Amigos, amigos da onça, ratos de porão e outras ratas…

(Por Dinis Jesus, 07/05/2018)

socas_cancio

Quase me tinha imposto não escrever nada acerca do caso de José Sócrates por achar que é, pelo voyeurismo, um enxovalho á sã convivência numa civilização que se quer apresentar como razoável, mas eis que surge um gatilho que se mostra impossível de não ser acionado… chama-se tal “trigger” Fernanda Câncio.

O mediatismo do caso Sócrates é uma indecência à luz do direito e uma condenação na praça publica. A praça publica sabemos até, que crucificou Jesus Cristo, por isso bem sabemos da sua histeria e vontade de sangue. Portanto quanto a isso não há muito a dizer, todos os que têm dois palmos de testa sabem que é assim, como sabem também quão errada foi a crucificação de Jesus Cristo, segundo a Bíblia, para os que nele ainda hoje acreditam.

Desde já faço uma declaração de interesses, eu esquerdista convicto, acho que só houve um primeiro ministro pior que Sócrates, que foi Passos Coelho, não pelo que fizeram como primeiro-ministro, por estranho que pareça… mas pelas ideias que subjazem à sua filosofia politica, muito mas muito à direita para o meu gosto.

Como tal este texto não é uma defesa de Sócrates, acerca do qual não sei se é culpado ou inocente do que o acusam, nem isso me interessa para já, porque apenas depois de saber o que quem o acusa é capaz de provar ou não, terei opinião sobre tal assunto.

Sei é de fonte segura, que o que eu sei sobre Sócrates não daria para acusá-lo e ainda menos para julgá-lo. Não sei se tal desconhecimento advém de eu ser muito burro quando me comparo com quem sabe tudo sobre ele, apesar de com os mesmos meios que eu, ou se por ser apenas prudente e  mais avisado que os absolutamente sabedores.

Escalpelizemos, pois, as palavras que escolhemos para título…

Amigos:

Segundo o dicionário é, de entre muitas coisas outras, mais especificas, aquele que inspira simpatia, amizade ou confiança ou aquele que ajuda e favorece.

Diz-nos a nossa cultura judaico-cristã que amigo é aquele que ajuda sem querer nada em troca, diz mesmo que quem ajuda com o fito no recebimento de ganho futuro não é amigo e é um grande interesseiro. Isto para dizer que tendo uma pessoa possibilidades e outra pessoa necessidades não vejo, nem vê o catecismo católico que inspira tanta gente, essa abnegada ajuda sem querer nada em troca de uma pessoa a outra com maus olhos, menos ainda se são amigos de longa data e relações muito próximas.

Errado até perverso e éticamente condenável é todos julgarem que não há amigos que ajudam sem querer nada em troca e que a busca do beneficio próprio é única constante nas relações.

Mas se assim é, para que se fala de ética ou moral? Eu já tive, perante a dificuldade, a ajuda financeira de muitos amigos, acredito que quem me ajudou não esperava nada em troca que não a devolução, sendo-me ela possível, dos montantes que me emprestaram… a alguns ainda não devolvi e eles mantém-se meus amigos e eu mantenho-me com a vontade ética de devolver os valores e de ser seu amigo.

Sobre a medida das necessidades, que é outra faceta da critica a Sócrates,  direi que cada um terá a sua, para uns será o suficiente para comida e para outros o suficiente para usar fatos Armani e viver e estudar em Paris… não quero ter superioridades morais miserabilistas e achar que ajuda digna é só a que tira da miséria ou da fome.

Deixo uma frase de Séneca para enquadrar o que eu digo, imaginando que todos os pobres merecerão ajuda:

“Pobre não é aquele que tem pouco é aquele que precisa muito”.

Amigos da onça:

Sobre estes amigos, reza também o dicionário que são aqueles que parecem amigos, mas não são,  querendo, ainda assim, aproveitar-se do que a aparente amizade, que propalam aos sete ventos, pode aportar de ganhos para si. Mas quando essa relação os pode beliscar, aos olhos de outros, querem apagar todo o envolvimento anterior e até acusar de falhas morais e éticas os que antes bajulavam como amigos, dizendo-se agora enganados.

Este grupinho de indigentes da moral e da ética são, digo eu, uns MERDAS. Não sei se Sócrates terá lidado com alguns destes ou não, mas parece-me que sim.

Ratos de porão:

Como não encontro uma definição nos dicionários para este nome, socorro-me do que ouço do povo quando diz que os ratos são os primeiros a abandonar o barco quando este se afunda.

Estão neste caso, em relação a José Sócrates, muitos dos que foram seus correlegionários e até ajudantes de campo (ministros) que nunca saíram em sua defesa, mesmo quando aquilo a que foi sujeito o justificava largamente, já que era também a defesa do estado de direito que estariam a promover.

Sim, eu acho e achará todo o cidadão não movido por ódios a Sócrates, que o comportamento aberrante do MP, do Juiz Carlos Alexandre e de muitos comentadores nos meios de comunicação social, teriam justificado um manifestar de opinião, sobre os procedimentos processuais, por parte do partido socialista, de que Sócrates era destacado militante, mesmo por parte dos membros do governo com responsabilidades nas áreas da justiça envolvidas (ministro da administração interna, ministro das finanças, ministra da justiça e primeiro ministro) e não o costumeiro refugiar na frase batida de “ à politica o que é da politica e à justiça o que é da justiça”.

Sim, tem de ser a política a balizar, é-o quando legisla, os limites/comportamentos dos aplicadores/promotores da justiça. Ficar calado perante a indignidade é ajudar o mais forte quando este se constitui como Juíz e Carrasco e atira um presumível inocente para as garras e dentes do povo.

O que defendo não é que viessem dizer que ele não é culpado, não é dessa defesa que eu falo, embora até a compreenda em amigos e familiares, porque essa inocência ou culpa cabe aos Tribunais apurar e só conta quando das sentenças já não houver mais possibilidade de recurso.

Sei que a inocência até transito em julgado é também uma frase batida, mas nenhum estado de direito pode, em nenhuma altura, afastar-se deste preceito fundador do direito que subjaz à nossa civilização/justiça.

Então como ratos do porão classifico todos os que de forma mais clara ou mais velada foram abandonando José Sócrates à sua sorte numa luta tão desigual como aquela a que qualquer cidadão é sujeito quando tem de enfrentar a máquina judicial do estado, quase sem limite de meios para acusar, quando comparada com um qualquer cidadão no que toca a defender-se. Falamos de meios humanos, financeiros e prazos, o que configura um claro inclinar do campo em benefício do acusador.

Como não me tenho por covarde digo nomes, nestes de quem falo incluo António Costa, Carlos César, Santos Silva, João Galamba e a guerrilheira Ana Gomes com as suas lutas de guerrilha umas vezes justas outras completamente alucinadas e sem nexo. Depois há mais uns coios  d`indigentes que gravitam pelo partido, dentro e fora dele, mas que não contam para o totobola.

Outras ratas:

Chegamos por fim às outras ratas, perdoe-se-me a brejeirice, sim é com o significado popular que uso o termo rata porque ele define um sexo e no caso o do tal gatilho que despoletou esta minha vontade de escrever este texto, a Fernanda Câncio .

Tudo porque a Fernanda Câncio, pessoa de quem costumo ler as opiniões e até maioritariamente concordar, além de ser mulher é também das que perante o eventual naufrágio do barco de Sócrates se mostra agora disposta a abandonar, como os ratos, esse mesmo barco.

Esse abandonar do barco podia apenas fazer dela uma simples rata de porão, não tivesse ela sido beneficiária liquida dos gastos de José Sócrates, coisa indesmentível quando sabemos, por ela, que nunca pagou nenhuma das suas férias, das que fizeram em conjunto, que nunca se preocupou, nessa altura, com a ética que agora parece exigir ao antigo namorado ou amante, ou lá o que teriam sido, ao não questionar a origem de tais fundos ou até mesmo do beneficio em si… pois este beneficio resulta de uma ligação emocional que não será muito diferente da amizade.

Sim, o dicionário, numa das definições de amigo, daquelas mais especificas, encontra nos namorados, amantes e amásios sinónimos .

Uma pessoa tão adepta da igualdade de direitos entre géneros, até feminista e articulista virtual nesse grupo de senhoras feministas que se chama Maria Capaz, como se acomoda sem questionar a tal boa vida?

Sim, essa boa vida que ela agora questiona em Sócrates por uma parte dessa vida ter sido feita em cima de empréstimo ou doações do amigo Carlos Santos Silva, quando a boa vida dela, Fernanda, era também doada por José Sócrates.

Não se me consta que ambos alguma vez tivessem tido contas conjuntas e mesmo que as tivessem tido então seria igualzinha a Sócrates, no que é éticamente reprovável, ao aceitar de Sócrates o que este aceitava do amigo, para tais ajudas ao bem-estar de ambos.

Entendo, com tolerância, que alguém que é intelectualmente e psicologicamente menos resistente do que José Sócrates, quando visada, perante a novela indecente que nos foi colocada diante pelas miseráveis televisões e seus miseráveis jornalistas, não tenha a capacidade de resistir ao esforço e queira por todos os meios desculpar-se por ter sido beneficiária líquida do que ora critica. É típico dos fracos emocionalmente e nos de ética questionável.

Usando um calão de aldeia recomendado na minha juventude, nas discussões entre vizinhas desavindas é o chama-lhe PUTA antes que ela te chame a TI.

A Sócrates deixo um conselho: escolha mais amigos e menos amigos da onça, selecione melhor os ratos que leva para o barco e sobretudo escolha bem as ratas da vida.


Fonte aqui

22 pensamentos sobre “Amigos, amigos da onça, ratos de porão e outras ratas…

  1. Outro.
    Porque será que todos que, de algum modo, aparecem em defesa de Sócrates têm de fazer uma ‘declaração de interesses’ em como detestam o homem, nunca o viram nem sabem nada acerca do dito e sobretudo se é culpado ou inocente?
    Alguns, não é o caso deste, depois de se insurgirem contra a “justiça” tal como está sendo aplicada a Sócrates rematam não saber se é culpado ou inocente e que tal só ‘depois do julgamento’.
    Depois do julgamento feito pela tal “justiça” que consideraram e declararam antes não ser isenta.

    • Se reparar bem, verá que eu digo que não sei se ele é culpado ou inocente, porque ao comum do cidadão é impossível saber de outra forma que não seja a adivinhação. O que sei é que a justiça muitas vezes não é isenta, e sei à custa da experiência própria. O que este texto pretende é criticar a ala do PS que agora, quatro meses depois da acusação, de repente descobriu uma vergonha nunca antes vista. Criticar os que com responsabilidades politicas não chamam a atenção dos que aplicam a justiça sobre a sua promiscuidade com a imprensa, ao que parece a UE já resolveu o problema ao impedir os jornalistas de usar os nomes dos visados em processos sem a estrita autorização dos próprios…assim acabará a mama para os novelistas. E por fim criticar a estapafúrdio atitude da Fernanda Câncio. Como acredito que este processo levará à prescrição da maioria dos crimes pela sua morosidade, ninguém precisa de defender Sócrates de outra coisa que dos julgamentos de carácter. Já escrevi nesta linha para defender do tratamento ignóbil da justiça Dias Loureiro aplaudindo o arquivamento do processo que corria contra ele. Sim e sou, desde Guterres, Comunista.

      • OK, Jesus.
        Mas deixou um enigma. Comunista assim de repente depois de Guterres?
        Já que fez tal confissão deixou-me com vontade de saber tal tipo de conversão repentina tipo Saulo na “Estrada para Damasco”.

        • Não é uma conversão…é passar a entender a realidade melhor. O partido socialista andou muito para a direita. A geringonça é desvio à esquerda mas que se deveu a uma situação excepcional e por pressão dos apoios dos partidos mais à esquerda. Simples assim, sem conversões nem milagres.

    • Olha lá óh Neves. Então não sabes que num Estado de Direito o prognóstico é só no fim, isto é, culpado ou inocente só depois de transito em julgado? Vá lá Neves, és melhor do que isso…

      • Sim, claro, até aceito que seja como diz num Estado de Direito mas se considerar que vivemos num “Estado de Garrocho” tenho imensas reservas intelectuais em aceitar.

  2. A atitude dos que ainda defendem Sócrates faz lembrar o marido enganado que primeiro quer ir às ventas de quem se atrever a duvidar a honestidade da mulher e depois, quando descobre (depois de toda a gente) que ela de facto o enganou, cai no cinismo e diz que, afinal, a sua mulher até pode ser desonesta mas as que a acusam também são.

    Câncio está coberta de razão. Sócrates é um mentiroso e admitiu tal coisa, sem sequer se desculpar, ainda por cima. E nós não soubemos disto ontem, sabêmo-lo desde 2014.

    Se ele lhe mentiu a ela e ela acreditou ou não, é irrelevante. O que é relevante do nosso ponto de vista é que Sócrates teve um comportamento eticamente inadmissível, independentemente de ser culpado de crimes ou não (ou melhor, se for realmente culpado, a situação ainda é pior do que aquilo que Sócrates admitiu).

    Quanto à escolha das amizades, a pergunta que fica é, mas Sócrates, a comportar-se assim, ainda terá amigos?

    Relativamente ao PS, desculpem que vos diga, mas as pessoas que votam neste Partido querem é que Sócrates se suma por um buraco bem pequeno. Já nos custa ter dado o voto uma vez ou duas a este espécimen de político. O ar fica bem mais respirável agora que ele saiu.

    Ah, e já agora, cara Estátua de Sal, gostava de perceber se secunda ou não os insultos proferidos contra Câncio no artigo acima. Para usar de um ditado popular, ‘tanto é ladrão o que vai à vinha como o que fica à porta’, sabe?

    No fundo, bate tudo certo. Quem defende a coisa mais próxima que Portugal teve de um político populista sem princípios também passa o tempo a tecer loas ao totalitarismo… O niilismo está de boa saúde e recomenda-se…

    • Você tem uma certa tendência para se considerar um grande possuidor da “bitola da moralidade naturalista”. Explico: 1) O capitalismo tem tiques e toques de imoralidade? Você diz que sim, mas de passagem diz que o capitalismo é tão inelutável quanto a Lei da Gravidade; 2) Depois, acrescenta que ainda não viu (na prática) regime melhor; 3) De passagem, portanto, absolve Pinochet, Noriega e todos os torcionários que operam em nome da “liberdade de circulação do capital”, milhões de mortos nas guerras promovidas pelo Império Coca-Cola, etc; 4) Mas que se há-de fazer, diz o douto JS? Quando caímos de uma escada e partimos uma perna não há nada a fazer e não se pode dizer que a Lei da Gravidade deva ser “moralmente” responsável pelo acidente; 5) Ora, o argumento que você usa e do qual abusa para desculpar as atrocidades do capitalismo (sim, porque você, como detentor da bitola da moralidade, as reconhece), é que os outros sistemas são bem piores. Ora, esse argumento não é válido no caso do Sócrates, para si: o capital tem desculpa; o Sócrates não tem porque mentiu; O Blair que mentiu, o Durão Barroso, o Cavaco, etc, como mentiram em nome da “defesa dos valores ocidentais”, esses estão perdoados. 6) Voltando ao Sócrates: A Câncio era a única pessoa que não devia escrever um texto como o que escreveu. Só você, com as suas palas costumeiras, é que não vê que é de uma falta de ética enorme vir usar contra Sócrates o seu estatuto público de ex-namorada para o denegrir. É porco e feio, tenha lá feito o Sócrates seja o que fôr. E se você não é capaz de ver o quão porca é tal postura, deixe-me que lhe diga: ponha a sua “moralidadezinha” de pacotilha a apanhar sol porque está a ficar bolorenta e a cheirar ao bafio dos mais cavernosos cínicos. 6) No fundo é o que você é. Era mais bonito assumir de vez a sua postura de homem de direita, apoiante da desigualdade, e das atrocidades que os que estão por cima cometem para pisarem os de baixo e lá se manterem. Vá lá, não tenha vergonha e deixe-se de querer fundamentar esse seu perfil com pseudo eruditas justificações económico-filosóficas. 7) Aposto que não o assume “tout court“, por ainda lhe advir, em sonhos nos dias maus, alguma “má consciência”, reminiscências de um catolicismo de berço, quiçá ainda devoto e praticante. 8) Mas não tenha problemas: nada que dez pai-nossos e cinco avé-marias não limpem e absolvam;) Não se intimide, pode pecar à vontade e privar e defender todos os pecadores deste mundo e do outro desde que pague o dízimo. E no seu caso, parece-me que não terá dificuldades em pagá-lo e até dá para descontar no IRS; 9) Cumprimentos da Estátua e mande sempre.

  3. O nível do título deste texto e do seu último capítulo é nojento (não, não é inocente). Nunca pensei que um site como este publicasse uma coisa destas.

    • Caro Daniel Oliveira

      Lamento não concordar consigo desta vez, apesar de publicar a maioria dos seus textos regularmente. Não faço censura sobre os textos que me submetem. E se concordo com a posição do autor, já que não posso deixar de criticar o facto de Câncio ter escrito o que escreveu, não seria o “politicamente correcto” (o menino não diga asneiras…) que me levaria a negar a publicação.

      Na verdade, Câncio não escreve como jornalista – ainda que o tente -, mas escreve, e o texto está a ser lido, como sendo ela a ex-namorada de Sócrates. Nesse sentido deveria ser a última pessoa a escrever o libelo que escreveu, pelo menos dando o texto à estampa pública.

      É que, o que ela escreveu será sempre lido como uma manifestação de despeito. Até parece aquele namorado(a) que, no fim da relação, e por vingança, publica no Youtube cenas de sexo puro e duro, havidas no tempo pré-ruptura, para achincalhar a outra parte. É por isso, que, contra o coro dos “moralistas”, não posso deixar de criticar, no campo dos princípios, o texto da Câncio, não pelo conteúdo texto em si, mas por tê-lo tornado público.

      Se o tivesse escrito em carta privada ao próprio Sócrates, tudo estaria certo. E nesse sentido, a brejeirice popularucha de alguns parágrafos do texto que aqui foi um publicado, ao lado da crítica que a autora merece, não passa de um detalhe menor.

      Estátua de Sal

      • Temos opiniões diferentes sobre isto mas não é esse o meu problema, vivo bem com textos dos quais discorde. O meu problema é mesmo com a expressão, nada inocente, usada no título.

        • Maio 9, 2018 às 12:58 am
          A definição de nojento tem muito mais a ver com as sensações de quem sente nojo que com a causa de nojo…quanto a isso, nada mais tenho a dizer.
          Claramente, não é inocente. Nem é inocente o título nem o texto, têm um objetivo claro ser bruto com quem trata os outros com velada violência, para não poder ter dos leitores a reação que o Daniel Oliveira pôde ter ao meu texto. Acredite que acho legitima essa sua reação e contava com ela vinda até de mais lados, sobretudo daqueles que defino como alinhadinhos. Adiante, dando-me quem edita o Blogue autorização, postarei um pequeno texto que define , para mim, o que são alinhadinhos.
          Há uma coisa que não deixa de ser engraçada num mundo de faz de conta, a forma conta sempre mais que o conteúdo…bem sei que os termos usados também acarretam veladamente um conteúdo subjacente, mas até mais para casar com os ratos de porão que com sexo feminino, para isso encontraria facilmente algo com o mesmo sex-appeal mas com menos brejeirice e menos perturbador da paz podre que o status exige .
          A atitude e ferramentas utilizadas, para propalar uma opinião violenta contra quem tem tido uma imprensa absolutamente atroz como torturadora fez-me tomar o partido do ora mais fraco e mesmo sentir uma certa revolta com alguém com quem José Sócrates havia partilhado a cama e, imagino eu, com sexo, daí a abordagem brejeira. É apenas daí que vem o termo ” Ratas” e não de nenhum sentimento misógino ou depreciativo da condição feminina, antes pelo contrário. Eu era, até ler o artigo da Fernanda Câncio, um dos que lia com alguma concordância a maioria do que ela escrevia habitualmente.
          Se calhar, sem aquela palavra no título muita gente não leria o texto…conceda-me que eu não tenho o seu reconhecimento publico e preciso de recorrer a algumas estratégias para que gente do seu nível se digne ler um texto meu até ao fim. Como ando por aqui poucas vezes, prometo não acicatar muito o seu nojo nem o de outras mentes mais puras que a minha.

    • A definição de nojento tem muito mais a ver com as sensações de quem sente nojo que com a causa de nojo…quanto a isso, nada mais tenho a dizer.
      Claramente, não é inocente. Nem é inocente o título nem o texto, têm um objetivo claro ser bruto com quem trata os outros com velada violência, para não poder ter dos leitores a reação que o Daniel Oliveira pôde ter ao meu texto. Acredite que acho legitima essa sua reação e contava com ela vinda até de mais lados, sobretudo daqueles que defino como alinhadinhos. Adiante, dando-me quem edita o Blogue autorização, postarei um pequeno texto que define , para mim, o que são alinhadinhos.
      Há uma coisa que não deixa de ser engraçada num mundo de faz de conta, a forma conta sempre mais que o conteúdo…bem sei que os termos usados também acarretam veladamente um conteúdo subjacente, mas até mais para casar com os ratos de porão que com sexo feminino, para isso encontraria facilmente algo com o mesmo sex-appeal mas com menos brejeirice e menos perturbador da paz podre que o status exige .
      A atitude e ferramentas utilizadas, para propalar uma opinião violenta contra quem tem tido uma imprensa absolutamente atroz como torturadora fez-me tomar o partido do ora mais fraco e mesmo sentir uma certa revolta com alguém com quem José Sócrates havia partilhado a cama e, imagino eu, com sexo, daí a abordagem brejeira. É apenas daí que vem o termo ” Ratas” e não de nenhum sentimento misógino ou depreciativo da condição feminina, antes pelo contrário. Eu era, até ler o artigo da Fernanda Câncio, um dos que lia com alguma concordância a maioria do que ela escrevia habitualmente.
      Se calhar, sem aquela palavra no título muita gente não leria o texto…conceda-me que eu não tenho o seu reconhecimento publico e preciso de recorrer a algumas estratégias para que gente do seu nível se digne ler um texto meu até ao fim. Como ando por aqui poucas vezes, prometo não acicatar muito o seu nojo nem o de outras mentes mais puras que a minha.

      • Lamento, mas não sendo inocente, não acredito que o segundo sentido não esteja lá. Da mesma forma que o senhor pode não acreditar na boa-fé do texto de Fernanda Câncio, eu não acredito na sua. E acho que o objetivo da utilização da palavra “rata”, no contexto em que foi usada, era misógino, machista e deplorável. Aliás, o senhor mesmo confessa que se apercebeu dessa leitura e que ela traria leitores. Pois, não é só benefícios, também tem a desvantagem de haver pessoas como eu que o lêem tendo em conta o título que escolheu: sem respeito. Se é assim que procura leitores terá os leitores que merece.

        • Bom… não vamos bater bocas, não o prestigia a si e a mim não me adianta nada. De uma coisa tenho a certeza, quem sabe com que sentido eu uso as palavras sou apenas eu. Se lhe digo que não tinha outro fim que não uma certa brejeirice e mostrar desagrado com a atitude, horrível e sem ética da Fernanda Câncio pelo que escreveu e pelo alcance do meio onde o escreveu, se fosse na revista Maria eu não me incomodaria, mas nunca por ser mulher ou por eu achar que essa condição a menoriza de alguma forma. Sobre o que eu penso só eu tenho autoridade para ter certezas ou quando muito quem me conhece bem. Mas estou, por via do caso Sócrates, vendo que mesmo os melhores caiem na tentação de julgamentos de caráter e daí, se calhar, terei de dar a esses mesmos a benesse de aceitar que eles sabem melhor o que eu quero expressar de que eu próprio. Segundo Orwell, a brutalidade por vezes deixa de ser um direito e passa a ser um dever. No texto eu usei a brutalidade da brejeirice para ser contundente e nunca para menorizar pelo género. Claro está que não é outra a razão que levava Câncio e Sócrates a estarem juntos, como um casal, que a sua diferença de sexo. O que não vejo é como daí se parte para o seu entendimento.

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