António Barreto (AB) – O masculino de Zita Seabra sem hóstias

(Carlos Esperança, 15/10/2019)

António Barreto, sociólogo, bom fotógrafo e medíocre pensador julga-se uma espécie de guru da direita civilizada.

Esteve na Suíça onde poderia ter-se tornado cosmopolita, mas o apelo provinciano não lhe permitiu afastar-se das origens dos proprietários de quintas do Douro.

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Foi membro do PCP, no exílio, pois claro, de onde saiu por considerá-lo muito à direita, e foi no PS, depois de derrubada a ditadura, que viajou para a direita neoliberal, durante as tropelias no ministério que Soares utilizou para se reconciliar com os latifundiários. Ornamentou depois a experiência de Sá Carneiro para unificar a direita democrática na AD com o apodo de ‘dissidente do PS’.

Não o ouço na TV onde era, ignoro se é ainda, comentador encartado dos atos eleitorais, e não lhe faltam jornais para propaganda. O homem que mais escarneceu a Expo-98, os telemóveis e tudo o que é progresso, acabou como almocreve da direita, a rivalizar com Cavaco no ódio à esquerda.

Quando da formação do último governo, AB, confundiu o desejo e a realidade. Disse ao “Dinheiro Vivo” que António Costa pode perder o partido, ao estar a unir-se a partidos comunistas, porque “O PS é geneticamente anticomunista e deixar de ser anticomunista e passar a ser amigo ou aliado do comunismo, do Bloco de Esquerda ou do Livre põe problemas seríssimos”.

Problema seriíssimo seria ter-se aliado à direita. Enganou-se como sempre, apesar do ar doutoral com que se engalana, mas isso é assunto menor. O homem é assim, ou foi-o sempre, já quando foi do PCP e à esquerda do PCP, por dissimulação ou exibicionismo.

O que incomoda é a tentativa de reescrever a História.

A propósito da homenagem da AR ao ilustre parlamentar e político falecido, transcrevo da homilia dominical no Público, republicada no blogue Sorumbático, onde colaboro: “Se quiserem designar Freitas do Amaral como um dos quatro “pais da democracia”, com Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Ramalho Eanes, há razões para o fazer.”,

É preciso topete para substituir Álvaro Cunhal por Ramalho Eanes, ao gosto estalinista, nos líderes partidários que legaram a CRP que nos rege, legisladores da CRP que nos rege, mas é de uma ingratidão própria dos trânsfugas, a omissão de que a democracia foi oferecida ao povo português, numa madrugada de Abril, pelos capitães do MFA a quem deve o regresso à Pátria e a relevância que não lhe reconhecem para lá de Vilar Formoso ou do aeroporto Humberto Delgado.

Foram eles, os capitães de Abril, os pais da democracia. Prometeram, e cumpriram, as eleições livres e a entrega dos destinos de Portugal aos civis. Não mereciam a amnésia dos cobardes, oportunistas e aldrabões. Bastaram as retaliações de que foram alvo.

5 pensamentos sobre “António Barreto (AB) – O masculino de Zita Seabra sem hóstias

  1. O António Barreto é o maior farsante da nossa vivência cívica. Ele próprio não deve conhecer-se, pelo que, em minha opinião, é um caso de psiquiatria. Mas não vale a pena perder tempo a falar de quem é uma autêntica inutilidade.

  2. Discordo, em Democracia é um direito.Cada um gosta o que gosta, dizem, que gostos não se discutem; mas eu acrescendo…podem-se educar……

    • Tolerância democrática é uma coisa, diferente é usar a liberdade de expressão para esvaziar o seu próprio sentido e significado. O que o António Barreto faz é exactamente isso. Elegeu um proscénio no cimo do qual se coloca sorrateiramente para representar um papel de simples histrião. Nunca fez coisa alguma em proveito do progresso do país, assumindo os riscos de um cargo político para se confrontar com o país real e dar a cara por soluções concretas. De treinadores de bancada o país não precisa, ainda menos quando nada têm para dizer, emaranhando-se nos próprios rabiscos do seu pensamento vago, contraditório e hipócrita.

  3. surgirem tantos pais da menina democracia tantos anos após ter atingido a maioridade confirma a minha suspeita que as barrigas de aluguer são muito antigas e neste caso em concreto quem teve os enjoos da gestação e as dores de parto foi “alguem” cujo nome tem como iniciais pcp.

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