(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 17/01/2023)

A propósito de um cartaz e das atitudes de duas estrelas da sociedade. Passei por um cartaz onde a fotografia de um figurão que há uns tempos defendia nas Tvs os negócios sujos da bola e as sujas “vivências” dos agentes da bola, tudo gente séria, como se sabe. Clamava o dito no cartaz o grito de guerra da sua claque (agora reunida sob a respeitável denominação de partido político): Vergonha! O dito Ventura, em primeiro plano, anunciava com cara séria que ele, à frente da sua milícia, ia fazer uma limpeza no regime político! Bastava entregar-lhe o voto, ele fornecia as vassouras (e os jagunços, presume-se).
Ventura, o antigo comentador da bola e dos negócios do ramo, um negócio em que devem ser poucos os empresários e comissionistas que não sejam arguidos em processos que vão da prostituição à lavagem de dinheiro, da participação em negócio à falsificação de documentos, de pagamentos por debaixo das mesas à extorsão e à agressão física, em que um dos empreendedores de maior sucesso é conhecido no meio pelo «Macaco», o futuro almeida Ventura, saído do impoluto mundo da bola, apresentava-se à sociedade como candidato a “almeida da Pátria”! A sociedade, ao que parece, toma com complacência esta atitude gozo e desfaçatez. Os mais críticos, olhando para o cartaz pensarão que se trata do anúncio de um Motel, ou a um filme da Mafia, agora que um dos principais capos foi preso na Sicília.
Não é o dito Ventura e o seu desplante que me chocam, mas sim a complacência da sociedade para com um vendedor de banha da cobra, um dos muitos viciosos, falsos defensores da virtude para os outros que andam por aí à babugem (dos dicionários: espuma produzida pela água que se agita ou que está poluída). A mesma sociedade que se tem encarniçado contra o futebolista Ronaldo e a comunicadora Cristina Ferreira porque um decidiu ir terminar a sua milionária carreira na Arábia Saudita e se fez fotografar ao lado de um RollsRoyce oferecido pela sua companheira, a outra porque realizou um espetáculo de conversa num grande auditório e contou um episódio tomado como premonitório do seu êxito ao encontrar uma imagem da Senhora de Fátima dentro de uns sapatos de alta gama admite um Ventura como um santo franciscano e não como uma tainha, o peixe que se alimenta dos dejetos saídos dos esgotos.
Numa sociedade limpa (aproveitando o slogan dos Chegas) a proposta do tal Ventura que se propõe limpar Portugal e as atitudes das duas estrelas do espetáculo deviam motivar reações contrárias às que de facto provocaram, porque elas são radicalmente distintas. A do chefe do Chega é do mais básico populismo, demagogia em bruto: Vão por mim que não vos engano! Ele é o que vende o que não tem. O que me impressiona não são os tipos que vendem cabritos sem terem cabras, mas que haja tanta gente que compre os tais cabritos que não existem!
Quanto ao futebolista Ronaldo e à vedeta da TV Cristina Ferreira, criticados, um por ter ido para a Arábia Saudita terminar a carreira com um carregamento de petrodólares (o que Calouste Gulbenkian fez com muito maior proveito) e a outra pela invocação de uma ocorrência de contornos miraculosos com o aparecimento de uma imagem da Senhora de Fátima dentro de um sapato (o que originou a construção de uma cidade e a credenciação de eminentes figuras do pensamento, incluindo a do atual presidente da República). Ambos, Ronaldo e Cristina Ferreira, pertencem ao mundo dos que se apresentam à sociedade como são, a vender o melhor que têm: os seus talentos. Nada prometem, mas ambos transmitem a mensagem de que é possível escapar ao destino marcado pela origem. Compreendo e respeito as atitudes de ambos. Todas as sociedades cultivam figuras simbólicas de êxito, que por sua vez exibem perante as massas os objetos que representam as suas vitórias, sejam báculos, coroas, peles, sejam agora automóveis (os RollsRoyce de Ronaldo) ou sapatos com solas vermelhas (o que as perdizes também usam). Os gregos divinizavam estas personagens que enfrentavam as leis e os costumes, que violavam interditos e saíam como vencedores dessa luta: atribuíam-lhes a categoria de semideuses.
O que Ronaldo e Cristina Ferreira estão a dizer aos comuns é que podem aspirar ao estatuto de semideuses, se os candidatos correrem os riscos inerentes, se esforçarem como eles e se tiverem a sua sorte. Eles correram os riscos e venceram. Tenho um sincero respeito pelos que à custa do seu talento conseguem ter sucesso. Cristina Ferreira apresenta uma particularidade reveladora da sua perspicácia. Ela limitou-se (o que não é pouco) a recuperar o episódio da medalha da santa no sapato a parábola da moeda perdida, relatada no Novo Testamento da Bíblia: “Qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achá-la? Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.” (Lucas)
Em «Apocalíticos e Integrados», Umberto Eco escreveu uma frase que se aplica a Ronaldo, ele “é o herói dotado de poderes superiores aos do homem comum é uma constante da imaginação popular de Hércules e Siegfried, de Roldão a Pantagruel e até Peter Pan”. Nos livros mais antigos de várias civilizações, da Odisseia de Homero à epopeia de Gilgamés e às modernas obras de Ficção Cientifica, nas palavras de um critico que li algures: os astros (eles são estrelas) representam apenas um dos fins do percurso; eles são, antes de mais, um símbolo da insatisfação eterna do homem. A raça humana mal tinha nascido já pensava em evadir-se da Terra. Em todos os tempos as estrelas foram objeto de ambição dos homens; e acabaram por as atingir. […] Falta qual quer coisa aos homens que eles esperam encontrar nas estrelas. É este qualquer coisa que figuras como Ronaldo e Cristina Ferreira materializam num estádio ou num pavilhão. Eles demonstram uma superação visível e leal entre as limitações que lhes seriam impostas pelo nascimento e uma carreira abençoada pelos deuses.
A lealdade entre estes seres eleitos e os seres comuns distingue-os de forma irredutível dos populistas que utilizam os truques mais iníquos da demagogia para arrastar os seres comuns, ludibriando-os com promessas de salvação, regeneração e de limpeza, segundo a mais recente promoção nos cartazes, sejam de bispos da IURD, de Trump, Bolsonaro, Salvini ou do indígena Ventura. Os pastores religiosos de várias empresas de embalar almas com dízimos e os pastores políticos de diversas coletividades obtêm sucesso com a mais velha falácia da História: convencer os outros de que existe uma Justiça a posteriori reparadora das infelicidades e sofrimentos dos homens comuns no presente. Que existe um Além (muito além) de Justiça, de acerto de contas! Aceitai as dores do presente que na Eternidade receberão unguentos reparadores!
Mesmo antes do surgimento dos “deuses morais”, 2800 anos antes da nossa era, no Egito, com a figura do deus Rá e da sua filha Maat, que serviram de modelo aos deuses das grandes religiões monoteístas, existiram os “deuses justiceiros”, que castigavam os humanos mais por faltas quanto às obrigações com as divindades que lhes garantiam justiça do que por ofender outros humanos. Os “deuses justiceiros” foram as primeiros divindades a quem os homens prestaram culto; deuses que exigiram obediência antes da prática do Bem. É ao regresso a esses deuses primordiais, vingadores, que estamos a assistir e é para irmos aclamá-los e servi-los que os populistas nos estão a convocar.
Os modernos populistas políticos e religiosos voltaram a utilizar a prática de exigir sacrifícios por faltas cometidas contra a divindade, punindo os hereges que negam o divino, que não pagam o dízimo, que respeitam estrangeiros, que não acreditam em milagres. Julian Assange, preso à ordem dos interesses dos Estados Unidos por ter desvendado segredos do regime, ou a jovem Masha Amini presa e morta pelo regime dos ayatolas do Irão por não vestir de acordo com a moda imposta pelo profeta Maomé aí pelos idos do século sete são vítimas desta visão do “deus justiceiro” contra os que ofendem o seu poder totalitário. O populista político e religioso promete justiça, condenação, razia dos descrentes. Os cartazes dos populistas afirmam querer limpeza, mas eles querem a limpeza dos que os desmascaram e não acreditam nas suas promessas!
Nunca vi Ronaldo jogar, nem vi qualquer programa de Cristina Ferreira, mas é uma questão de gosto, de interesses pessoais, no entanto reconheço que não pertencem à categoria de figuras esbracejantes que clamam pela obediência dos seus crentes! Ronaldo e Cristina Ferreira vendem-se (sem qualquer desprimor) a si, não vendem um produto virtual, um pechisbeque ideológico de domínio e obediência embrulhado sob a forma de uma divindade justiceira de que os demagogos e os promotores de limpezas são os representantes e de que recebem os lucros devidos pelas comissões.
Entre quem se esforça todos os dias e se apresenta como é, independentemente dos méritos, e o vendedor (ou pregador) que faz sermões sobre a virtude, a salvação e se apresenta em cartazes a fornecer serviços de limpeza, vai a distância entre o trapezista que corre os riscos das acrobacias nas alturas e o candongueiro manhoso que, rente ao chão, vende bilhetes para um circo que não existe.
Uma maravilha plena de lucidez actualização e Inspiração.
Algumas reflexões para as massas!
Sou mais a favor de combater a estupidez humana.
Estou surpreendido com esta posição tão “radical” de Carlos Gomes. Como não se pode ficar chocado com certas fortunas facilmente constituídas com um ambiente que as encoraja.
Sem pretender o igualitarismo, há que admitir que o crescimento ilimitado da fortuna de um punhado de pessoas constitui um problema.
São os meios que lhe permitem ser questionados..
A democracia hoje em dia são dois lobos e um cordeiro a votar no que ter para o jantar.
Como aumentar a pobreza, como aumentar a precariedade, como encorajar (objectivamente) a delinquência ??(um programa e tanto!)
Este é o programa (atrás de uma logorreia de falsas promessas e boas palavras), o programa é: “importar” pobres, é “importar” a insegurança, é “importar” a delinquência!
Mas como conseguir esta proeza?
Importar pobres para ficarem mais pobres..
Só porque trilho contra a desigualdade não significa necessariamente que se seja um seguidor do igualitarismo ideológico;
Um filósofo disse uma vez: “Todos os homens nascem iguais, mas esta é a última vez que eles são iguais”;
O que é necessário não é igualdade, mas justiça: cada indivíduo deve ser recompensado pelo seu trabalho justo, pelas suas competências e virtudes justas;
Certamente, temos de nos perguntar como é possível que algumas pessoas tenham centenas de biliões ou mesmo milhões de euros de capital, quando a grande maioria tem que ter cuidado com as suas despesas alimentares… O dinheiro ganho e acumulado por milhões/biliões por algumas pessoas não é feito pelo trabalho, mas pela exploração de outras: .rendas, especulação, etc. O problema é a enorme diferença que pode ser feita, não a riqueza em si …
A riqueza material é apenas efémera, não a levam para a sepultura! Em vez de “desperdiçar” a vida a recolher dinheiro e bens materiais, seria melhor enriquecer-se internamente, cultivar-se, dedicar-se à sua evolução espiritual, tornar-se um Ser Humano melhor, fazer o bem à nossa volta..
A riqueza dos ricos não consiste numa pilha de notas, é composta por ações e vários outros títulos.
Assumindo que os bens são retirados, estas ações e títulos terão de ser distribuídos entre os cidadãos.
Para transformar isto em euros, será necessário vendê-los e sobretudo encontrar compradores para isso, compradores que serão poucos ou inexistentes uma vez que a posse se tornará punível e capturável.
O que deve ser combatido é a influência excessiva que estes bilionários podem ter sobre as decisões tomadas pelos Estados.
A parábola dos talentos prova que Deus não é a favor da igualdade, mas do trabalho.
A riqueza é um stock e a economia é um fluxo.
Os nossos problemas advêm do facto de que, por mexer nos fluxos e, sobretudo, por dizer que devemos deixar isso para as pessoas que sabem mexer nestes fluxos, a riqueza concentra-se nas mãos de uns poucos, em detrimento dos outros.
Nunca houve tantos bilionários porque nunca houve tantas possibilidades de ganhar dinheiro com dinheiro graças a ferramentas mais ou menos duvidosas, técnicas computorizadas para comprar riqueza, compras ferozes de empresas…
Os bilionários tiram partido do sistema. Quando o dinheiro circula livremente, é fácil evitar impostos através de paraísos fiscais.
Mas estes mesmos bilionários têm outro poder: ajustam o sistema às suas necessidades. Eles têm a capacidade de colocar os seus homens (Políticos e a sua clique). Têm a capacidade de aprovar leis (lobbies, think tanks preparando facturas “à medida”). Têm a capacidade de corromper o funcionamento normal do sistema (Qatargate, implantação de Uber EDP,TELECOM,TAP ).
Um bilionário não é um bilionário porque coloca um milhão de vezes mais esforço do que um trabalhador com um salário mínimo ou um milhão de vezes mais desempenho do que um trabalhador com um salário mínimo , mas simplesmente porque beneficiou de trabalhadores mal pagos e máquinas não inventadas por ele mas por outros engenheiros mal pagos. Quanto mais dinheiro se tem, mais se pode captar os meios de produção e por ricochetear milhares ou mesmo milhões de pessoas no desemprego simplesmente porque os meios de produção estão concentrados em apenas algumas mãos num comité restrito! Neste caso, é a partilha dos meios de produção que deve ser estabelecida! Concentrar os meios de produção e distribuição em poucas mãos de um comité seleccionado equivale a criar monopólios, porque estes bilionários erradicam toda a concorrência!
Os bilionários possuem também TODOS os poderes políticos e financeiros que governam TODOS os sistemas de distribuição, atribuição e intercâmbio de todos os tipos. TODOS!
Conseguiram mesmo possuir estes poderes em escalas extra-territoriais.
Bill Gates financia na sua maioria a OMS e a sua fobia à vacinação global está agora a revelar o início das suas consequências mortíferas. As suas experiências de esterilização de mulheres africanas sem o seu conhecimento não são notavelmente humanistas.
A OMS está a tornar-se o organismo que irá ditar as políticas de saúde dos Estados. Os Estados serão capazes de passar o dinheiro para a OMS e nunca mais parecem ser responsáveis pelas consequências tóxicas em grande escala das escolhas de tratamento feitos.
A recente corrupção por parte do Qatar dos membros mais influentes da UE e do seu Parlamento, etc., é um exemplo disso mesmo.
A recente aliança da UE e da Comissão Europeia com a NATO faz de cada país europeu um vassalo dos EUA.
Já para não falar da manipulação do povo para destruição mútua.
É a esta escala que o dinheiro que se tornou financeiro e organiza a vida planetária. É a esta escala que devemos tentar compreender o funcionamento do financiamento em moeda corrente.
Para além desta abordagem, permanecemos presos a um entendimento rudimentar que paralisa cada vez mais o nosso discernimento.
É precisamente devido à sua grande capacidade de explorar o seu semelhante e de lhe pagar com uma fisga que eles estão a forrar os bolsos e que os pobres não podem viver decentemente!
Além disso, com o poder que tem, o bilionário pode fazer muitas coisas prejudiciais contra os seus companheiros “pobres”, soros, e a clique de Davos, que, tanto quanto sei, não representam um grupo de pessoas pobres!
Sim, na população há cigarras e formigas, quer entre os pobres quer entre os ricos, pelo que a sua explicação de que os pobres não saberiam o que fazer com o dinheiro é, desta vez, condescendente.
E dizer que se todos os trabalhadores fossem regados com dinheiro já não iriam trabalhar é também um profundo mal-entendido sobre a necessidade das pessoas para a sociedade, voluntários que aos milhares fazem um bom trabalho sem receberem dinheiro, não é verdade?
É claro que haveria pessoas que interromperiam todo o trabalho se lhes fosse dado um subsídio, que também existe, mas não é a regra geral.
O trabalho humano tem sido favorecido os produtos financeiros (casas, títulos, acções, etc., etc.) para que algumas pessoas fiquem cada vez mais ricas à medida que se abastecem destes produtos. Além disso, os bancos centrais desvalorizaram o instrumento “dinheiro”, pelo que é necessário cada vez mais dinheiro para produtos financeiros e cada vez menos para o trabalho humano. Em suma, isto terminará automaticamente mal com revoltas para reclamar os seus direitos e com a reforma monetária, devido à perda de confiança.
Uma maioria acredita que o dinheiro é o motor da criatividade e do trabalho.
Podemos funcionar muito bem sem dinheiro porque é a inteligência que dá trabalho e não o dinheiro.
Se eu tiver uma ideia a explorar, irei procurar as competências necessárias. Quem quiser participar será útil e valorizado, o que não impedirá que seja pago.
O dinheiro é um instrumento; o Estado dá dinheiro para um projecto e, no final do ano, o dinheiro é destruído. Portanto, sem açambarcamento e, portanto, sem pessoas ricas e todas iguais.
Basta encontrar os sábios que validarão os projectos para o bem comum do povo e não para o lucro de uns poucos como é o caso.
Claro que empobrecer os ricos não significa que não possa haver pessoas pobres (são necessárias pessoas ricas), mas um punhado de grandes grupos não deve deter todo o poder, e portanto o mundo, impondo os seus dogmas (por exemplo, a tomada de controlo da saúde por BillGates, e a digitalização do mundo, que faz das pessoas os seus escravos ao passar por cima das cabeças dos estados que querem aniquilar, é disso que se trata)…
Aqueles que pregam o igualitarismo apenas caem na ideologia de Klaus Schwab e do transhumanismo: em última análise, a clonagem da humanidade e da eugenia, incluindo a remoção dos “comedores inúteis”. São eles que fazem mal a si próprios. A vida na terra é uma prova a ser superada. A riqueza também é um teste: está tudo no uso que dela é feito e na forma como é adquirida..
Todos falam da mesma coisa quando se trata de igualdade, e é por isso que este é um problema fundamental. Pessoalmente, correndo o risco de fazer rir algumas pessoas (seria bom pensar um pouco e eu não finjo estar certo), penso que, de acordo com as nossas disposições que também dependem da nossa família, do ambiente, da educação, tendo lidado ou não com as nossas feridas, todos devem trabalhar onde for possível, e todos devem ser pagos mais ou menos da mesma forma, porque todos precisamos das competências uns dos outros, nenhuma das quais é insignificante.
Imaginem que todos adquiriram os mesmos níveis, com vários anos de estudo e um diploma, todos querem um trabalho relacionado com estes factos: então quem vai ser um varredor, um limpador de ruas, um limpador de esgotos? Devemos então fazer prisioneiros e/ou escravos para os obrigar a realizar estas tarefas que ninguém quer fazer? Estou a aproximar-me de muitos comentários que vi na internet, mas é também uma questão de amor pelo próximo, seja ele quem for, branco, preto, feio, bonito, simples, inteligente…
Precisamos realmente de tomar consciência e deixar de querer bens materiais, (é por isso que temos os “problemas” que temos hoje), querendo dominar os outros, ser os mais ricos, exibirmo-nos, pensar que somos melhores…
O Estado não precisa de 50% do PIB para fazer as massas felizes! há anos e anos que perguntamos para onde vai toda esta massa! mesmo as massas não a vêem ir! esse é o problema!
Finalmente há pessoas ricas que são demasiado ricas e demasiado perigosas!
E se falarmos do perigo de um mundo igualitário, por exemplo um mundo onde nos seria dado um rendimento mínimo europeu,ou universal, obviamente que é perigoso, a mão que dá está sempre acima daquela que recebe, qual será a contrapartida exigida? é também uma forma de escravidão da liberdade.
Sim, no final, a liberdade, a verdadeira liberdade, não deve depender de ninguém, nem de um Estado, nem de uma pessoa rica…
e não ter uma tonelada de dinheiro.
Que os ricos sejam ricos, mas qual é o problema?
Pessoalmente, não me interessa.
Por outro lado, não suporto o facto de os pobres serem pobres, e de serem banhados com “cheques” de ajuda.
Não sou rico, sou um trabalhador esforçado, e estou farto dos impostos retirados do meu salário ..
Penso que algumas pessoas odeiam os ricos não só por ciúmes mas também por causa dos “maus ricos” que não pagam os seus impostos e escondem a sua riqueza em paraísos fiscais. Estamos a falar de milhares de milhões e milhares de milhões!
A isto coloca-se uma rasteira.
É um pouco como aqueles motoqueiros que conduzem como loucos, barulhentos e perigosos, tantas pessoas odeiam os motoqueiros, só por causa dos “motoqueiros maus”.
E agora é a pergunta do assassino: O que estão a polícia e o sistema judicial a fazer para que as pessoas apreciem os ricos e os motoqueiros?
Estranhamente, ninguém se pergunta para que servem todos estes milhares de milhões! Nunca ninguém fez esta pergunta a um bilionário. Tentei ver…. Bem, não, não há nada sobre isso em lado nenhum.
Criar ainda mais riqueza? Portanto, vamos falar a sério sobre George Soros, Bill Gates ou Warren Buffet criando verdadeira riqueza, e voltaremos a falar sobre isso.
A diferença de riqueza entre os multi-bilionários e os ultra-pobres vai se tornar um dia insuportável e gerar agitação da qual ninguém sairá vencedor. Não é o capitalismo por si só que se vai regular a si próprio, não é assim que é concebido.