É que olharmos numa só direção impede-nos de ver o que se passa na outra e daí não devermos atacar quem pensa diferentemente de nós. A verdade andará por aí, entre um e outro, mas não estará com nenhum deles.
      De qualquer modo este artigo mostra-nos as contradições dos dois mundos, o ocidental e o “outro” que, sendo diferentes, acabam sendo iguais.

    • É um grande texto, cheio de factos e verdades de início ao fim. Mais uma vez muito bem, o José Goulão.

      Mas os propagandistas da NATO/Pentágono obviamente não lidam bem com isso.

      E os tolos que só andam a comer a palha que a “imprensa livre” lhes dá, nem percebem metade do que lêem em textos destes.

      Enfim, é o Ocidente que temos: a apodrecer em morte lenta. Agora vai lá abastecer o carro a 2€/litro, que até ficas todo contente… E quando vires as contas mais sérias que dão conta de +50 mil soldados ucranianos mortos (e muitíssimo mais feridos), chama-lhe “vitória”… As Lockeed Martin e companhia agradecem a tua palermice.

      A Europa podia estar em paz! Em vez disso, temos a NATO/Pentágono em constante expansão/provocação, e o nosso “ministro dos negócios estrangeiros” vive em Washigton…

  2. Costa é apenas um lacaio. Não me apetece perder muito tempo com essa triste criatura. Irei então tentar ser mais abrangente no meu comentário.

    Agora que os líderes da União Europeia, eleitos com a obrigação implícita de defenderem os interesses dos povos da Europa, decidiram esquecer todos os seus compromissos e a própria racionalidade para seguirem os americanos na sua demanda imperialista como o cão segue o dono, numa inacreditável demonstração de pura insanidade, eu duvido de que ela se mantenha coesa por muito tempo.

    Com a inflação a subir para níveis da Venezuela, o nível de vida a baixar vertiginosamente e as empresas a fecharem portas umas atrás das outras, por não suportarem os aumentos dos custos de produção associados à inevitável quebra na procura com a derrocada do poder de compra e o desaparecimento de mercados de exportação, haverá tumultos e greves por toda a parte, a criminalidade vai disparar, como sempre acontece em proporção com o aumento da miséria, e a vida tornar-se-à incomportável com os padrões a que os europeus estão habituados.

    Com a iminente falência da Alemanha, que é o verdadeiro motor da economia europeia, chegará em breve a altura de muitos outros considerarem seriamente a decisão de abandonar o euro e recuperarem a sua autonomia económica e política. Nenhum Estado o é de pleno direito se não cunhar a sua própria moeda.

    Então, os países que, como Portugal, aceitaram aderir ao euro, não se podem considerar verdadeiros Estados, são na verdade colónias do triunvirato formado por Alemanha, França e Bélgica. E agora, mesmo os mais cegos vão ter de perceber que na realidade não ganharam nada em abdicar da sua independência. Como sempre acontece.

  3. Que verborreia infame e insana.
    Este zagorro, estroso e estulto tem-se por um iluminado, julgando como néscios, todos os que não alinham com a laracha da pandilha.
    Este estulto é prolixo mas por mim vai “pró” lixo.

      • Sim, porque o senhor diferencia-se de forma abismal do resto da sociedade…

        Diga isso com a televisão sintonizada na TVI e na SIC.

        “Eu sou independente!”

    • “Zagorro”, “estroso”, “laracha”, “pandilha”…

      Se perdêssemos tanto tempo à procura de vocabulário empolado para fundamentar uma argumentação lógica e coerente, assim como baseada em factos e análises rigorosas, quanto aquele que perdemos em busca de palavras para insultar aquilo que não conseguimos combater de outra forma, o mundo seria um sítio bem diferente…

      Para me servir do que disse: seria bem menos prolixo e teria menos mofinos estrambóticos e estridulantes em cada canto que só querem atanazar os que os rodeiam!

  4. Estes que cospem no prato onde comem, servem para, quais capachos, limparmos os pés pela liberdade que concedemos a todos mesmo aos mais miseráveis.

  5. Obviamente, tudo o que o articulista diz sobre a Ucrânia é verdade factual, como sabem todos aqueles que seguem os dois lados da Imprensa Internacional e sabem comparar dados e tirar ilações. É claro que para isso dá algum jeito ter um cérebro. É sintomático o tom dos dois exaltados “pensadores” acima, semelhantes a outros que infestam este site, que se refugiam no insulto reles por serem, na sua miserável pequenez intelectual, incapazes de contestar com argumentos o que é apresentado.

    Não me apetece perder muito tempo a dissertar sobre o Costa. Tenho até grandes dúvidas de que ele pudesse ter feito outra coisa relativamente ao dinheiro para a Ucrânia, tal como o Portas foi obrigado a comprar submarinos à Alemanha quando Portugal precisava de aviões-contentores para combater incêndios. Gostaria de situar o meu comentário num plano mais abrangente.

    Agora que os líderes da União Europeia, eleitos com a obrigação implícita de defenderem os interesses dos povos da Europa, decidiram esquecer todos os seus compromissos e a própria racionalidade para seguirem os americanos na sua demanda imperialista como o cão segue o dono, numa inacreditável demonstração de pura insanidade, eu duvido de que ela se mantenha coesa por muito tempo.

    Com a inflação a subir para níveis da Venezuela, o nível de vida a baixar vertiginosamente e as empresas a fecharem portas umas atrás das outras, por não suportarem os aumentos dos custos de produção associados à inevitável quebra na procura com a derrocada do poder de compra e o desaparecimento de mercados de exportação, haverá tumultos e greves por toda a parte, a criminalidade vai disparar, como sempre acontece em proporção com o aumento da miséria, e a vida tornar-se-à incomportável com os padrões europeus.

    Com a iminente falência da Alemanha, que é o verdadeiro motor da economia europeia, chegará em breve a altura de muitos outros considerarem seriamente a decisão de abandonar o euro e recuperarem a sua autonomia económica e política. Nenhum Estado o é de pleno direito se não cunhar a sua própria moeda.

    Então, os países que, como Portugal, aceitaram aderir ao euro, não se podem considerar verdadeiros Estados, são na verdade colónias do triunvirato formado por Alemanha, França e Bélgica. E agora, mesmo os mais cegos vão ter de perceber que na realidade não ganharam nada em abdicar da sua independência.

    Como sempre acontece.

    • Creio que está correto e justificado na análise que faz, contudo discordo num ou noutro ponto que, se me permitir, gostaria de expressar uma visão diferente.

      Em primeiro lugar, menciona que os tumultos, greves e criminalidade aumentarão de forma proporcional à miséria que se desenvolver.

      Não duvido que possa vir a ser esse o caso, mas não deveremos associar demasiado rapidamente a miséria e a criminalidade sem ter consideração algumas coisas.

      Se pesquisar “Cuba crime rates” no Google, deparar-se-á com informação relativa aos índices de criminalidade deste país num site chamado “macrotrends”.

      Verificará que Cuba, no ano de 2016, encontrava-se em 17° lugar no ranking mundial relativo a esta matéria – ultrapassada por países como a Bielorrússia, Turquia, Tailândia, Arménia, Albânia e, em primeiro lugar, China.

      Em 2016, o índice de criminalidade cubano encontrava-se em 5.05 por 100.000 pessoas, uma descida de 7,68% em comparação com os 5,47 por 100.000 pessoas de 2015.

      A Venezuela, em 2016, tinha um índice de 59,56 por 100.000 pessoas, sendo que, em 2018, teve uma descida de 26,44% em relação a 2017 para alcançar os 36.69 por 100.000 pessoas. (Devo admitir que escrevo estes índices e não decifrei adequadamente este método de colocar um número em relação a 100.000 pessoas, mas isso, creio é relativo para a questão em debate).

      Mencione-se que os EUA nem figuram nesta lista. Não sei o que tal poderá significar.

      Ora, Cuba sofre um embargo económico há 60 anos, que já foi criticado por organizações como a ONU – sendo que esta, em 2021 e pelo 29° ano consecutivo (!! Ninguém fala disto…), delineou e aprovou uma resolução, com 184 nações a favor e com votos contra tanto dos EUA como de Israel, contra o embargo e a exigir o fim das sanções económicas, financeiras e comerciais ao diminuto país da América Latina – e a Conferência para o Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas – esta afirmando, em relatório de 21 de Março de 2013, que deveriam ser abolidas “quaisquer medidas unilaterais económicas, financeiras e comerciais que não estejam de acordo com o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas e que impeçam o alcance de desenvolvimento económico e social, particularmente em países em desenvolvimento, e que afetem interesses comerciais” -, ao ponto de, até Dezembro de 2021 (segundo o mesmo relatório), a estimativa de perdas comerciais para este país ter sido um total de 108 mil milhões de dólares desde que o embargo foi implantando… Este embargo foi já classificado como um ato de genocídio…

      Portanto, os EUA têm um registo criminal até a nível internacional à vista de todos e ninguém se pronuncia… Mas não é aqui que quero chegar.

      Este embargo económico impede que Cuba tenha acesso a alimentos básicos e produtos médicos tão simples como antibióticos, já que o seu comércio com os EUA está altamente amordaçado e tolhido…

      Apesar deste embargo, Cuba é dos países com um índice criminal mais baixo do mundo inteiro. Da mesma forma, a Venezuela durante o período de maior intensidade das sanções impostas ao país, viu os seus níveis de criminalidade a baixar de um índice de 59 e picos para 36 em dois anos… Como diz e com razão: aquele país tem uma inflação assoberbante e a miséria não falta – é preciso compreender o que é que causa essa miséria e falta de desenvolvimento ainda assim.

      Ora, a miséria e a criminalidade não são proporcionais. Podem ser proporcionais! Mas apenas em países que não tenham um forte Estado Social desenvolvido.

      Nesse sentido, gostaria de me referir a algo que comenta acerca da desintegração da União Europeia, da moeda única e da necessidade de cunhar uma moeda.

      Posso desconhecer algo acerca dessa questão, mas não me parece que esse seja o caminho para a frente.

      Vejamos: a União Europeia fundou-se, a nível ideológico (a nível prático haverá outros mais conhecedores do que eu para se exprimirem acerca da matéria), na ideia de cooperação e de criação de um espaço onde pessoas pudessem circular livremente, como se dentro de uma grande Nação – embora não com a ideia de Europeu versus resto do mundo inferior, mesmo que nalguns casos tenhamos tido atitudes neo-colonais sórdidas (não me parece, de qualquer forma, que isso tivesse agradado aos seus fundadores…).
      Um espaço irrestrito, portanto.

      Neste sentido, eu não concordo com a sua visão, embora eu saiba que não se exprime neste termos – mas uma pessoa não evita pensar assim quando lê o seu comentário -, de que a União Europeia é um barco que está a meter água, com apenas a moeda única do Euro a unir-nos, e que, daqui em diante, deverá vigorar a lei do cada um por si.

      A União Europeia não é um barco, mas uma frota. Uma frota organizada de forma voluntária.

      Não me refiro de forma alguma ao sucesso da ideia ou das suas instituições. Nalguns sentidos poderão tê-lo alcançado, mas nunca na totalidade que almejavam e desejaram.

      Todavia, independentemente do seu sucesso ou não, creio ser imperativo evitar um retorno ao recidivar das tendências do século passado dos anos 20 e 30, nos quais se verificou o emergir de propensões de isolamento entre os vários países europeus (e contra o comunismo e o socialismo), precisamente devido ao recuperar de uma guerra que devastou a Europa em muitos sentidos (também a nível económico), e que, por virtude das cisões verificadas entre os diversos países à época, permitiu a ascensão do nazismo.

      Claro que, para o nazismo medrar, este teve de ser apoiado, em parte, pelos europeus. Mas foram os líderes nacionais que o apoiaram, não necessariamente as populações (essas vão sempre atrás do que lhes “prometem” ser o melhor). É o que acontece agora.

      É preciso ter isto em conta: neste momento, o pior que pode acontecer é, sem qualquer tipo de dúvida, a criação de um sentimento anti-europeu ou contra a União Europeia (a ideia, não a instituição ou a sua “líder”), uma vez que só esse sentido de coesão terá alguma hipótese de nos retirar deste cadilho.

      Não creio que a polarização dos vários estados, no seguimento de um acumular de tensões contra um país em particular, mas, no fundo, contra uma ordem mundial alternativa que desagrada aos que nos (des)governam, seja o caminho para a frente.

      Aliás, creio até que isso é o que agradaria a muitos líderes (Duda e por aí fora…)

      Isso, a mim, parece-me a reacção – psicólogica, se me permite a petulância – natural à situação que se vive neste momento. Mas não o caminho lógico e a solução mais estável a longo prazo, tendo em conta o que se conhece da História.

      Para lhe dar um exemplo bem concreto: em tempos de crise, a primeira coisa que os fascistas e nazis criticaram foi a incapacidade de liderança e impraticabilidade dos modelos governativos parlamentares.

      Ou seja, o empecilho que é a Democracia.

      A Democracia não é um empecilho, mas também não é perfeita de maneira nenhuma… Pode sempre ser aperfeiçoada. Até foi isso o que aconteceu ao longo dos últimos dois séculos: um processo paulatino de aperfeiçoamento da suas instituições…

      Sim, eu sei que as instituições acabam por ser criadas à imagem das pessoas que trabalham nelas, mas não temos muitos mais processos – salvo um modelo como o que foi proposto pelo Sr. Carlos Marques há umas semanas e ao qual não tive oportunidade de responder (eu hei-de ter tempo de o fazer, espero, porque achei algumas ideias extremamente pertinentes) –
      através dos quais as coisas aconteçam, a não ser que, de um momento para o outro, se convençam as populações europeias e mundiais a envidar a dita Revolução Proletária preconizada por Marx, o que, honestamente, parece-me improvável, tendo em conta a quantidade de propaganda anti-comunista que circulava durante a guerra fria e ainda na atualidade.

      Por outro lado, precisamente por acharmos que ela era perfeita é que chegámos aqui, já que as tomadas de decisões passaram para as mãos de pessoas que não têm contacto com as diversas populações, enquanto estas, distraídas, iam gozando os benefícios (nem todos, claro – nem sonho afirmar tal coisa) que a democracia e a liberalização dos mercados e apropriação cultural e de recursos de outros países, assim como o aproveitamento e alargamento de desigualdades sociais intra-nações, e (os líderes) só querem embolsar uns quantos milhões para irem fumar charutos para ilhas privadas…

      Neste momento, acontece a mesma coisa que no século passado: por decisões políticas que nos ultrapassam, um clima de alta insatisfação, desilusão e, pior, raiva espalhar-se-á pela Europa e reduzirá a confiança das populações na democracia. Isto é ouro para Andrés Venturas e afins…

      Foi o que aconteceu, segundo um artigo publicado no Página Um (e creio que foi aquele aqui partilhado pela Estátua) no qual se afirma que as medidas de contenção da pandemia de Covid-19 reduziram a confiança das populações em relação a vacinas – que, em si, não têm nada de errado, mas a situação envolvendo as primeiras não foi tratada com o devido cuidado e ponderação – e sistemas democráticos, pela imposição forçada de medidas e regras que, em muitos casos, restringiram as liberdades e os direitos das pessoas…

      A confiança na Democracia não pode esvanecer.

      Isto não é de forma alguma um elogio ou apologia das ações de Von der Leyen, Charles Michel, Macron ou outros líderes europeus. Muito pelo contrário!

      Tudo o que eles fazem, não o fazem nem pela Europa, nem pelos Europeus! Muito menos baseando-se num sentimento europeísta. Fazem-no por interesse particular!

      Simplesmente, neste momento, estes insignes líderes deitaram óleo a ferver em cima da frota, e Von der Leyen, no alto da gávea da Nau Bélgica, agita um archote. Ainda não seria demasiado tarde para dirigir a frota para Porto seguro…

      Deixe-me escrever aqui algo que resumirá, talvez, o que quis transmitir:

      “Os regimes nazi-fascistas rejeitam:

      – o pluripartidarismo que apenas gera divisões e discussões inúteis que põem em causa a coesão e a força da Nação;

      – o sistema parlamentar, manifestação de fraqueza do poder, por não passar de um jogo estéril, de verbalismo alheio aos interesses da Nação;

      – o socialismo e o comunismo, porque assentam na luta de classes que conduz a divisões e enfraquecimento do corpo social; propõem formas de poder em que a maioria de indigentes nascidos para obedecer se sobrepõe às elites nascidas para governar; com a sua política de internacionalização contrariam a coesão e a afirmação nacional;

      Os totalitarismos afirmam:
      – o socialismo nacional, na forma corporativista, considerado como a melhor arma para combater o internacionalismo comunista e a luta de classes. (Este ponto é tão importante para se compreender o que é o Nacional Socialismo que nada tem que ver com Socialismo Marxista!)”

      Não estou a acusá-lo de nada, não entenda as coisas dessa forma…

      Simplesmente recordo algo que, provavelmente, será boa matéria de reflexão. Não sei se o retorno, neste momento, a um sistema de moedas nacionais, seria necessariamente o melhor.

      O facto é: a Europa deve libertar-se do domínio americano e relacionar-se com o outro lado do mundo. Não ficar presa aos seus atavismos coloniais e de dominação planetária e civilizacional que, francamente, já lhe passaram a voar pela cabeça há muito – se é que estas pretensões alguma vez existiram verdadeiramente fora de uma dominação forçada e imposição das suas culturas e modos de vida a outras culturas riquíssimas e muito mais antigas do que a Europeia pós-Antiguidade Clássica…

      Para resumir:

      Resistir sempre!

      Fascismo nunca mais!!

      (Nem que tudo e todos – e, principalmente, os nossos líderes – nos empurrem nessa direção)

      • O relatório da Conferência para o Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas que referi é de 21 de Maio de 2013 e não de Março, perdão pelo lapso.

  6. Muito bem José Goulão.
    Um primeiro ministro que, tal como todos os outros desta miserável UE nos envergonha na sua submissão abjecta ao império yanquee.

  7. Que nunca doa os dedos a José Goulão e não perca a faculdade mental para nos brindar com textos como tem acontecido:
    Só lamento que haja alguns que vem aqui à Estátua de Sal por tudo e nada arrotar impropérios que só ficam bem a quem os produz.
    E lamento mais que António Costa que tem exibido em várias entrevistas a sua democraticidade desde os catorze anos. Uma pessoa deste gabarito não cumprimenta quem tem as mãos sujas de sangue.
    Não cumprimenta quem proíbe partidos democráticos no seu país. E como socialista António Costa devia se abster de se aproximar de um antidemocrata.
    Ter compaixão da população ucraniana é uma coisa. Outra, é conviver e doar dinheiro a quem rouba os ucranianos para depositar o dinheiro em offshores. Sinto raiva ao saber que os meus impostos estejam a ser entregues a tão vil personagem.
    José Goulão brinde-nos sempre com textos tão assertivos.
    Estátua de Sal publique sempre textos com carisma como tem publicado. Não tenha receio de alguns nazistas que por aqui aparecem.
    Desde o princípio do Mundo que foi criado Deus e o Diabo.

  8. Vimos com esta historia toda, que Portugal é o cemitério da democracia.
    O Titanic está a afundar-se mas a orquestra ainda está a tocar…

    Os Portugueses nunca abdicaram da sua soberania!
    Mas, infelizmente, tem sido vendido a interesses mal escondidos e pelos nossos chamados representantes que não tinham o direito de o fazer!
    Com representantes assim, não temos qualquer possibilidade de recuperar um Portugal com Futuro.

    Nenhum deles está disposto a perder todas as suas vantagens financeiras de que desfrutam e que colectivamente se apropriaram de uma forma vergonhosa!
    O teste de força aproxima-se ,e será escravidão globalizada, para sempre…
    A população foi enganada, enganada a acreditar num Portugal de paz e de prosperidade, um Portugal dos povos…

    Felizmente, parece-me que o grande tabuleiro de xadrez globalista está gradualmente a ser transformado num grande jogo de dominó. Um único pequeno, ou grande filme terá um efeito tão devastador quanto salva vidas.

    Além disso, o efeito dominó tem um aspecto de “senso comum” que eu gosto muito e que também é “auto-suficiente”.

    O fim de uma mentira levará ao fim de outra e normalmente, no fim de uma mentira, a verdade aparece!

    Um simples efeito dominó para nos ensinar a nunca colocar todos os nossos ovos no mesmo cesto.

    Por vezes demora tempo a montar o dominó, o espectáculo da sua queda é muitas vezes espantoso e encantador.

    Se a politica fosse uma coisa ética, nós saberíamos.
    A boa notícia é que a pressão se tornou tão grande que Portugal, tendo-se tornado defensivo, está agora a autodestruir-se.
    Como diria alguém: “Já é demasiado tarde, mas nem tudo está perdido”!

    Podemos falar sobre tudo, mas a base permanece por estabelecer, a distribuição das riquezas e o fim da exploração do homem pelo homem, para ter uma ocupação livremente consentida enriquecedora a nível humano e não esta raça com a massa completamente destrutiva e geradora de infortúnios. O que podemos dizer sobre todos estes lambe-botas pagos pelo povo que fazem propaganda em todas as direcções.

    Pela minha parte, o que me surpreende é que ainda há multidões inteiras que ainda acreditam nesta “república”!

    É na realidade uma máquina diabólica e abjecta de engenharia social criada pelas tropas de ocupação mental maçónicas.

    Nunca houve qualquer harmonia dentro de Portugal e cada um puxa alegremente o tapete para fora de si mesmo, com insinuações egoístas de um patriotismo ultrapassado que está muito longe do povo de que tanto nos falaram. A partir daí, isto era inevitável, haveria perdedores e vencedores exactamente o oposto de um Portugal unido . Como pode ser de outra forma quando existem tantas disparidades?
    Portugal com o 25 de abril foi-nos apresentado como uma salvaguarda indispensável para melhorar as nossas condições de vida e pôr fim às guerras, mas na realidade foi uma armadilha montada para o povo Portugués,uma armadilha que tinha apenas um objectivo, criar uma avenida para a ditadura dos mercados e das potências financeiras. Desde então, tornámo-nos lenta mas seguramente escravos do bezerro de ouro, o empobrecimento do povo,que tem sido a cereja no bolo em benefício exclusivo de uma oligarquia de escravos… mas até quando?

    Quer se vote a favor, contra ou abstenha-se, nada muda – a máquina infernal está lá para nos esmagar. Tudo tem sido feito para que os Portuguese sejam amarrados e sujeitos às suas regras. São empurrados para se tornarem proprietários tão suculentos (empréstimos, impostos, heranças, seguros, água, electricidade, aquecimento, isolamento, manutenção, etc.)
    Não há uma eleição presidencial para se chegar a algo novo, mas está sempre na mesma direcção ….. a nossa carteira.
    Vejam tudo o que gira à volta da casa e do carro.

    Esta táctica funcionou muito bem desde que o pobre Portugués se sentisse rico por possuir a sua pilha de pedras e conduzir o seu carro.
    Tudo foi calculado até a máquina encravar.

    De facto, o homem pobre é pobre e continuará pobre.
    Ele não comerá as suas pedras e o seu carro custar-lhe-á tanto que será obrigado a separar-se dele porque terá de se alimentar e, ao ritmo a que as coisas vão, apenas uma muito pequena parte da população terá acesso ao que era anteriormente necessário e que se tornará um luxo.

    Os ricos à custa do estado ajudam-se a si próprios e estão no processo de apanhar os bolsos da classe média, o que de momento está a ajudar a manter as cabeças acima da água dos pobres que ainda não se aperceberam que eles próprios estão a afundar-se na categoria dos pobres.

    Este é um Portugal estranho democrático, gerido por financiadores não eleitos e inamovíveis, com deputados eleitos mas com poderes limitados, perfeitamente concebido para que as pessoas tenham a impressão de dar a sua opinião sem qualquer obrigação de a ter em conta, com juristas competentes que possam tornar as decisões tomadas legais e irreversíveis, enquanto são totalmente antidemocráticas, este Portugal dá-nos uma antevisão do inferno, restrições, obrigações, proibições, ameaças e sanções, este não é o Portugal que as pessoas esperavam, foi-nos prometido o fim do desemprego, salários mais elevados, protecção social copiada dos países mais avançados, temos o oposto, este Portugal não é mais do que uma fraude em grande escala, que nos leva à miséria e ao desespero.

    É completamente irrealista imaginar que estes politicos possam manter a sua posição económica e influência internacional, reivindicando uma hipotética “soberania nacional” e rompendo os seus laços com a União Europeia. Ah, sim, poderíamos tornar-nos um parque de diversões para turistas estrangeiros, ou um “paraíso fiscal”? Vamos ser pragmáticos. Entre os gigantes chineses e americanos e os seus satélites, seria uma descida ao inferno. Portugal não é o problema, mas sim a solução geopolítica. É claro que necessita de reformas, mas no sentido de reforçar a sua coesão económica, diplomática e militar, bem como a sua democracia. É certo que o horizonte não dá muitos motivos para optimismo..

    Uma das grandes peculiaridades dos Portugueses é a sua necessidade incondicional e vital de se agarrar às suas convicções e à negação de qualquer coisa que os possa abalar!

    É a forma mais simples, a mais tranquilizadora para muitos e a mais confortável porque os evita, digamos assim, de questionar as suas crenças e assim pensar de uma forma inteligente, ou seja, ir ao fundo de nós próprios e ao fundo das decepções que nos vendem como ideologias vitais para o bem-estar da população!
    Fomos vendidos como uma Necessidade fundamental para estarmos unidos, mais fortes por este Portugal e, portanto, como a Criação de uma Nação forte das suas ambivalências políticas!
    Era Obrigatório!!!
    E se não votasse “sim”, estaria no limite de um cidadão mau, atrasado e estúpido, um travão à evolução político-económica de uma grande força futura que se aguentaria contra os nossos adversários!!!
    Pessoalmente eu era um mau cidadão enquanto os meus pais, pregavam o oposto !

    A fim de trazer o rebanho de volta ao caminho certo!!!
    Excepto que gosto de ser uma ovelha perdida para as minhas escolhas……
    E infelizmente, todos os Visionários, de uma forma global, são considerados como….

    Os meios de comunicação ou outros males fazem tudo para manter estas ideias!

  9. …Agora que os líderes da União Europeia, eleitos com a obrigação implícita de defenderem os interesses dos povos da Europa,” Incluí este pormenor só para deixar claro que nenhum dos lideres da UE não são eleitos! Eleitos, bem ou mal, só os deputados do Parlamento Europeu!
    De José Goulão tenho lido, de há muitos anos uma parte do que foi escrevendo e gostaria de ter lido tudo, mas o tempo, mesmo ilimitado, não dá para acompanhar tudo o que gostaria! E não só dele tenho lido sobre este tema da guerra e um pouco de tudo, com o respeito que todas as opiniões devem merecer!
    A guerra, 100 dias decorridos, não conheço algum dos muitos comentadores que seja capaz de dizer quando vai terminar, nem mesmo quem nela está envolvido de facto; o mais natural é que quem gosta de escrever sobre guerras vai ainda poder fazê-lo e para os ficcionistas poderão continuar a sua ficção por tempo indeterminado, até que os historiadores, que não vão faltar, começarem a registar e publicar o que forem tendo como importante e/ou interessante!
    Só para terminar, sem um mínimo de criatividade, acho que vai chegar a altura de des”democratizar” todo o Ocidente!

Leave a Reply to Isabel CarvalhoCancel reply

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.