(Abílio Hernandez, 12/07/2018)
Caros amigos,
Que fervoroso entusiasmo por aí vai no apoio à seleção da Croácia (que joga muito bem, sublinhe-se) e que desejo ardente que ela vença a França na final do Campeonato do Mundo!
A propósito dessa seleção de que tanto gostais (e que, repito, joga muito bem), gostava de vos lembrar o seguinte:
– Depois de a Croácia eliminar a Rússia, o defesa-central croata Vida gritou “Glória a Ucrânia” num vídeo de exaltação ao regime fascista de Kiev.
– Antes disso, no final da vitória sobre a Argentina (3-0), na fase de grupos, o central Lovren partilhou um vídeo nas redes sociais em que aparece ao lado de outros jogadores croatas a cantar “Bojna Cavoglave”, tema usado pelos Ustase, movimento nazi que assumiu o poder no Estado Independente da Croácia durante a Segunda Guerra Mundial, e que levou a cabo uma “purificação racial” em que as milícias fieis ao governo executaram centenas de milhares de pessoas, entre sérvios, judeus, ciganos e antifascistas.
– Em 2015, no desafio com a Itália, um pedaço do relvado próximo do centro do terreno foi cortado pelos jardineiros croatas de modo a formar uma cruz suástica.
– Em 2013, no final do jogo que classificou a Croácia para o Campeonato do Mundo do Brasil, Simunic, que era o capitão da seleção croata, cantou, juntamente com a claque, cânticos nazis, enquanto fazia saudações nazis.
– Atualmente – mas o que é isso em comparação com a mestria deles com a bola – Lovren e Luka Modric são suspeitos de envolvimento num esquema de corrupção que envolve transferências destes jogadores.
Tomar partido a favor ou contra equipas de futebol, seja de clubes seja de seleções, é, como todos sabemos – e exemplificamos – uma escolha carregada de subjetividade e mesmo de irracionalidade. E quando uma equipa joga tão bom futebol, a escolha pode tornar-se, afinal, mais racional.
E que bem joga a monocolorida Croácia!
Mas eu, que por vezes gosto de tornar as coisas mais subjetivas, prefiro apoiar a França multicolorida de Mbappé, Umtiti, Pogba, Giroud, Dembélé, Varane, Hernández (et pour cause), Kanté, Griezman, Rami, Matuidi, Lloris …
É arbitrária a minha escolha? Vale pouco? Vale o que vale!
Vive la France!
Sim, Vive la France! Sou francesa e defendo a minha equipa… Não me importa que seja multi racial, pelo contrário, a França é terra de acolhimento (mas isso não faz a unanimidade no país), e há muito que apontar em termos de “fraternité” e “égalité” de condições oferecidas a esses estrangeiros que chegam regularmente a França e na Europa!
Lamento muito que os recem-chegados a Europa (paises de leste) tenham tendência a votar extrema direita…Mereciam ser afastados duma Europa unida que só deixaria entrar quem respeitasse os valores de civilização que se baseiam no respeito ao outro…
Vive les Bleus pour demain.