(Por Júlio Marques Mota, in Blog A Viagem dos Argonautas, 06/05/2021)

Fala-se nos media sobre os milhões de euros em prémios que serão distribuídos pela Administração do Novo Banco e que, como se sabe, seremos todos nós a pagar. Digam lá o que disserem. Mas há perguntas a fazer.
A primeira pergunta a fazer é: Prémios de quê ou porquê? A segunda pergunta, feita a quem assinou o acordo pela parte do Governo, Mário Centeno, é saber se isso está no acordo assinado com a venda feita pelo Governo ao fundo americano. Se esta distribuição de prémios com o banco a dar prejuízos está no acordo, será então Mário Centeno que deverá explicar no Parlamento e ao povo português, o contribuinte, as razões de ser desse mesmo acordo. Se não está no acordo e se somos nós todos que pagamos, o famoso ou triste contribuinte, conforme a conveniência de Centeno, porque é que não se impede que isso seja feito? Ou será como diz o Financial Times que, a quem tem dinheiro, tudo é permitido? Relembremos a postura de António Costa e Mário Centeno no caso da Caixa Geral de Depósitos: uma vergonha, com um governo vergado à ganância de um bankster, António Domingues. Expliquem-me então as remunerações que eram propostas e que são agora auferidas, mais cêntimo menos cêntimo, por Paulo de Macedo. Era bom que Mário Centeno nos esclarecesse porque era o ministro de então. Pode mesmo tomar como referência quanto ganha o atual Presidente do FED, Jerôme “Jay” Powell.
Mas acrescente-se: tenho pena desses senhores banksteres, muita pena mesmo. Estão habituados a um nível de vida estratosférico. Um exemplo disso é-nos dado hoje por Matt Levine quando nos fala de um dos bancos globais, o Crédit Suisse, e do seu ex-diretor da gestão de ativos, Eric Varvel, assim como da sua maravilhosa vivenda em Provence (ver texto aqui).
Vale a pena ler o seu texto e assim percebemos como não há dinheiro suficiente que satisfaça esses banksters e é isso que explica a necessidade desses milhões que dos bolsos de todos nós poderão sair para aplacar a ganância desses atores globais a trabalharem em bancos globais.