O altar

(José Preto, in Facebook, 27/01/2023)

No terreno poluído – e radioactivo ao que me garantiram – onde o execrando Moedas instalará o chefe do cardeal Clemente e as hordas juvenis – tão marcadas pela cordura dos cinzentinhos e pela da legião de Marcial Maciel – sobreleva o dito palco dos milhões, para o qual ainda ninguém olhou.

E é importante olhar.

Aquilo é a imagem da estratificação social da coisa, tal como a coisa a concebe. Ele há o primeiro plano e mais três abaixo. Com lugares sentados a ocupar – como é costume e por isso arrisco o vaticínio – por gente com uma irrepreensível expressão facial de prisão de ventre.

Há de seguir-se a maralha que em nada conta e ali aparece a confessá-lo. São os nascidos do pé esquerdo de um deus maior. Naturalmente abaixo dos que lhe nasceram das mãos e da cabeça.

-“Fazei como aqui vedes”. É o que aquilo significa, objetivamente. Vede como as coisas da alma fazem bela a ordem e o que a materializa.

Tal monumento político-filosófico não poderia deixar de ter o seu preço. Vultuoso. Claro.

Como se explica aquilo? Depende das opções metodológicas.

Para uns será para propiciar ao empreiteiro dividir o preço da obra com quem a adjudica, assumindo os encargos fiscais que farão invisível a transferência.

Para outros é mais uma circunstância a propiciar o sarcasmo anarquista que há-de lavar-nos os olhos e as almas.

Outros ficarão apenas fascinados pelo corso que ali desfilará. Os grandes e pequenos dignitários dos malteses, mais os da vala comum e mil superiores de superioridades várias, os embaixadores, os príncipes dos sacerdotes, os ministros e os filhos dos ministros que ministros sejam.

E lá, abaixo de tudo, quatro níveis abaixo, o arrebatamento entusiástico, sempre indiscritível, comemorará os que a tais cânones e às suas virtudes heroicas ofereceram até o sacrifício dos próprios esfíncteres.

Ora examinai o boneco da coisa e vede se assim não é… Ficando em todo o caso a saber que nenhum palavrão dos que vos ocorrem, deixou igualmente de me ocorrer.


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