(Publicado por Carlos Esperança, 15/12/2019)

“O silêncio dos bons nem sempre é uma virtude.”
Uma manhã, quando nosso novo professor de “Introdução ao Direito” entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
– Como te chamas?
– Chamo-me Belchior, senhor.
– Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! – gritou o professor.
Belchior estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estávamos assustados e indignados, porém, ninguém falou.
– Agora sim! – e perguntou o professor – Para que servem as leis?
Seguíamos assustados, porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:
– Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
– Não! – respondeu o professor.
– Para cumpri-las.
– Não!
– Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
– Não!
– Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?
– Para que haja justiça – falou timidamente uma garota.
– Até que enfim! É isso… Para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?
Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira. Porém, seguíamos respondendo:
– Para salvaguardar os direitos humanos…
– Bem, que mais? – perguntava o professor.
– Para diferençar o certo do errado… Para premiar a quem faz o bem…
– Bem, não está mal, porém… respondam a esta pergunta:
– Agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?
Todos ficamos calados, ninguém respondia.
– Quero uma resposta decidida e unânime!
– Nãoooo !!! – respondemos todos a uma só voz.
– Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
– Siiiiiim !!!
– E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las?
– Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça.
Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais!
– Vá buscar o Belchior – disse, olhando-me fixamente.
Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.
Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negoceia.
(História de autor desconhecido)
Tem tanta força…
Não sei se a faculdade
d´isto faz alarde
Plenamente de acordo. Fantástico texto !
Parabéns ao autor desconhecido e a quem teve a amabilidade de divulgar.
Muito bom. Excelente mesmo.
Um professor destes não foi varrido pelos gauleiters da Universidade?
🙂
Muito bom o post!
Essa anedota é, de fato, interessante.