Guterres, a ONU, e a Alemanha.

(Carlos Matos Gomes, in Facebook, 05/10/2016)

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A eleição da Merklina búlgara para a ONU representava entrada da Alemanha para o grupo dos grandes atores internacionais e a rutura da Europa em dois blocos, um pró-russo a Leste e outro pró-americano a Oeste. Representava a rutura com o equilíbrio de forças atual, um triangulo cuja base ainda são os EUA. Os 3 grandes decidiram manter o status quo e resolver bilateralmente os seus conflitos no Médio Oriente e no Mar da China, como têm feito. Bateram a porta na cara da Alemanha. A Europa sairia sempre mal deste jogo em que a Alemanha a meteu. Junker, o pianista do cabaré alemão em que Barroso deixou a Comissão Europeia transformar-se deve estar de ressaca, um estado que lhe passa sem deixar marcas de vergonha. Guterres não é um secretário geral sponsored pela União Europeia, é apenas o clister que a Alemanha teve de tomar. Guterres chega a secretário geral contra a Alemanha, por mérito próprio e por ser cidadão de um estado simpático e de ph neutro. Tem a vantagem de valer por si e esse é estatuto valioso perante os poderes e as opiniões públicas para exercer o seu magistério de influência – o que vai bem com o odor de santidade que gosta de transmitir desde jovem católico. A Merklina búlgara seria sempre vista como a mulher a dias da patroa Merkel e da Alemanha. Portugal – entendido como uma entidade dotada de valores – sai bem desta pugna. Guterres resgata o país da imagem de Barroso, um videirinho que se fez lobista do mais que suspeito Golman Sachs para meter uns bons cobres na conta bancária.

Guterres desinfecta Portugal dos Barrosos e da sua trupe de pequenos rufias. Não é assim tão pouco. Quanto à ONU, os cães grandes continuarão a rosnar uns aos outros longe dali.

2 pensamentos sobre “Guterres, a ONU, e a Alemanha.

  1. Tanto este comentário como o precedente da “estatuadesal” defendem o mesmo ponto de vista e qualificações tiradas quase a papel quimico. Contudo, MG não precisa de evocar a teoria chic dos “jogos de poder” para designar uma situação de conceitos já velhos e bem defenidos de correlação de forças. E MG introduz também a comparação de qualidades entre o ciatico barroso e o beato qualificado e digno que é Guterres.
    Para além disso penso ainda que o “lançamento” de última hora da mulher de mão alemã kristalina foi, precisamente, porque viram Guterres embalado para a meta e assim falharia totalmente o plano merkeliano ditado à UE, para com esta a reboque, se transformar no 3º lado do triângulo de poder universal.
    A coisa acabou por ser ainda pior que um falhanço normal para se transformar num aparatoso golpe de mão sujo à frente dos olhos do mundo.
    O junkers deve andar de ressaca (como diz MG) de meia dúzia de garrafas ao dia.

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