Sondagem – PS volta a aumentar vantagem sobre o PSD

(Por Mariana Lima Cunha, in Expresso Diário, 04/08/2017)

 

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PSD estancou nos 28%. O PS vai subindo, devagarinho, consolidando o rumo a uma maioria que, somada toda a esquerda, já é mais do que absoluta.PS continua a subir nas intenções de voto, mesmo com a popularidade do Governo e do primeiro-ministro em queda. Barómetro da Eurosondagem para o Expresso e a SIC mostra uma maioria de esquerda reforçada e, sem surpresas, um Presidente imparável.


As intenções de voto no Partido Socialista continuam a subir — mesmo que, depois de semanas em que os casos de Pedrógão e Tancos assombraram o Executivo, tanto o Governo como o próprio António Costa vejam as suas taxas de popularidade a descer. As conclusões são do barómetro de agosto da Eurosondagem para o Expresso e a SIC, numa altura em que o Parlamento está de férias e parte dos políticos também.

Se houvesse eleições legislativas hoje, a maioria de esquerda sairia reforçada: juntos, PS, BE e PCP reúnem 56,8% das intenções de voto, mesmo que os parceiros do Governo registem pequenas descidas (uma variação de uma décima negativa para o Bloco de Esquerda e duas décimas para o PCP).

 

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À direita, as notícias não são as melhores: o PSD continua abaixo da barreira psicológica dos 30%, com 28,1% das intenções de voto — uma tendência que se prolonga desde fevereiro — e desce meio ponto, ficando a uma distância de quase 13 pontos dos socialistas. Já o CDS consegue subir (0,7 pontos), caso único além do PS, mas pode ser cedo para celebrar: a líder centrista, Assunção Cristas, regista a maior queda na popularidade de todos os líderes partidários, com uma variação negativa de 1,5% e um saldo total de 6,2%.

Nas últimas semanas, a sucessora de Portas, que prepara a candidatura à Câmara Municipal de Lisboa para outubro, hesitou quanto à intenção de avançar com uma moção de censura ao Governo e desafiou António Costa a “pôr ordem na casa”, pedindo uma remodelação do Governo nas pastas da Administração Interna e da Defesa na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande e do furto de material militar em Tancos.

Mas Cristas não está sozinha: ainda à direita, o líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, regista mais uma queda, neste caso de 1,1 pontos, depois de ter atacado o Governo durante o debate do Estado da Nação e criticado António Costa por “admoestar” a Altice no Parlamento. De todos os líderes partidários, a única que regista uma subida é a bloquista Catarina Martins, desta vez com uma variação positiva de 1,1%. Apesar de cair, Jerónimo de Sousa consegue ser o líder mais popular, com um saldo positivo total de 10,7%.

 

Ninguém pára Marcelo

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Mesmo assim, não há quem bata Marcelo: o campeão da popularidade é, sem surpresas, o Presidente da República, com uma subida de 0,6% e um saldo total de 61,5%, o mais elevado de todos os líderes, das instituições e do Governo. Depois de ter marcado presença em Pedrógão no próprio dia em que o incêndio começou, a 17 de junho, Marcelo também se deslocou a Mação em julho para “deixar uma mensagem de confiança às populações” que enfrentavam o fogo. E continuou a assegurar que, no caso de Tancos, atuou até ao “limite” dos seus poderes. No domingo, o Presidente deu uma entrevista ao “Diário de Notícias” que mereceu as primeiras leituras de um possível afastamento entre Presidente e Governo, ao reafirmar que é preciso “apurar factos e responsabilidades” sobre o que aconteceu em Tancos e Pedrógão e esclarecer que não precisa de ter “confiança política pessoal no primeiro-ministro ou nos membros do Governo” para ter uma confiança institucional.

Menos confiança têm os portugueses nos órgãos de soberania: o único que sobe (0,9%) é a Assembleia da República, já em época de férias. Os piores resultados são dos juízes, que já levam um saldo total negativo de 15,7%, ou o Ministério Público, que atinge o máximo da impopularidade, com um saldo negativo de 16,5% numa altura em que por ali passam vários casos mediáticos, com investigações sobre as viagens pagas a políticos para assistir a jogos do Euro2016, o furto de material militar em Tancos e novos inquéritos às mortes de duas vítimas mortais dos incêndios de Pedrógão.


FICHA TÉCNICA

Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 27 de julho a 2 de agosto de 2017. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região: Norte (20,8%) — A.M. do Porto (13,5%); Centro (29,2%) — A.M. de Lisboa (26,6%) e Sul (9,9%), num total de 1011 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1221 tentativas de entrevista e, destas, 210 (17,2%) não aceitaram colaborar neste estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de sexo: feminino — 51,9%; masculino — 48,1% e, no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 17,8%; dos 31 aos 59 — 50,4%; com 60 anos ou mais — 31,8%. O erro máximo da amostra é de 3,08%, para um grau de probabilidade de 95,0%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Um pensamento sobre “Sondagem – PS volta a aumentar vantagem sobre o PSD

  1. Estes resultados, revelam que, os portugueses gostam de ser governados à esquerda, O PS sobe, quando governa à esquerda. Do 25 de Abril para cá, o barómetro político, deu quase sempre uma maioria de esquerda, e um desejo de ser governada, segundo os padrões traçados pela revolução de Abril, só que, os partidos, por vontade dos seus líderes, arranjaram sempre soluções governamentais, contranaturas, governando sempre à direita, quando os portugueses queriam ser governados à esquerda.
    Os portugueses podem não ser políticamente evoluídos, mas amam a liberdade, a justiça, e são profundamente anti fascistas.

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