(Por Joaquim Vassalo Abreu, 28/12/2016)
E aqui, para além de podermos subdividir as Feiras em vários tipos, para além das de “Gado”, como as Feiras dos Tecidos, as Feiras dos Enchidos, as Feiras dos Trapos e até as Feiras Francas, e mesmo as Feiras Novas de Ponte de Lima, podíamos ainda acrescentar as Mercearias que não sendo bem feiras para o caso vão dar ao mesmo.
Isto tudo a propósito daquele aparte do Ministro José Augusto perguntando ao outro Ministro José António se aquilo da Concertação não parecia uma Feira de Gado, aparte dito na “galhofa”, mas apanhado por um “paparazzi” de microfone, que logo fez daquilo uma feira.Ora, portanto, convém também aqui distinguir duas coisas: Uma a “Feira” e outra o “Gado”. É que se o José Augusto tivesse perguntado ao seu amigo José António se aquilo não parecia uma “Feira”, assim simplesmente, nada se passaria porque numa Feira tudo se vende, tudo se troca, tudo se pega, tudo se experimenta antes de se comprar e depois “marralha-se”, como se diz para as minhas bandas e com os ciganos até começamos em “X” e acabamos em “X-L” e nunca no “XL” que eles pediam de inicio, se me percebem…assim como na Concertação!
É que, se assim fosse, em nada diferiria das “Mercearias” do Passos, sobre as quais até já escrevi, quando ele, e por mais que uma vez, referiu aceitar discutir ou apresentar propostas orçamentais, mas nunca como se fosse uma “Mercearia” ou “à Merceeiro”, já não sei precisar. Dito desta forma tal não seria na realidade uma feira, porque ele não admitia “marralhar”, mas queria fiado e, assim, levou um “toma”…e nada aprovou!
O problema aqui é o “Gado”! As “Feiras de Gado” são ancestrais nas terras do interior e há até vilas onde à praça onde se realizavam se continua a chamar de “Feira do Gado”. E é claro que aí se “marralhava”, como se “marralha” e “marralha” na Concertação Social até chegar ao acordo final, isto é, ao preço!
Todos os intervenientes deram o assunto por encerrado, mas lá apareceram os zelotes do costume: o Tavares, o Duarte e ainda o inefável Carlos (Abreu Amorim). Estes últimos nomes eu ponho entre parêntesis porque eu sou Abreu e o meu cunhado é Amorim e eu não quero aqui confusões. Mas o que é que este disse, porque os outros nem me dei ao trabalho de ler? Que o que disse o José Augusto era muito, mas muito pior e grave que o havia dito o João Soares e por isso se teria demitido e este, por maiores razões, se devia demitir. E, perante tanta gravidade, possuído de uma perplexidade indizível, eu perguntei-me: Como comparar a “promessa”, apenas uma promessa, de “duas bofetadas” a uma “Feira de Gado”? Como?
Não há comparação possível pois, sejamos francos, tal como escrevi na altura num texto a que apelidei de “Em Defesa da Bengalada”, o que João Soares fez foi deveras grave pois, no mesmo acto, cometeu dois erros primários: O primeiro é que “prometeu” dar duas bofetadas a dois tipos. Prometeu! Ora duas bofetadas nunca se prometem: Dão-se! Assim como um duelo para salvar qualquer honra: não se promete fazer, Faz-se! E o segundo erro, tão lamentável quanto o primeiro, é que nem lugar marcou! A demissão era inevitável. Poderia ter negociado duas bengaladas e o caso seria tipo “Feira” e tudo passaria, estão a ver?
De modo que aqui o problema é mesmo o “raio” do “Gado”. E, não argumentando como deveria ser (podia ao menos ter-me mandado um SMS e eu ajudá-lo-ia), o José Augusto teve que pedir desculpa. Mas, meu caro José Augusto. você precipitou-se pois, repare só numa coisa: o que é uma “manada”? Um conjunto de animais que andam e vivem em grupos, não é? Então somos, como diz o Povo, todos uma “manada”! Você da manada dos políticos, os comentadores da manada do jornalismo, eu da manada dos escrevinhadores que até querem ter piada…está a ver?
Aquilo era apenas uma “manada de negociadores” ou, pronto, uma “Feira Franca”! E embora nestas também se venda e “marralhe” Gado, era diferente, era muito diferente, meu caro José Augusto.
Tudo teria sido diferente…Na próxima não se esqueça…um simples SMS, ok?