A economia política da penúria

(Jorge Bateira, in Blog Ladrões de Bicicletas,14/06/2022)

Face às notícias sobre o colapso nos serviços hospitalares de obstetrícia, é inevitável a pergunta: um governo socialista não tem dinheiro para fazer do Serviço Nacional de Saúde um sólido pilar do Estado social, como está consagrado na nossa Constituição?

A resposta é simples: não quer ter dinheiro. O SNS está subordinado à prioridade máxima inscrita no Orçamento, o controlo do défice através da penúria. Uma opção que não só é errada, do ponto de vista de uma teoria económica bem fundamentada, mas também é contraproducente.
Alternativa, precisa-se. 

A esquerda tem de cooperar na apresentação de uma alternativa política que defina outras prioridades, no quadro de uma outra visão do Orçamento do Estado. Não deve discutir as migalhas que vão prometer à Saúde e que terão de ser retiradas de outro sector; não se deve perder em discussões de mercearia da despesa. Deve apresentar uma nova política orçamental para o desenvolvimento do país.

BE e PCP têm de dizer na AR e nos media que aumentar a despesa pública (estrategicamente orientada) significa aumentar a procura na economia, o que tem um efeito multiplicador sobre o produto, cria emprego, faz aumentar a receita dos impostos e reduz a despesa com apoios sociais (subsídio de desemprego, etc.). Ou seja, numa economia com capacidade produtiva subutilizada, mais despesa pública melhora o défice e a dívida (d=% do Produto), bem ao contrário do que nos dizem na televisão.

Precisamos de alguém na AR que diga ao Governo (e a todo o país) que o Orçamento do Estado não deve ser tratado como se fosse o orçamento de uma família. E se o ministro das finanças e o governador do Banco (que já não é) de Portugal não sabem isto, não só mostram uma enorme ignorância como promovem uma política orçamental danosa para o bem comum. Não foi esta “U”E que prometeram ao povo.

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15 pensamentos sobre “A economia política da penúria

  1. Pois é, o Orçamento de Estado não deve ser tratado como o orçamento de uma família, correcto, mas também não pode ser tratado como um poço sem fundo. Nunca ouvi da parte do BE nem do PZP qualquer ideia sobre como financiar a despesa pública que não seja taxar, ad nauseam, tudo o que mexe. E quando já não há dinheiro nem para pagar aos funcionários públicos, nem aos reformados e pensionistas, nem para assegurar o serviço da dívida, como é ? Um bocadinho de realismo, ia dizer de honestidade, precisa-se.

    • “Nunca ouvi da parte do BE nem do PZP qualquer ideia sobre como financiar a despesa pública que não seja taxar, ad nauseam, tudo o que mexe”. Fica explicado a seriedade e o sectarismo. No tudo o que mexe entram os que durante os ultimos dois anos, acumularam tanta riqueza como nos ultimos 23? Ou, os que concentrando o valor produzido por cadeias que controlam de modo mafioso e sem dó nem piedade, não pagam impostos em Portugal? O problema não deve mesmo ser de audição
      mas de completa estupidez, reacionarice primária e do saber viver sem o chupar pau ajoelhado.

      • 100 % de acordo em taxar violentamente aqueles que acumulam riqueza de uma forma astronómica, de obrigar as empresas a pagar em Portugal os impostos referentes ao lucros da actividade em Portugal e da aplicação de uma “windfall tax ” às empresas que estão a lucrar balúrdios com a crise: Mas é necessário fazer contas: quanto irão render estes impostos ? Chega para financiar as medidas de “solução dos problemas do Portugueses” que o BE e o PZP preconizam ? E a resposta é, claramente, NÃO !!! Portanto, ou estes partidozinhos andam a tentar enganar o pagode ou, se pudessem iriam taxar, ad nauseam, tudo o que mexe. Estes partidos são contra a propriedade privada, ponto. Quanto ao saber viver sem “chupar pau ajoelhado”, oh Reizinho, espero que acabes, que desajoelhes e limpes o cream pie que levas nas trombas e, depois, mas só depois, eu penso no assunto…………

  2. O embargo petrolífero vai ajudar a piorar mais os problemas..

    Tenho vindo a dizer há anos que sem energia,não há pib,e como não há pib,também não haverá SNS,Pensões,educação,e acima de tudo,acabou-se o elevador social..

    Empobreceremos significamente em menos de 2 anos..

    Estou apenas a dizer-vos que tecnicamente, embargos + sanções + guerra + problemas com a China + desglobalização + escassez de recursos = grande inflação.

    O apocalipse está a revelar o pérfido sistema capitalista?

    Posso sentir o cheiro do abandono dos empregos… quem irá trabalhar sem rumo em vez de trabalhar pela resiliência da sua família?

    E quem são os principais responsáveis pela “escassez de muitos produtos e matérias-primas”. ?

    As medidas estatais “anti-Covid”.
    -A situação ucraniana, na sequência das posições políticas tomadas pela NATO, pelo Presidente Putin e pelo Presidente ucraniano.
    -Embargo impostos pela “Comissão Europeia.

    As máfias do Estado e os políticos que fazem parte delas, não o povo.

    O PROBLEMA é que TUDO ISTO é QUERIDO e deliberadamente ORQUESTRADO por aqueles que puxam os cordelinhos nos bastidores…

    Eles têm um PLANO. Um plano que tem METAIS. E este plano não é novo.

    A curto prazo, a estratégia constante é bem conhecida por aqueles que fazem o esforço de desligar a televisão e ligar os seus cérebros. Este plano é global. Imutável.

    A curto prazo, as tácticas utilizadas são variáveis. Muda de acordo com as circunstâncias e adapta-se aos acontecimentos. Mas é sustentado pelo mesmo objectivo final.

    Em Portugal 85.000 euros/habitante, demasiada dívida social, pouca indústria, portanto poucos empregos não administrados.

    Uma dívida detida externamente até 70%, se somarmos as artimanhas da Holanda sobre a dívida de taxa variável e a parte detida em dólares (?), Portugal arrisca-se a conhecer um fenómeno de separação ligado à queda das prestações sociais e a um desemprego em massa.

    Demasiado pouco, demasiado tarde no caminho para o caos.

    De volta ao trabalho…os reformados…!!!!
    Em breve, miséria…!!!!
    Vão retirar as reformas ….!!!!

    “Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos…é porque não ousamos que sejam difíceis”!
    MAS…….” A liberdade implica responsabilidade…e é por isso que tantas pessoas a recusam”!

    Em breve veremos as consequências da inflação (ver hiperinflação) sobre esta massa que exigirá aos “politicos” o retorno do investimento no boletim de voto !!!!

    Para mim, que sou, infelizmente…. a inflação dos anos 80/90… foi acompanhada por um aumento dos salários (foi o que permitiu a toda uma geração endividar-se para comprar um imóvel que viu o seu custo diminuir ano após ano (graças à inflação e ao aumento dos rendimentos!) e, ao mesmo tempo, o seu “valor” aumentar.

    O Povo colectivamente tem os líderes que merece… e individualmente o destino que daí resulta!

    Preparem-se…. o espectáculo está prestes a começar !!!!!

    Não vejo realmente como nos podemos proteger de tal colapso: todos precisamos de um banco para colocar o nosso dinheiro (não podemos “esconder debaixo do nosso colchão e “não é fácil comprar pão com ouro”). O stock de alimentos permite-nos aguentar muito pouco… Todos os rendimentos irão ruir de uma forma ou de outra…

    Portanto, para resumir um futuro maravilhoso que nos espera:
    Re-confine para acabar de matar a economia e colocar as pessoas em um pouco mais de angústia psicológica;
    Aumento significativo dos preços dos combustíveis = dinheiro para as nossas peneiras governamentais e uma queda na produção de petróleo;
    Vacina obrigatória para o controle social;
    Fome na linha de fogo + vacina + congelamento no Inverno = “movimentos sociais” das boas pessoas que talvez acordarão…
    E para aqueles que podem, aplicar a regra 3G: Mercadorias, Pistola de Ouro…
    Em suma, vai ser uma festa… Talvez também, aviste as luzes da rua para “decorá-las” para as celebrações de fim de ano…! Vamos manter os nossos espíritos em pé!

    Os nossos banqueiros centrais, os aprendizes de feiticeiros do titânico global, estão sem dúvida a conduzir-nos em direcção ao iceberg.
    Não há volta a dar. Contudo, parece haver uma correlação entre os nossos males económicos e esta chamada transição ecoenergética ocidental de decrescimento forçado. Eles gostariam de “torcer os nossos braços” para nos tornar “sóbrios” em tudo o que de outra forma não o fariam…
    Como sempre: quem irá beneficiar do crime?

    “Atingimos o limiar dos efeitos da escassez de muitos produtos e matérias primas.
    Uma das razões para a escassez de muitas matérias-primas é a paragem quase total na procura destes recursos nos últimos 10 a 15 anos, especialmente para o petróleo e gás, mas também para os recursos minerais.
    Assim como a falta de investimento na produção de energia eléctrica fiável, com todo o dinheiro a ir para a dispendiosa e intermitente “energia verde”.
    Este impasse foi deliberadamente provocado por activistas do clima, os mesmos que dizem que a população mundial deve ser reduzida.
    Assim, a recessão e a fome, consequências destas carências organizadas, vão permitir-lhes ampliar este discurso auto-realizante.
    Esquisito, disse esquisito…

    E quanto à redução dos humanos, não se preocupem, está a caminho, as nossas elites têm trabalhado arduamente nela há alguns anos…

    Posteriormente, entrámos numa pirâmide de criação de dinheiro através do endividamento, que tendo atingido os limites do suportável, depois de colocarmos a gestão de risco a dormir graças a ou devido a taxas de juro negativas, aqui estamos nós numa situação em que a guerra é bem-vinda (para as nossas elites), ao mesmo tempo que coincide com a perda total das liberdades dos cidadãos do mundo (passe de vacinação, identidade digital, IA na vigilância das massas e, por fim, para completar, as moedas digitais. O FIM DO MUNDO é agora.
    O meu mais profundo desgosto.

    Posso propor aos nossos amigos um cesto de soluções, cujo paradigma pessoal é receber em vez de dar: vender agora a propriedade para não pagar a terra, recusar trabalho que já não respeita a pessoa, ser móvel a todo o custo para encontrar destinos mais acolhedores, explicar à família que a competência académica se tornou inimiga dos poderes que são, que a piscina ou o último carro eléctrico não passam de objectos de alienação financeira e que o essencial é proteger a própria família de um mundo que se tornou perigoso e abstruso. É um processo de dessocialização que só pode funcionar de uma forma marginal. Hoje em dia é muito fácil porque no nosso mundo, que é muito forte em “valores”, a vaidade é tão generalizada que aqueles que têm esta desvantagem humana serão sempre o grosso do rebanho.

    É exactamente que, ainda há pessoas “inconscientes”, que não vêem os problemas a chegar, especialmente a comida. E, na verdade, não há problemas, nas ruas, nas cidades em particular. O mais pequeno motim impedirá o acesso às lojas, mesmo as mais próximas. Portanto, “VEMOS”, não é uma reacção adequada, especialmente para as famílias, com crianças e pessoas idosas, em casa!

    Para além do enriquecimento colossal de uma minoria minúscula… esta globalização também nos permite avançar para o globalismo.

    Mas como os idiotas não entendem nada…. teremos de esperar pelo apodrecimento global do sistema…

    Vamos todos mudar a nossa categoria social…
    Os pobres tornar-se-ão infelizes.
    A classe média passarão a pobres..
    Uma maioria da classe média alta passará a pobre.

    Admirável Mundo Novo e 1984 combinados…!

    Que fim de vida sem sentido…

    Este mundo superpovoado (pessoalmente não acredito,dizem eles) que vive a crédito, consumindo mais do que é produzido na Terra e nos oceanos, sendo este último um bom exemplo com a redução dos stocks de peixe …..
    Infelizmente, é um caso global em todas as áreas que nos empurra para a fome com a ajuda do esgotamento dos combustíveis fósseis em breve!

    Uma boa solução para reduzir drasticamente a superpopulação mundial e fornecer carne para todos é a legalização do canibalismo.

    É fácil de implementar com todas as guerras em curso, não é a “matéria-prima” que vai faltar ……

    PS: Não se esqueça de ver o filme “Sol Verde”, que dá uma imagem provável do nosso futuro.

    • Mas que arrazoado incrível de disparates sem qualquer sentido ! Terá sido um bot que escrevinhou esta cagada ? Só um exemplo: “Em Portugal 85.000 euros/habitante, demasiada dívida social, pouca indústria, portanto poucos empregos não administrados.” O que é que o bot quereria dizer com isto ? É possível pôr em Português ? Arrotou 1311 palavras para dizer……nada !

      PS: O filme que quer referir não se chama Sol Verde, chama-se Soylent Green ( À Beira do Fim” em português ), e é um filme de 1973. A soylent green era uma soja artificial que, no fim, se descobria ser feita a partir de cadáveres. Para se ser apocalíptico convém ter um mínimo de cultura, coisa que o André Campos Campos, manifestamente, não tem.

      https://pt.wikipedia.org/wiki/Soylent_Green

      • Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ka medo !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  3. Deve haver um problema, o euro ou o franco suíço não “mexeu” muito em relação ao dólar. Pelo menos não em tal medida. O preço do crude não tem qualquer razão, excepto o voluntário, para ser tão elevado. Existe certamente outro esquema. Suspeito de uma manipulação para promover toda a electricidade, para se enriquecer à custa dos cidadãos, para mergulhar a economia no caos. Porque precisamos de energia barata para gerir as nossas indústrias. Então, o que se está a passar? No Ocidente. Quem está a causar isto? Não sabemos para onde estamos a ir, mas estamos a ir. A Europa estará em breve arruinada, uma vez que é gerida.

    Resumindo, o euro caiu em relação ao dólar, estão a levar o nosso dinheiro para fazer o que podem, dizendo-nos que nos estão a livrar de dívidas quando estão essencialmente a fazer o contrário; o litro de gasóleo vai ser mais caro do que a garrafa de 75cl do vinho do Porto para o Verão, o mega Watt/hora está prestes a ser posto em órbita, pelo menos para a produção que ainda estará acessível para nós.

    Bem, é evidente que o Estado retira muito dinheiro dos combustiveis. A questão, que coloco é: o que faz o Estado com estes milhões? Redução da dívida, realmente? Sim, apontam a queda do euro ao mesmo tempo a subida do preço de um barril de petróleo.

    Outro detalhe do preço dos combustiveis do o que é logística e encaminhamento, as tarifas dos transportes e em particular do transporte marítimo explodiram literalmente nestes últimos meses/anos, só para ver os lucros do CMA-CGM este ano é que há que ver as margens que conseguem fazer num meio que é normalmente muito competitivo.
    Tiveram tanto lucro que facilmente compraram grandes empresas e as entregas são muito rentáveis .
    Também em termos de petróleo, vemos uma enorme instabilidade política com a Rússia e a China que são agora mais perigosas do que nunca, os EUA estão no marasmo com um Presidente Especial do lar de idosos que cancelou todos os projectos de exploração petrolífera, bem como os oleodutos com a KeyStone XL como um grande exemplo.

    Há um jogo de cabo de guerra entre os chefes de Estado que pensam que uma guerra está a chegar, que os preços do petróleo só vão subir e, portanto, manter o seu petróleo no subsolo para poder vendê-lo mais tarde a um preço mais elevado, ou mesmo para ter o direito exclusivo a ele em caso de guerra.

    O euro está a aumentar o défice comercial de Portugal com os seus “parceiros europeus”. É de facto demasiado forte para Portugal em comparação com a Alemanha. Assim, quando o euro cai, o rácio permanece o mesmo dentro da zona euro! Estamos todos a afundar-nos juntos! Assim, com o euro fraco, perdemos nas nossas importações internacionais sem recuperarmos nas exportações intra-europeias… A dupla penalização!!!

    A forma como a economia funciona é fácil de compreender. Se excluir do mercado o 2º maior produtor de petróleo, o maior produtor de gás, o maior produtor de fertilizantes, o maior produtor de cereais, o 2º maior produtor de alumínio, um dos maiores produtores mundiais de Níquel, Ouro, Paládio, Grafite, Diamante, Ródio, a escassez provocou desequilíbrios na relação oferta/procura e o ciclo de inflação e recessão é lançada.
    A fome e o caos paira no horizonte. Haverá precipitação “radioactiva” no Ocidente .
    O comportamento irracional dos políticos é explicado pela simples razão de que são políticos ideológicos e não pragmáticos.
    Com a inflação, as taxas de juro dos empréstimos estão a subir, o peso da dívida pública Portuguesa está a explodir e irá sobrecarregar os orçamentos de 2022 e 2023.
    A proibição da Rússia será muito dispendiosa para indivíduos europeus e americanos, entre outros.

    • Oh, André Campos Tontos, é incrível que publiques, sem citar a real origem, este “comentário” ! Isto não é mais do que uma muito merdosa tradução de algum pasquim em Inglês !!! Ao menos, podias ter tentado pôr num Português minimamente escorreito, se é que o conheces. Vou-te dar uma ajudas.
      Então, o que se está a passar? No Ocidente. Quem está a causar isto? => Então, o que se está a passar no Ocidente ? Quem está a causar isto?
      Sim, apontam a queda do euro ao mesmo tempo a subida do preço de um barril de petróleo. => Ké ke keres dizer ?
      Outro detalhe do preço dos combustiveis do o que é logística e encaminhamento, as tarifas dos transportes e em particular do transporte marítimo explodiram literalmente nestes últimos meses/anos, só para ver os lucros do CMA-CGM este ano é que há que ver as margens que conseguem fazer num meio que é normalmente muito competitivo. => ???????

  4. O problema central da economia portuguesa é estar no euro.

    O facto de termos aderido a uma moeda feita à medida da Alemanha e tentarmos viver com ela, é um perfeito absurdo. E obviamente estamos impedidos de traçar as nossas próprias políticas económicas, ou dito de outra maneira, de sermos donos do nosso próprio dinheiro. Pelo contrário, estamos na dependência do que é decidido no BCE.

    Essa dependência já nos trouxe a tristemente famosa “Troika”, que praticamente “exterminou” a classe média portuguesa em ordem a um descalabro económico alavancado pela ganância dos banqueiros de todo o mundo e com epicentro nos Estados Unidos, o famoso “escândalo Subprime”, basicamente um esquema de crédito fácil para a aquisição de habitações económicas que deu para o torto.

    Repare-se que uma das condições para se ser um Estado de pleno direito, é cunhar a própria moeda. Quando um bando de políticos oportunistas levaram Portugal a aderir ao euro, na prática venderam o país. Portugal tornou-se então numa colónia dos países com verdadeiro poder de decisão na União Europeia. E sabemos que desde o princípio a ideia sempre foi transformar a Europa num único Estado Imperial liderado pela Alemanha e a França. Basicamente, reconstituir o Império Austro-Húngaro.

    Agora que esse projecto se está a desmoronar como um castelo de cartas, e ainda bem, como consequência do seguidismo suicida das elites europeias para com os planos imperialistas americanos, parece-me que em breve chegará o momento das grandes decisões. O surgimento que se espera, de uma nova moeda-padrão para as transacções internacionais que deverá a seu tempo substituir o dólar, poderá abrir caminho à libertação do Sul Global, do qual Portugal na verdade faz parte, do FMI e da “dívida” que estrangula os países em desenvolvimento.

    Putin disse recentemente que, se um país não tem autonomia para tomar as suas próprias decisões, então não é na realidade um Estado independente, mas uma colónia, e não poderá sobreviver na actual conjuntura internacional. E pode-se gostar ou não gostar do homem, mas não se pode duvidar de que ele sabe do que fala.

    O tema retratado no texto, e que é apresentado correctamente, é apenas uma ínfima parte do problema global, pelo que não poderá ser resolvido separadamente.

    Como eu já disse aqui, isto ainda está tudo muito no princípio.

  5. Estamos a assistir a uma demolição controlada que não é de todo certa que nos beneficie, muito pelo contrário (nem sequer que estejam na origem da demolição, no que me diz respeito, estou em grande parte convencido do contrário)

    Portanto, sim, vai tremer muito porque os politicos estão encurralados e torna-mse ainda mais perigosos.
    Cavar um abcesso dói, mas cicatriza.

    Vamos preparar-nos, ou melhor, continuar a preparar-nos, é a coisa mais sábia a fazer, mas não tenham medo, é inútil.

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