(Christine Ann Assange [*] , in Resistir, 31/12/2021)

Há cinquenta anos, quando dei a luz pela primeira vez como jovem mãe, pensei que não podia haver dor maior, mas logo a esqueci quando sustive meu belo bebé nos braços. Chamei-o Julian.
Agora percebo que estava equivocada. Há uma dor maior. A dor incessante de ser a mãe de um jornalista galardoado, que teve a coragem de publicar a verdade sobre crimes governamentais de alto nível e sobre a corrupção.
A dor de ver o meu filho, que tentou publicar verdades importantes, manchado a nível mundial.
A dor de ver o meu filho, que arriscou a sua vida denunciar a injustiça, inculpado e privado do direito a julgamento justo, reiteradamente.
A dor de ver um filho são deteriorar-se lentamente, porque foi-lhe negada a atenção médica e sanitária adequada em anos e anos de prisão.
A angústia de ver o meu filho submetido a cruéis torturas psicológicas, numa tentativa de romper o seu imenso espírito.
O constante pesadelo de que seja extraditado para os EUA e a seguir passe o resto dos seus dias enterrado vivo em isolamento total.
O medo constante de que a CIA possa cumprir seus planos para assassiná-lo.
A onda de tristeza quando na última audiência vi seu corpo frágil cair exausto por um mini derrame cerebral, devido ao stress crónico.
Muitas pessoas ficaram traumatizadas ao ver uma super-potência vingativa que usa seus recursos ilimitados para intimidar e destruir um indivíduo indefeso.
Quero agradecer a todos os cidadãos decentes e solidários que protestam globalmente contra a brutal perseguição política sofrida por Julian.
Por favor, continuem a levantar a voz aos seus políticos até que seja a única que ouvirão.
Sua vida está nas suas mãos.
#YoSoyAssange
#JusticiaPorJulian
30/Dezembro/2021
[*] Mãe de Julian Assange.
O original encontra-se em https://www.lahaine.org/mundo.php/carta-abierta-de-la-madre
O absurdo de um pedido de extradição, cobardemente levado como sendo plausível. assim como a sua prisão e continuada tortura , mesmo não havendo Julian Assange cometido qualquer crime ou tal tipo de coisa estar no que lhe acusam, quer na Grande Bretanha quer no país que lhe persegue sem tréguas ao longo destes anos. Deveras irónico :
pretenderem manter preso um cidadão que não é sequer dos EE.UU. nem tão pouco Britânico ( intolerável o torturarem !). E a Grande Bretanha permite?!! Colabora com isto?!! Nem sendo crime nada que haja na acusação , nos Estados Unidos ou na Grande Bretanha, como pôde isto ser?! Estado de Direito?
A testemunha que o lado americano empregou para basear o seu caso admitiu ter mentido, e está actualmente condenado e preso na Islândia ; o politico americano M. Pompeio admitiu o que se sabe, dos planos de rapto e assassinato por parte do governo que o persegue , via o departamento que chefiava ; o testemunho de Manning clarificou sem qualquer dúvida que mesmo o termo ”hacking” nada tem a ver com o editor / fundador do Wikileaks, jornalista premiado, mas mantêm-no preso? Pior ainda : contemplam o enviar não para o seu próprio país (com uma indemnização por tanto mal lhe terem feito passar) ou onde ele quisesse ir, mas para o país que formulou o seu rapto e assassinato ?
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Barbaridade. Triste e vil barbaridade
A minha simpatia vai para Julien Assange e sua família. Rejeito completamente as iniciativas dos poderes facticos norte-americanos de promover como heróis dos direitos humanos jornalistas que se limitam a reforçar as agendas de política externa dos USA, ignorando Assange. E, caso a referência a Barrack Obama esteja correcta, reservo-lhe uma manifestação de desprezo ainda maior que as que tenho tido para com Donald Trump.
É realmente muito triste o que se passa no mundo e sobretudo nos neo-nazis EUA. Depois vêm falar em alertas para as novas ditaduras quando ninguém move uma palha para acabar com estas injustiças.