A coragem está na paz, não nos falsos heroísmos

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 11/03/2022)

Miguel Sousa Tavares

Quero dar os meus parabéns ao Miguel Sousa Tavares pela coragem que demonstra, neste e noutros textos que tem produzido sobre a guerra na Ucrânia. É quase o único comentador que consegue pensar pela sua cabeça sem ser submerso pelo unanimismo maniqueísta que faz furor na comunicação social. O Ocidente está a espezinhar os seus valores mais emblemáticos, como a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade de comércio, a liberdade de investir, o próprio direito à propriedade privada, valor alicerce das economias de mercado, ditas livres, em nome de sanções inconsequentes que irão destruir o nosso modo de vida. É por isso que, qualquer que seja o desfecho que as armas ditem no conflito ucraniano, Putin já ganhou a guerra.

Estátua de Sal, 11/03/2022


1 O herói não é, não pode ser nunca, quem invade o vizinho mais fraco à míngua de outros argumentos e leva a morte, a destruição e o terror a terra alheia. Não pode ser, pois, Vladimir Putin, que diz que russos e ucranianos são um mesmo povo e que, todavia, bombardeia e põe em fuga esse “mesmo povo”. As razões que tinha ou que julgava ter por força da história ou do direito perdeu-as por força dos canhões e dos tanques. E o resto fazem-no as imagens que todos os dias chegam às casas do mundo inteiro: porque se qualquer guerra tem como consequência cidades bombardeadas, crianças e velhos mortos ou em fuga, esta tem a diferença de ser filmada de perto e a cores, dia a dia e à medida que vai acontecendo.

Mas o herói também não é o celebrado Volodymyr Zelensky, com a sua T-shirt militar e os seus discursos “patrióticos”, usando com mestria os seus dotes de actor e com indisfarçada vaidade (e sucesso, dos Comuns ao Facebook) a sua veleidade de ser tomado pelo Churchill do século XXI. Até agora, enquanto as mulheres e crianças fogem e os homens, civis e militares, tentam deter as tropas russas, ele, entrincheirado no seu bunker, a fazer tweets e vídeos e a apelar à terceira guerra mundial, tem sido um herói à medida destes tempos sem heróis verdadeiros e com heróis instantâneos. Mas, a menos que muito me engane, não me espantaria que, se a guerra for para continuar e os russos entrarem em Kiev, o herói Zelensky será capaz de desiludir muitos corações. Não é Churchill quem quer.

Zelensky parece agora finalmente disposto a negociar com Putin e a negociação, se não foi entretanto cancelada, irá já a nível de ministros dos Estrangeiros.

Devemos a Israel, à Turquia e, em parte, à China esse esforço de intermediação capaz de sentar as partes à mesa. Nada o devemos aos Estados Unidos, à União Europeia ou à ONU, como eu sempre o escrevi: nem antes nem agora. Isto merece ficar registado: temos uma guerra na Europa com um potencial de alastramento como nunca antes em 70 anos, com efeitos económicos devastadores sobre o continente, com talvez uns cinco milhões de refugiados que tudo perderam, e, apesar disso, a Europa, enquanto tal, não mexeu uma palha para evitar o conflito ou para tentar pará-lo, uma vez iniciado. As melhores cabeças pensantes da Europa escrevem rios de tinta sobre o recomeço da História e da Guerra Fria, sobre a nova realidade geopolítica, sobre a necessidade de uma verdadeira política de rearmamento europeu, sobre a urgência em asfixiar a Rússia (e os russos) com sanções económicas e banir da face visível do planeta todos os russos — e não apenas os oligarcas ou os íntimos de Putin, mas também músicos, artistas, desportistas, cientistas. Mas sobre uma estratégia de paz e segurança mútua que envolva todos e inclua a Rússia nada, nem uma consideração, nem uma palavra.

Porém, não deixa de ser curioso que Zelensky aceite agora negociar, e com base nas propostas russas, o que poderia ter negociado antes da invasão. Penskov, o porta-voz do Kremlin, enumerou na segunda- -feira o que querem os russos: a NATO fora da Ucrânia e a alteração da Constituição ucraniana, que prevê expressamente essa adesão; a “desmilitarização” da Ucrânia, o que significa que ela não estacionará no seu território armas nucleares; a “desnazificação” da Ucrânia, o que equivale a expulsar das suas Forças Armadas os batalhões nazis que Zelensky lá integrou; um estatuto de independência ou similar para as regiões de maioria russa do Donbas, e o reconhecimento de jure da Crimeia como parte da Rússia, como historicamente quase sempre o foi. Sobre todos estes pontos, e a menos que entretanto tenha voltado atrás, Zelensky já aceitou ceder em parte deles e negociar noutros. A pergunta que se coloca, então, é esta: porque não o fez antes, quando era isto justamente que a Rússia propunha? Porque não o fez para evitar a invasão do seu país e não ter de assistir a tantos mortos, tanta destruição, tantas famílias em fuga? Porque diz agora que a adesão à NATO é um projecto inexequível e antes foi a Munique exigi-la imediatamente? Será porque antes ouviu todos os países da NATO repetirem que a Ucrânia tinha o direito de decidir livremente o seu destino, mesmo que isso pudesse conduzir a uma guerra com a Rússia, que se sentia ameaçada com o alastramento da NATO à Ucrânia? E será porque se sentiu confortado e iludido por essas proclamações que ele passou estes dias de guerra a apelar ao envolvimento da NATO, a reclamar o fecho do espaço aéreo da Ucrânia aos aviões russos e a queixar-se de que estava sozinho a “defender a liberdade do Ocidente”?

A pergunta que se coloca, então, é esta: porque não aceitou Zelensky negociar antes, quando era isto justamente que a Rússia propunha? Porque não o fez para evitar a invasão do seu país e não ter de assistir a tantos mortos, tanta destruição, tantas famílias em fuga?

2 “A liberdade tem um preço”, disse Joe Biden, e tem toda a razão. Mas o preço da liberdade não pode ser o fim de tudo, que fatalmente incluiria também o fim da liberdade: não há liberdade quando tudo estiver morto. Por isso o Ocidente teve o bom senso mínimo de não ceder aos apelos de intervenção de Zelensky, que teriam, com toda a probabilidade, conduzido, por descontrole, por escalada ou por acidente, a uma guerra nuclear. Na crise dos mísseis em Cuba, em 1962, Fidel Castro também apelou a Moscovo para que desencadeasse um ataque nuclear contra os Estados Unidos, mas, felizmente, também o bom senso prevaleceu entre os russos. A lição é que há sempre loucos disfarçados de heróis de ambos os lados, que acham que o seu lugar na história é mais importante do que o destino dos outros — mesmo que depois não sobrem muitos para contar a história. É por isso, entre outras coisas, que isto de ver as situações a preto e branco — nós somos o Bem e eles o Mal — é o caminho mais certo para o desastre. É curioso observar que no meio desta unanimidade quase religiosa como esta crise tem sido analisada do lado de cá (do lado dos Bons), por analistas, historiadores, jornalistas, comentadores, quem mais destoa da opinião formatada são os militares, tradicionalmente vistos como os mais pró-guerra. O exemplo mais visível, porque mais exposto, foi o do Chefe do Estado-Maior da Armada alemã, quando ousou dizer que Putin tinha razões que deviam e mereciam ser ouvidas, e, portanto, foi imediatamente demitido.

Em Lisboa já vi bandeiras da Ucrânia hasteadas nas janelas dos prédios, como outrora, a pedido de Scolari e a propósito do futebol, se hastearam bandeiras portuguesas. O presidente do Benfica fez a capa da “Bola” embalando caixas de conservas para a Ucrânia, numa acção de solidariedade das muitas que, e ainda bem, estão em curso. Em Bruxelas, na sede da UE, as bandeiras dos 27 foram substituídas por 27 bandeiras da Ucrânia e imagino que as contas das redes sociais das celebridades estejam infestadas das ditas, vestidas de azul e amarelo. É tudo muito bonito, muito fácil e absolutamente ineficaz para o que interessa. Alguém, que tinha obrigação de estar informado, perguntava-me há dias se a subida vertiginosa do preço dos combustíveis tinha mesmo que ver com a guerra na Ucrânia ou se era uma manobra do Governo. Deixem que passe a fase dos gestos bonitos e fáceis e vão ver o que aí vem. Deixem que a guerra continue, que a paz falhe, e vão perceber quem é que vai sair arrasado desta guerra, para além dos ucranianos, e quem é que vai sair a ganhar biliões. Mais uma vez, porém, não precisamos de uma explicação a preto e branco, mas apenas de aproveitar uma oportunidade de reflexão, a benefício de tempos vindouros.

3 E depois da guerra e da poeira assente haveremos também, espero, de ter ocasião de reflectir sobre a mais parcial, incompetente e prejudicial cobertura noticiosa e analítica de um conflito a que alguma vez assisti do lado a que chamam as “democracias liberais”. Desde o sagrado “The Guardian” até à nossa imprensa.


Pela primeira vez, e pacificamente aceite, o Conselho Europeu estabeleceu a censura sobre órgãos de informação do “outro lado” (as TV russas), com o argumento de que divulgavam informação enganosa que nos podia desinformar.

Ocultou-se ou minimizou-se informação que podia prejudicar a imagem do “heróico” povo combatente e do Exército e autoridades ucranianas, tais como episódios de racismo ou de abusos sobre prisioneiros de guerra russos.

E foi patente um clima de intimidação sobre quem ousou questionar a verdade única ou pensar diferente, que eu próprio tive a honra de experimentar.



(Na Rádio Observador, por exemplo, o José Manuel Fernandes chamou-me “idiota útil ao serviço da propaganda de Putin”, o que em nada me afecta, porque, ao contrário dele, eu não sou nem nunca fui de direita ou de extrema-direita, nem maoista, leninista ou estalinista, e nem fui, como ele, idiota útil ao serviço da propaganda da NATO e do pateta do Bush filho, aquando da invasão do Iraque para supostamente encontrar armas de destruição maciça, de cuja existência não havia quaisquer provas. Isto de pensar pela própria cabeça incomoda sempre os idiotas que se imaginam úteis.)

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia


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20 pensamentos sobre “A coragem está na paz, não nos falsos heroísmos

  1. Pôrra, pôrra, 5 estrelas! Oh Miguel espero mesmo que continue a escrever assim. Denuncie toda esta trapalhada e todos os idiotas que por aí andam, que como diz, só vêm a preto e branco, e tal como os “papagaios”, não pensam, mas repetem bem o que os donos lhes mandam dizer! É um alívio ver alguém fora deste contexto muito perigoso!

  2. Fiquei sem palavras! Sempre confiei na escrita, no discernimento do seu pensamento e pela forma livre como expõe a sua opinião. Sou um fã do Miguel.

  3. MUITO OBRIGADO
    A MIGEUL SOUSA TAVARES E BOA VENTURA SOUSA SANTOS E ESTATUA DE SAL
    Aos idiotas que vous ofendem , para eles vai também o meu total escárnio
    Viva A LIBERDADE de pensar e ter opiniões DIFERENTES , mas que são uma também ,das razões da DEMOCRACIA.

  4. Com todo o respeito, julgo que aposição de MST tem sobre a guerra da Ucrânia (e já lá vão 4 artigos no Expresso e neste blog), no meio de algumas verdades sobre a mediocridade das lideranças europeias e interesses económicos e geopolíticos de ambos os lados, não resiste ao impulso anti-NATO, anti-EUA, anti-UE, invertendo tendenciosamente tudo o que pode incriminar o ditador Putin e seus acólitos, que constrói há mais de 20 anos um regime de cariz imperial-czarista, não democrático e onde a liberdade é uma miragem.
    Parece haver da parte de MST um visível esforço argumentativo para “ocidentalizar” a responsabilidade pela invasão da Ucrânia e assim diminuir aqueles que pensam e defendem o sancionamento da Rússia de Putin.
    É assim tão difícil admitir que foi a Rússia que invadiu a Ucrânia (não foi a NATO nem os EUA) e Putin o principal responsável pela agressão à soberania territorial de outro Estado e por uma guerra que já causou milhões de refugiados e de vítimas civis, incluindo crianças.
    Por fim, uma pergunta simples: será que os países europeus (Polónia, Lituânia, Estónia, Letónia, República Checa, Eslováquia, Roménia, Hungria) que entretanto aderiram e se colocaram debaixo do escudo protector da NATO, não o tivessem feito, não estariam hoje na mesma situação da Ucrânia à mercê dos desígnios imperialistas do novo czar do Kremlin?

    • Nada do que insinua,está incrito no texto de MST,mas a coragem e a voz que ele tem e que gostariam de silenciar ,pq o fazem a todos os outros que como ele pensam e que tema coragem de discordar ,são silenciados e que apenas amantes da Paz …..existe alguma mentira no que ele escreveu’ ….É ISSO QUE INCOMODA todos aqueles que dobram a cerviz ignominiosamnete a todos e todas as Guerras injustas a todos os povos e deslocações territoriais …..mas que são Povos que não tem olhos azuis(como eu) mas são castanhos ou negros …….desconhece ou quer exemplos……eu sei dum lado os bons do outro os maus……desconhece que á entrada na Polonia ,os que não sejam Brancos e olho azul ,vão para o fim da fila ,tal como acontecia já na Ucrania e o Batalhão AZOV fardado e incorporado na sfileiras Militares do EUcraniano ,liquidavam a Populaçao Russófona……?Tudo isto o “DEMOCRATA” Presidente da Ucrania permitia e nalguns casos incitava…….E a UE desconhecia?….

  5. Caro Miguel, o que Zelensky dá de si no seu desespero de sobrevivência não conta. Ele pode dizer que assina tudo e até acredito que deseje mesmo regressar às suas anedotas, às suas comédias na televisão, que eram mesmo muito apreciadas na televisão russa antes de ele ser presidente. Enquanto os EUA/NATO não assinarem, nada feito.
    Só Biden/Pentágono/Indústria de Armamento/CIA decidem. Zelensky fala para manter a propaganda da vítima, entreter os fiéis da propaganda e… camuflar o verdadeiro protagonista desta guerra imunda, os EUA/NATO. Desde o primeiro dia, quando os tanques russos começaram a rolar, que a Ucrânia é palco de um conflito entre a Rússia e os EUA/NATO. OS EUA/NATO querem avaliar a Rússia, querem medir as suas capacidades, ver até onde ela é capaz de ir. Também os políticos da UE, esses pobres diabos, estão a ser avaliados, a ver a sua resistência, a sua submissão, a sua vassalagem. A UE está em bicos de pés a refilar, a morder canelas da Rússia, a fanfarronear e, no fim de contas, a martirizar os povos da Europa, que vê como idiotas, chaparros.

    O povo ucraniano está a dar a sua cabeça para um conflito que não é o seu. Os EUA/NATO ocuparam a Ucrânia para desafiar, provocar, se possível atacar a Rússia da posição estratégica mais favorável. Os nazis dos batalhões Azov são escumalha da confiança dos EUA/NATO. Os laboratórios de armas biológicas na Ucrânia estavam nas mãos dos EUA/NATO. Os reclames, a propaganda, a publicidade imunda que todo o santo dia jorra dos milhentos canais televisivos nos velhos países de leste, só vista tal lavagens ao cérebro!!!! A Ucrânia sofre e sangra porque os EUA com a sua NATO querem a coroa, realizar o seu sonho mais húmido, o reconhecimento supremo, a conquista da Rússia. Essa Rússia de onde Napoleões, Hitlers sairam derrrotados. Essa Rússia que levou a cabo o maior desafio de sempre à burguesia mundial, a revolução proletária vitoriosa. As sementes lá estão. Nos tempos de hoje qualquer império é um império frustrado sem a Rússia a comer-lhe da mão.

    • Bom comentário, concordo. É tão evidente que o Zelensky é uma marioneta e a lavagem ao cérebro que jornais e tvs estão a fazer aos europeus já ultrapassou todos os limites. O Russia Today em inglês comparado com isto chega a ser um exemplo de sobriedade, e estão em guerra! Mas na UE só o podemos ler com VPN, ao que isto chegou!!

  6. Miguel de Sousa Tavares é até agora o único comentador português que não foi lobotomizado. Ele continua com coragem quer herdou dos genes do seu pai e da sua mãe.

  7. Coragem Miguel ,seu Pai e sua Mãe ,sentir-se-iam ,muito honrados ,pela defeza da paz e da Liberdade ,que sempre foram o Alfa e Omega das suas Vidas ,vai ver como incomoda muita gente que só sabe dobrar a Cerviz……..

  8. Não se pode agradar a Gregos e Troianos ao mesmo tempo:
    E Miguel prepare-se para a onda de impropérios que aí vem. Hoje em dia não se pode ter uma visão diferente. Se for sobre a invasão da Rússia sobre a Ucrânia e se não se for favor desta é se logo alcunhado de putinista.
    É ver o que tem acontecido ao Major-General, Carlos Branco, Agostinho Costa e Raúl Cunha. O Expresso foi veículo de desinformação que Vítor Matos, pretenso jornalista, que mais pareceu um elemento da ex-PIDE, tal a perseguição que fez a Major-General Carlos Branco. O que se tem passado na SICN entre José Milhazes e Alexandre Guerreiro. Para muitos só existe uma cor: azul e amarelo.
    O Miguel refere bem. Parece que voltamos a dois mil e quatro em que não faltavam bandeirinhas às janelas. Mas ao menos essas eram Portuguesas.
    Quem devia ler o seu artigo de opinião era a ERC e o Sindicato de Jornalistas a ver se acabava com este clima de ódio entre jornalistas que depois se transporta para a opinião pública. Já não se aguenta tal coisa. Sempre as mesmas notícias sempre as mesmas imagens que depois se vem a ver que são distorcidas.
    Fico agradecido por tal sentido de opinião.
    Termino com: “pessoas sábias com opiniões diferentes não geram conflitos; elas geram novas ideias”.

  9. Não gosto mesmo nada deste Bom jornalista mas fanático do FCP.
    Não consegue dizer o que pensa sobre qualquer assunto sem que faça um comentário sobre o Benfica, enfim, mentalidade pequenina e bairrista.
    No entanto, indo ao que interessa, acho que vale a pena ler o excelente artigo e refletir sobre o que lá vem dito.

  10. Neste tsunami…”de informação” (negócio)… é reconfortante ser confrontado, ser espicaçado ao contraditório, a procurar mais, conhecer para compreender. Obrigado Miguel, sincero mesmo. Às vezes não gosto. Este é de leitura indispensável.

  11. Infelizmente meu português não é muito bom, mas quero agradecer do fundo do meu coração por ter sua própria opinião e não ter medo de expressá-la. Partilho da sua opinião em todos os pontos. Спасибо!

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