PASSOS, O MAGNÂNIMO EXPEDITO

(Por José Gabriel, in Facebook, 15/07/2017)

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O tempo de antena do PSD na RTP 3 – também designado, eufemisticamente, por Jornal das 12 – teve o privilégio de um triplo aparecimento do pin-dérico ex-primeiro ministro. Um dos quais surpreendendo (?) uma conversa privada passada tida , a dado passo, à mesa do Passos. Os outros dois, tiveram a forma de homilias. Para pessoas com dificuldade de compreensão das palavras do oficiante, comentadores sortidos zurziram, em sortidos estilos, o governo e os seus apoiantes. Não houve especial atenção à verdade ou à simples decência, mas a isso estamos habituados.
Das excitadas jaculatórias que enfeitaram os pouco imaginativos discursos do Passos, relevam as censuras à demora do governo na entrega dos milhões de euros – 13, segundo ele – às vítimas dos recentes incêndios. Passos não explica como faria as coisas mais lestamente, mas podemos imaginar. Posta de parte a hipótese de lançar as notas de avião, seria encontrada solução mais séria – estrutural, diria ele – caso, ó inclemência, fosse primeiro ministro. Era assim, acho eu:


– Nomeava-se uma comissão que, de pronto, escolheria as devidas sub-comissões.
– Logo de seguida, seriam decididas as pingues remunerações dos comissários, distribuídos os cartões de crédito de fundos ilimitados e deliberada a marca dos carros – já que submarinos não teriam, aqui, serventia – a comprar para todos estes elementos – com a austera limitação a duas marcas, BMW e Mercedes.
– Como as comissões não poderiam trabalhar no café e deveriam manter a independência, breve seriam inauguradas as instalações onde as actividades decorreriam, de uma qualidade consentânea com as altas funções humanitárias em causa.
– Uma vez que ambos os partidos da defunta PAF teriam membros nestas comissões, forçoso seria distribuir aos respectivos partidos a justa retribuição financeira pela cedência dos seus qualificados quadros.
– Logo depois – tudo isto se processaria num breve lapso de tempo – seria estabelecido com uma empresa privada acima de qualquer suspeita o protocolo de sub-concessão das funções distributivas no terreno, contrato esse previamente preparado por um estudo levado a cabo por uma outra empresa não menos privada.

Todo este processo seria supervisionado por uma competente e honestíssima sociedade de advogados a qual, para que se mantivesse o indispensável enlace institucional, não deixaria de incluir alguns deputados próximos do suposto primeiro ministro Passos Coelho.
– Todos estes e os mais actos cumpridos, não deixariam de, rapidamente, ser distribuídos os 13 milhões de euros. Não chegariam às vítimas, claro, mas o trabalho seria ágil, competente e proveitoso. Não se pode ter tudo…

6 pensamentos sobre “PASSOS, O MAGNÂNIMO EXPEDITO

  1. Neste momento, a RTP, paga pelos contribuintes ( ainda), assume um ataque desenfreado ao Governo ( não estou a dizer que o devia apoiar). Desde os comentadores contratados à forma como edita as notícias é sempre a distorcer. NÃO TEM ISENÇÃO ! É uma vergonha

  2. E eu, que por uma qualquer razão que tinha extrema dificuldade em compreender – de tão injusto para com o seu excelso pátrio trabalho me parecer… -, tinha “de ouvido” que dele rezaria a história (sim, essa de letra pequena) cognominado de “Passos – O Castigador”, conhecedor me torno – e ao informante José Gabriel muito agradeço! – que “O Magnânimo Expedito” (hipotético outro cognome, mas notoriamente insuficiente à suprasumidade da figura) afinal, será p’ra todo o sempre lembrado como o

    “o pin-dérico”

    Este sim, faz-lhe jus.

  3. Obrigado pelo Pin-dérico, que vou, com sua permissão, utilizar amiúde. Parece-me que irá fazer escola e que será desta que a coisa lhe cai.
    (penso que falta um elemento no seu texto, bastante utilizado durante os 4 anos de direita radical: a sociedadezinha de intermedição financeira, sempre à espreita, de barriguinha cheia)

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