(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 27/10/2023)

O imperador Frederico II, do Sacro Império Romano-Germânico, que passou quase todo o seu reinado em guerra (chegou a participar pessoalmente numa Cruzada), disse um dia, num momento de lúcida reflexão: “Se os meus soldados pensassem, não restaria nenhum nas fileiras.” Esta semana, inscrevendo-se no cortejo a Jerusalém dos mesmos dirigentes ocidentais que aqui há tempos desfilavam em Kiev — e pela ordem protocolar estabelecida: primeiro os Estados Unidos, depois a Inglaterra e a seguir os vassalos da União Europeia — Macron lá foi também oferecer a sua solidariedade, na defesa dos “valores comuns” que nós, ocidentais, teremos com a Israel de Benjamin Netanyahu e os seus ministros ortodoxos, executores mandatados da vontade do profeta Abraão. Mas fez mais o Presidente francês: sem uma palavra sobre o futuro dos palestinianos, propôs uma coligação militar do Ocidente — e das democracias, presumo — contra os terroristas muçulmanos do Hamas: uma nova Cruzada, enfim.
Desde que o mundo é mundo, desde que é invocável o valor da civilização contra a barbárie ou as guerras santas dos fiéis contra os hereges, ou qualquer outro invocado justo pretexto, que é insaciável a vontade de sangue e morte dos grandes do mundo. A única diferença relevante é que dantes combatia-se nas guerras a pé e a cavalo, com espadas e lanças, e agora combate-se com uma tão sofisticada e tão cara panóplia de armas que, à falta de outros motivos mais nobres, a guerra é sempre uma imperdível oportunidade de negócios para a mais rentável indústria mundial, a do armamento — como o explicou o ex-Presidente Eisenhower e como o vimos, por exemplo, na metódica destruição aérea de Belgrado.

Qualquer guerra é necessariamente precedida de uma preparação, que começa junto da opinião pública antes mesmo de as forças combatentes estarem prontas para avançar. Há excepções, claro, em casos flagrantes, mas essa é a regra: a propaganda a favor da guerra deve antecedê-la e jamais esmorecer, custe o que custar em sacrifício de soldados ou de civis. Vemo-lo há 20 meses na Ucrânia, onde, por maiores que sejam os danos causados, ali e no mundo em geral, e por maior que seja o impasse militar no terreno, qualquer tímida tentativa para falar de paz — e a própria palavra paz — é vista imediatamente, e por ambos os lados, como uma capitulação, uma traição inadmissível. Não por acaso, vemos sempre Zelensky ou Putin a falar aos generais e às vezes aos soldados, a condecorá-los, a incentivá-los, mas nunca os vemos entre os civis vítimas da guerra, ao contrário do que fazia Churchill depois de cada bombardeamento da aviação alemã sobre as cidades inglesas. Em Israel, as sondagens e os testemunhos dos jornalistas relatam-nos a existência de uma clara maioria, mesmo entre as famílias dos reféns em poder do Hamas, favoráveis à ofensiva terrestre sobre Gaza, ainda que ela tenha como desfecho quase inevitável a morte de todos eles. Seria curioso fazer saber aos reféns o resultado destas sondagens e fazer-lhes a mesma pergunta: “Concorda que, em vez de negociar a vossa libertação, Israel invada Gaza, com o resultado presumível de morrerem você e todos os outros reféns?”

Mas o pacifismo, muito embora por vezes tenha triunfado contra todas as esperanças (Gandhi, Mandela), não é, só por si, uma solução universal nem uma doutrina sempre aceitável. Há uma diferença entre ser a favor da paz como solução preferencial ou ser pacifista por definição. Na série da Netflix que estou a ver — “The Pacific”, de Steven Spielberg e Tom Hanks —, um capitão marine, vendo um soldado destroçado, física e emocionalmente, pela violência dos combates contra os japoneses, diz-lhe: “A única razão que nos pode fazer continuar é sabermos que esta é uma guerra justa.” Porque há guerras justas e que têm de ser travadas, como a do Pacífico depois do ataque japonês a Pearl Harbour, ou a primeira guerra do Iraque, depois da invasão do Koweit por Saddam Hussein. E há guerras absolutamente injustas e por razões manipuladas, como a segunda guerra do Iraque, levada a cabo para satisfazer a vaidade de George W. Bush e o desejo de mostrar a importância de alguns serviçais, como o Portugal de Durão Barroso. E depois há situações em que é difícil ver claro e o pacifismo vem a ser julgado como uma opção nefasta — mas regra geral, só depois da guerra travada e ganha. Talvez o caso mais notável — e, por isso, tantas vezes citado a propósito ou a despropósito — seja o acordo de Munique, assinado entre o PM inglês Neville Chamberlain e Adolf Hitler. Recebido triunfalmente em Inglaterra por uma opinião pública ainda traumatizada por uma guerra terminada apenas 20 anos antes e de uma ferocidade inaudita, Chamberlain seria impiedosamente julgado por Churchill: “Entre a guerra e a desonra, você escolheu a desonra. Mas terá a guerra.” Churchill não dispunha de muito mais informação do que Chamberlain sobre o grau de rearmamento da Alemanha ou a natureza profunda do nazismo. Mas tinha mais instinto político e nenhum medo da guerra, ao contrário de Chamberlain, que, antevendo o seu horror, queria evitá-la até ao limite. Na verdade, olhando friamente para os factos, ambos tinham razão: nada deteve Hitler e, menos de um ano depois de Munique, a guerra, inevitável e justa, começava; e o que se seguiu foi uma tragédia mundial.
Transplantando para os dias de hoje, com as devidas e muitas diferenças, poderíamos ver em António Guterres o Chamberlain de agora e em todos os que desfilam em Jerusalém, mais Netanyahu, mais Zelensky (este, aliás, já consagrado como tal) os Churchills do nosso tempo. Mas a percepção é falsa e parte de premissas falsificadas. Analisando aquilo que António Guterres disse no seu discurso perante o Conselho de Segurança da ONU acerca do conflito em Israel, podemos questionarmo-nos se, tal como já o havia feito no início do conflito na Ucrânia, a sua emotiva declaração não terá comprometido uma posição de intermediário, dele e da ONU, no conflito. Na Ucrânia, ainda conseguiu, depois de uma reacção negativa da Rússia, negociar com ela a saída de civis da Azovstal e o primeiro acordo de exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro. Agora, a avaliar pela reacção de Israel, tal estará definitivamente fora de questão. O que, se diplomaticamente poderá ter sido uma precipitação, não significa que não tenha razão no que disse. Essencialmente, Guterres disse três coisas: que o ataque de 7 de Outubro do Hamas foi uma barbaridade que nada pode justificar; mas que esse ataque também não pode justificar a “punição colectiva” de todo um povo, como a que Israel está a levar a cabo em Gaza; e que o 7 de Outubro não apareceu do “vácuo”, mas de uma “ocupação sufocante” de 56 anos, em que os palestinianos foram expulsos das suas terras, viram as suas casas destruídas e ficaram condenados a viver em guetos, cercados de muros e instalações militares. Tudo isto é rigorosamente verdade, tudo isto seria intolerável em qualquer lado do mundo e tudo isto é feito à revelia das decisões das Nações Unidas. Nenhum secretário-geral da ONU pode ignorá-lo e deixar de insistir para que aquilo que a ONU decide seja aplicado. Ou então não está lá a fazer nada.
Numa televisão perto de mim, vi uma denominada “especialista em política internacional” dissertar contra Guterres e classificar a ONU como “pró-palestiniana” porque ao longo da sua história aprovou várias decisões contra Israel. Seguindo o seu raciocínio, a ONU não poderia então tomar posição sobre nenhum assunto, discutindo-o e votando: ou seja, teria a importância política e jurídica de uma reunião de Tupperware. Mas a “especialista” parece ignorar que a ONU não é uma entidade dotada de autonomia própria em matéria de decisões, mas sim o resultado da opinião de todos os seus membros, expressa na Assembleia-Geral onde estão representados todos os países do mundo, mais de 190, e no Conselho de Segurança, com 15 membros, 5 dos quais permanentes, com direito de veto. A Assembleia-Geral, senhora “especialista”, aprova moções, que não são vinculativas mas reflectem a vontade da maioria dos seus membros — e já aprovou dezenas condenando Israel; o Conselho de Segurança aprova resoluções, que são vinculativas para todos os membros da ONU — e já rejeitou dezenas condenando Israel graças ao veto protector dos Estados Unidos, mas, mesmo assim, aprovou algumas, nomeadamente a 242 e a 336, que são estruturantes juridicamente nos termos do conflito palestiniano e que, se tivessem sido cumpridas por Israel ou impostas pelos desfilantes de Jerusalém, não teriam conduzido à situação em que hoje estamos e que desembocou no 7 de Outubro.
Portanto, Srª “especialista”, não é a ONU que é pró-palestiniana, são os países que aceitaram os princípios da Carta das Nações Unidas, entre os quais Israel, os países que aceitam a prevalência do direito internacional, que condenam a ocupação israelita das terras dos palestinianos.
2 Poucos portugueses saberão quem é Umaro Sissoco Embaló e não perdem nada em não saber. Trata-se do pouco recomendável Presidente da pouco recomendável Guiné-Bissau, esse Estado cuja história independente tanto dignifica a confraria dos PALOP. Mas, além de se autodefinir, não como um ditador, como correntemente o vêem, mas apenas como “um defensor da ordem e da disciplina”, o ilustre Umaro Sissoco Embaló deve ter outros atributos de mérito tão elevados que levaram o Presidente Marcelo a atribuir-lhe a mais alta condecoração habitualmente reservada a Chefes de Estado estrangeiros: o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique. Umaro Embaló passa, assim, a figurar ao lado de figuras como Nelson Mandela, François Mitterrand ou Lech Walesa, a quem outros Presidentes portugueses haviam atribuído idêntica condecoração. Não sei se o problema estará em Marcelo não conseguir encontrar mais ilustres pescoços prontos a inclinarem-se diante das suas generosas mãos ou na sua continuada incapacidade de conseguir entender que um Presidente não condecora em nome próprio ou das suas escolhas pessoais, mas em nome de todos nós e alguém que todos nós respeitemos.
Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia
Comentar praquê? Está tudo dito!
Uma no cravo…do mal o menos.
Tudo dito,mas gostava de fazer uma meditação..
Há demasiados de nós. Somos todos “supranumerários”.
Até ao fim esperava estar errado na minha visão do futuro,
Até ao fim esperava ser apenas o estúpido teórico da conspiração que os agitadores de factos denunciam,
Infelizmente, sempre tive razão, o pesadelo está a tornar-se mais claro, que tenhamos a força para o evitar, pelo menos para os nossos filhos.
Nem tudo está perdido, e todos os que trabalham para a desumanização sabem-no, e sabem também que nunca vencerão.
A ficção científica tornou-se uma antecipação. É agora a nossa realidade.
Já há 33 anos, no fim da minha adolescência, percebi em sociologia e economia que o capitalismo num planeta que é um volume determinado, fechado e, portanto, com uma finalidade de disponibilidade de recursos, só poderia ter sucesso num momento em que o crescimento demográfico devido ao progresso se tornasse demasiado grande em paralelo com a disponibilidade dos referidos recursos necessários à continuidade do crescimento do próprio sistema e que, nesse momento, o sistema teria 2 escolhas: ou se torna humano e se baseia na população em vez do crescimento, ou reequilibra a equação, ou tornar-se humano e basear-se na população em vez do crescimento, ou reequilibrar a equação. Ainda não encontrámos uma forma de extrair recursos de Marte. … se é impossível aumentar os recursos… reduzir o número de pessoas destinadas a beneficiar deles. E eu já sabia qual destas soluções os gestores deste sistema iriam escolher.
Passámos para um mundo de distopia: há os que ouvem e os que se sentam em frente dos seus televisores, injectando-se com a propaganda diária…
Sim, a lei implacável de Murphy. Preparemo-nos e treinemo-noss.
A Grand Reset está a chegar com os seus delírios: o 4º REICH, sim, é isso mesmo, o 4º REICH. E o Mein Kampf era apenas a estante cor-de-rosa ao lado do Mein Reset de Klaus Schawb. É o espírito de rebelião do homem contra o seu Criador. E tal , concluo: “É demasiado tarde, mas nem tudo está perdido. Preparem-se”.
Os mais inteligentes, digamos os mais intuitivos, começam a perceber como é que tudo isto pode acabar. A minha história já não é ficção, pois o processo já começou (injeções), mas não vai até ao fim…
Por esta meditação distópica, que descrevo de um cenário possível. Sou apaixonado por todas as tecnologias (novas e antigas) e estou a começar a ver as IA generativas chegarem ao meu “lobby” (o sector financeiro). Não há espaço para debate e estamos a caminho da submissão.
Quem sabe… ainda não atingimos o fundo do poço para que a nossa história se torne verdadeira?
A ficção científica está muitas vezes a um passo da realidade.
Dá-me arrepios. Mas se tivermos de lá ir, estaremos todos juntos para o pior e o melhor que está para vir.
Infelizmente, nunca aprenderemos com os nossos erros, a guerra de uma geração não é a memória nem a dor da próxima, os erros estão fadados a se repetirem eternamente, o mundo não tem utilidade para nossas divagações, é uma pena, pois a terra, sua natureza e seus seres vivos são tão belos, mesmo que existam outras terras habitadas…
Em 2024, a questão é se o MAL será o mais forte…
Dos deuses aos inúteis, à mensagem oligárquica escondida, é arrebatadora, é comovente, tudo ressoa em quem compreende. A evocação do exponencial é arrepiante, mas a partir do momento em que certas pessoas decidem ser superiores às outras, estamos a caminhar para o desastre. Mas há sempre uma luz ao fundo do túnel!
Porque, tal como no Matrix, as máquinas de IA vão deparar-se com um limite: a energia. A fantasia do mundo do ser humano aumentado não será absoluta, será apenas uma moda entre os ricos que, muito rapidamente, voltarão atrás no tempo.
Acredito que não é a IA que vai reequilibrar o número de humanos na Terra, mas a própria natureza.
É claro que somos demasiados.
Com 8 mil milhões de pessoas na Terra, estamos condenados a um mundo extractivista, produtivista, consumidor de energia e exponencial.
Se não fizerem as perguntas certas , ficamos malucos… Porque nada voltará a ser o mesmo. A que é que nos estámos a agarrar? Chegámos a um ponto de não retorno.
Não é a tecnologia que coloca o problema, é a forma como os humanos a utilizam que muitas vezes coloca o problema.
A utilização, a forma como os humanos a utilizam. Voltemos então ao ser humano e ao seu comportamento: porquê a guerra, a destruição e o sofrimento? Porque é que o fazemos?
Perante os nossos olhos incrédulos, que felizmente se vão abrindo pouco a pouco, abrindo-se lentamente como se houvesse um desejo oculto de não acreditar neles. Nenhum sistema da história, por mais exclusivo que seja, resistiu à erosão do tempo e à determinação dos “supranumerários” em que nos estamos a tornar. O mal não foi vencido nem voltará a sê-lo sem tragédia e vítimas, demasiadas e demasiado frequentes, e os acontecimentos dos últimos meses recordam-no. A aspiração à liberdade está intimamente ligada ao nosso ADN, e a nossa palavra de ordem é RESISTIR, nunca RENDER. Nem tudo está perdido, nós venceremos.
Como reduzir a população mundial?
Por se dar ao trabalho de explicar tão claramente os objectivos da casta global que, para viver melhor a sua vida de sonho, pensa que seria uma boa ideia eliminar, no mínimo, 90% da raça humana. O problema é que muitas pessoas estão tão absorvidas pela sua vida quotidiana que nem se apercebem do que se passa diante dos seus olhos.
Durante o período do tráfico de escravos, nos séculos XVII, XVIII e XIX, a população mundial total era de cerca de 600 milhões de pessoas. Note-se que as estimativas da população mundial nessa altura são aproximadas, uma vez que não existiam dados precisos, mas isto dá uma ideia geral da dimensão da população mundial nessa altura. Qualquer semelhança com a situação actual é mera coincidência.
Pessoalmente, tendo em conta que apenas 10% da superfície da Terra é habitada por seres humanos, aqueles que afirmam que somos demasiados parecem-me uns idiotas deploráveis com uma total falta de imaginação. Em vez de contemplarem o genocídio, fariam melhor em pensar em formas de acolher mais pessoas, num espírito de alegria, bom humor, partilha e Amor.
O problema do descontrolo demográfico. No século passado, o paradoxo supremo foi o facto de a população ter aumentado por um fator de 4, ao mesmo tempo que havia mais guerras e mais tragédias devido ao aumento do armamento. As duas guerras mundiais não conseguiram eliminar um número suficiente de pessoas para travar o crescimento demográfico. Sim, a oligarquia sempre teve em mente a nossa eliminação, e não apenas no século passado, uma vez que mais de 3/4 das pessoas foram reduzidas à escravatura, o que as transformou em objectos de posse. A história, a memória colectiva, prova-o: só temos relatos dos grandes guerreiros, uma história quase exclusivamente sobre as elites que representam apenas 2% da população… O problema é que a oligarquia não sabe como nos gerir e, embora as guerras provoquem massacres…
Temos de perceber que esta é uma questão crucial e que, matematicamente, se continuarmos nesta linha, há uma hipótese de surgirem os piores cenários.
As ideias possíveis incluem:
– Redução do acesso aos cuidados de saúde,
– Empobrecimento,
– Redução da qualidade de vida,
– comida de plástico, deficiências, dietas, redução da resistência aos vírus,
– Stress, ansiedade, depressão, “vida fluida”, destruição da esperança,
– Desintegração da unidade familiar…
Oops, a operação já está a decorrer!
Outras alavancas estão sendo usadas: doutrinar os jovens com o wokismo, doutriná-los com correntes religiosas extremistas, doutrinação ecológica, etc…
O problema é que a humanidade provou que não é capaz de regular os seus próprios padrões de consumo (estou a falar do mundo como um todo).
Uma familia europeia de 4 pessoas consome tanto com 150 africanos.
Depois da oferta da Ordem da Liberdade a Herr Zelensky ja não me espanto com as ilustres personalidades a quem as nossas condecorações são oferecidas. Felizmente para o que nos resta de dignidade o ilustre senhor declinou certamente por não querer o seu nome ao lado de comunas e outros esquerdistas, sendo que por la gente dessa é presa ou morta. Pelo menos o senhor é coerente. O que livrou Portugal de ter tão ilustre personagem na lista de condecorados e de ter gente que recebeu a condecoração a devolve la por não perceber o privilégio de ter o seu nome ao lado de uma artista que só não fez a população do Donbass e Crimeia o que Israel está a fazer a de Gaza porque não pode.
Ja não podemos dizer o mesmo dos senhores que ontem eram todos ucranianos e hoje são todos israelitas. Que ontem lamentava a morte de civis vendo todas as mortes civis como crimes deliberados e agora vê todas as centenas de mortes civis diárias como meros danos colaterais. Faz sentido.
A propósito, a Ucrânia devia ter ido a votos este domingo mas a guerra foi a desculpa perfeita para estes grandes defensores da democracia adiarem as eleições sine die. Mas isso é outra coisa de que convém não falar muito. Para não ser chamado de putinista. Já agora, nem de mafioso.
Muito comovente a cena da «ocupação sufocante» quando do sufoco podem sair milhares de rockets, bandos armados e suicidas armadilhados; no caso do Hamas – que não está só em Gaza – a inexistência de Israel é o pressuposto de toda a acção.
Tudo detalhes insignificantes para grandes humanistas comodamente instalados em zonas de paz e segurança.