Sócrates: porquê tanto ódio?

(Maria Antónia Palla, in Público, 15/04/2021)

(Este texto, escrito pela mãe de António Costa, remeteu-me para aquilo que considero ser das piores vilanias e primitivismo da natureza humana: apedrejar até à morte alguém caído em desgraça. Como no circo romano a turba quer ver sangue e urra o seu desagrado quando Imperador ergue o polegar e poupa a vida ao gladiador.

Mais deplorável ainda é ver que, muitos dos que mais querem esquartejar Sócrates, foram dos que mais lhe puxaram o lustro aos sapatos Vuitton e lhe poliram os botões dos fatos Armani quando ele teve poder.

Estátua de Sal, 15/04/2021)


Desde a sua chegada a Portugal, José Sócrates tem sido objecto de um tratamento impensável num país que recuperou a Democracia após meio século de ditadura.

Quando, no dia 21 de Novembro de 2014, José Sócrates desembarcou do avião que o trouxera de Paris e encontrou a polícia à sua espera, bem como os meios de comunicação social que haviam sido avisados da sua chegada, era fácil a qualquer observador concluir que o espectáculo estava montado.

O desenrolar da acção seguir-se-ia. O ex-primeiro-ministro ficou detido com o argumento de que a sua libertação comportava o perigo de fuga. Argumento bizarro, porque não parece lógico que alguém que pretenda fugir à justiça do seu país regresse a ele de livre vontade.

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Até essa altura, eu não nutria especial simpatia por Sócrates. Daí ter aceite ser mandatária nacional da candidatura de João Soares a secretário-geral do PS, em 2005. O seu adversário era José Sócrates, que saiu vencedor com considerável vantagem.

Posteriormente, foi durante um seu Governo que, em 2006, foi encerrada a Caixa de Previdência dos Jornalistas, à qual, como presidente, dediquei dez anos da minha vida e que constituiu para a classe jornalística uma considerável perda, sem que o Sistema de Saúde em Portugal tenha retirado qualquer benefício dessa decisão.

Não tinha, pois, qualquer razão pessoal que motivasse a minha mudança de opinião a respeito do ex-primeiro-ministro. Foi o meu conceito de liberdade e de justiça que, por imperativo de consciência, me levou a manifestar a José Sócrates a minha solidariedade.

Desde a sua chegada a Portugal, Sócrates tem sido objecto de um tratamento impensável num país que recuperou a Democracia após meio século de ditadura.

O período de prisão preventiva que lhe foi imposto ultrapassou o que era normalmente aplicado no antigo regime. O condicionamento de libertação mediante imposição de pulseira electrónica foi mero propósito de humilhação. Não contavam com a personalidade e a coragem de um homem que, ao vexame a que o queriam sujeitar, preferiu permanecer na prisão. O seu orgulho pessoal acabou por vencer a cobardia dos que pretenderam domesticá-lo.

Durante sete anos, lutou pelo que considera a sua verdade. Resistiu ao isolamento social. Enfrentou sucessivas campanhas de manipulação da opinião pública. Finalmente fez-se alguma justiça. E aí os seus adversários perderam a cabeça.Há alguns séculos atrás gritariam “Sócrates para a fogueira!”. Agora dizem-no de forma mais sofisticada. Mas queimam à mesma uma pessoa, destruindo o seu passado, infectando o seu presente, roubando-lhe o futuro

Nunca, na minha longa vida, assisti em directo a manifestações de ódios tão profundas como as que tenho observado através das televisões. Entrevistas, debates, só com pessoas da mesma opinião. O contraditório não existe. As regras mais primárias do jornalismo foram enterradas.

Há alguns séculos atrás gritariam “Sócrates para a fogueira!”. Agora dizem-no de forma mais sofisticada. Mas queimam à mesma uma pessoa, destruindo o seu passado, infectando o seu presente, roubando-lhe o futuro.

O que está, quem está por detrás desta demência? Até onde se irá parar? Detentores de um poder que julgam eterno, não lhes chega liquidar um homem. Atingem agora o juiz que cumpre o seu papel.

O juiz Ivo Rosa, na observância da lei, deu como prescrito o que tinha de ser prescrito. Sobre ele abatem-se já os gritos histéricos de jornalistas e comentadores de serviço, sedentos de popularidade, clamando contra a prescrição do crime, passado o limite do tempo de investigação.

Na opinião destes visionários do mal, todos nós, a partir de denúncia de um particular ou do próprio Estado, estaríamos sob a ameaça de prisão perpétua, acusados de crimes para os quais não se encontravam provas. A Ditadura chamou-lhe “medidas de segurança”.

Haverá melhor contributo para o regresso a um passado que sonhamos enterrado na História?

No dia 27 de Abril de 1974, quando me sentei em frente da minha velha máquina para contar aos leitores a Revolução que os meus olhos viram, bati o texto e acabei assim: “Agora que temos a liberdade, o que vamos fazer com ela?” Passaram 47 anos. Continuo à espera da resposta. Como os contestatários de Maio de 68, direi que “não sei o que quero, mas sei o que não quero”. De uma coisa estou certa: Justiça sem compaixão não é Justiça.


32 pensamentos sobre “Sócrates: porquê tanto ódio?

  1. Sócrates foi preso e um célebre comentador da Televisão opinou a favor do juiz alegando fundamentos que justificavam a prisão.

  2. Nota. Ganha mas é juízo nos ditos, embebeda-te à fartazana, mas o mais importante é saber isto: mais dia menos dia esta gente bate a bota e deixa de dizer parvoíces que é uma coisa completamente pornográfica de ver nos velhotes, que as figuras que o José Sócrates fez ontem na TVI envergonham todos os portugueses decentes mas que, e depois disto, a vida continuara sendo melhor em Portugal.

    Ouve o que diz o José Pacheco Pereira, em síntese: o Socratismo foi uma #peste!

    Pacheco Pereira critica Sócrates: “É um mentiroso contumaz. tudo aquilo é falso“
    https://tvi24.iol.pt/videos/pacheco-pereira-critica-socrates-e-um-mentiroso-contumaz-tudo-aquilo-e-falso/60776c710cf280db41036f02?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=ed-tvi24ultimas

    #socratete

      • […]

        «[…] Foi na Jamba que, em 1988, conheci Jonas Savimbi. Tornara-se uma personagem mítica, quer para os que o admiravam quer para os que o odiavam. A mim impressionou-me sobretudo a afabilidade e a grandeza com que acolhia os visitantes, fosse num simples “jango” das Terras do Fim do Mundo ou na “villa” que o rei de Marrocos punha à sua disposição quando vinha a Rabat e onde o visitei por duas vezes. Era um homem de uma inteligência fulgurante, com grande sentido de humor e uma soma invulgar de conhecimentos, considerando as condições em que habitualmente vivia. […]»
        MAP, 02.Mar.2002

        «[Jonas Savimbi], um homem fascinante e absolutamente carismático.»
        MAP, 22.Fev.2003

        «Toda a gente sabe que Maria Antónia Palla é uma confessa admiradora de Jonas Savimbi e da UNITA.»
        Ricardo Costa, irmão de António Costa, 24.Out.2013

        – Ó Plúvio, ainda não percebi aonde queres chegar…

        Quero chegar à sala da Sra. D. Maria Antónia Palla.

        https://app.box.com/s/on68hl8uudkxz3425v1dq3gevix92m01 , aqui.

        ____

        Nota. «Este texto, escrito pela mãe de António Costa, remeteu-me para aquilo que considero ser das piores vilanias e primitivismo da natureza humana: apedrejar até à morte alguém caído em desgraça.», cite-se. Eu bem que me tenho fartado de dizer qu’o ó d’A Estátua anda há quase uma semana flutuante sob um turbilhão de impulsos emocionais cinematográficos mas, sabe-se, ele não me entende. E assim por aqui anda ainda, ora variando entre fitas de terror cheias de sangue ora papando horas a fio das melhores comédias nas TV’s, ostentando penosamete uma desonra demasiadamente tribalista (se posso dizer isto em muito sentidos, ressalvo desde já que não há aqui ponta de racismo, não posso deixar de assinalar também que cada qual tem direito aos… seus heróis). Coisas íntimas, pois, que só Ele sabe o que um homem sofre nesta cena do bates forte cá dentro.

        #socratete

  3. Excelente e acertado! Rendo o meu tributo a esta grande Senhora da nossa democracia, uma cidadã de estirpe e de consciência livre e impoluta. É bom que o seu filho abandone a sua acomodação ao que julga ser politicamente correcto e venha a terreiro dizer que esta não é a Justiça por que anseiam os portugueses que em 1974 lutaram e clamaram pela liberdade.
    Ora, a liberdade e a democracia ficam irremediavelmente comprometidas com uma Justiça que passa por cima das dos direitos, das liberdades e das garantias conquistadas em Abril. O Estado de direito democrático que vimos construindo paulatinamente (é uma obra contínua, nunca concluída) jamais pode compadecer-se com um Ministério Público que deixa sérias razões para se duvidar da limpidez e da isenção política dos actos que pratica e dos métodos que utiliza.
    É lamentável, porque a Justiça é um pilar fundamental do Estado de direito democrático.
    Outro sector da sociedade que não tem estado à altura do papel que lhe cabe numa democracia, é certa comunicação social que esmaga os mais elementares princípios de isenção, rigor e decência, ao arregimentar gente que, a troco de cifrões, vende a sua consciência e participa vergonhosamente no triste espectáculo inquisitorial de queimar no pelourinho público um ser humano, recusando-lhe o direito de se explicar e de se defender.
    Como diz aqui esta Grande Senhora, a Justiça não pode banir da sua prática a compaixão. Esta é uma virtude indispensável na convivência social e no trato com o outro. Exactamente o mesmo direi dessa comunicação social que faz lembrar os arruaceiros medievais de outrora que incitavam as multidões a actos hediondos contra seres humanos indefeses e muitas vezes inocentes.
    É preciso banir das profundezas da nossa mente o que ainda persiste de bábaro e primitivo.

  4. O ódio que a direita nutre por Sócrates é o reconhecimento do formidável adversário que foi e a ameaça latente para os seus interesses que o seu eventual regresso significaria. Esse ódio é pois uma homenagem publica e uma publica acusação de cobardia colectiva áqueles que, defendendo os ideais que dizem defender, tinham o dever de denunciar os atropelos gritantes aos Direitos constitucionais de um cidadão cometidos por um sistema judicial partidarizado. Ninguém sai bem disto, começando pelos jornalistas, que vivendo em estado de permanente penúria se vendem barato, e acabando no povo Português cujas debilidades civicas e culturais o impedem de subir acima do nível do futebol.

  5. Não poderia aqui de manifestar todo o meu apoio as sábias palavras proferidas em defesa dos direitos liberdades e garantias que devem existir num verdadeiro estado de direito mas também não poderei deixar em claro que as arbitrariedades que atingiram o cidadão José Sócrates também se abatem sobre os cidadãos anónimos sem que muitos dos arautos dos direitos democráticos abram as suas bocas esta forma escandalosa da justiça não funcionar não é um caso isolado de perseguição política mas sim um processo gradual de comportamento prepotente e antidemocrático por parte do sistema judicial.

  6. No dia 25 de abril/74, era uma jovem de vinte e poucos anos, trabalhava no Terreiro do Paço e vivia num quarto na calçada do Carmo, vivi aqueles dias no olho do furacão… Sonhámos com um Portugal mais justo e livres, hoje quando olho para trás vejo os sonhos que ficaram pelo caminho… Hoje o tema do dia é a justiça, qual justiça a dos ricos ou a dos pobres… Como dizia o poeta “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Ainda vai tornar-se um império colonial! Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal” … O ideal da maioria da classe política, nossos verdugos, é encher os bolsos, não interessa o meio, mas o seu fim… Choro por tantos sonhos que esta cambada nos levou…

    • Tem toda a razão, Luzia Alvarez. Os sonhos que acarinhámos com a Revolução de 25 de Abril de 1974 depressa se desvaneceram. Bastaram dois anos ou nem isso. A Justiça é dos ricos. Os sucessivos governos ou desgovernos, a maioria da classe política legisla e governa para os ricos. São defensores do grande capitalismo neoliberal, dos seus próprios interesses ou de interesses partidários, não dos interesses do nosso País. São os trabalhadores que os sustentam, que aguentam a carga fiscal de que eles precisam para as suas negociatas.
      Onde estão os Direitos, Liberdades e Garantias de quem, a trabalhar, sempre foi, é e continuará a ser pobre? Onde estão os Direitos, Liberdades e Garantias dos Sem-abrigo? Onde estão os Direitos, Liberdades e Garantias dos precários sempre com contratos a prazo ou falsos recibos verdes? Onde estão os Direitos, Liberdades e Garantias dos desempregados, muitos deles sem receberem qualquer apoio social? E muitos mais exemplos podia aqui dar.
      Enquanto alguns nababos vivem vidas de luxo e acumulam fortunas vertiginosas à custa de “favores”, contratos que sabem ser ruinosos para o Estado (ou seja, para todos nós contribuintes), corrupção, venda do País a retalho e em saldo, não me venham falar de Estado de Direito nem de Democracia a sério. Como disse o ex-Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins,a Cavaco Silva «Democracia é o sistema em que todos têm a barriga cheia e ninguém passa fome». Gostava de saber se a Senhora D. Maria Antónia Palla também chora por todos aqueles que estão na mó de baixo.
      Sem Justiça e sem justiça social não há Paz!

  7. Os dois terssos da A.R. e as corporações PS/PSD na justiça, destruíram quase todas as instituições.

  8. Sim. Sim. Caro Adriano.

    Realmente do que Portugal se pode mais queixar é do excesso de perseguição contra a grande corrupção.

    Imaginem que às vezes, graças a deus raramente, até não deixam os processos prescrever e o corrupto é mesmo preso, como no caso do Isaltino.

    Só pode ser “fascismo, racismo e machismo”coitadinhos dos corruptos.

    Soltem os prisioneiros… Lá. Lá. Lá.

  9. Tanta gente bem pensante e incomodada com aqueles que expressam a sua opinião sobre um fulano a quem, se calhar muitos deles agora decepcionados porque lhe deram os seus votos, com o que foram sabendo através da CS.
    Pois eu que nunca votei em semelhante personagem, estou aqui para dizer do quanto se tinha poupado em manigâncias e quejandas artimanhas lesivas do Erário Público, se tal criatura fosse logo impedida de exercer qualquer cargo público, após ser conhecida a sua intervenção no negócio da construção do Freeport em terrenos onde não era permitida qualquer construção. Assim não foi feito e isso foi o lançamento para a borga dos milhões e da corrupção efectiva que, mesmo o tal juiz a quem tecem loas teve o descaramento de afirmar que houve corrupção sim senhor, mas que já tinha prescrevido, coisa a que ele próprio ajudou, uma vez que a demora do processo em causa assim o proporcionou. É preciso ter lata!

    • Quem só tem merda na cabeça, não pode deitar outra coisa pele boca!
      É até engraçado, a forma como sem querer, os aziados nos transmitem o que o move.
      Terá dito alguma coisa sobre o abate de sobreiros e tantos outros casos, quiçá mais graves, praticados pela sua direita fascista?
      Não me lembro de tal.

  10. Eu não sei nada, leio os muito inteligentes, os sábios, os conhecedores de tudo e mais alguma coisa. apenas exijo a defesa dos direitos, liberdades e garantias, que estes sábios e inquisidores desprezaram

  11. — Espero que este coro demencial pela “justiça feita pelas próprias mãos ” com revanchismo e alarido na praça pública, dê aso a debate sereno e sem achincalhar seja quem for, mesmo que seja um pobre mentiroso que não se consegue enxergar, sendo ridicularizado pelos seus verdugos sedentos de sangue… A justiça em Portugal deixa muito a desejar e os ” Ricardos Salgados e quejandos ” riem-se destes processos gigantescos dos quais não se faz nenhuma justiça — tal a soberba que pariu um rato… Mas, tenho esperança no povo português que é sábio e sereno e tem séculos de história nos seus ombros — já passou por muito… No fim destes dramas de faca e alguidar, tenho esperança num mundo novo que se faz lentamente, mas com verdade e perdoando-se uns aos outros… Quer-se crucificar o PS por ter um dirigente deste calibre, como se não houvesse gente de calibre pior nos outros partidos… Neste processo muita gente tem interesses ocultos, mas que toda a gente sabe, pois não olham a meios para atingir os seus fins — comprometer o PS. Será que há algum partido em Portugal mais puro que o PS? Claro que os partidos são feitos de pessoas e essas pessoas são pessoas diversas moralmente e não há nenhum partido que seja impoluto porque não há pessoas impolutas… Claro que devemos lutar contra todas as injustiças e corrupções, mas sejamos claros, sejamos verdadeiros, não sejamos hipócritas…

  12. Tergiversar, salvo o devido respeito, é que vale o seu texto. Das soluções dos problemas reais do país não lhe observo nada, a oligarquia nacional não larga, nem pela lei nem pela Justiça, as suas mãos, conduzindo o povo à mais vil miséria e o país ao mais subdesenvolvido da Europa e do Mundo. Valha-lhe a plateia, há quem mereça o que tem.

  13. Ando há cerca de 40 anos assistir às movimentações políticas deste quintalito à beira mar plantado e não só.
    Digo ” não só” porque não se pode conceber a política nacional sem a interferência de interesses externos, geopolíticos, normalmente representados sub-repticiamente por alguns actores do nosso plantel partidário e/ou mediático.
    No entanto, passou-me completamente ao lado o prejuízo causado pela governação de Sócrates. Devo ter estado distraído com a crise do Sub-prime.
    Lembro-me dos estragos provocados por governações de MAIORIA ABSOLUTA do Cavaco, Durão/Portas e, desgraçadamente, a de Passos/Portas.
    Lembro-me como a primeira maioria absoluta do PS começou a motivar minimamente os portugueses, salvo a recusa dos professores em serem avaliados, os juízes danados por perderem férias judiciais e outras mordomias, os jornalistas terem que sofrer a humilhação de apenas usufruir de um sistema de saúde igual ao resto do povinho, o Belmiro não conseguir dominar a PT, etc, etc.
    No plano internacional foi completamente contra corrente e fez acordos com o Chavez, apoiou o Lula ligou Portugal ao crescimento do Brasil , aceitou negociar com Kadhafi, deixou que o Mugabe comparecesse numa cimeira contra a vontade do Gordon Brown, reuniu com o Putin…
    Enfim, tudo acções pouco recomendáveis para quem quiser manter o futuro político. Eu já vi isto acontecer a muitos políticos que “mijam fora do penico”.

    Claro que acho que isto tudo não tem nada que ver com a vida que o Sócrates levava em Paris ou a pindériquice de andar a viver à grande com dinheiro de um amigo por ter metido umas cunhas. Isso é conversa para o povão que vê Big Brother e CMTV.

    Mas, se calhar, sou eu que estou enganado e toda a borregada que segue o “mainstream” manipulado pelo Balsemão e pela FLAD é que tem razão.
    Obrigado por me indicarem o caminho da Luz.

    • O texto que tu verberas, da MAP, leva à volta de 14000 visualizações neste blog, até agora, e 7500 partilhas no Facebook, o que origina um incremento exponencial de leitores. Quando os escritos do teu blog tiverem este nível de audiência talvez tenhas alguma legitimidade para atacar a senhora. A ti quem te lê? O RFC e os seus duplos? 🙂

      • MAP tem tantas visualizações porque é mãe de quem é e o Sócrates tem uma máquina de propaganda por detrás, da qual parece que te estás a voluntária para pertencer, se é que já não pertences.

        De qualquer maneira muitas visualizações não quer dizer muita gente a concordar.

        Por exemplo, eu sou dos gajos que mais visualizações te dá e tu tratas-me com todo o desprezo por eu não concordar com tudo o que escreves.

        Muita gente pode ter ido ler o texto dela naquela de quererem confirmar que ela tinha mesmo dito aquelas parvoíces todas.

        Por outro lado ter muitas visualizações não quer dizer que se tenha razão seja no que for.

        Por exemplo, dos gajos que têm mais visualizações estão o Ventura e outros da linha dele.

        Isso dá razão ao gajo ?

        • Será que me podes dar exemplos dessa incrível máquina de propaganda que nem sequer o conseguiu livrar de 9 (nove) meses de prisão efectiva?
          Quais os comentadores,jornalistas, canais de televisão ou rádio que estão envolvidos nessa cabala?
          A sério, se conheceres mais algum blogue que tenha uma abordagem lúcida, justa e não o ataque da forma CONCERTADA e acéfala que é comum a todo o mainstream (outra máquina de propaganda ainda mais eficaz?), avisa.
          Como “socrático” idiota que sou e completamente arredado da realidade (vê lá que até tenho uma visão completamente oposta à tua), gostava, sinceramente, que me mostrasses essas evidências.

          • Caro Vieira

            Este blog, por exemplo deu uma verdadeira barragem de propaganda a favor da corrupção sem nenhum artigo contra.

            Se a minha fonte de informação fosse só isto, eu iria de lágrimas nos olhos dar tudo o que tenho na carteira aos pobrezinhos perseguidos Sócrates e Ricardo Salgado.

            E aqui podes ver exemplos da mobilização de jornalistas e comentadores que fazem dos corruptos os novos judeus vitimas de perverso holocausto e os tribunais os novos campos de concentração do século XXI.

            Até já descobri na net hinos (VERDADEIROS HINOS CANTADOS) ao Sócrates – não estou a brincar.

            Se isto não é máquina de propaganda…

            Agora só falta a Estátua cantar um Te Deum em voz de falsete em honra do Ricardo Salgado.

            Eu não tenho prazer nenhum em entalar o Sócrates, porque a alternativa, o PSD ou o Chega, ainda são piores.

            Mas a corrupção é um dos maiores problemas do país e arranjarem desculpas para safar sempre os corruptos é CRIMINOSO.

            • Peço desculpa mas só há pouco vi a resposta.

              Bem, o que é que posso dizer, Pedro?
              Não acrescentaste nada de concreto para me servir de referência. É mais do mesmo.
              Eu pedi uns exemplos da manipulação socrática e tu voltas a falar deste blogue só porque não embarca na campanha de assassinatode caracter da graaande maioria da blogosfera.
              Mas eu ajudo-te quanto aos jonalistas:
              José Rodrigues (orelhas) dos Santos
              Vitor Gonçalves
              João Adelino Faria
              Fátima Campos Ferreira
              Ana Lourenço
              Clara de Sousa
              José Gomes Ferreira
              José Manuel Fernandes
              Eduardo Dâmaso
              Felícia Cabrita
              Manuel Carvalho
              …e muitos que nem me lembro dos nomes. Alguns tão fuções que até foram sendo afastados pelos patrões para não dar bandeira, como a Judite de Sousa, o Crespo vendedor de t-shirts, a Manela Moura (botox) Guedes…

              Tudo perigosos socráticos!
              Até aposto que são militantes Xuxas em segredo.

              Sinceramente, ó Pedro, eu já só respondo a estas tretas por brincadeira porque percebi que não vale a pena. Quase compensa mais bater com os cornos numa parede.

              Mas tenho a certeza de uma coisa:
              O pessoal que segue essa linha de pensamento (?) sem se questionar ou é muito estúpido, ou muito inocente, ou terrivelmente sacana.

              Enquanto não os ouvir falar da tropa de corruptos PSD/CDS que nos roubaram anos a fio à descarada (esses, sim) e se safaram airosamente, não têm moral para piar, seja o que for, sobre corrupção.

              • Caro Vieira.

                -Eu não disse que os outros também não têm máquinas de propaganda. Eu disse que ele também tem.

                -Eu disse que não preciso dar exemplos porque a estátua está a fazê-lo por mim.

                A começar pela própria estátua, não pára de, sem contraditório e insultando quem discordar nas caixas de comentários, de dar exemplos de tipos que tentam apresentar o país todo como uma horda de criminosos por se indignar com o safar na secretaria de gente”acima de qualquer suspeita” como o Sócrates e o Salgado.

                -“Assassinato de caracter” ???????

                Até o juiz salvador de todos os corruptos foi obrigado a reconhecer que o Sócrates é corrupto. Apenas o conseguiu safar na secretaria, com truqes de prescrições.

                Você chama a isso caracter ?

                -Onde é que eu não falo da merda que o PSD faz ?

                Se você tivesse lido a minha resposta veria que eu digo que o PSD-CHEGA ainda são piores que o Sócrates.

                Simplesmente cada clubinho de merda andar a safar os “seus” corruptos e só criticar os dos outros é o que está a permitir a corrupção dar cabo do país porque nunca nenhum é preso.

                Corrupto é corrupto.
                Eu preferia que tivesse sido o Passos a ser apanhado, mas se foi o Sócrates, tem de responder à mesma pelo que fez.

                Se vocês fecham os olhos à corrupção do vosso clubinho depois não têm moral para falar dos outros e é assim que a corrupção impera – com a estúpida cumplicidade clubistica.

                Olhe que os “seus” corruptos não se ensaiam nada de dar cabo da economia dando cabo da sua vida e da da sua familia.

      • Escapa aqui um longo comentário, que deu um trabalhão fazer no telemóvel. Ele entrou e assim aprendiam alguma coisa, disse-me um passarinho.

        • Então, não respondes? Onde está o meu comentário, pá? Isso é ser pobre e não agradecido, embebeda-te que sob o efeito do tinto se calhar se é inimputável.

  14. Magnifico artigo de Maria Antónia Palla !
    Enquanto estrangeiros afirmam – veja-se artigo da Visão a inquirir a americanos porquê escolher Portugal para residir – que escolheram Portugal por não termos pena de morte nem prisão perpétua, que vieram porque não querem os filhos individualistas e que aqui encontram um humanismo que vai rareando onde viviam, temos como V.Exª. muito bem diz gente nossa pronta a eliminar quem decai. Este tipo de atitude que não era habitual na nossa gente deve-se, acredito, à VERGONHOSA COMUNICAÇÃO SOCIAL que temos. Uma Comunicação Social que se deixa descaradamente manipular.
    Maria Antónia Palla pelo seu artigo Muito OBRIGADA !
    Natércia Constâncio

    • Ó Natércia, deixe-se de ser fiteira e de fazer choradinhos por bandidos, que se o Sócrates e o Salgado forem condenados só vão cumprir um ou dois anos de prisão efetiva, se tanto.

      Que isto não é governado pelo partido comunista chinês que despacha os seus corruptos com uma rajada de kalash na cabeça.

      A perpétua com trabalhos forçados condenaram-nos é eles, os seus amigos corruptos, que vamos estar toda a vida a trabalhar para pagar as roubalheiras deles.

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