Tudo o que aparece é. Mas nem tudo o que parece é

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 05/03/2022)

Miguel Sousa Tavares

No meu último texto aqui publicado, um incompreensível erro (da minha responsabilidade) levou-me a escrever que Putin teria muito mais a ganhar do que a perder com a invasão da Ucrânia, quando o que queria ter escrito e se deduz do meu texto é exactamente o oposto. De facto, uma semana de guerra demonstra que o líder russo se enganou de tal maneira em todas as suas projecções que se torna difícil compreender como é que se lançou nesta aventura que colheu tantos de surpresa, eu incluí do. Subestimou a capacidade militar e a vontade de resistência dos ucranianos; subestimou a reacção internacional e a força das sanções de toda a ordem por parte do Ocidente, e, dizendo-se preparado para enfrentar as consequências, só agora deve começar a avaliar a dimensão avassaladora que elas terão sobre a Rússia e o povo russo — ao ponto de, numa atitude que revela já sintomas de desnorte e desespero, ameaçar a Suécia e a Finlândia e agitar o espectro da arma nuclear. Mas, acima de tudo, Putin, um mestre na contrainformação e propaganda, com décadas de expe riências frutuosas nesse campo junto das democracias ocidentais, foi incapaz de avaliar a colossal derrota e vexame na sua imagem de estadista e na do seu país que a invasão da Ucrânia lhe acarretaria à escala global. Pura e simplesmente esqueceu-se de que vivemos num mundo em que grande parte da diplomacia, da informação e das decisões políticas, até ao mais alto nível, é determinada pelo que se passa nas redes sociais. E nas redes sociais, assim que o primeiro míssil russo voou sobre terras da Ucrânia, Putin passou a ser um bandido e os ucranianos uns heróis. Ele passou de vítima a agressor, de cercado a invasor, de temido a proscrito, de interlocutor obrigatório a louco com quem não há nada para falar, apenas armas a apontar. No mundo de hoje, uma centena de jovens activistas das redes sociais, nada sabendo de história ou de geopolítica, podem mais do que todo o sofisticado aparelho militar do novo czar russo.

Para agravar ainda a situação para Putin, todos os jornalistas estão junto dos ucranianos e reportam as informações deles recebidas, entrevistam apenas os resistentes ucranianos, civis e militares, e todos os diplomatas, analistas e especialistas estavam e estão com a Ucrânia e a NATO e contra a Rússia. E nestes tempos em que cada telemóvel é uma câmara de filmar nem sequer as manifestações contra a guerra dentro da própria Rússia deixaram de ser vistas nas nossas televisões: 6700 presos nas manifestações é um número imenso e enxovalhante para Vladimir Vladimirovich.

Tudo o que aparece é. Torna- -se uma verdade incontestável — “viral”, como gostam de dizer. E quanto mais gente a divulga mais verdadeira se torna.

Porém, a verdade conhecida como tal nas redes sociais, como todos os raciocínios simplistas, pode ser muito conveniente para separar os bons dos maus e sossegar as consciências, mas não evita as guerras nem sequer estabelece uma verdade sem mácula ou impede que fique por dizer aquilo que contraria a verdade conveniente.

É evidente que Putin perdeu toda a razão ou razões que pudesse ter quando tomou o fatídico passo de entrar Ucrânia adentro: ele foi o pior mensageiro possível para a mensagem da Rússia.

Mas isso, que teve o efeito oposto do que ele pretenderia — que foi o de fazer chutar as razões da Rússia para o caixote do lixo quando há gente a morrer às mãos dos invasores —, não apaga, só por si, nem a pertinência de algumas dessas razões nem o facto de ninguém as ter querido ouvir a sério antes. Na última edição deste jornal, Ricardo Costa escreveu: “Respeito quem tenta encontrar razões para a guerra e apontar as soluções que hipoteticamente a teriam evitado, como faz Miguel Sousa Tavares.” Agradeço o respeito, mas eu nunca fiz tal coisa.

Aliás, encontrar razões para a guerra e ao mesmo tempo soluções para a evitar são coisas contraditórias entre si. Justamente porque não via razões válidas para a guerra, a não ser os interesses obscuros que sempre estão por detrás delas, é que eu comecei a escrever aqui, dois meses antes da invasão, que não entendia que não estivesse a ser feito um esforço sério de diplomacia e negociação entre ambos os lados. Porque negociar implica que ambas as partes, e não apenas uma, estejam dispostas a ceder — mesmo a ceder parte daquilo que acham justo a benefício do principal bem comum. E eu desafio quem quer que seja a dizer quais foram as coisas em que a NATO ou o Ocidente estiveram dispostos a sentarem-se à mesa com a Rússia, ouvirem as suas razões com atenção e prestarem-se a dizer onde poderiam e não poderiam ceder e a troco de quê. Que digam uma só coisa em que tenham estado dispostos a negociar — uma só. Tudo o que eu ouvi e li durante dois meses foram proclamações ocas de que ainda havia espaço para a diplomacia, mas quando Macron a tentou, com base nos Acordos de Minsk, foi desautorizado e deixado a falar sozinho. Em vez disso, repetiram-se as ameaças de sanções nunca vistas, as declarações de que a Ucrânia era livre de escolher o seu destino na NATO, de que não havia nada para discutir em relação aos separatistas do Donbass (um retrocesso em relação a Minsk), o acumular de tropas da NATO junto às fronteiras russa e ucraniana e as comparações entre Putin e Hitler e a Alemanha nazi de 1938 com a Rússia de hoje. Sim, eu também posso dizer que respeito os que acham que não havia lugar a negociar nada com a Rússia, nem que fosse para evitar uma guerra e hoje não andarem a chorar com a desgraça da Ucrânia.

Mas não me venham dizer que tentaram negociar, que insistiram na via diplomática, porque isso é simplesmente falso. Putin optou pela guerra: é um facto. E do lado de cá não se fez nada para a evitar: é outro facto. E não é por Putin ser o agressor e a sua guerra injustificada que passa a vigorar a verdade única daquilo que conduziu a ela.

E a prova de que havia espaço para a negociação é que nesta quinta-feira russos e ucranianos, mesmo em plenos combates, encontraram vontade e disponibilidade para uma segunda ronda de negociações: os ucranianos fazem agora debaixo de fogo o que ninguém quis fazer antes com os russos.

E, a avaliar pelo relato comum da primeira ronda de negociações, as partes identificaram sete pontos de possível convergência a partir dos quais é possível, pelo menos, continuar a nego ciar. Então, este seria justamente (mais um momento) em que alguém — a UE, sobretudo — deveria chegar-se à frente também e ajudar os ucranianos, não apenas na guerra, mas na paz. Porque se há coisas que eles podem negociar sozinhos com os russos, outras, pela sua natureza, não podem. Há sinais claros de que o momento é propício: o Exército russo marca passo, não tendo conseguido, ao fim de uma semana, conquistar nenhuma cidade importante; há relatos de desmoralização entre os seus soldados e sinais de divisões no Kremlin e descontentamento crescente entre a população russa. Por outro lado (e embora isto não seja reportado nem “analisado” pelo lado de cá), se a má notícia é que Putin invadiu mesmo a Ucrânia, a boa notícia é que, ao contrário do que muitos vaticinavam, a estratégia não parece ser arrasá-la ou deixá-la de joelhos por muito tempo. Ao fim de uma semana e com os céus completamente nas mãos da aviação russa, apesar de os sinais de destruição irem fatalmente aumentando, não vemos ainda, felizmente, imagens de cidades em ruínas, igrejas, hospitais, monumentos ou alvos civis intencionalmente visados. A Reuters reportava, por exemplo, que uma noite de intenso bombardeio a Kharkiv, a segunda cidade ucraniana, “tinha causado, pelo menos, um morto” — o que diz tudo sobre a contenção dos russos.

Se eu fosse “especialista” em assuntos político-militares, estaria a pensar que Putin quer passar uma mensagem que, aparentemente, só os ucranianos entenderam ainda: que quis obter uma posição de força mas para negociar depois.

O perigo é a tentação de esperar por um golpe de Estado no Kremlin ou de querer ver Putin humilhado, na esperança de que ele se retire de calças na mão para depois ficar a ver os russos dizimados pelas sanções económicas (com o fraco consolo de nos ver a nós, europeus, também a ganir com as suas consequências). Ou então a suprema tentação de forçar o homem ao desespero apenas pelo prazer de fazer prova de que ele é mesmo louco e perigoso, o que já todos sabemos.

Mas um homem que anda sempre com uma mala azul que tem um botão vermelho lá dentro, capaz de reduzir instantaneamente ao silêncio todas as redes sociais do planeta, não pode ser levado ao desespero. Goste-se ou não deles, há nove homens que têm uma mala igual à de Putin e há 70 anos que nós negociamos com eles, assinamos com eles acordos e tratados para manter a paz no meio do que chamamos o “equilíbrio do terror”.

Na cadeira onde hoje se senta Putin já estiveram outros tão ou mais loucos e perigosos do que ele, e também com eles se negociaram coisas até bem mais importantes do que a Ucrânia.

É o mundo em que vivemos.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia


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8 pensamentos sobre “Tudo o que aparece é. Mas nem tudo o que parece é

  1. Este, sim, é um artigo sobre esta guerra insana que eu subscrevo na generalidade e dignifica o blogue Estátua de Sal.
    Vai ao fundo dos acontecimentos e foge a eleger verdades absolutas para se pôr em bicos de pés como alguns fazem. Do mesmo modo que não existem verdades absolutas, nada justifica o recurso à guerra para resolver problemas políticos, e menos ainda para inflamar egos e sonhos de imperialismo.
    Alguns já invocaram o argumento de ele estar cercado de membros da NATO, mas julgo que o maior receio de Putin será ver-se cercado de democracias liberais. O seu regime fica mais vulnerável pela vizinhança de democracias do que pela presença próxima de mísseis nucleares. Estes podem quedar-se imóveis e inoperantes nos seus silos ou pedestais, ao passo que a proximidade da democracia é irradiadora de influências nefastas e corrosivas sobre as autocracias e os despotismos. Silenciosa e insidiosamente, poderão surtir muito mais efeito do que a deflagração explosiva de um míssil. Pode o efeito não ser imediato, mas o tempo encarrega-se de o lavrar.
    As democracias podem ter muitos defeitos e insuficiências, mas são o único sistema político que valoriza e coloca a condição humana no centro das prioridades. Neste momento, é com o coração a sangrar que assistimos à tragédia que desabou sobre o povo ucraniano.
    Portanto, podemos exercitar as meninges com análises e narrativas justificadoras de erros, descasos ou desatenções que espoletaram comportamentos belicistas, mas sem dúvida que a prioridade é neste momento o apelo ao fim desta agressão e o apoio incondicional a Zalensky e ao seu povo.

    • “Não apenas a Ucrânia, que não existia como Estado antes de 1918 e logo a seguir decidiu fazer parte da URSS com um voto no parlamento – enquanto metade da população prosseguia a guerra contra os russos pelos anos 20 adentro – sempre teve populações de várias origens desde que foi conquistada aos turcos no séc. XVIII, depois de ter pertencido aos polacos, aos cossacos, aos tártaros, etc. – sempre esteve dividida ideologicamente pois já na Primeira Guerra Mundial uma parte da população havia lutado do lado da Rússia, da França e da Inglaterra, e outra parte, do lado da Alemanha do Kaiser que tinha prometido aos ucranianos não só a independência, como a posse de vários territórios…

      …como a questão ideológica se tornou ainda mais premente na 2ª Guerra, quando depois da invasão a Leste pela Alemanha, uma parte da população ucraniana voltou a lutar com os alemães do III Reich contra os russos que foram aliados dos ingleses e dos americanos – chegando a haver uma divisão de voluntários ucranianos, a 14.ª Divisão de Granadeiros das Waffen SS “Galizien”, composta de 4 regimentos e 7 batalhões…

      …como a questão do nazismo nunca morreu e foi recentemente ressuscitada pelo Batalhão de Azov” e outras organizações militares ou paramilitares de extrema-direita ucranianas:

      “Azov Special Operations Detachment, often known as Azov Detachment, Azov Regiment or Azov Battalion until September 2014, is a right-wing extremist and neo-Naziv unit of the National Guard of Ukraine, based in Mariupol, in the Azov Sea coastal region.

      It has been fighting Russian separatist forces in the Donbas War. Azov initially formed as a volunteer militia in May 2014.

      It saw its first combat experience recapturing Mariupol from pro-Russian separatists in June 2014.

      On 12 November 2014, Azov was incorporated into the National Guard of Ukraine, and since then all members are contract soldiers serving in the National Guard.

      In 2014, the regiment gained attention after allegations of torture and war crimes, as well as neo-Nazi sympathies and usage of associated symbols by the regiment, as seen in their logo featuring the Wolfsangel, one of the original symbols used by the 2nd SS Panzer Division Das Reich.”

      Mariupol, é uma cidade inteiramente russa, que foi criada do nada pelos russos no séc. XVIII em territórios que nunca pertenceram à Ucrânia, povoada por russos, gregos e judeus, e que foi ilegalmente ocupada e anexada pela Ucrânia a seguir à queda da URSS em 1991, e outra vez em 2014, onde precisamente o Batalhão de Azov persegue, assassina e tortura os “separatistas” russos!!”

  2. Um cirurgião quando corta um paciente com o bisturi não o faz para prejudicá-lo e sim para salvá-lo.
    A Rússia é o cirurgião que, com coragem e com custos, corta o abcesso ucraniano.
    Apos a desmilitarização e a desnazificação a Ucrânia será devolvida ao seu povo.
    Pouco importam as vulgaridades escritas por MST e outros escrevinhadores.
    JF

  3. Imagine que você tinha um vizinho da porta do lado, arrogante e prepotente que lhe infernizava a vida só porque você pretendia casar com a vizinha do prédio da frente e ainda andava a paquerar uma matrona do outro lado da cidade, sem lhe ligar nrnhum. E ia-dar satisfações? Dizer-lhe que não queria nada com com ele porque era feioso pobre e mau sujeito

  4. O MST,mostra que a UE é uma Anã politíca ,o Boris Jonhson,é o “Idiota” às ordens dos USA que o usam como usaram Barroso (porteiro) na Guerra do Iraque …..O MST com uma análise responsável e clarividente e realista ,chama a atenção para a Nave dos Loucos que ocupa o Poder na UE, salva-se nesta loucura o pragmático,qual “De Gaule” Macron e tb Costa que até agora na sua posiçao soft não incendiou como tem feito a UE e a sua Presidente que diga-se foi “travada” pelo Jaques Michel ,deitando água na Fogueira dos “incendiários ” da Comissão Europeia,mas ou travam a fundo ,ou Tragédia pode consumar-se ……as TVs Tugas irresponsavelmente tb tem incendiado a opinião Publica ,apelando ao mais irracional que existe em cada um de nós ….como foi noticiado hoje que Cidadãos da Comunidade Russa em Portugal foram molestados …….a irracionalidade instalou-se e sabe-se a que caminhos perigosos sem recuos podem levar todos os Ismos…..Todos NÒS, não podemos fingir como em 1939,que fingiamos que nada se passava ,mas percebemos e deixamos de fingir quando chegou à nossa porta,porem era tarde…….MST contra a corrente ,levanta a voz e bem ,contra “jornaleiros ” que não cumprem a sua Missão de in(formar) ,a “Opinião” Publica …….de tudo aquilo que está em jogo ,i é a Democracia e a Liberdade de Todos os Povos da Europa do Atlantico aos Urais…..

  5. Bom artigo de Miguel Sousa Tavares, que domina completamente a situação e está a favor da verdade e da PAZ. De facto toda esta guerra foi preparada a mando dos nossos “amigos americanos” que, depois de dizimarem várias nações do que hoje chamamos USA, pretende ser a potência hegemónica deste Mundo.

  6. Miguel Sousa Tavares pode continuar a tentar justificar o injustificável (a invasão da Ucrânia), e muito embora a sua opinião tenha sofrido evolução ao longo dos seus três últimos artigos no Expresso, a verdade é que parece manter a arrogância de que mesmo que os factos não provem a sua teoria, os factos devem estar errados, porque a sua teoria tem de estar certa.
    Por isso, não posso aceitar, porque revela falta de seriedade e honestidade, a afirmação feita na sua coluna de opinião no último Expresso de que «se a má notícia é que Putin invadiu mesmo a Ucrânia, a boa notícia é que, ao contrário dos que muitos vaticinava, a estratégia não parece ser arrasá-la ou deixá-las de joelhos por muito tempo. Ao fim de uma semana e com os céus completamente nas mãos da aviação russa, apesar de os sinais de destruição irem fatalmente aumentando, não vemos ainda, felizmente imagens de cidades em ruínas, igrejas, hospitais, monumentos ou alvos civis intencionalmente visados».
    Porque isto é desmentido pelas imagens que nos chegam todos os dias dos media internacionais (CNN, BBC, Sky News, etc.), de bombardeamento por mísseis de zonas residenciais e infra-estruturas civis, de crianças mortas em estabelecimentos escolares, o reconhecimento pela própria OMS de ataques a instituições hospitalares, a destruição, apenas a título de exemplo, da icónica catedral da Anunciação de Kharkiv (1888) ou do memorial do holocausto em Kiev.
    Enfim, uma barbárie de destruição em massa, a mando do déspota do Kremlin, de cidades ucranianas e do maior êxodo de refugiados dentro da Europa, depois da 2.ª Guerra Mundial.
    Que MST ignore tudo isto, para continuar a manter a sua posição, é apenas lamentável tendo em conta o seu estatuto de jornalista (agora, pelos vistos, apenas de comentador) de referência.

  7. O artigo de M S T surpreendeu-me pelo bom senso e realismo que revela. De facto é minha opinião, que este conflito é mais uma vez um conflito de interesses entre potencias ( capitalistas) por recursos e zonas de influencia, no qual acontece que a Ucrânia é o peão.
    Embora não aprecie o Putin, mesmo assim acho que Biden e companhia não lhe ficam atras, sobretudo em hipocrisia, pois lançam as pedras e escondem a mão e não tem vergonha nenhuma em sacrificarem a população de um pais, pois se tivessem tido, como hoje se diz, vontade politica, teriam encontrado maneira de evitar a guerra: Mas se calhar não quiseram porque precisam de guerras como do pão para a boca, nomeadamente para distraírem as pessoas dos reais problemas em que com a sua miopia torpe e ganancia desmesurada estão a precipitar a humanidade.
    Quanto a um outro comentário segundo o qual o Putin teria medo das democracias liberais, queria dizer que estas não metem medo a ninguém porque se têm revelado uma farsa, bem montada é certo,. mas uma farsa.. Afinal nestas democracias o povo fica satisfeito porque pode escolher através do voto, de vez em quando, entre o candidato a e o candidato b, mas afinal a e b são sempre farinha do mesmo saco.

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