A História regressa sempre

(J. Nascimento Rodrigues, in Facebook, 27/10/2017)

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(«España es una cosa hecha por Castilla» — Ortega Y Gasset)


Mas foi um francês que lhe deu o sentido de que se reclamam hoje os monarquistas espanholistas.

Até lá era uma pluralidade histórica e geográfica.

Tão antiga como os condados catalanes (mais velhos do que o Condado Portucalense), os reinos de León, Castilla, Aragón y Navarra.

Foi sábio o quadro constitucional criado por Fernando de Aragón, ou seguido por Carlos V e mesmo Felipe II (que viria a ser chefe da monarquia dual luso-espanhola por uns tempos) na dinastia que veio da Flandres. As coisas começaram a asnear depois com o filho, o neto e o bisneto (este mais conhecido por El Echizado) de Felipe II, o tal que viveu em Lisboa e tinha mãe portuguesa.

O “Reyno de España” foi institucionalizado por um louco vindo de França, nascido em Versailles, de seu nome Philippe duc d’Anjou, neto de Louis XIV de França.

Philippe fundou a ‘dinastia borbónica’ em 1700, adotando o nome de Felipe V, e esmagou em sangue a rebelião catalã originada em 1640 contra as pretensões de alguém que conhecemos bem, o Conde Duque de Olivares do período felipino.

Mais tarde, a Constituição de Cádiz de 1821 instituiu a “nação espanhola”.

A Gestapo capturou Lluís Companys, o fugido presidente da Generalitat catalã de 1934 a 1940, e Francisco Franco mandou-o abater a 15 de outubro de 1940. Com o assassinato de Companys, Franco pretendeu matar a Catalunha.

O problema é que a História, monta tanto ou tanto monta, regressa sempre. Os “pendentes” da Historia acabam, sempre, por sair da gaveta. A História pode ocupar-se, assassinar-se, prender-se, julgar-se politicamente, mas volta sempre. Não há volta a dar.

O momento de crise constitucional que o estado espanhol herdado de 1978 atravessa em 2017 era a oportunidade de ouro para Inovação (com I maiúsculo) constitucional, para a procura de uma solução original, num processo democrático, que tivesse em conta as nações e trajectórias distintas que sempre existiram em mais de 1000 anos.

O PP sempre fechou a porta a isso e o próprio caramelo-de-badajoz que deu ao PSOE (que ensaia tentar falar de uma matriz federal), um partido sem coluna vertebral, admitindo discutir alterações constitucionais qualquer pessoa que tenha olhos vê que é uma burla.

A Espanha de que fala OyG começou a morrer hoje um pouco.

Um pensamento sobre “A História regressa sempre

  1. A História regressa sempre“!

    Esperem até ver a beleza que vai sair da repetição da história relativa à Alemanha a partir de 1920 no que diz respeito à área monetária e financeira! E curiosamente é novamente o banco central alemão, a populaça reconhece-o pela designação pública “banco central europeu” – na realidade é o Banco Comunista Europeu – que está a criar as condições que foram criadas a partir de 1920 na Alemanha, e que deram no que deram!

    VAI SER UM FARTOTE DE RIR…

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