(Ricardo Costa, in Expresso, 12/03/2021)

Um dos nossos maiores dramas é a incapacidade de enfrentar os grandes erros para podermos seguir em frente, rompendo com um eterno retorno ao ponto de partida. A semana que agora termina é exemplar nessa tradição de carregar às costas o que pode ser alijado.
Quase sem darmos por isso, e já sem nos espantarmos, esta semana esbarrámos de novo com o caso BES e a Operação Marquês, os maiores escândalos financeiros e políticos do século e que se podem arrastar facilmente por mais uma década nos caminhos da justiça.

Quarta-feira arrancou mais uma comissão parlamentar sobre o Novo Banco, que nos levou de volta ao absurdo que foi o BES ter escapado à ajuda da troika e a um processo de queda e resgate com um rasto de destruição brutal. Poucos dias antes, o Expresso garantia que o destino da Operação Marquês estava decidido.
De repente, estamos perante novos “momentos zero” de comissões de inquérito bancárias velhas e de investigações judiciais relhas, que já deviam estar bem arrumados no baú das nossas vergonhas coletivas. Não estão, longe disso.
Gosta da Estátua de Sal? Click aqui.
Um pensamento sobre “O século do BES e do Marquês”