Tanta verdade junta mereceu publicação – take XXIII

(Por José André Campos Ferreira, in Estátua de Sal, 31/10/2022)


(Este texto resulta de um comentário a um artigo que publicámos de Strategic Culture Fondation ver aqui. Perante tanta verdade junta, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece.

Estátua de Sal, 31/10/2022)


 Império russo:

– Russo, muito pouco falado no estrangeiro.
– O Pacto de Varsóvia dissolveu-se em 1991, na crença de que já não havia um inimigo americano.
– Sem porta-aviões (não são necessários, pois permanecem em casa a maior parte do tempo)

O Império Americano:
– Numerosas bases em todo o mundo, incluindo áreas que são territórios dos EUA.
– Com a omnipresença da língua inglesa no mundo, (mesmo no Parlamento Europeu quando já não há inglês)
– Satélites Starlink permanentemente aéreos.
– Controlo dos exércitos de outros países através da NATO
– 11 porta-aviões necessários para o controlo militar global

Há angústia do decrescimento imperial está mais do lado das multinacionais financeiras anglo-saxónicas, basta seguir as curvas da estagflação da economia ocidental, do declínio do nível de vida per capita, do desemprego, da agitação social e de várias crises de identificação.

No contexto desta guerra, existe obviamente um conflito de civilizações: entre um homem completamente desconstruído (“ocidental” para simplificar) e um homem “tradicional” ligado a uma história, uma família, uma religião, um território… No Ocidente, ainda há propaganda sobre uma democracia que permanece, no máximo, num horizonte distante. A europa, está dependente da energia. Poderíamos continuar e continuar… As alternâncias políticas não mudam nada. Em suma, quando ouço que “a Ucrânia está a defender a democracia” sinto-me como se estivesse a ser tomado por um tolo, ou burro.

Os valores ocidentais são aplicáveis apenas na Ucrânia.
Porque é que os valores ocidentais não são aplicados à Arménia, um país que está a ser atacado por outro país que está cheio de gás, o Azerbaijão, que está a aguçar o apetite dos países ocidentais. O agressor aqui é apoiado e armado por Israel, pelos EUA e pela Turquia. Os valores europeus não são senão uma hipocrisia.

Claro que a Rússia e a China não são democracias, mas será que nós próprios continuamos a ser democracias?
Desde que os principais meios de comunicação social estão nas mãos dos oligarcas e influenciam grandemente as eleições para manter uma casta de tecnocratas que têm pouca preocupação, ou nenhuma com o bem público e os interesses daqueles que os colocam no poder, mas que são servidores de um sistema financeiro internacional, podemos perguntar a nós próprios.

É realmente a vontade do povo Português ser dissolvido num mundo globalizado, dividido em comunidades e finalmente escravizado por interesses fora do seu controlo?

O problema com o discurso dos europeístas é que eles pensam sempre que sabem qual é o melhor sistema de governação para os outros em vez de reverem o funcionamento da sua própria democracia. É engraçado ouvi-los dizer cada vez que Putin é aprovado por 70-80% da sua população e que é um ditador autocrático, enquanto em casa na Europa não sabemos quem elege os seus líderes e como chegaram a estas posições!

Os líderes ocidentais podem ter métodos diferentes, mas não são diferentes daqueles a que chamam ditadores.

Na UE não há democracia mas sim idiocracia. Não gosta de ter a guerra na Europa perto de si e prefere exportá-la para outro lugar, Iraque e Líbia sabem muito sobre ela. Não têm vergonha, matando dois presidentes de países soberanos com impunidade, os assassinos continuam a monte.

A Europa continua a seguir a política dos EUA apesar da crise energética que a está a abalar seriamente e a ameaçar a sua economia. A guerra na Ucrânia é sobretudo um assunto para a Europa como um todo e não para os EUA, especialmente no caso da utilização de armas nucleares ou químicas, que deve ser acordada com a Rússia. É portanto mais que tempo de a Europa decidir por si própria sobre o futuro das suas populações que viveram as atrocidades das duas guerras mundiais!
Os europeus não sabiam como fazer as suas escolhas após o colapso da URSS, onde era necessário na altura, após a implementação da perestroika por Gorbatchov, reformar o sistema, sim, a Europa teria iniciado mesmo um convite da nova Rússia para a integração da marcha que foi feita para a criação da futura comunidade europeia em 93.

É certo que a Rússia deve encontrar o seu lugar na comunidade europeia da qual faz parte geograficamente, o que levará ao derretimento da NATO, que é apenas um conjunto de problemas para os países europeus e para o mundo inteiro, e é assim que a ameaça russa terminará com a sua integração.

“Vladimir Putin, acaba de explodir a era dos combustíveis fósseis.
Ele desencadeou um movimento global e determinado na Europa, apoiado pelos EUA, para se afastar dos combustíveis russos e acelerar a eficiência e as energias renováveis.
Era para lá que a Europa se dirigia de qualquer forma, mas agora está a avançar muito mais depressa.
Então a guerra na Ucrânia é um o jogo da transição energética?

Esta guerra pôs em prática um imposto global sobre o carbono muito maior do que os economistas queriam pôr em prática para proteger o clima.

É claro que não é exatamente um “imposto”, não é aplicado da forma correta e está a causar muitos problemas. Mas como um “sinal de preço” [o custo mais elevado da energia e o seu impacto nos transportes, por exemplo], dará um grande estímulo à mudança para a eficiência e as energias renováveis.
E se a Europa continuar a afastar-se do petróleo, gás e carvão com a visão e determinação que tem demonstrado até agora, então o grande sofrimento infligido por Vladimir Putin não terá sido inteiramente em vão.”

Seja intencional ou não, este tipo de informação não é dada: O ganho territorial mineral russo na Ucrânia é estimado em 13 triliões de dólares e este aumentará com a captura de Odessa. Fonte: Washington Post. Quanto ao declínio do dólar, este foi desvalorizado em 95% e o euro em 85% em relação ao ouro. Todos os economistas sabem disto.

A Rússia não está sozinha e os países amigos não são como os países ocidentais. O mundo sabe que o Ocidente é um continente com o qual não se pode contar, e eles escolheram o seu lado.

É preciso pensar sempre nos recursos naturais que cada país possui. Isto muda completamente o padrão e os números ‘ocidentais’. A Rússia, o Cazaquistão, a Mongólia, vários países da África Central, e claro o Médio Oriente, podem muito rapidamente recuperar, apagar as suas dívidas e esmagar o seu poder em 3 anos. Isto é o que os BRICS+ e a OPEC+ estão a demonstrar.
O petrodólar já não será a única referência num futuro próximo, nem mesmo na América do Sul e Venezuela (na OPEP+).

Este Inverno será duro: a Europa desfrutará de banhos frios, refeições cruas e longos passeios de bicicleta à chuva, neve e mísseis de algum lado.

Penso que se o México quisesse entrar numa aliança militar com a Rússia e a China, os americanos não a aceitariam. Cuba ainda está sob um embargo americano, e isso do ponto de vista do ocidente é lógico. Mas o que o ocidente acha lógico não acham lógico da Rússia. O que me perturba é que temos a impressão de que o nosso mundo está a ruir diante dos nossos olhos, que o nosso poder de compra está a cair e que tudo isto poderia ter sido evitado. A diplomacia poderia ter evitado esta guerra.

Por falar em diplomacia…
A diplomacia ocidental é falar muito para finalmente não dizer nada, confundir o interlocutor para tirar vantagem sem partilhar o ganho…

A diplomacia é a encarnação da arrogância ocidental… tem de pensar como ocidentais, falar como ocidentais, atualizarmo-nos como ocidentais, governar o país como ocidentais… e no dia em que já não queremos tudo isso, é o exército que tem de intervir para acrescentar tempero à diplomacia ocidental.
As colónias desapareceram, mas os colonos ainda estão presentes.

Esta guerra é de facto entre os EUA e a Rússia e é provocada pelos EUA para enfraquecer o progresso russo e o da Europa como consequência. É necessário reconhecer que o império americano está em declínio e que, por este facto, procura manter a sua posição por todos os meios, como todos os impérios anteriores, incluindo a guerra de enfraquecimento dos emergentes.


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8 pensamentos sobre “Tanta verdade junta mereceu publicação – take XXIII

  1. (…)

    “O problema com o discurso dos europeístas é que eles pensam sempre que sabem qual é o melhor sistema de governação para os outros em vez de reverem o funcionamento da sua própria democracia. É engraçado ouvi-los dizer cada vez que Putin é aprovado por 70-80% da sua população e que é um ditador autocrático, enquanto em casa na Europa não sabemos quem elege os seus líderes e como chegaram a estas posições!”

    (…)

    “Esta guerra é de facto entre os EUA e a Rússia e é provocada pelos EUA para enfraquecer o progresso russo e o da Europa como consequência. É necessário reconhecer que o império americano está em declínio e que, por este facto, procura manter a sua posição por todos os meios, como todos os impérios anteriores, incluindo a guerra de enfraquecimento dos emergentes”.

    1- “É engraçado ouvi-los dizer cada vez que Putin é aprovado por 70-80% da sua população e que é um ditador autocrático”…

    NÃÃÃÕ ! Putin NÃO é um ditador autocrático, as eleições são livres e transparentes e ele é “amado” por 70-80% da população…

    Legislativo da Rússia aprova regra para que Putin fique no poder até 2036
    O mandato de Vladimir Putin termina em 2024, e como ele já foi reeleito, estaria proibido de concorrer, mas o parlamento mudou a Constituição para que ele possa ficar outros 12 anos no poder!.

    2 – “Esta guerra é de facto entre os EUA e a Rússia e é provocada pelos EUA para enfraquecer o progresso russo e o da Europa como consequência. É necessário reconhecer que o império americano está em declínio e que, por este facto, procura manter a sua posição por todos os meios, como todos os impérios anteriores, incluindo a guerra de enfraquecimento dos emergentes”.

    ENTÃO… “esta guerra é de facto entre os EUA e a Rússia e é provocada pelos EUA” ?

    E EU QUE PENSAVA que esta guerra inesperada, foi provocada pela invasão selvática de um país, a Ucrânia, por outro país do ex-império soviético, a Rússia de Putin !!!! Sim ! Um império, agora da chamada Federação Russa, em completa desagregação depois da queda do Muro de Berlim. E que o Putin ESSE “DEMOCRATA”, quer recuperar, tranformando-o num imenso gulag.

    3 – “A diplomacia é a encarnação da arrogância ocidental” ?

    AH ! É ? Eu, quando vejo o “diplomata” Sergei Lavrov, do alto da sua arrogância “oriental”, a mentir com quantos dentes tem na boca, (incluindo os das próteses…) bem “aprecío” o descaramento.com que o faz…..

    Este “artigo” do Sr. José André Campos Ferreira, roça as raias de uma infantilidade que seria dolorosa se não fosse…ridícula…

    E “perante tanta verdade junta, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece”.

    O meu agradecimento à “Estátua”, pela publicação.

    • Estes comentários não são pró-russos,apenas é o meu ponto de vista geopolitico,nem cedo a uma visão atlanticista do conflito.

      A energia está no centro de todas as guerras modernas.
      No passado, podia ser para água ou especiarias.

      Estes são tempos conturbados. Enquanto algumas pessoas pensam que os meios-termos nos EUA podem mudar alguma coisa e a Turquia pensa que é optimista, apercebemo-nos de que globalmente, nada está a correr bem.

      A Rússia inicialmente queria simplesmente “desnazificar”, ou seja, destruir os batalhões extremos. Queriam também desmilitarizar o país, ou seja, esmagar todos os locais de produção de munições, fazer fugir ou aniquilar a maior parte dos militares, reduzir a nada as infra-estruturas e equipamentos militares. Estes eram os objectivos da Rússia.

      Pode dizer-se que foram alcançados. No entanto, entretanto, a Ucrânia obteve substitutos da Nato para assumirem o controlo durante a guerra. A Rússia não pode simplesmente partir, seria invadida pelas forças da Nato. Teve, portanto, de alterar os seus objectivos, que hoje não são oficialmente claros. Pode-se imaginar que querem esgotar os recursos humanos e materiais da Nato? Reduzir a produção de energia é então uma forma de forçar a Nato a pagar pela energia em vez de armas?

      Há alguns pontos interessantes a registar, ou perguntas a fazer:

      > Com a chegada do Outono, a chuva intensifica-se enormemente sobre a região. Os veículos com rodas já não podem fazer bons progressos na linha da frente porque o solo é macio. De acordo com alguns analistas, a Rússia teria de bom grado abandonado as estepes, incapaz de avançar mais, para deixar a Ucrânia ficar paralisada no terreno mole.
      -> A frente é actualmente uma zona rural, com predominância de árvores e vegetação. As posições da Nato não seriam complicadas se fossem expostas, sem controlo aéreo?
      -> É também possível que a Rússia esteja à espera dos prazos médios nos EUA. De facto, vários representantes, especialmente republicanos, mas também alguns democratas, anunciaram que querem parar ou reduzir a ajuda dos EUA à Ucrânia.

      Pode-se imaginar que não custa muito à Rússia simplesmente esperar e ver se a Ucrânia será abandonada ou não. Se for, pode então avançar sem medo e ter salvo muitas vidas.
      -> Relativamente à barragem que a Rússia gostaria de destruir, isto parece improvável, pois é a barragem que fornece água à Crimeia. Será que a Rússia abandonaria Kherson?
      -> Há uma evolução das baixas militares? Quantas vidas é que o empurrão ucraniano lhes custou? E o retiro russo custou-lhes quantas vidas? Estas são questões que eu penso que deveriam ser as mais importantes. Também na geopolítica, porque para uma estratégia funcionar, são necessárias pessoas. Mas também humanamente, não posso ver isto como um simples jogo de xadrez.

      Se a Rússia for empurrada de volta para a sua antiga fronteira, será que a guerra vai acabar? Provavelmente não.
      Se a Rússia anexar até Odessa, será que a guerra vai acabar? Provavelmente não.

      A Rússia pode querer parar a guerra. Pode dizer-se que já está farta. Mas a Nato pode facilmente forçar a Rússia a permanecer na guerra, mesmo que isso signifique que a Ucrânia se transforme em cinzas. E quanto mais fraca for a Ucrânia, mais ambiciosos serão os objectivos da Rússia. Quanto mais quiserem aniquilar qualquer possibilidade de um “regresso” da Ucrânia. A única saída sem escalada é uma derrota líquida da Ucrânia ou a aceitação pela NATO de enormes concessões sobre a Ucrânia (pelo menos as actuais anexações). Até que isto aconteça, o risco de uma escalada grave pode acontecer a qualquer momento. Os rumores de uma bomba suja estão a crescer, e tais riscos multiplicar-se-ão.

      Claro que a Rússia é directamente confrontada com a superioridade tecnológica ocidental, é preciso muito, mas, a China também joga muito bem as suas cartas e consequentemente estabelece a sua superioridade sobre a Rússia e o resto da Ásia; assim, para os americanos, é do seu interesse desencadear o conflito contra a China antes que este se torne imparável… Portanto, é preciso ter cuidado para que as várias provocações, tanto do lado russo, como do lado ocidental, não se tornem um pretexto para nos precipitar num conflito mundial de alta intensidade, e portanto nuclear… mas neste ponto estou apenas a argumentar..

      Antes da declaração de Putin sobre armas nucleares, foi Biden quem disse (em Abril de 2022, se bem me lembro) que os EUA estavam a abandonar a estratégia de utilizar armas nucleares apenas em resposta a um ataque, mas estava a deixar a si próprio a opção de as utilizar quando lhe convinha (ou seja, disparando primeiro). Foi em resposta a isto que Putin, por sua vez, falou sobre a utilização de armas nucleares.

      Pergunto-me por que razão em Março deste ano os EUA rescindiram a sua doutrina de “não utilização inicial” sobre o uso de armas nucleares, tornando possível que os EUA atacassem outro Estado com armas nucleares sem que esse Estado as tivesse utilizado primeiro. Parece-me que se trata de uma clara acção de escalada a este respeito, e que antecede qualquer menção de “fogo nuclear” por Vladimir Putin. Por que razão então a reacção russa de recordar que um ataque ao seu território conduziria necessariamente a uma retaliação deve ser apresentada como agressiva neste caso?

      Podemos sentir a inevitável escalada à medida que o tempo passa, até onde iremos… A europa deveria forçar Zelensky a negociar, condicionando a ajuda ocidental ao progresso das negociações, continuar nesta direcção é demasiado perigoso e todos nós podemos pagar as consequências durante anos… Infelizmente os líderes europeus são apenas “estúpidos” de facto, não consigo explicar o contrário, a crise energética não era obrigatória, não fomos obrigados a tomar estas sanções para agradar à Ucrânia e especialmente aos EUA! Aqueles que jogam melhor de momento são os turcos, conseguem manter uma posição de equilíbrio entre a Ucrânia e a Rússia e é isso que se tem de fazer para impor negociações! Não é com o blabla sem fundo que as coisas se vão mexer…

      Zelensky fascina-me, ele vai de um actor de filmes B que toca piano a um senhor da guerra que enfrenta o maior país do mundo em termos de superfície, o mais equipado com ogivas nucleares, e portanto potencialmente poderia virar o norte do planeta para uma distopia que chocaria até Orwell, Hollywood não teria feito melhor.

      A questão é quando o Inverno chegar e as eleições intercalares nos EUA terminarem, dependendo dos resultados, penso que haverá negociações EUA-Rússia que irão decidir o destino da Ucrânia e da Europa

      • “A Rússia inicialmente queria simplesmente “desnazificar” e também desmilitarizar o país, ou seja, esmagar todos os locais de produção de munições, fazer fugir ou aniquilar a maior parte dos militares, reduzir a nada as infra-estruturas e equipamentos militares. Estes eram os objectivos da Rússia”

        Sr. José André Campos Ferreira

        NO pequeno parágrafo acima, que transcrevo do seu extenso texto, ESTÁ A NEGAÇÃO.de tudo o que escreveu no seu texto anterior…

        Afinal, onde está a sua afirmação de que ““esta guerra é de facto entre os EUA e a Rússia e é provocada pelos EUA” , quando agora afirma que, afinal, “a Rússia (não seria mais correcto dizer Putin ?) queria “desnazificar”, como se os sequazes dele, Putin, são fossem tão nazis como os que eventualmente existam na Ucrânia.

        Como afirmar que Putin “é aprovado por 70-80% da população”, quando sabemos que a liberdade de expressão é punida selváticamente pela polícia de choque, os meios de informação, a Imprensa, a Rádio e a Televisão que não sejam “a voz do dono” são encerradas e os jornalistas presos, a internet é desligada para que o povo russo não tenha conhecimento dos fracassos dos seus exércitos, e só tem consciência disso, quando vê que os seus filhos, maridos e outros familiares não regressam da guerra,

        Como entender as manifestações contra a guerra punidas à bastonada, e os milhares de reservistas que fugiram enquanto puderam, para os países vizinhos, e os que não conseguiram fugir, serem obrigados a ser “carne para canhão”, sob pena de pesadas penas de prisão?

        E porquê, a necessidade de uma mobilização geral de reservistas ? Então os exércitos “regulares”, já não chegam? PORQUÊ ?

        Este facto não lhe lembra nada, Sr. José Ferreira ? A mim, por acaso, lembra-me a Alemanha nazi, destruída, e o Hitler, de mão a tremer, a “felicitar” crianças de lágrimas nos olhos, transidas de medo, infamemente mobilizadas para uma guerra inexorávelmente perdida…

        Veja lá, Sr. José Ferreira do que eu me havia de lembrar…

        Ah ! Já sei ! Tudo o que vemos na Televisão, as imagens de destruição maciça, a visão dantesca que os corajosos repórteres portugueses e de todo o Mundo nos transmitem, arriscando até as suas vidas, não passam de “encenações” a soldo das “centrais de intoxicação” dos EUA, da Europa, da NATO, etc. etc.

        E do lado da Rússia ? SÓ VEMOS O QUÊ ? Vemos o “relações públicas” do exército russo, a debitar os “sucessos” bélicos…PORQUÊ ? Da revolta popular reprimida no país, nada vemos. PORQUÊ ?

  2. “Vladimir Putin, acaba de explodir a era dos combustíveis fósseis.”

    Antes disso acontecer, e se não houver um conflito nuclear, haverá muito retrocesso e muito sofrimento no mundo e, em particular, no ocidente. O avanço brutal que a humanidade teve nos últimos cem anos só foi possível por causa dos combustíveis fósseis, caso contrário ainda andaríamos de cavalo. As energias renováveis só daqui a décadas estarão em condições de substituir as fósseis. Nem a nuclear, nem o hidrogénio poderão ser uma alternativa credível nos próximos anos. Portanto, se a era dos combustíveis fósseis explodiu (a questão de quem a fez explodir também é muito interessante, mas fica para outras núpcias), vem aí uma nova idade das trevas, que será forçosamente agravada por guerra(s) nunca antes vista(s). Convinha que as multidões que bradam pela continuação da guerra até à derrota da Rússia olhassem um pouco para as duas guerras mundiais e concretamente para os factos que as originaram.

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