A sociopatia e a compreensão das reparações coloniais

(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 29/04/2024)

Nem quero imaginar quanto vai pagar a Espanha ao Iraque, ou à Siria,de reparações pela Mesquita de Córdova e pelo Alhambra de Granada, obras dos árabes que vieram de Damasco e da Mesopotâmia com Abderramão, o príncipe fugitivo, e chegaram à Península Ibérica através do Norte de África!


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A proposta de reparações coloniais feita pelo presidente da República causou perplexidade a quem ainda é dado a surpresas e interrogações a quem procura estabelecer relações de causa e efeito nas suas atitudes. De um modo geral serviu para alimentar os comentadores e entreter os programas das televisões após as eleições. O elenco do “circo comentarial” dividiu-se entre malabaristas do Bugalho e ilusionistas do Marcelo.

O que terá levado o senhor prior Montenegro a elevar o menino de coro a cónego da sua confraria em Bruxelas e o mestre de fogos-de-artifício de Belém a sacudir a esfarrapada passadeira que se desenrolou de Lisboa ao Índico durante cinco séculos?

Deixando Montenegro e Bugalho na prateleira dos monos, resta a questão mais séria do que parece das reparações coloniais. Porque tirou Marcelo um assunto tão mal enterrado do jazigo onde repousava coberto de teias? O que pretende Marcelo? Matar o pai Baltazar, governador colonial e ministro das colónias que passaram a ser províncias ultramarinas e o padrinho Marcelo, esse sim, ministro das colónias e chefe do governo que se ofereceu em sacrifício por elas, sacrificando na guerra uma geração de portugueses? O que pretende Marcelo com a proposta? Entalar a direita colonialista, dizendo-lhe, já que foram colonialistas, agora paguem e devolvam o que sacaram em café, em diamantes, petróleo, em cervejas Cuca, Nocal, Laurentina e 2M, em tabaco, madeiras, amendoim e até em chá licungo, caju para aperitivos, minérios de ferro e terras raras? Provocar a esquerda, dizendo-lhes, ora tomem lá seus anticolonialistas de garganta, sou eu que vou fechar a loja do colonialismo, devolver aos fornecedores os produtos em dívida? Ou afrontar os dirigentes dos novos estados fruto do colonialismo, confrontá-los com a sua matriz neocolonial? Dizer-lhes: Angola, Moçambique, a Guiné apenas existem porque o colonialismo oficializado pelos europeus na Conferência de Berlim de 1884/5 lhes deu origem, como deu às Rodésias, hoje Zâmbia e Zimbaué, à Tanzânia, ao Senegal, à Costa do Marfim, à República Centro Africana, aos Camarões, à Nigéria. Nem depois da dita conferência de Berlim qualquer negro africano se considerava centroafricano, camaronês, liberiano, angolano, sudoesteafricano, moçambicano, guineense, ou guinéu, rodesiano, mas sim balanta, ovambo, mandinga, maliniano, bailundo, cuanhama, mandinga, macua, ronga, maconde, ajaua, papel. Enfim, afirmar aos presidentes de Angola, Moçambique, Guiné, Timor, São Tomé e Cabo Verde que eles, não sendo sobas, não detendo a autoridade ancestral, têm a mesma legitimidade dos governadores coloniais!

Oferecer compensações pelo colonialismo aos atuais dirigentes dos estados africanos resultantes do colonialismo é entalar-lhes o rabo.

A quem entregar o espólio? A quem mais se bateu pela independência dos novos estados? Ao PAIGC na Guiné-Bissau, ao MPLA em Angola e à FRELIMO em Moçambique? E os outros, a FLING, a FNLA, a UNITA, a COREMO, a UNDENAMO? E, na Guiné, quem recebe a cota dos caboverdeanos? E, em Angola, quem recebe a cota de Holden Roberto, mas também a dos irmãos Pinto de Andrade, ou de Chipenda, ou de Savimbi? E em Moçambique quem recebe a cota de Uria Simango, por exemplo, ou de Kavandame? E quem na Guiné tem direito a receber a arte Nalu? Ou as cabeças reduzidas dos Felupes? E, em Angola quem recebe as obras dos Tchokwé? E, em Moçambique, quem recebe as esculturas maconde? Porque deverão ser restituídas as obras de culturas ancestrais, com identidade própria criada ao longo dos tempos, muito antes do colonialismo e muito antes dos novos estados-nação de matriz europeia aos dirigentes aculturados que hoje, fruto das circunstâncias da História, dirigem governos regidos por princípios estrangeiros às culturas de origem? E como devolvemos a esses povos os deuses que lhes matámos, substituindo-os pelos nossos?

A proposta de Marcelo levanta problemas onde eles não existiam. Esse é um comportamento que a ciência explica muito melhor do que a opinião política baseada no empirismo, no comentarismo de que Marcelo Rebelo de Sousa foi um mestre. É um comportamento não apenas típico dos assassinos em série, mas de uma grande percentagem de “homens de estado”, ou de “grandes homens”, ou pretendentes a sê-lo. Tipos que a ciência classificou de “sociopatas”, que em inglês é apresentado com a sigla DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders).

Segundo um artigo científico de Renato M.E. Sabbatini, PhD, neurocientista, doutor pela Universidade de São Paulo e pós-doutoramento no Instituto de Psiquiatria Max Planck, em Munique, o DSM define um “distúrbio da personalidade antissocial (DPA)” e lista as suas principais características: Os sociopatas são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por falta de consideração pelos sentimentos dos outros. Exibem egocentrismo patológico, emoções superficiais, falta de auto perceção, pobre controlo da impulsividade, irresponsabilidade, pouca empatia e ausência de remorso. São geralmente cínicos, manipuladores, incapazes de manter uma relação e de amar. Mentem sem vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam as suas famílias e parentes. São “predadores intra espécies que usam o charme, a manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer as suas próprias necessidades. Na sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, apropriam-se friamente daquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento. Os sociopatas são incapazes de aprender com a punição, e de modificar os seus comportamentos. Quando descobrem que o seu comportamento não é tolerado pela sociedade, reagem escondendo-o, mas nunca o suprimindo, disfarçando de forma inteligente as suas características de personalidade. Por isso, os psiquiatras usaram no passado o termo ‘insanidade moral’ ou ‘insanité sans délire’ para caracterizar esta psicopatologia. “

O sociopata geralmente exibe um charme superficial e tem uma inteligência normal ou acima da média. Tem boa presença social e boa fluência verbal. Em alguns casos os sociopatas são os líderes sociais. Poucas pessoas, mesmo após um contacto duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu “lado negro”, que a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência. Sob situações de stress, os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais.

Se analisarmos os comportamentos dos chefes políticos, todos eles, à luz dos comportamentos típicos da sociopatia — se os tomarmos como potenciais sociopatas — talvez consigamos encontrar respostas para muitas interrogações a propósito das atitudes dos políticos que nos surgem a propor-se para nos conduzirem à felicidade.


12 pensamentos sobre “A sociopatia e a compreensão das reparações coloniais

  1. Esta conversa sobre reparacoes pelas aleivosias que cometemos, quando toda a gente sabe que tal nunca acontecerá quanto mais não seja porque não temos dinheiro para mandar cantar um cego visa lançar uma cortina de fumo.
    Uma cortina de fumo para o facto de o colonialismo estar novamente vivo na forma de verdadeiras guerras contra os paises criados pelo colonialismo ao arrepio de quem lá vivia.
    Muitos desses países traziam em si o germe da desagregação e isso foi desde logo bem visto pelos colonialistas. Se deixo as áreas que controlo, e que albergavam diferentes povos que até à colonização até estavam em guerra, como alias por esse tempo também acontecia na Europa, e digo que agora é tudo o mesmo pais, tem tudo para correr mal. E correu.
    Foi a raiz de muitas das chamadas guerras civis que ensanguentaram a África “libertada” e a que com sobranceria chamamos fruto do tribalismo. E países europeus minúsculos como Mónaco, República de San Marino, Liechtenstein e outros são fruto de que? De aqui sermos todos muito amiguinhos uns dos outros?
    Os antigos colonialistas e outros trataram logo de apoiar uns lados da contenda ora outros para continuar a fazer negócios como antigamente.
    Quando muitos daqueles povos perceberam que não ganhavam nada em andar a matar-se uns aos outros enquanto os antigos senhores lhes sacavam recursos surgiu uma nova ameaça em países de maioria muçulmana e não só. O Jihadismo pretenssamente islâmico em que armas ocidentais apareciam nas maos de jihadistas maltrapilhos.
    Gente fanática, cruel, arrebanhada sabe Deus por quem, onde e como.
    A França foi particularmente hábil em oferecer proteção mafiosa com tropas que muitas vezes se entretinham a abusar de crianças enquanto os tais jihadistas continuavam a devastar aldeias.
    Depois espantaram se quando muitos preferiram pagar a um bando mercenário russo para correr com aqueles trastes.
    E que para que as populações percepcionassem a necessidade de continuarem sob ocupação estrangeira era necessário que os pretensos ataques jihadistas continuassem a ocorrer. Mas as populações estavam fartas de sangrar.
    Quando uma serie de golpes de Estado que visavam sobretudo correr com os franceses começaram a ocorrer logo vieram as ameaças de intervenções humanitárias libertadoras ate usando vizinhos africanos.
    Mais do que andar a prometer reparações o que é preciso é que nos esqueçamos do tempo em até de lá traziamos ouro, escravos e marfim em troca de pano vermelho ruim e contas de vidro. É comecemos a fazer o que nunca fizemos. Negociar honestamente.
    Mais do que pensar em oferecer reparações ao Irão pela infame operação Ajax e as décadas de ditadura de um doente mental devemos desistir de os atacar, não impedir que tenham todos os meios de dissuasão possíveis contra um vizinho genocida e messianico e, claro, deixarmos nos de sanções.
    E devemos deixar nos de vez de apoiar um estado genocida porque sonhamos com o gás de Gaza, o petróleo da Síria e os cedros do Líbano. E pararmos de espancar, expulsar estudantes de universidades, multar e prender, chamar antissemita, a quem denuncia genocidas que até teem o desplante de filmar os seus crimes.
    Deixarmos de vez de apoiar os nazis da Ucrânia porque sonhamos com a pilhagem dos recursos da Rússia. Seria essa a reparação que poderíamos tambem dar a Rússia pelas invasões de suecos, polacos, Napoleão e Hitler. E pelos milhares de escravos russos que compramos aos tártaros.
    E deixarmos nos de sanções e revoluções coloridas em geral, seja contra a Venezuela, seja contra Cuba, seja contra quem for.
    Essas são as reparações possíveis agora.
    Querer apagar os crimes do passado e os crimes que continuamos a cometer falando em oferecer dinheiro aos descendentes das vítimas do passado e conversa vazia destinada a desviar as atenções do que realmente importa. Aposto até nos últimos dias a nossa comunicação social falou mais dessa ideia peregrina que no genocídio de Gaza ou nas eleicoes que a pretexto da guerra não vao acontecer na Ucrânia.
    Precisamos de mudar de rumo, não de cortinas de fumo.

  2. Isto anda complicado. Eis que “fascistas” e “revolucionários” se misturam.

    O texto que se segue, já não está acessível neste link:
    https://issuu.com/portela_magazine/docs/portela_magazine_n9
    O que se segue é um copiar e colar das páginas 10 e 11 do documento.

    Início da transcrição.

    Marcelo Rebelo de Sousa e a fé católica
    «Para mim, é mais importante ser católico do que ser português»

    No dia 16 de Fevereiro [de 2013, comentário meu], Marcelo Rebelo de Sousa esteve na Portela. A convite da Paróquia de Cristo-Rei da Portela, veio falar ao auditório da igreja, que se encheu de gente para o ouvir, sobre «Gaudium et Spes – documento acerca da presença da Igreja no Mundo», no âmbito do conjunto de palestras «Conhecer o Concílio». O Professor Marcelo foi efusivamente aplaudido pelos presentes, havendo até o pedido de que se candidatasse a Presidente da República.

    Manuel Monteiro [autor do texto, comentário meu]

    Gaudium Spes – e a sua originalidade

    Marcelo Rebelo de Sousa começou por declarar o seu catolicismo, designadamente o seu «Cato-
    licismo Concílio Vaticano II», e por destacar o seu apreço pela constituição Gaudium et Spes, um documento «longo e original que foi criticado por querer falar de tudo».
    A originalidade do documento, sublinhou, começa na sua metodologia que, em vez de partir da doutrina para a realidade, parte da realidade para a doutrina. «Há a preocupação em ser mais uma meditação do que doutrina, em usar o poder dos argumentos da razão mais do que o da moraliza-
    ção.»
    A diversidade temática foi outro traço singular destacado pelo professor. «A economia, a cultura, a sociedade, a política, a ciência, a tecnologia, a psicologia, o humanismo. Foi o primeiro documento que falava da cultura como autónoma, como uma realidade específica. Fez uma denúncia da manipulação da cultura pelo poder político e pelo poder económico.»
    Um documento marcadamente «cristocêntrico». Foi assim que Marcelo definiu Gaudium et Spes. «Noutros documentos, era mais Deus Pai do que Deus Cristo. Aqui é Cristo e Criso Homem. Olha-se para o ser humano e para a sua indagação interior.»
    A par da figura central desse Cristo Homem, não há no documento o medo de «sujar as mãos no mundo». Exemplos disso são os conselhos ministrados aos casados, bem como aos políticos. O casamento é considerado uma construção diária sendo convocado «o debate de se saber se o casamento é feito para a procriação ou se vai além disso e a visão é a de que vai além disso». Do
    ponto de vista político, «procura um equilíbrio entre o individualismo e o colectivismo, denuncia as injustiças e a pobreza, sublinha a necessidade de controlo social e económico pela política, os direitos dos mais carenciados à contribuição da sociedade, a valorização do trabalho, a protecção social, o papel dos trabalhadores na gestão empresarial, o papel dos sindicatos». Há ainda um apelo
    político aos cristãos e à Igreja. «Os cristãos não se devem alhear da vida política, não é a Igreja que deve participar, são os cristãos.»
    Outra novidade introduzida no documento foi o «examinar da posição do ateísmo» e a compreensão de que «há vários ateísmos».

    O catolicismo segundo Marcelo Rebelo de Sousa

    «Não há salvação a sós com Deus, ao contrário de outras religiões e de outras crenças. Que sorte nós temos por sermos portadores da graça de Deus.» Para o Professor Marcelo, um católico não se deve retirar do mundo «e ir para as catacumbas porque isto está tudo perdido. Essa posição é errada. Não evangelizar é pecar por omissão. A posição salvífica é perdífica. Gostamos muito de apostar no Euromilhões. Quem quer melhor Euromilhões do que o acesso à vida eterna?» Com uma ironia que produziu muitas gargalhadas, o Professor Marcelo salientou a importância de os crentes darem mais atenção à sua pertença religiosa. «O mais cómodo é ir à missinha ao domingo, fazer as orações de manhã e à tarde, e os mais rigorosos, como eu, rezar o terço. Às vezes, rezo o terço no trânsito, o que é uma fonte de grandes complicações.» Citou um padre seu amigo que dizia: «O sítio mais bonito para rezar o terço é no Terceiro Anel do Estádio da Luz.» Acrescentou: «Nunca experimentei no Estádio de Braga porque apanhava uma pleuresia!»
    «Todos os mandamentos se reconduzem à caridade, todo o pecado se reconduz ao egoísmo. Vimos irmãos nossos, concretamente uma irmã nossa, ser atacada na fé quando no dia-a-dia a sua fé é feita no seu testemunho.»
    Do ponto de vista dos costumes, Marcelo Rebelo de Sousa vincou o seu conservadorismo, dizendo que se poderia ter evitado a lei do aborto se os católicos «fossem mais sagazes do que os das trevas». Um pouco aflito com a palavra «trevas», corrigiu imediatamente para «penumbras», acrescentando que haverá desafios futuros a travar quanto ao testamento vital e à eutanásia.

    Novo Papa

    No final da palestra, houve perguntas da assistência. A renúncia de Bento XVI já era conhecida, mas o nome do novo Papa ainda não. O pároco Alberto Gomes, que estava sentado na mesa ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou a sua «confusão e impressão» por os comentadores, designadamente da Igreja Católica, tratarem o assunto como se fosse uma mera eleição humana, não falando da acção do Espírito Santo.
    Marcelo Rebelo de Sousa subscreveu as palavras do padre, ainda que manifestasse uma ligeira preferência por um Papa não-europeu [o que veio a suceder]. «Isto é do mais importante na nossa vida. Para mim, é mais importante ser católico do que ser português. É mais importante para mim o meu pai espiritual do que o meu pai político ou cultural. Nós, católicos, acreditamos e temos a liberdade de acreditar que ele é escolhido por inspiração divina. Estou mesmo a ver amanhã a cara da Judite de Sousa [no jornal televisivo de domingo na TVI, comentário do autor do texto] quando lhe disser que o Papa é de inspiração divina. Da última vez que o disse na televisão, a minha interlocutora ficou: “Inspiração divina? Mas você que é tão inteligente acredita nisso?” Acham que um homem inteligente não pode acreditar nisso. »
    Convidando à reflexão, contrastou o modo como a sociedade em geral recebera Bento XVI e o modo como era visto após a sua renúncia. «O mundo tinha dito mal do Papa e agora fez um mea culpa e diz que é muito inteligente, corajoso, desprendido. Hoje, já temos a distância suficiente para perceber porque é que o Espírito Santo o escolheu. Era o complemento do anterior.»

    Paulo VI

    Perante a pergunta de um membro da assistência que sublinhou a omissão de Paulo VI no seu solilóquio, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que «não teria havido Gaudium et Spes sem Paulo VI». «É preciso ter muita fé para conviver com a Cúria Romana e continuar católico. É uma estrutura muito complexa e durante o concílio foi mais complexa ainda. Paulo VI deve ter vivido tempos muito angustiantes: a corrida ao armamento, fenómenos de ruptura mundial. A Igreja está hoje muito mais unida do que estava no seu tempo. Temos de agradecer a Paulo VI o concílio ter chegado ao fim. Sou muito grato a Deus por nos ter dado Paulo VI naquela altura.»

    Fim da transcrição.

    Ficam a faltar as 4 fotografias que o original exibe.

    • Os sociopatas partilham alguns traços de carácter, um deles é apontar aos outros pecados por omissão (a fazer lembrar o senhor capelão, que a propósito também faz muita confusão entre fascistas e revolucionários, mas só quando lhe convém, tal como o senhor dos dois pesos e duas medidas que reside em Belém). Mas nunca se consideram pecadores por serem os maiores tagarelas (e de coisas fatelas) do reino do(s) Senhor(es). Ou quando são eles os omissões.

  3. Sobre o beijoqueiro-mor do reino, e parafraseando um célebre comentador-mor do reino, numa desgraçada parelha de fazer inveja a Dr. Jekyll e Mr. Hyde em versão Curraleira cascalense, a fórmula exacta é: “A merda do beijoqueiro está lelé da cuca!”

  4. Para não nos ficarmos a rir dos Estados Unidos. Afinal de contas nao seria de bom tom que um dos países que mais baixa o traseiro ao outro lado do mar, desde o tempo em que Soares era muito amigo do ciático Carlucci, se pudesse ficar a rir deles.
    E assim partilhamos a desdita de ter presidente chone.

  5. Hoje, por falar em sociopatas, vinha na capa de um pasquim desportivo a fotografia do último dinossauro do futebol português no (fim do) activo, Pinto da Costa, e a legenda da sua foto de corpo inteiro esclarecia que seria ele a marcar presença no Jamor em representação do FC Porto, na final da Taça de Portugal onde defronta o Sporting.
    Curiosamente, 6 anos volvidos os incidentes da invasão à Academia Sporting (que geraram semanas seguidas de comentário televisivo incessante, em que os painéis se revesavam para manter o foco na teoria única do “maluco terrorista mandante”, que tinha virado o futebol portugues de pernas para o ar – e que em julgamento se demonstrou ser falsa e inquinada, com a absolvição do “maluco terrorista mandante”)…
    … o presidente da República (que é o mesmo) não se “sente vexado”, como em Maio de 2018? Não ameaça nos bastidores e portas fonte semi-oficial “não comparecer na tribuna do Jamor”, quebrando o normal protocolo anual de estar presente na Final da Taça, sejam quem forem os intervenientes e os dirigentes envolvidos? Ou será que desta vez a gravidade dos crimes é menor, mais ligeira, e o nível de organização (que tem décadas!) é mais ligeiro, incomoda “menos”? Já não há terroristas, nem mandantes, nem malucos…
    Delírios de um presidente que ficará lembrado pelas suas incoerências, arbitrariedades, duplicidades, e artifícios cobardes.
    Ainda vai enganando muitos pategos, quase todos católicos e gente de bem… mas há alguns que mesmo nos piores momentos nem ele se atreve com a sua cobardia a envergonhar. “Sinto-me vexado” por terem desencantado este Marcelfie dos “afectos” só para apagar a imagem de criatura fria e distante do anterior “estadista” (o Ti Cavacadas), mas foi para isso que o puseram a comentar 10 livros por semana na televisão, e a dizer que só precisava de 4 horas de sono por noite. Já queimou o fusível faz tempo… tal como o outro dinossauro caído em desgraça, mas não o suficiente, em 42 anos de regime, para fazer o Marcelfies sentir-se vexado. O presidente dos cambalachos, das moscambilhas, das comanditas, dos “magistérios de influências” (e ministérios)…

    • Nota adicional: quer Frederico Varandas quer Pinto da Costa são arguidos em pelo menos um processo judicial no âmbito da gestão desportiva, que têm em comum, a Operação Fora de Jogo. E muitos outros rabos de palha no que concerne à actividade de dirigentes desportivos (sendo que o presidente do FCP coleccionou-os durante 42 anos)… Já Rui Costa aprendeu com o Orelhas a dizer “nunca s(o)ube!” e deixou-se apanhar pelas amnésias… ainda hoje mais um dos mega-processos que envolvem o Benfica deu que falar, desta vez o do Saco Azul. Mas esse não vai este ano ao Jamor, foi só para não ficar esquecido.
      Muitas peripécias, mas felizmente com estes, e o Salvador do Braga, o Marcelo nunca se recusa a ir para as tribunas… desde que pôs fim aos “malucos terroristas mandantes” que punham a ferro e fogo o país, o futebol em Portugal voltou ao que era, à tranquilidade total…
      …da sociopatia na política, na comunicação social e no futebol…

  6. O Marcelo nunca me enganou e a perspectiva da sua eleição era para mim simplesmente assustadora.
    E passo a explicar. Assustava me a ideia de ter como Presidente alguém que aos 12 anos escrevera uma carta sabuja a Salazar e que como jovem estudante, e por isso livre de ir bater com os costados a África como soldado raso, defendia que se desse porrada forte e feia a quem se opunha a guerra.
    Os tempos são outros, diziasse. Pois, mas num país em que o Presidente tem a bomba atómica de poder dissolver a Assembleia da República sem grandes explicações se as convicções são as mesmas temos um problema.
    E a verdade é que todos sabíamos que as posições de Marcelo eram de direita radical, ou lá perto, temperadas com a afirmação de uma religiosidade já pouco praticada.
    Quando o Passismo fez aquilo que nem Salazar se atrevera a fazer, cortar salários nominais, e houve recurso dos lesados para o Tribunal Constitucional, no seu espaco de comentário, Marcelo veio dizer que o Tribunal decidir contra a medida “não lembra ao careca”.
    Felizmente o Tribunal decidiu de outra forma, numa altura em que o Passismo queria cortar mais ainda. Poiares Maduro teve a distinta lata de querer cortar a partir dos 660 euros para que “tambem esses sejam chamados ao esforço”. Como se quem tinha de viver com esse dinheiro, quando o último aumento salarial tinha, sido em 2009, já não estivesse a fazer um esforco dos diabos.
    Em tempos em que ganhei isso tinha de ter um segundo emprego que me fazia o dia de trabalho durar 12 a 14 horas. Mas era isso ou metade do mês eu a minha família não comermos. Foram 10 anos com meio metro de língua de fora.
    Mas como o ordenado mínimo era de 485 euros, fazendo com que quem o ganhava vivesse a beira da indigência a ter muitas vezes de ir come a uma instituição, o Ministro do Vinho queria fazer ainda mais sangue entre quem trabalhava para o Estado. Valeu nos o douto Tribunal que o Professor Marcelo achava isso normal.
    E se no primeiro mandato o homem até esteve quieto foi por ter visto o potencial da solução governativa encontrada para esvaziar os partidos mais a esquerda, dado ter tido a percepção de que o Zé Povinho atribuiria todo o afrouxar do garrote ao partido que sempre se habituaram a ver como o mais apto para governar.
    E quando o PS, vendo que se apresentasse um orçamento impossível de aceitar a esquerda poderia conseguir a sonhada maioria absoluta, rejeitando todas as propostas da esquerda, mesmo as que não lhes custaram dinheiro, logo veio a primeira bomba atómica.
    O PS conseguiu a maioria absoluta diabolizando os únicos partidos que lhe permitiram governar durante seis anos quando a direita chumbou todos os orçamentos ameaçando que víria o Diabo com tão perdularias medidas.
    Ninguém parou para pensar que a direita nunca aprovou orçamento nenhum nem se perguntou porque é que a direita não teve o tal sentido de Estado de que se arroga e não aprovou o tal que foi chumbado pela esquerda.
    O PS cavalgou a maioria absoluta sentindo se de maos livres para mostrar que livre daqueles irresponsáveis a esquerda tambem sabia ter as contas certas.
    Depois vieram as especulacoes em torno da guerra na Ucrânia, a inflação, a subida insana de juros de Lagarde e o garrote a apertar.
    Entretanto tinha se conseguido colar o Partido Comunista as posições de Putin na Ucrânia, o Bloco foi mais esperto e tratou de se colar ao lado das posições do Natoestao, como já tinha feito desde a destruição da Líbia.
    Já a malta do PC chegou a ter a porta das sedes altares com fotos de vítimas da guerra na Ucrânia. E engraçado que ninguém se lembrou de fazer o mesmo com fotos das vítimas de Gaza frente a sedes do PSD e do CDS. Quando essa gente apoiou todas as posições sionistas a cara podre.
    Com diabolizacoes a esquerda, a comunicação social a levar o Chega ao colo, o garrote a apertar, estava tudo pronto para levar a direita de volta ao poder.
    E com a golpada legal que parece decalcada do que aconteceu no Brasil, para que esperar mais dois anos? Bomba atómica para cima deles.
    O resultado foi aquele que se viu. Um Governo de direita, um milhão de votos num partido racista e xenófobo, um primeiro ministro a fazer tabua rasa de quase tudo quanto prometeu em campanha e um Ministro da Defesa que quer mandar os jovens delinquentes para a tropa. E a seguir? Frente ucraniana?
    Quanto ao estado mental de Marcelo tive um dia ocasião de abordar a coisa com um conhecido, antigo jornalista político, com muitos conhecimentos na área.
    Sobre a mais que previsível eleição do antigo comentador dizia o honem “vão por o país nas mãos de um louco”. Ante o meu ar espantado, continuou, “clinicamente louco, se não tomar os comprimidos aquilo corre mal”. “Não me assuste mais que o que eu já estou”.
    E que uma coisa, é sabermos que alguém é próximo da direita radical, outra é ainda por cima não ser certo em contas de cabeça.
    Atendendo às últimas declarações acho que o homem deixou de tomar os comprimidos.
    Porque nesse discurso das reparações houve mais. Como dizer que Costa era lento porque é oriental e os orientais são lentos e que Montenegro também é lento porque traz em si o mundo rural.
    Racismo no caso de um, discriminação no caso de outro numa amena cavaqueira com jornalistas, muitos estrangeiros.E houve mais, muito mais.
    Sem querer incidir no crime de desrespeito ao Presidente da República atrevo me a pedir uma pericia psiquiátrica ao inquilino de Belém.

  7. Enfim, é tudo uma treta,senão vejamos…

    A europa não mudou em 500 anos, por isso não vai mudar tão cedo. Estamos assistir a uma espécie de guerra racial em que os países imperialistas brancos não conseguem entender-se com outros países não brancos prósperos. A Europa continua o seu colonialismo e continua a ocupar ilegalmente territórios em todo o mundo: os britânicos continuam a ocupar Anguila, Montserrat, Bermudas, Ilhas Virgens, Ilhas Caimão, Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Malvinas, Gibraltar, Santa Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Ilhas Sandwich, Ilhas Ashmore e Cartier, Ilha do Natal, Ilhas Cocos (Keeling), Ilhas Heard e McDonald, Pitcairn, Henderson, Ilhas Ducie e Oeno, Geórgia do Sul, Orkney do Sul, Shetland do Sul. Os franceses continuam a ocupar ilegalmente 121 ilhas polinésias, incluindo o Taiti, as ilhas de Barlavento, as ilhas de Sotavento, as ilhas Gambier, as ilhas Marquesas, as ilhas Austrais, o arquipélago de Tuamotu, fora da Reunião, a Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, São Bartolomeu, São Martinho, São Pedro e Miquelon, Wallis e Futuna, Ilha do Sul e Clipperton, São Pedro e Miquelon, Terre Adélie, Ilhas Crozet, Ilhas Kerguelen, Ilhas Saint Paul e Amesterdão, Ilhas Eparses.

    A Espanha continua a ocupar a parte norte de Marrocos (Ceuta) e as ilhas Canárias, as ilhas Alhucemas, Isla de Mar, Isla de Tierra, as ilhas Chafarinas, Isla de Isabel II, Isla del Rey, Isla del Congreso, Peñón de Vélez de la Gomera, Ilha Perejil. Os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia são países ilegítimos sob a ocupação ilegal de europeus brancos. A Carta dos Direitos Humanos Fundamentais das Nações Unidas foi criada em 1948, mas as leis de segregação racial permaneceram em vigor até ao final da década de 1960 e o Ocidente também apoiou o apartheid na África do Sul até à década de 1990. Os Estados Unidos continuaram a permitir o florescimento do Ku Klux Klan e a armar a sua população branca, e os abusos raciais eram frequentes até essa altura, com o assassínio de George Floyd e os assassinatos raciais em Buffalo. Os abusos raciais contra os não brancos aumentaram nos EUA/UE/Reino Unido/Austrália/Canadá/Nova Zelândia.

    A maioria dos países conquistou a sua independência não porque o racismo tivesse acabado, mas apenas porque, após a Segunda Guerra Mundial, o Ocidente não podia manter as suas colónias. O preâmbulo do Tratado da NATO define claramente os seus objectivos como a proteção da “raça branca” e da “civilização”. Homens como Hans Speidel, Adolf Heusinger, Friedrich Guggenberger, Hennig Strumpell, Franz Josef Strauss, que eram filiados nos nazis, serviram a NATO. A NATO não é uma aliança defensiva, mas sim uma aliança militar ofensiva. O México é demasiado castanho para fazer parte da NATO. A NATO não é uma aliança militar legítima e não é apoiada pelas Nações Unidas ou pelos países do Sul. A NATO interveio, invadiu e destruiu países em todo o mundo: Coreia, Sérvia, Kosovo, Bósnia-Herzegovina, Afeganistão, Líbia, Síria, Iraque, Somália, para citar apenas alguns. Se o artigo 5.º diz que um ataque a um é um ataque a todos, então isso também deve implicar que qualquer agressão por parte de um país da NATO deve ser considerada como uma agressão por parte de todos os países da NATO.

    Além disso, não existe um inventário separado de armas nem um exército da NATO. O projeto da UE é criar a ideia nazi do Lebensraum que se estende à Ucrânia e à Rússia ocidental (até aos Urais, como descrito pelo Terceiro Reich). Os EUA, o Canadá, o Reino Unido, a UE, a Austrália, a Nova Zelândia, a Noruega e a Suíça (todos países brancos) votaram contra a resolução da ONU intitulada “Combater a glorificação do nazismo, do neonazismo e de outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação, xenofobia e intolerância conexa” em 2015 e 2022. O antigo líder da Azov, Andrew Biletsky, afirmou em 2010 que a missão da nação era “liderar as raças brancas do mundo numa cruzada final… contra os sub-humanos [Untermenschen]” e a NATO/UE tem financiado essas forças (Azov, Svoboda, Aidar, Banderites e outras) na Ucrânia.

    Uma solução para a Ucrânia só vai ganhar tempo antes de o Ocidente fazer a sua próxima aventura para destruir a China, depois ir atrás da Índia e do resto do mundo para criar um império cristão branco e oprimir o resto e reforçar o imperialismo. Se a Rússia e a China caírem, não haverá outros países para proteger o Sul global. Os não-brancos nos países da UE/NATO são minorias e as comunidades mais oprimidas e podem ser facilmente eliminados. Se o genocídio foi possível no século passado, é mais do que possível num futuro próximo. Agora, estes países imperialistas brancos estão a utilizar as sanções económicas como uma nova arma para congelar ou confiscar as reservas de divisas e de ouro dos países, que normalmente estão depositadas em bancos dos países ocidentais. Utilizam o SWIFT para dominar as transacções internacionais e intimidar os países a utilizarem o dólar americano e o euro para as trocas comerciais, estando o SWIFT sob o monopólio do Grupo dos Dez (G10).

    O Reino Unido detém 330 toneladas de ouro e apenas 3,5 toneladas foram extraídas no Reino Unido nos últimos 1000 anos. O resto é saqueado em todo o mundo. A Espanha possui 282 toneladas de ouro, 200 toneladas das quais foram saqueadas. Só os brancos cometeram os crimes mais hediondos da história da humanidade. Desde o colonialismo e a destruição de países e civilizações em todo o mundo até ao tráfico de escravos baseado na raça, ao imperialismo e à destruição da cultura e da história em todo o mundo e à exploração de países que continua até aos dias de hoje. Os brancos não só exterminaram 6 milhões de pessoas (judeus e não-brancos) como foram os únicos a lançar bombas nucleares sobre pessoas de outra raça. Quase dizimaram as populações indígenas da América do Norte e do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia, massacraram mais de 4 milhões de pessoas ao criarem artificialmente a fome de Bengala na Índia.

  8. E se for preciso metemos na cabeça de brancos que sacrificamos na construção civil em condições de quase escravatura e nas casas de putas que são superiores a outros brancos e descendentes dos violadores e saqueadores vikings. E lancamo los contra outros brancos a quem eles chamam pretos da neve.
    Felizmente as zonas pro russas até essa canalha ainda controla são cada vez menos pelo que cada vez serão mais eles a ter de ir para o moedor de carne.
    E quantos mais forem melhor, tal como os mercenários de extrema direita que por lá teem ficado. Quanto menos gente dessa houver no mundo mais seguros estamos que já nos basta os sociopatas que nos governam e que por nunca terem abandonado o espírito de ladroes que foi a raiz da expansão europeia acham normal apoiar gente dessa.
    Que são tão estúpidos que não vêem que estão a ser tão usados como quando alimentavam as nossas obras e os nossos prostibulos. Aliás, os prostibulos foram o destino de muitas refugiadas ucranianas, especialmente as que caíram em garras sionistas. Mas quem corre por gosto não cansa.

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