A macronmania está a naufragar a União Europeia

(Francisco Louçã, in Expresso, 24/06/2022)

Macron acreditou que o voto útil que o elegeu contra Le Pen o lançaria nas legislativas, mas foi derrotado pela sua impopularidade e perdeu um terço dos seus lugares na Assembleia.


Há governantes que são assim, mais populares entre as chancelarias estrangeiras do que entre quem vive no seu país. É o caso de Macron. Se avalia­do pelos ditirâmbicos elogios que granjeia entre autoridades, a começar pelo seu aliado mais militante, o primeiro-ministro português, o reeleito Presidente francês seria o mais esclarecido visionário e condutor da União. Esse entusiasmo leva a tratar como se fossem coisa séria as sucessivas propostas do Eliseu, rapidamente dissipadas por um benévolo esquecimento (alguém se lembra da nova “Comunidade Política Europeia”? Olhe que foi no mês passado) e a aceitar, desta feita, que a política europeia seja governada ao ritmo de tuítes publicitários.

Ora, o que serve ao deslumbramento internacional não conta portas adentro e, pela primeira vez desde que as eleições legislativas se seguem às presidenciais francesas, o eleito não tem maioria parlamentar. A diferença de votos entre o partido de Macron e a aliança de Mélenchon, entre 22 milhões de votantes, ficou pelos 22 mil votos, bastaria ao segundo ter obtido uma parte deles para ter mais deputados. Macron acreditou que o voto útil que o elegeu contra Le Pen o lançaria nas legislativas, mas foi derrotado pela sua impopularidade e perdeu um terço dos seus lugares na Assembleia. Deste modo, ao criar um vazio político, esta nova direita abriu espaço para a consolidação da extrema-direita, que ultrapassa o partido gaullista, normalizando-se como alternativa, num longo caminho sempre acima dos 10% desde 1986. Assim, a Macron parece só restar alguma tentativa bonapartista, provocando uma crise com novas eleições, ou acomodar-se à possibilidade de que, uma vez terminado o seu mandato, essa nova direita seja tragada por Le Pen.

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Ora, para a UE, a derrota de Macron tem duas implicações sinuosas. A primeira é que a instabilidade em França perturba o sistema institucional europeu, agora mais pulverizado. A resposta à dificuldade é refugiar-se em estratagemas, como na gestão da adesão da Ucrânia, que será elevada por estes dias ao estatuto de “candidata”. A condição da futura integração seria cumprir leis europeias, já agora como as que a Polónia e Hungria recusam, ou colocar-se na fila, como a Turquia (que negoceia o estatuto há 35 anos), Sérvia, Macedónia do Norte, Montenegro, Albânia, Bósnia e mesmo o Kosovo, que alguns países da UE nem reconhecem, e ainda rever os tratados e as regras de financiamento. Tudo inviável e um barril de pólvora para França, que não quer o dinheiro da PAC dividido com a Ucrânia. A segunda revelação é o efeito de desgaste que as políticas de redução da segurança social e de desqualificação do emprego têm provocado entre a população francesa. E esse é o mais pesado efeito destas eleições, pois demonstra que a normalidade europeia gera a crise. Isso é a macronmania e deu no que deu.

O SNS não se salva com ilusões

Quem defende o SNS já não pode escapar ao dilema entre ignorar o colapso e recusar a continuidade da ilusão sobre a estratégia presente, pois a evidência demonstra que o Governo não enfrentará o problema. É preciso virar a agulha. Apresentar o atual SNS como o modelo da virtude democrática custa a derrota, pois a realidade do desespero dos profissionais, da desorganização das unidades e dos tormentos dos utentes em centros de saúde ou em urgências impõe-se sem mais argumentos e cada ano será pior, com a aposentação de mais especialistas. Graças a estes fracassos programados, os privatizadores têm a estrada aberta e, apesar de alguns floreados alucinados (descobriram a “sovietização” do SNS, seguindo o guião ideológico da associação de médicos dos EUA, que no século passado conseguiu, na vaga da Guerra Fria, impedir que fosse instalado um serviço público de saúde no seu país), insistem na proposta mais simples: deem dinheiro aos nossos amigos que eles tratam de mais utentes do SNS.

Nesse caminho, a estratégia de desmantelamento do sector público tem-se imposto. Os investimentos são adiados, os concursos ficam parcialmente vazios, os tarefeiros recebem três a cinco vezes mais do que os seus ex-colegas numa urgência, os serviços navegam na imprevisibilidade. Na incerteza, os seguros cresceram e são um florescente ativo financeiro, que promete lucros confortáveis, graças ao controlo dos preços. A consequência é uma saúde mais cara para as pessoas: dois grupos privados já realizam a maioria dos partos na Grande Lisboa, naturalmente promovendo a cesariana como método preferencial, o que salga as contas finais; durante a fase aguda da pandemia, os hospitais privados ofereceram a sua disponibilidade por 13 mil euros e, se fosse caso grave, o doente era recambiado para o público; e as PPP, que transformaram em arte a regra do afastamento dos doentes mais caros, são elogiadas como se essa manigância fosse boa gestão. Apesar destes resultados, está montado o cenário da atrevida proposta dos grupos privados e dos seus liberais: aguentem o custo dos hospitais públicos desde que nos paguem mais, queremos os vossos impostos.

Assim sendo, a questão para quem tem terçado pelo SNS como a prova da democracia é que deixa de ser viável apresentar este sacrificado serviço como um modelo, ou fingir que não está a ser degradado de forma eficiente. A minha conclusão é que, se a liderança do SNS estiver na mão de quem tão metodicamente trabalha para o seu afundamento, então estaremos a desistir dele.


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7 pensamentos sobre “A macronmania está a naufragar a União Europeia

  1. Duas grandes verdades.

    Esta:
    «A segunda revelação é o efeito de desgaste que as políticas de redução da segurança social e de desqualificação do emprego têm provocado entre a população francesa. E esse é o mais pesado efeito destas eleições, pois demonstra que a normalidade europeia gera a crise. Isso é a macronmania e deu no que deu.»

    Destaco estas palavras, que são o resumo de 22 anos de Portugal na aberração anti-democrática do €uro:
    «a normalidade europeia gera a crise»

    E esta:
    «A minha conclusão é que, se a liderança do SNS estiver na mão de quem tão metodicamente trabalha para o seu afundamento, então estaremos a desistir dele.»

    €UROpeísmo = crise, empobrecimento dos países periféricos em austeridade permanente
    NeoLiberalismo = retrocesso civilizacional dos 90% (há 1% que ganham muito, e 9% que vão gozando)
    Votar P”S” = matar o SNS a longo prazo, desmantelando-o propositadamente desde já

    Gostava muito de saber o que é que se passa dentro da cabeça de quem não vê isto à frente dos seus olhos.

    • Sr. Carlos Marques, a única coisa que tenho reiterado ao longo de alguns comentários anteriores é a necessidade de, mediante o panorama político atual, não cair na tentação de dizer “como isto está tudo mal, mais vale acabar já com a coisa”, até porque me baseio nalgumas coisas que o senhor até mencionou em comentários precedentes.

      Refere que Putin advertiu em relação ao perigo do recrudescimento de nacionalismos pela Europa, como consequência das políticas suicidas dos últimos 4 meses. Não podia estar mais de acordo.

      Refere ainda que Putin, dentro da Rússia, tem adversários que, mal ele saia do Kremlin, estão mortinhos por “lavar” o continente europeu até Lisboa.

      Ora, tendo tudo isto em consideração, pergunto o seguinte: vamos fazer uma à 1919, em que os países europeus, devido ao impacto da I Guerra, ficaram dependentes dos EUA (o que vai acontecer agora), a Sociedade das Nações fracassou (o que podemos equiparar tanto à ONU como à UE), o descontentamento europeu alastrou – inflação por falta de mão obra e de produtos (envelhecimento da população e morte da população jovem), destruição da indústria, diminuição da capacidade produtiva e industrial europeia, devastação de campos agrícolas – e uma série de outras situações que permitiram a subida ao poder de Hitler e de Mussolini – sendo que o senhor já reconheceu que, após a saída de Draghi, há uma organização (Fratelli D’Italia, não é ?) Neo-Fascista de olho na liderança do país – e, resumindo tudo isto, vamos caminhar direitinhos, em fila bem ordenada, ignorando os factos do passado, para uma III Guerra Mundial ?

      Eu gostava de evitar isso, porque ainda nem tenho sequer 25 anos.

      Portanto, aqui no blog, nós temos a informação toda que levou à situação, mas os fanáticos da NATO, aqueles que andam propagandeados, ou aqueles que querem ignorar as coisas porque andam convencidos de que os EUA são os maiores, não têm acesso à informação que aqui se vai difundindo e discutindo.

      De momento, só vêem o preço da gasolina a aumentar, assim como o custo de vida.

      Diga-me, quando a UE falhar (porque, a continuar assim, não há dúvidas), quando os líderes nacionalistas se aproveitarem do descontentamento populacional, quando culparem todos os líderes socialistas ou de esquerda através de argumentos populistas e demagogos para influenciar as pessoas ingénuas a votarem neles sob as promessas de melhoria das condições de vida e o findar de todos os sistemas sociais que são tão “onerosos” para a sociedade, e quando começarem a culpar ainda os russos e outros que tais pelo facto de terem iniciado um conflito (que nós sabemos ser mentira) que conduziu à situação de pobreza e precariedade em que eles vivem, com o conluio com os russos ou a ineptidão dos atuais líderes europeus de nos conduzirem à Vitória – mas não se preocupe, que os atuais líderes vão sempre arranjar maneira de permanecer nos bastidores e influenciar ou aliarem-se aos populistas e neo-Hitlers deste mundo, afinal de contas foi isso mesmo o que aconteceu antes da Segunda Guerra, já que os capitalistas e elites da Europa queriam evitar que as suas fortunas fossem aniquiladas como consequência do nascimento de movimentos socialistas pelos seus países, influenciados pela Revolução de Outubro – e destes mesmos líderes, assim como a UE, terem demonstrado a sua incapacidade de preservar o modo de vida europeu, o que é que vai acontecer ?

      Eu não nego que a UE seja responsável pela situação que estamos a viver, ou ainda que ela seja responsável pelo amordaçar de economias da periferia, como o caso de Portugal, mas é preciso cuidado com aquilo que se fizer daqui em diante, porque a receita para o desastre está em funcionamento total. Total.

      Eu não considero é que, pelo facto da UE ser uma instituição com inúmeros defeitos (que tem, mas tudo tem os seus defeitos e é sempre bom recordar isso) e de ser liderada por políticos corruptos avençados de oligarquias neoliberais, isso sejam justificações para se aniquilar a UE, ao invés de tentar mudá-la, melhorá-la ou substituí-la por outra organização europeia.

      Acredite, daqui por uns tempos, já vai haver muitos a pedir o seu fim imediato.

      Mas é precisamente por isso que, já, imediatamente e neste momento, a nossa retórica devia ser no sentido de reforçar as instituições democráticas (por exemplo, ninguém fala do Parlamento Europeu – vi apenas uma menção ao Parlamento num artigo recente de que não me recordo o título ou autor, e, antes disso, eu tinha feito essa menção num comentário há um mês atrás) e não de as destruir.

      Primeiro: neste momento ninguém quer sair da UE, porque está tudo distraído com a adesão da Ucrânia e dos países dos Bálticos à mesma.

      O problema é que isto vai resultar no seu colapso interno, e é isto mesmo que pessoas como Von der Leyen querem.

      É tão simples: Von der Leyen lucra mais com uma UE enfraquecida, já para não dizer esbarrondada, do que com o reforço dela. Porque é que ela e outros insistem tanto na adesão da Ucrânia ? Acha que é para a preservar ?

      Esta gente quer é lucrar, e quanto mais medidas forem adotadas para preservar o status quo, melhor.

      Segundo: mesmo que saíssemos agora da UE, o que é que íamos fazer ?

      Ouça, por acaso li recentemente (porque fui à procura) de informação relativa à produção de trigo em Portugal e descobri que em 2019 importámos 90% do trigo que consumimos, mas este ano a presidente executiva da SONAE diz que todo o trigo consumido é nacional.

      Sendo verdade ou não, estando este trigo sujeito a monopólios que permitem especulação ou a exploração de grandes margens de lucro à custa dos trabalhadores e dos consumidores é outra história – importantíssima, mas outra história de qualquer forma.

      Todavia, de resto, energia, produção industrial, educação, saúde, investigação científica, investimento em áreas da tecnologia, como é que está isso tudo ?

      Não me venham é dizer que estamos de tal forma sujeitos às políticas restritivas da UE que não conseguimos fazer investimentos nacionais adequados nestas áreas todas, porque isso parece-me francamente estranho…

      É tudo um problema de visão a longo prazo que não é considerada desde muito antes de 1872 – fiz a referência há uns dias ao livro Farpas de Eça de Queiroz, não porque é um livro de literatura (romance e coisas afins), mas sim porque é um conjunto de crónicas escritas em conjunto com Ramalho Ortigão por alguém que, no ano anterior à sua partida para Havana como diplomata no consulado da capital cubana, dedicou-se a escrever análises da situação política do Portugal da Regeneração, onde, em 1850 e com Fontes Pereira de Melo, andavam a resolver problemas de modernização do Caminho de Ferro……………………….

      Andamos há mais de 150 anos para ter um caminho de ferro funcional.

      Considere isto durante uns minutos.

      Agora diga-me: já aqui falei da situação dos professores em 1872 (andavam a receber o mesmo salário há 50 anos, quando deviam receber o dobro), do caminho de ferro, da falta de desenvolvimento do país (industria, agricultura, coisas como eletricidade acessível a todos pela instalação de simples candeeiros de ruas, ruas limpas e pavimentadas, água corrente, entre outras coisas que não estavam disponíveis para a população, mas existiam para as classes altas) e da falta de visão política em meados/finais do séc. XIX por parte das classes dirigentes.

      Havia UE ?

      Não tem sentido para mim andar sempre a culpar a UE por tudo e mais alguma coisa quando nós mesmos temos imensa coisa a resolver num contexto nacional, mas que nunca arranjamos, ou vontade, ou capacidade política para o fazer!

      Desta forma, um líder como Putin compreende que a questão da soberania é a luta pelos interesses dos países no âmbito, no contexto e dentro de organizações idóneas de cooperação internacional ao nível do comércio, economia, desenvolvimento tecnológico e científico, investimento estrangeiro e de intercâmbios entre culturas!

      O que é que vai ser precisamente o BRICS ?

      Até os países da América Latina querem entrar lá para dentro!! E eles são os que mais lutam pela sua soberania e independência!

      Soberania e independência nunca significaram o isolamento dos países e nações em relação aos outros, contudo, sim, o respeito pelos seus interesses nacionais e populacionais em cooperação e diálogo com outros países, tal como o encontrar de soluções e mecanismos que permitissem um entendimento e relacionamento de todos com todos, valorizando as suas necessidades individuais, no contexto de cooperação!

      Porque a soberania e independência sem respeito pelos outros é que a UE e os EUA têm feito!

      Repare que o único a pedir o fim da OEA foi o fascista de El Salvador, não foram os outros líderes e países… Eles querem é um relacionamento e uma organização que os respeite!!

      O problema de Portugal não é só a UE, é o que diz o MST: é viver de orçamento em orçamento, como quem vive de salário em salário. É haver problemas e montar um plano de contingência e, logo a seguir, uma comissão para ver que problemas é que há e como é que os resolvemos!

      Isto das comissões já vem desde o fim da ditadura de Costa Cabral e desde que instaurámos um regime parlamentar em Portugal!!! Em 1850!!!!

      Resumindo: Portugal precisava era de olhar para a História e pensar assim: porque é que ainda não criámos uma organização conjunta com os países da África do Norte e África Ocidental ?

      Uma outra zona económica que permitisse trocas comerciais no Atlântico com a América Latina ? É que, ainda por cima, temos uma boa geografia para isso mesmo.

      Mas dizer ou pensar uma coisa destas deve ser uma heresia para alguns…

      Porque é que nós olhamos para Cabinda, em Angola – não, não vou entrar pela polémica Independência/subjugação aos interesses coloniais angolanos, sendo que isto já foi claramente determinado por um estudo que toda a gente ignora, que indica que a solução da situação em Cabinda não são nacionalismos da população indignada (ainda assim indignados com todo o direito, já explico porquê), mas a atribuição do estatuto de Autonomia dentro de Angola, que acabasse com a política prepotente do governo angolano – e não ficamos simplesmente indignados com a exploração daquela região que tem a população a viver com menos de um dólar por dia, enquanto a Chevron (surpresa, surpresa, americana) detém o monopólio (algo como 39%) da exploração em alto mar de petróleo, ou até mesmo a questão da agricultura sub-desenvolvida, entre outras situações…

      Quer dizer, what the hell ?

      Gostava de compreender a indignação que temos contra países da América Latina, cujas populações lutam pelos seus direitos de soberania através dos meios apropriados, elegendo democraticamente os seus líderes, mas temos uma situação tão perto de nós que desconhecemos ou pura e simplesmente ignoramos.

      Agora, se discordar da questão da UE, não tenho problema nenhum, honestamente.

      Compreendo o seu ponto de vista e nunca o quis desvalorizar de forma alguma.

      Simplesmente, não creio mesmo que a destruição ou a saída da UE vá resultar nalguma coisa boa, porque afigura-se-me que é precisamente isso que Von der Leyen e outros querem.

      O problema é a velha dicotomia: liderança/interesses da minoria que detém o monopólio do capital e que quer conservar esse monopólio e domínio a todo o custo vs. Maioria populacional e seus interesses/necessidades naturais, dignas e humanas.

  2. O SNS em vez de racionalizar os cuidados, seria mais simples aplicar a directiva europeia que permite a abolição do monopólio do sistema de segurança social. Mas como as rendas precisam de ser consolidadas, preferiram transferir parte dos encargos para os privados.

    Nada é gratuito, como mostram os montantes das contribuições. Os preços exorbitantes de certos medicamentos também nos mostram que o gosto pelo lucro sem quaisquer limites de certos laboratórios e de médicos coloca um problema.

    Não, os pobres e a classe média pensam que não são bem cuidadas porque são livres de pensarem, pensam que podem simplesmente ser cuidadas. Pagam contribuições para tal, incluindo esquemas obrigatórios e complementares.

    Para que resultados: sim, o défice está sob controlo, mas sim, os profissionais de saúde nunca estão contentes com o que ganham,estudaram muito,como?Em Portugal os médicos são escolhidos a dedo pela corporação pagos pelos nossos impostos e depois demitem-se, as pessoas morrem em salas de urgência com médicos escolhidos a dedo pelo sistema universitário.

    Mas o pagamento a terceiros e todo o sistema de segurança social, pagamo-lo através de contribuições e impostos .. Assim, pagamos pelos nossos cuidados que nos são prestados “gratuitamente”!
    E racionamos este mesmo cuidado porque temos de o limitar porque as pessoas abusam dele porque é gratuito!
    Mas o que é este disparate? Quem abusa dos cuidados? Quando se vai ao médico, é porque se está doente! Ninguém recebe qualquer benefício para além dos cuidados..

    Somos totalmente ignorados, bem como as nossas patologias, mesmo quando elas são pesadas, dolorosas e invalidantes!
    És deitado fora como se fosses deitar uma merda!!!

    E em qualquer caso, deve trazer muito dinheiro quando se conta o número de médicos que são totalmente inaptos para a especialização e que são nomeados!
    E é que se agarram ao seu maldito estatuto de infundado.

    O SNS: na nossa mente, é o máximo. Antes, costumávamos manter uma operação à bexiga durante vários dias, porque não sabíamos mais o que fazer. Agora operamos e mandamo-lo para casa o mais depressa possível (na mesma noite se não houver complicações). Uma enfermeira (paga pelo serviço de saúde) vem cá a casa para prestar cuidados. Não há mais problemas médicos com a ida para casa e a enfermagem em casa do que no hospital. A questão é: os nossos politicos expulsaram doentes do hospital para poupar dinheiro ou porque pensam que isso irá beneficiar o doente, não os cortando dos seus pontos de referência habituais, da sua casa, do seu ambiente, dos seus hábitos durante demasiado tempo? Se tiver a mesma qualidade de cuidados em casa, prefere estar no hospital ou em casa?

    Se olharmos para o orçamento da segurança do SNS, este nunca foi reduzido. As despesas são distribuídas de forma diferente. Mas será isso sustentável?

    Quanto ao preço das drogas, vá e descubram porque é que há rupturas de stock em Portugal. Como o preço dos medicamentos é regulado em Portugal, tão baixo quanto possível, claro (alguns medicamentos em Portugal são inferiores a 10 euros e 500$ nos EUA), muitas vezes é mais rentável para os laboratórios venderem os seus produtos… no estrangeiro. É claro que há lobbying. Mas Portugal está longe de ser um paraíso para os laboratórios que dizem ser.

    Em termos de saúde, a realidade é extremamente complexa. O estado do hospital está de facto destinado como tal hoje, devido à transição do hospital para os cuidados domiciliários. É lamentável que tais decisões sejam impostas de cima sem fazer qualquer trabalho aprofundado com os cidadãos para tomar este tipo de decisão com eles em vez de a forçar a passar.

    Em Portugal, sabem como fazê-lo muito bem e não importa a idade.
    A medicina a várias velocidades já existe há muito tempo, mas a situação tornou-se muito pior.

    De acordo com um “cirurgião”, .
    O que faz um clínico geral ou mesmo um especialista? Ele vai ao seu computador para passar a receita!
    Em vez de se fazer uma única análise ao sangue, faz-se x testes de sangue. Por isso, é melhor limitar-se.
    Não se esqueçam do tráfico de medicamentos desactualizados e novos que vão para o estrangeiro.

    Conheço alunos que não conseguiram ir para medicina por 0,3 décimas..
    A minha pergunta é??

    Quem é o professor ou incompetente qualquer que parte as pernas a um aluno destes??

    Porém os estado foi buscar médicos Cubanos com nota de 8 valores supostamente..

    A maioria destes médicos corporativistas vão para o desemprego,ou vão sachar batatas,não vai haver trabalho para eles,sem energia..Porém foram eles que cavaram a própria cova para se enterrar devido à ganância..

    Esta ordem dos médicos rege-se pela ganância,e por isso controla-se tudo e todos,até os alunos..

    As universidades de medicina forma robots,não médicos..

    Não é o interesse de uma nação ter educado gerações com uma ligação cultural?

    O objectivo de uma nação não é formar homens com consciência em vez de consumidores e robôs?

    As universidades de medicina, beneficia de um regime fiscal vantajoso, que deu origem a um sector excessivo, particularmente para a formação em gestão de “recursos humanos”, que faz a fortuna de todos os tipos de gurus e realojar todos aqueles que não sabem fazer nada ou produzir.

    Depois disso, diremos que as pessoas são analfabetas, preguiçosas, só têm de atravessar a rua para encontrar trabalho…… (com todo o respeito pelos mortos, bendito seja este coronavírus, que realça toda a trapaça destes médicos. Isto tem sido evidente há muito tempo……….. Não são as universidades de medicina, ect…. que são necessárias, equipadas com novas tecnologias para serem um autodidacta activo que melhor corresponda ao registo dos conhecimentos desejados. Mas sim médicos que pensam pela própria cabeça sem protocolos preguiçosos.

    Os filhos dos “ricos” não terão problemas em serem médicos, o pai vai colocá-los com um dos seus amigos ou na sua própria companhia, e os outros …
    É uma parede da Torre de Babel que está a desmoronar-se.

    Não terei pena!

    Não sei se este famoso coronavírus é tão perigoso como eles nos querem dizer,
    mas, em qualquer caso, é um formidável indicador e catalisador de declínio.
    Todas as disfunções e os seus remendos estão a rachar em todas as direcções.

    Antes da crise da Corona, muitas universidades de medicina já estavam a reduzir os postos de docentes e administrativos. Este vírus acelerou o processo de decadência que já começou. Para além disto, penso que deveríamos acrescentar aos dois princípios, de considerar o chamado trabalho “manual” como degradante e revalorizar o campo profissionais e os salário dos trabalhadores e técnicos em consideração aos dos gestores. Ao considerarmos o “diploma universitário” como uma vacina contra o desemprego (o que não é), também chegámos a este ponto.

    Sim, a medicina está doente.
    Os médicos são os principais culpados…
    Porque acomodaram-se paea ganância,como mercenários da guerra.
    Entre o desejo de fazer, a dura realidade, as condições e o facto de terem ficado presos num trabalho onde a medicina já não é a prioridade … Eles choram … e por vezes durante muito tempo porque se sentem culpados por não conseguirem vencer esta guerra. É o sistema que ganhou.

    Não se esqueçam, porém, os ricos do esquema continuarão a ter médicos bem pagos, enquanto os outros continuarão a ser burros com as I coisas feitas na China.
    Isto faz-me lembrar o “grande Jack” que defendeu a escolaridade obrigatória até aos 16 anos de idade com a esperança de se tornar funcionário público após algumas passagens na universidade, as quais foram tornadas facilmente acessíveis.
    Resultado até à data: vamos reinventar a aprendizagem!
    Demasiado tarde, perdemos o gosto pelo esforço e favorecemos a mão-de-obra estrangeira com salários baixos.
    Perda de competências, enfraquecimento das empresas Portuguesas e elevado desemprego!
    Resultado desastroso!

    A universidade de medicina e a ordem dos médicos é a imagem do resto desta “sociedade” ….

    Não vale a pena pensar num sector (aqui…educação) como sendo diferente, protegido ou mesmo melhor que os outros !!!!

    O colapso é colectivo e global, porque é o resultado de colapsos individuais.
    Olhar de umbigo.
    A ideologia da preguiça.
    Desfrutar de imediato.
    Egocentrismo.
    A ausência de um projecto.
    Falta de ambição.
    Igualitarismo dogmático.
    Nivelamento da equidade.
    O triunfo da mediocridade.
    A deificação das minorias.
    O amor pela diferença.
    A beatificação da incultura….
    E assim por diante….

    Temos o que merecemos. Individual e colectivamente.

    Colhemos o que semeamos.

    O mundo “antes” sabia como sonhar.

    Teremos de reencantar o nosso mundo…. ou afundar para sempre…..

    Como um bom sobrevivente….. estou a preparar-me para a segunda opção.
    Porque a ousadia de fazer uma única pergunta faz de mim mesmo um” feio…

    Defenda este sistema e será um grande democrata…até questioná-lo fará de si um “populista” desprezível.

    Estou a extrair-me, tanto quanto possível, deste mundo de merda.

    Boa sorte para voçês.

    Depois de ouvir ontem o presidente da ordem dos médicos na TVI cheguei a esta conclusão..

    O Sr que se demita e que và trabalhar como eu, no duro que faz um favor à população a ao SNS..

  3. Uma coisa me impressiona muito: como é possível que um homem como Louçã escolha um título com um erro gramatical clamorosos e nenhum dos comentadores o nobre. Assim vai a língua….Já não basta o que se ouve na TV.

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