Tanta verdade junta mereceu publicação – take IX

(Carlos Marques, 10/05/2022)


(Este texto resulta de um comentário a um artigo que publicámos de Soares Novais ver aqui. Perante tanta verdade junta, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece.

Estátua de Sal, 10/05/2022)


Muito bem. Bom texto.

Neoliberais e Neofascistas, uma história de amor com décadas. Perdi a paciência e passei a colocar tudo no mesmo saco: são os Capital-Fascistas. Afinal, para quê distinguir o indistinguível.

Pior que isto que fizeram contra o PCP, só o cúmulo da falta de vergonha e falta de decência que alguns (a começar nos Banderistas/Neonazis ucranianos) de insultar a memória de quem nos salvou do nazismo neste Dia da Vitória, fazendo coisas completamente inaceitáveis como chamar-lhe “dia do regime de Putin”.

Num canal francês: France 24 – até lançaram o debate: “porque é que o regime de Putin aumentou a glorificação deste dia”… Fiquei boquiaberto. Pela expressão usada, e pela necessidade de perguntar. Para quem não questiona porque é que a Ucrânia glorifica Bandera e outros nazis colaboradores no Holocausto e condenado em Nuremberga, esperava-se pouco, mas isto foi o bater no fundo da “imprensa livre” Ocidental.

No canal alemão DW, não passou uma única imagem dos povos libertados do Sul da Ucrânia a saírem hoje à rua em segurança para celebrar o que tinha sido proibido desde o golpe de 2014.
Em vez disso estiveram na típica conversa de chacha das “elites” fanáticas     atlantistas/europeístas, a falar de 2 engravatados, Macron e Scholz, e da futura Europa. Completamente alheados do povo, esta gente.

Fazendo aqui um aparte, cada vez percebo melhor como os Sinn Féin das (ainda) duas Irlandas se autodefinem orgulhosamente como populistas. Pois cada vez percebo melhor que o alegadamente “moderado” anti populismo é só mais uma lengalenga para não terem de dizer o que realmente são: a ditadura da burguesia.

Para além disto, andei também na TeleSur, que teve uma excelente de análise em língua PT-Br sobre como Bolsonaro está a preparar mais um golpe. Tem especial relevância pois comenta-se já que os EUA (mesmo estes alegadamente dirigidos por “moderados” “Democratas”) podem preferir que Lula não ganhe, sobretudo depois da verdade inconveniente que ele (tal como o Papa) se atreveu a dizer: estamos nesta situação por causa do imperialismo da NATO.

Vi também que esta perseguição e xenofobia contra russos (num momento em que voltam a dar as vidas contra nazis) os está a unir mais que nunca, e até a aumentar o apoio a Putin. Assim, em Caracas na Venezuela parece que houve pela primeira vez a marcha do Regimento/Exército Imortal, com os russos a levarem ao peito as fotos dos seus antepassados falecidos na Grande Guerra Patriótica na frente ocidental.

Foi assim um pouco por todo o Mundo, sempre com muitos símbolos comunistas e soviéticos, ora por convicção ideológica, ora por respeito à memória. Por outro lado, no site GeoPol vem um artigo interessante sobre os cossacos na Austrália, hoje também com um nacionalismo renovado mesmo sem partilharem qualquer simpatia com o regime da URSS que os expulsou da sua própria casa. Ver aqui.

Por fim, deixo uma sugestão à Estátua De Sal (e a quem quiser) para ler este histórico artigo, em inglês, no blog Moon Of Alabama, onde se explica, passo a passo e factualmente (com base em dados da OSCE) porque é que esta operação militar Russa foi mais que provocada e justificada. Ler aqui.

Chamo em especial a atenção para a parte em que se descrevem os eventos antes da Rússia decidir invadir, como as declarações belicistas do lunático Zelensky, mas em especial o mapa da OSCE de 21-Fevereiro-2022, três dias antes da Operação Especial Militar, que mostra que a guerra começou antes, que o Donbass (zonas civis e não alvos militares) estava a ser bombardeado, que se preparava uma tragédia, e como Putin, com base no precedente do Kosovo (aka Karma do Ocidente) e no artigo 51 da ONU, até fez tudo legal.

E tendo em conta o Direito Humano à autodeterminação dos povos, inscrito na Carta da ONU, a independência das repúblicas de Lugansk e Donetsk, e o seu reconhecimento pela Rússia, hoje vou mais longe e até digo que é caso para perguntar: quem é que invadiu quem?
Por isso usei pela primeira vez o termo “operação militar especial” em vez de invasão.

Neste site – obviamente dedicado a propaganda russa (e a vergonha é que mesmo um canal destes tem mais factos e objetividade do que a “imprensa livre” do Ocidente), vi as celebrações do Dia da Vitória, com bandeiras do Donbass, da Rússia, e da fita de São Jorge (laranja e preta, tal como o grande clube de futebol da região, o Shakhtar Donetsk). Imaginam em que sítio? Em Mariupol.

Na BBC fazem um especial a mostrar “o herói do regimento Azov a resistir na Azovstal”. Mas no terreno, na realidade, esse povo celebra a libertação, sem medo de desaparecer numa operação do SBU por se ter atrevido a cometer o “crime” de usar a tal fita laranja e preta ao peito.

Na Euronews, mas continuando em Mariupol, a já veterana agente do Pentágono disfarçada de jornalista, chamada Vakulina, tentava hoje recuperar a peça de propaganda sobre o teatro com a palavra “crianças” escrita na rua.

Baseia-se num recente artigo da Associated Press para anunciar que no local onde há umas semanas teriam morrido até 1300 pessoas, agora poderiam lá estar 600. Já está a corrigir o número, mas tem azar, eu já vi a peça da RT no local, e cruzei com a peça da AP. A AP diz que estariam muitas pessoas na rua na altura do bombardeamento porque era ali servida comida, diz que centenas de corpos podem lá estar, mas que nunca saberemos ao certo pois já está a ser limpo o entulho e estão proibidos de lá ir filmar. Azar do caraças, eu que não sou jornalista, já vi um vídeo da remoção desse entulho e não está lá corpo nenhum. E a RT já tinha falado com locais e já lá andou a filmar também a desmascarar esta história.
Ou seja, no Dia da Vitória, a Vakulina e a Euronews decidem inventar mais um “genocídio” com base numa estória da AP, que por sua vez se baseia em especulações e nada mais.

Voltando ao início, para falar do ataque ao PCP. Num mundo assim manipulado, onde até a maioria no Ocidente relativamente livre fica com o cérebro completamente lavado pela propaganda e Psy-Ops do Pentágono/Kiev difundidas pela “imprensa livre” sem qualquer verificação, como é que havíamos de querer que os ucranianos, vítimas há décadas de ainda mais propaganda (os 5 mil milhões  da Victoria Nuland foram também para isto), e de facto numa DITADURA desde 2014, como havíamos de querer, dizia, que ainda fossem bons da cabeça ou tivessem noção da realidade? Obviamente não podem ter. Daí eu dar também cada vez mais apoio ao objetivo do Kremlin da desnazificação. Isto não podia ser só invadir, bombardear, pilhar e ir embora, como os EUA/NATO fizeram no Afeganistão. Não. A Rússia tem de levar a cabo uma execução metódica e só descansar quando esse objetivo for atingido. Aos EUA não faz diferença deixar talibãs no poder do outro lado do Mundo. A Rússia não pode fazer isso na sua fronteira!

Por falar em fronteiras, Macron também já as começou a definir. Ou a boca começou a escapar-lhe para a verdade agora que a proxy war está perdida (foram inúmeros os avanços da Rússia no Donbass, de Rubiznhoe até Popasnaya, anunciados hoje e confirmados no terreno).
Disse então o delfim dos Campos Elísios que para a Ucrânia entrar rápido na UE, a UE teria de baixar muito os requisitos. Finalmente começam a admitir a natureza daquele regime. E lembremos que os requisitos nem são assim tão altos, pois na UE já estão (ou ainda estão a Polónia e a Hungria). A alternativa, dizia o Emanuel de Paris, é manter os critérios e esperar que a Ucrânia melhore, o que pode durar anos ou décadas. A continuar assim, um dia destes o Zelensly manda um míssil Tochka-U mas é na direção contrária…

Não estou a brincar, o “herói” que condecora neonazis de Azov, é mesmo lunático. Ou melhor, é aquilo que é: um ex-palhaço impreparado para aquele cargo. Nestes dois dias, ele mandou para a morte pelo menos 50 homens (ficará por saber quantos deles soldados de facto, e quantos deles civis reservistas a quem foi dada uma farda à pressa para serem carne para canhão, e por isso já tantas mulheres protestam contra a sua recruta na Ucrânia), e 4 aviões e 4 helicópteros e mais 2 barcos anfíbios e não sei quantos drones, só para tentar ter uma “vitória” que servisse de propaganda ao Dia da Vitória. Queria recapturar a Ilha da Cobra, o tal rochedo onde “morreram” os 13 guardas que ele condecorou postumamente apesar de estarem vivos…

Portanto eu só tenho uma pergunta para terminar o meu desabafo de hoje: o povo ucraniano, que diz que fez uma “revolução da dignidade” contra um Presidente democraticamente eleito em tempo de paz, porque alegadamente era corrupto e ia adiar um pouco o acordo com a UE, agora está à espera de quê?

Esta guerra prolongada artificialmente pela propaganda e pela NATO, com cada vez mais perda territorial, com tantos civis já transferidos para a linha da frente para substituir a carne para canhão que já foi triturada, com as declarações de Macron, e com os 850 Milhões na conta offshore do Zelensky, não justifica agora sequer uma manifestaçãozinha? A resposta é óbvia. Claro que justificam. Mas o SBU, a polícia política de Kiev que prende opositores e faz desaparecer “traidores”, não o permitem.

A sorte (no sentido em que estão soltos e vivos) dos comunistas portugueses, e bloquistas, e talvez até de Livres e “Socialistas”, é que estão num regime que, apesar de todos os defeitos, é incomparável com o ucraniano. E isso foi o que causou tanta estranheza aos Banderistas que agora vieram para Portugal. Não se trata de não perceberem como o PCP ainda está legalizado. Trata-se de ou não perceberem nada (pois são antidemocratas ou vítimas da propaganda e censura ao longo de 8 anos), ou de perceberem tudo bem demais, pois são parte do problema de nazificação em que o seu regime se tornou (contra a real vontade da maioria da população) e estão cá, agora ainda melhor treinados e avençados pela CIA/Pentágono/NATO, para espalhar a sua luta. Que é como quem diz: a sua kampf

Perante isto, só posso terminar com um V do dia da Vitória, um A de Avante camaradas, um F de Fascismo nunca mais e de Free Assange, e um Z de desnaZificação ou de Zelensky vai p’ró caralh…

O E do “dia da Europa”, esse deixo-o para os que gostam de reescrever a história em Bruxelas e arredores, ou para a história que se segue: Era a vez um país chamado Ucrânia, desenhado por Lenine, que um dia decidiu glorificar Bandera e ameaçar os seus irmãos e vizinhos. O urso deles atacou e a Ucrânia acabou. De 2022 em diante passou a ser dividido em duas regiões: um estado falhado a norte (cuja reconstrução ninguém vai pagar quando o tema se esfumar), e a NovoRússia a sul, acarinhada pelos irmãos e vizinhos e protegida pelo urso como se da sua cria se tratasse. Um novo estado tão legítimo como qualquer outro país da ex-Jugoslávia. E tal como nos Balcãs os bombardeados aderiram ao bloco militar “defensivo” que os bombardeou e criou, também agora o urso convidará a sua cria, que gosta de correr até à Transnístria, a entrar no bloco militar “não invasor” que os bombardeou e criou.

Quem diria que a Rússia também tinha este provérbio: cá se fazem, cá se pagam!
Eu nunca esquecerei o contributo do PCP para a Liberdade e Democracia portuguesas. Não voto no partido, mas pessoas como Cunhal são para mim como heróis. E nunca esquecerei que a ditadura fascista foi uma das fundadoras da NATO. Pelo contrário, os tais ucranianos amigos de “Liberais”, preferem esquecer que os seus “heróis” como Bandera foram nazis que colaboraram no Holocausto e que tais crimes foram provados em Nuremberga.

E até já ouvi alguns europeístas igualmente esquecidos, que disseram coisas como “a NATO defende a democracia e a liberdade” ou “a Europa está em paz desde a queda do muro de Berlim”. Duas alarvidades, como é óbvio.

Um povo que celebra todos os anos o Fogo da Memória, não se esquece e perdura no tempo. Já um povo que se esquece, mais tarde ou mais cedo volta aos erros do passado ou, pior, será passado. Porque nenhum futuro se constrói com base em mentiras!

O PCP, ainda no tempo de Cunhal, criticou o regime Soviético. Os galicianos (ucranianos do noroeste), em 2022, ainda glorificam nazis. O Kremlin fala de todo o contexto desde o início desta história. O Ocidente faz de conta que a história começou em 24 de Fevereiro. Não tenho dúvida de que lado estou, nem tenho dúvida sobre quem perdurará no tempo.

Tal como já disse que terminaria: V, A, F, e Z.


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10 pensamentos sobre “Tanta verdade junta mereceu publicação – take IX

  1. O Carlos Marques já delira, coitado. A guerra ainda ia se do guerra, mas agora também já é operação militar especial. E quem invadiu quem? Ahahahahahaha morri!

    • Antes de mais, obrigado à Estátua pelo reconhecimento. É muito texto e muitas vezes sem grande estrutura, porque são os meus desabafos. Começo a escrever pensando no que acabei de ler, e quando dou por ela, está feito o “testamento”. E pior, quando é no telemóvel com teclas tácteis tão pequenas, fica cheio de typos.

      Quanto ao senhor “Vergonha”, está aqui o mapa, feito pela OSCE, de 21-Fevereiro (3 dias ANTES da Rússia intervir) com os milhares de bombardeamentos levados a cabo pelo exército ucraniano, mostrando que o local onde as explosões foram relatadas são quase todos no território do Donbass:
      https://www.moonofalabama.org/12i/oscefeb21.jpg

      Para acompanhar esse mapa, da mesma OSCE tem aqui esta tabela com os tais bombardeamentos ao longo de toda a semana ANTES da invasão:
      https://external-content.duckduckgo.com/iu/?u=https%3A%2F%2Fhumansbefree.com%2Fwp-content%2Fuploads%2Fhumansarefree.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2022%2F03%2FNumber-of-explosions-recorded-in-Donbass.png&f=1&nofb=1

      São factos. É dar uso aos olhos, é tirar o cérebro do standby, e é lidar.

      Relembro que neste período, Putin apelava à paz e a um acordo de defesa para toda a Europa, mas na Europa apenas circulavam provocações e apoios ao imperialismo da NATO, dos quais as palavras lunáticas de Zelensky na Conferência de Munique a 19-Fevereiro (a dizer que ia recuperar a Crimeia à força, e que ia ter armas nucleares da NATO apontadas a Moscovo) foram o ponto mais alto. Ou melhor, o nível mais baixo.

      A independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk, com base no precedente de toda a ex-Sérvia e do Kosovo em particular, faz com que a 23-Fevereiro aqueles territórios tenham de facto deixado de ser da Ucrânia.

      Ora, a operação militar especial da Rússia, em acordo de defesa com os representantes políticos do povo do Donbass (massacrado ao longo de 8 anos pelos Ucranianos do Noroeste), é assim uma intervenção preemptiva de defesa de um povo/território que estava a ser invadido.
      Isto está ao abrigo do artigo 51 da ONU.

      Obviamente a Rússia invadiu a Ucrânia, num par de dias cercou a capital Kiev, e numa semana abocanhou um pedaço territorial equivalente ao Reino Unido. Mas tudo o resto é também factual, e o contexto importa. Eu vou continuar a usar o termo “invasão” em vez do termo propagandístico “operação militar especial”. Se não percebeu à primeira, eu explico: usei o termo como provocação contra os NATOstans (fans fanáticos da NATO), porque também a NATO usou termos desses para fazer a sua propaganda e não ter de chamar invasão àquilo que fez na Sérvia e no Médio Oriente.
      Ou seja, eu não vou passar a usar o termo “operação militar especial”, eu apenas o usei neste texto para explicar o que seria o meu vocabulário se fosse tão monte de m*rda quanto os adeptos da NATO, que fizeram coisas muito piores e essas sim sem qualquer justificação, nos territórios que recusaram prestar vassalagem a Washington e ao dólar.

  2. E está a correr bem, a tal operação. Agora com a Finlândia e a Suécia a entrarem para a NATO é que vamos descobrir aí nazis nórdicos (nazórdicos?) a torto e a direito.

    • 1- Suécia está muito activa na PfP (Partneship for Peace) da NATO. É um caso em que está “de facto” na NATO, apesar de ainda não estar “de jure”. Pouco ou nada muda para a Rússia.

      2- Na Finlândia, a maioria das pessoas é contra a adesão à NATO. Sabem que o estatuto de neutralidade, negociado com a URSS, foi o seu garante de paz e estabilidade ao longo de décadas.

      3- A Rússia já fez saber que para o Kremlin, a adesão da Finlândia é uma provocação/ameaça como a da Ucrânia ou Geórgia. Já fez saber que a Rússia responderá militarmente. Primeiro com a colocação de mais defesas (militarização) naquela fronteira, o até mísseis nucleares apontados a Helsínquia, depois logo que vê.

      4- Ninguém falou em Nazis nos Nórdicos. Não há factos para tal. Quando se fala em NeoNazis na Ucrânia está-se a falar em factos. A OSCE mno relatório de 2021 dizia que eram até 40% de Extrema-Direita no exército Ucraniano (102 mil). O FBI chama o Azov de NeoNazi. A Amnistia Internacional, o Observatório dos Direitos Humanos, e a ONU, todos têm provas documentadas sobre as actividades desta gente perigosa desde o golpe de Estado de 2014 aka “Euromaidan”.

      5- Até agora, sempre que a NATO fez estas provocações junto à fronteira da Rússia, DESDE que a Rússia se levantou da catástrofe que foi a transição da URSS para o Capitalismo, ou seja, todas as provocações APÓS a adesão dos Bálticos (Estónia, Letónia, e Lituânia), a coisa acabou mal para a NATO e ainda pior para os povos cujas lideranças aceitaram a vassalagem.

      Coloca-se então a questão, após somar 1+2+3+4 sobre o que se passará na Finlândia? Quais as lições ou consequências a tirar?
      – A primeira é óbvia: a Finlândia, ao deixar a neutralidade, deixará de estar protegida por ela.
      – A segunda também é, ou devia ser, óbvia: a “liderança” Finlandesa, ao fazer esta provocação sem sequer consultar o povo (pois sabe que maioria é contra), mostra qual é o real valor da tal de “democracia liberal” e dos “valores europeus”.
      – A terceira parece-me também lógica: se a Finlândia formalizar o pedido, será equivalente a uma declaração de guerra contra a Rússia.
      – Depois falta saber a quarta: será que há alguém minimamente decente e razoável e com poder (talvez Macron) para votar contra essa adesão?
      – E dependendo da resposta à quarta, teremos a quinta: será que a Rússia vai responder a essa declaração de guerra com uma resposta convencional, metódica, e demorada, ou será que no dia a seguir a Finlândia terá a visita hipersónica do senhor Sarmat e desaparece do mapa?

      Portanto, para os entusiastas desta provocação, e principalmente para os “líderes” Finlandeses, eu deixo as perguntas:
      1) Porque é que não gostam de paz e estão fartos da segurança que vos foi dada por décadas de neutralidade?
      2) Porquê tanta vassalagem ao regime mais criminoso desde 1945: EUA?
      É que eu, sinceramente, nunca irei perceber (no sentido de aceitar) esses dois pontos de vista.

  3. Bom comentário, sempre directo ao que interessa o Carlos Marques, em especial a revista de imprensa. Relembremos então mais alguns episódios que marcaram esta efeméride:

    Em Nijmegen na Holanda cemitério de combatentes da II Guerra vandalizado por neo-nazis supostamente ucranianos, pois nem se preocuparam em disfarçar a autoria…

    Na Alemanha o Der Spiegel descuidou-se e colocou um video online com Natalia Usmanova, uma civil ucraniana resgatada de Azovstal e a denunciar como os Azov a tinham mantido refém nos subterrâneos durante dois meses. «Como país a Ucrânia para mim morreu», diz ela no depoimento apagado pouco depois por «discrepâncias no conteúdo» segundo o jornal… o video publicado teria 3 minutos mas só encontrei este com 2 minutos
    https://youtu.be/hYZPAfK7KO8

    Em Varsóvia ataque de ucranianos ao embaixador russo numa homenagem aos combatentes caídos na II Guerra, claro que esta esta saiu em toda a «imprensa livre»…

    Zelensky comemora Dia da Vitória no twitter com foto de combatente ucraniano com insígnias nazis na farda, outro descuido logo apagado assim que choveram as críticas…

    Resumindo, parece que os russos destruiram um ninho de vespas que tinham à porta e agora elas andam espalhadas pela UE. Entretanto em Bruxelas no Dia da Europa alguém por lá viu um estadista europeu, calado ou a discursar? Pois nem eu, só comediantes e actores de 5ª categoria e umas danças performativas copiadas dos programas do Goucha…

  4. Obrigado pelo seu comentário.

    «Em Nijmegen na Holanda cemitério de combatentes da II Guerra vandalizado por neo-nazis supostamente ucranianos, pois nem se preocuparam em disfarçar a autoria…»

    Eu tive conhecimento deste caso, mas como só se viu o resultado final, e não há qualquer prova sobre a autoria dos crimes, eu não o comentei.
    Nesta altura do campeonato, tanto podem ter sido Banderistas/pró-Azov a mostrar toda a sua estupidez, como podem ter sido alemães/polacos daqueles mais russófobos num acto ignorante de provocação, como podem até ter sido agentes russos a fazer uma pequena mas simbólica operação psicológica (psy-op) de falsa bandeira, exatamente para gerar reacções como a sua.

    Isto é sempre a minha atitude perante tudo. Se a imprensa só mostra o resultado, então não está a dar notícia nenhuma. Só está a mostrar o que os autores queriam que fosse mostrado.

    Nesta altura é preciso especial cuidado com isso, pois tem sido assim desde início da guerra. Por exemplo. ainda está por saber quem bombardeou a estação de Kramatorsk com mísseis Tochka-U (usados pela Ucrânia, mas que podem igualmente ter sido apreendidos pelos aliados do Donbass). E o que é que a imprensa fez? Apenas foi lá filmar o resultado: os estragos. Por um lado, a Rússia nessa noite bombardeou várias estações de forma cirúrgica para destruir linhas e material de guerra (ou do seu transporte), por outro lado pode ter sido um míssil dos de Donbass que não acertou onde queriam, e por fim pode ser aqui uma operação de falsa bandeira dos Ucranianos (algo nada descabido pois são muitas as declarações dos de Azov, Aidar, e companhia, a dizer que as pessoas civis do Donbass são inferiores e portanto não importam…).

    Essa do Der SPiegel não sabia. Obrigado por partilhar. É provavelmente mais um caso na onda do tal teatro e da tal maternidade no oblast de Donetsk. Os relatos com “discrepâncias no conteúdo” ou foram apagados ou classificados de “propaganda putinista”, como a rapariga que ainda estava a ser evacuada da maternidade IMEDIATAMENTE após a explosão e estranhou que já lá estivesse a “imprensa”. Mas o que é relatado nas redes sociais do batalhão Azov é logo difundido como se fosse notícia, sem verificação e, pior, com branqueamento em relação à ideologia dos autores. E pronto, andamos nisto…

  5. Nós, a população anónima, os milhões de europeus e de americanos, somos manipulados pelo comércio da infrmação “oficial”… jÁ NINGUÉM TEM ACORAGEM DE VIR RECLAMAR CONTRA O ESCÂNDAlO DO MODO COMO ASSANGE E TAMBÉM SNOWDON…!!!

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