A superação da dissidência, a desobediência e o regresso dos velhos totalitarismos

(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 29/12/2022)

(Mais um texto excelente do Coronel Matos Gomes. Um grande bem-haja a uma das poucas vozes lúcidas que ainda consegue pensar no meio da alucinação coletiva destes tempos negros, uma espécie de Matrix de largo espectro.

Estátua de Sal, 29/12/2022)


A Liberdade é para mim o valor supremo. É a Liberdade que me permite ser eu. Mas apenas posso sobreviver em sociedade, o que impõe limites à minha liberdade. Vivo e vivi a lutar por me libertar, sabendo que estarei sempre preso, mas bato-me para esticar ao máximo a corda que me limita. Cheguei à conclusão (já não era sem tempo) que passei a existência como um prisioneiro que pensou constantemente em planos de fuga, e se relacionou com os outros presos e os guardas de modo a garantir a maior liberdade possível. Descobri à minha custa o segredo de conseguir equilibrar forças numa sociedade violenta. Nada de novo. Desde a antiguidade que primeira tarefa dos chefes é assegurar a obediência dos seus subordinados. Tentei e tento superar os riscos da dissidência, da desobediência. Nunca recebi um louvor por comportamento exemplar. Não me orgulho, mas sinto-me bem por ter superado a minha dissidência e, antes do tudo o mais, aprendi a distinguir os profetas da submissão por debaixo do tropel dos gritos e dos arrepelos dos cabelos. Os movimentos de extrema-direita que estão a sair da terra como os cogumelos do estrume gritam muito, mas nada mais pretendem que um regime de submissos. A insubmissão é hoje a defesa contra a berraria dos serventuários dos poderosos.

Max Weber, o sociólogo alemão, afirmou que a finalidade do poder é “a imposição da vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos, mesmo contra resistências”. O poder é independente da aceitação dos sujeitos, mas aprendi que a utilização da força é o mais oneroso e traiçoeiro dos meios de obter um domínio e o menos fiável. Recrutar vendedores de felicidade e ilusionistas é muito mais eficaz.

Na nossa modernidade, Maquiavel e Hobbes, um com o «Príncipe» e o outro com «Leviatã», propuseram regras para analisar o exercício do poder e estão de acordo. Para Maquiavel a função do príncipe é consolidar o seu poder e ele não deve hesitar no uso da força e na astúcia. Quanto a Hobbes, o soberano exerce o poder pela força natural e pela concordância. Pau e cenoura, mas existe uma questão prévia: Como obter a submissão, a obediência às ordens? Como conseguir a servidão voluntária?

O grande mestre desta arte foi (tem sido) Étienne de La Boétie, francês do século XVI, amigo de Montaigne e considerado o fundador da moderna filosofia política em França. La Boétie escreveu em «Discurso da Servidão Voluntária»: “A primeira condição para a submissão voluntária é o hábito — os cavalos acabam por se habituar ao freio e até brincam com ele, aceitam a albarda e até se exibem apertados por ela todos ufanos e vaidosos.” Concordo com ó diagnóstico, mas dei sempre má cavalaria.

A questão de habituar os animais e os homens à submissão agravou-se nas sociedades industrializadas com as novas tecnologias da informação e as correspondentes tiranias venenosas. George Orwell, um fino observador das perversões que transformam sociedades abertas em sociedades totalitárias, considerou que os indivíduos são sujeitos a um persistente trabalho de sedução para que abdiquem do seu direito de pensar. No Ocidente, esse trabalho de sapa está a ser efetuado por pastores evangélicos, movimentos restauracionistas, e grandes cadeias de informação.

Os discursos no espaço público têm por finalidade a supressão da dissidência, a imposição do pensamento único ao “não há alternativa” (TINA), ou mesmo “os outros ainda são piores.” A função dos comentadores, mesmo quando apresentados como “fontes especializadas”, é anular a argumentação apesar de acompanhada de evidências contrárias. O caso recente de maior sucesso na supressão da contra-argumentação como arma do poder foi o das “armas de destruição em massa” que e Bush Jr jurou existirem no Iraque.

Temos agora o caso da Ucrânia como exemplo da supressão da crítica e da diferença. Essas “ferramentas de consciência de massa”, como os especialistas em comunicação as definem, permitem controlar as opiniões públicas e levá-las a acreditar e também a ignorar, orientando a atenção para o imaginário e a cegarem perante a realidade.

Olhando à nossa volta com autonomia de pensamento vemos as grandes placas que representam os antigos blocos político-militares criados no pós-Segunda Guerra a deslocarem-se, mudando o centro de gravidade do poder no planeta do Atlântico Norte, o mare nostrum ocidental, para Oriente. Moscovo e Pequim, parece terem entendido as mudanças que estão a ocorrer e saber como amplificá-las, assim como as capitais da América Latina, as de África e as do continente indiano.

E o Ocidente? Os neocons que governam os Estados Unidos estão a preparar-se para deixarem a Ucrânia e seguirem em frente, como fizeram no Vietname, no Iraque e recentemente no Afeganistão, que saiu dos noticiários. Os neocons nunca olham para trás. Devem estar a preparar o próximo projeto de enfrentamento com a China. Quanto à província europeia, os seus dirigentes repetem um discurso de tout va bien madame la marquise. Desindustrialização na Europa, inflação, desemprego, migrantes são a realidade visível, mas para os líderes europeus tudo vai bem, embora tudo arda.

O conflito na Ucrânia trouxe para a atualidade a utilização num grau sem precedentes da técnica da “negação e engano”. Os Estados Unidos estavam decididos a sangrar a Rússia e pagaram a nada menos que 150 empresas de relações públicas para convencer os líderes europeus e os seus crentes da possibilidade de sucesso. A estratégia funcionou no mesmo registo do “Ministério da Verdade” do livro «1984», de George Orwell, tendo por base o objetivo de conseguir “a unidade mental das multidões” que o professor belga Mattias Desmet, da Universidade de Ghent, descreveu em «The Psychology of Totalitarianism».

Descobri Mattias Desmet através de citações suas em obras sobre Hannah Arendt e Gustave Le Bon. Mattias Desmet proporcionou-me uma explicação para o nazismo e o fascismo diferente das que assentam nas condições materiais e nas etapas da História. Situou na psicologia de massas a origem do pensamento totalitário e as razões de adesão ao totalitarismo que estão na moda. Aborda os novos movimentos que emergem em Portugal, Espanha, França, Itália, na Bélgica e na Holanda, na Áustria tendo como pano de fundo a psicologia da negação em massa de realidades evidentes. Identificou os “mecanismos psicológicos primitivos” para que uma narrativa evolua para uma insidiosa “formação em massa” que destrói a consciência ética dos indivíduos e anula a capacidade de pensar criticamente. A condição primária para conseguir esta anulação dos indivíduos é que haja um segmento da população sem vínculos comunitários ou sem objetivos para as suas vidas, um segmento que sofra de “ansiedade e descontentamento flutuantes”, pois são estes segmentos que estão disponíveis para a agressividade com o sentimento de que “o sistema está manipulado” contra eles (repare-se na repetição do discurso após as eleições de Trump e de Bolsonaro), ou o grito “Vergonha” berrado repetidamente por Ventura. Os militantes destas organizações correspondem ao lumpenproletariat e às classes médias em perda de status que serviram de base ao nazismo. Multidões de jovens sem futuro e sem esperança, independentemente das suas habilitações, são a matéria-prima para promover uma sociedade totalitária. Recusar essa submissão acrítica é defender a Liberdade.

Estas organizações, com a lógica das seitas e dos gangues, não dispõem de um programa político a não ser a intolerância e o ódio aos que se querem livres para pensar, mas são atrativos porque o vazio de ideias traduzido em frases fortes parecem oferecer esperança a seres desamparados e disfuncionais. Na Europa, o Chega, o Vox, o FN, os Fratelli d’Italia, no Brasil os bolsonaristas e nos EUA os trumpistas repetem as mesmas artimanhas dos seus avós nazis e fascistas. O líder é o pastor de um aglomerado de carneiros ao qual se misturam alguns lobos esfomeados de poder.

A negação da realidade que foi instituída como doutrina pelo Ocidente conduziu a este triste resultado. Há que ser dissidente para defender a Liberdade.

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5 pensamentos sobre “A superação da dissidência, a desobediência e o regresso dos velhos totalitarismos

  1. Sempre existiram torcionários e sobram os que espumam de raiva, imbecilidade, como contraponto a pesos pluma que controlam tudo e todos sem que a apreciação geral da sociedade não apareça deformada. Resumindo sem poder, com poder, a realidade acaba por se perder nos caminhos das condições naturais de cada um. O mal tem uma fonte bem conhecida. Não é preciso dizer mais. Quanto mais se fraquejar/firmeza na inconsequência, os demónios aparecem à solta.

  2. Excelentíssimo texto. Concordei com quase tudo e ainda aprendi. Uma autêntica lição.

    Mas a conclusão do texto deixa a desejar. Falar deste tempo, do pensamento único no regime genocida ocidental relativamente à Ucrânia, e depois listar apenas a Extrema-Direita Europeia e os Trumpistas, em vez de listar também o Extremo-Centro e os belicistas “Democratas”, parece-me uma oportunidade perdida.

    Então o programa político dos NeoLiberais, Eurofanáticos, e USAtlantistas também não se tem resumido só ao ódio para com os “deploráveis”, imigrantes, Russos e Chineses?

    A meu ver, os Macron de um lado, e as Meloni do outro, são cara e coroa da mesma moeda.
    Ao ponto de eu ter de perguntar: será a ascenção do Fascismo um efeito colateral inesperado do regime, ou era exatamente isso que o regime esperava?

    É que, se virmos bem, quem financia um Ventura, também financia um Cotrim, um Montenegro e um Costa.
    E mudem os eleitores o que mudarem, se escolherem entre estes, estão sempre a escolher o mesmo partido: o da oligarquia belicista pinochetista.

    Perante isto, resistir, é votar em quem é realmente uma alternativa. Mas se esses caem nas intenções de voto, o que fazemos? Ficamos de braços cruzados enquanto a ditadura da burguesia implode a Europa ao mesmo tempo que, dizendo-se “do centro moderado”, apoia Nazis na Ucrânia e dá-se sempre tãm bem com os Trump, as Meloni, os Musk, e os Belos?

    Esta é que é a questão. Coletes amarelos, ou coletes vermelhos? Continuar a respeitar os resultados eleitorais de uma farsa “democrática” não-representativa em que os que votam não sabem qual é a realidade (devido às FakeNews da “imprensa livre”)?
    Ou está na hora de chamar os bois pelos nomes: DITADURA GENOCIDA ocidental – e fazer tudo para que o regime caia?

    Eu não tenho meios nem influência nem coragem para algo assim, mas neste momento, se algo assim aparecesse (uma espécie de MFA 2.0) eu estou suficientemente convencido de que é a alternativa que sobra para que a Europa em geral e Portugal em particular se salvem do abismo para onde estão a ir a grande velocidade.

    Porque, convenhamos, que legitimidade tem um regime em que, devido à propaganda Goebbelsiana, faz com que 50% das pessoas se abstenham por falta de crença no regime, e que 90% dos que votam o façam completamente manipulados? Que legitimidade é que a “democracia liberal” tem neste momento?

    Ou colocando a questão de outra maneira, porque é aceitável o regime que convive bem com milhões de mortos por si causados no Médio Oriente, com a fome por si causada nas vítimas de sanções ilegais, e pela desigualdade pornográfica que condena por exemplo cerca de metade dos Portugueses a viver na miséria ou poço acima do oficial e ridículo limiar (~550€/mês) dessa miséria?

    Muito sinceramente, não consigo perceber o que vai na cabeça dos Portugueses que aceitam um poder absoluto de quem só teve 41% dos votantes (ou 21% dos eleitores) do seu lado, que aceitam um offshore na Madeira, que aceitam 4.5 milhões de pobres (antes de apoios sociais) oficiais, que aceitam a total perda de soberania, e o atropelo dos seus Direitos e aspirações Constitucionais.

    Ai este povinho treinado para ser rebanho, baixar a cabeça, “por-se no seu lugar pois o respeitinho é muito lindo”, e aprender a repetir (como um papagaio que decorou o som, mas não sabe o que é nem porque lhe disseram isso) o que ouviu dizer tanta vez na TV… porque até foi um especialista/conhecido com fato e gravata que o disse, e depois o outro no outro programa também o disse. Tinha tantas por onde escolher, mas fico com estas 4:
    – é preciso reformas estruturais;
    – é preciso menos Estado/impostos;
    – é preciso cumprir regras do €uro;
    – é preciso ouvir os mercados.
    Mas nunca ninguém diz nem ninguém pensa e pergunta:
    – quais reformas em específico e para mudar o quê e com que objectivo?
    – tirar financiamento a quê, saúde, educação, infraestruturas, apoios sociais?
    – regras feitas por quem, votadas por quem, com que resultados nos últimos 20 anos, e por comparação com que país Europeu com moeda própria?
    – quem são os mercados, o que nos têm ordenado e feito, e como está aquele país (China) que recusa desproteger a sua economia interna em relação aos especuladores externos?

    A máquina de lavagem cerebral é maquiavélica, gigante, e efectiva, mas convenhamos que o povinho português se coloca especialmente a jeito.
    Eu, quando me quero rir disto (em vez de chorar de pena) imagino como seria se um dia houvesse uma troca de Primeiros Ministros, entre um Social-Democrata Norueguês e um “Socialista” Português, que fizessem as mesmas propostas/leis (acima de tudo no que tem a ver com a dimensão do Estado/impozfos, o trabalho/salário, e as escolhas entre Soberania e “Bruxelismo”) que fazem nos respectivos países.
    Quanto tempo duraria até o Português ser chamado Fascista e corrido do lugar com greves gerais colossais, e quanto tempo levaria o Norueguês a levar com uma campanha da “imprensa livre” a chamar-lhe Bolivariano (para não dizer Estalinista) e a exigir a queda do governo “antes que isto seja uma Venezuela”?…

  3. Magnifico de acertividade! Parabéns, camarada! E que não de doa a pena por clamar a liberdade! Melhor 2023! Um abraço solidário

  4. Muito bom..
    “Estamos no meio de um naufrágio intelectual”.

    Já me expressei sobre o assunto, já não somos livres…

    De facto, é livre de dizer o que quiser desde que não conteste a ordem estabelecida.

    Assim que a sua voz toma a razão, e que esta questiona a ordem estabelecida, é atacado de todos os lados por este sistema que gosta de fazer ficheiros sobre as pessoas nocivas (para ele) a fim de as apodrecer no ponto mais alto. Mesmo que isso signifique mentir para atingir os seus fins.

    Encontra-se numa espécie de liberdade de expressão. Desde que esteja no quintal e a sua influência não os preocupe, pode descansar facilmente.

    Ainda temos liberdade, a prova é que nos podemos expressar… (um argumento que é frequentemente ouvido, mas que é uma reviravolta na realidade)

    Se, por outro lado, decidir tomar qualquer poder que os possa preocupar, morre na praia.

    E é a isso que eu chamo escravatura moderna.

    É apenas livre de comprar o que quiser.
    A vossa liberdade termina aí.

    A verdadeira liberdade é aquela dada pelo único poder que nunca é discutida na nossa sociedade…

    Dinheiro!!!!!

    Se tem de trabalhar para viver, é um escravo do sistema.

    Não defendo a ociosidade!

    O trabalho continua a ser o cumprimento de uma vida e de uma auto-estima.

    Acreditam realmente que esta Europa da negação da democracia (referendos, Troyka…)

    De facto, tudo o que receberam foi uma nota que dizia: “Se recusar a Troyka, matamos a vossa economia e a vossa moeda”.

    Alguns políticos foram à comissão como um gladiadores e regressaram a Portugal como um veado para explicar ao povo que estavam errados (lol) e que tinham de pagar…
    Ainda estou a rir-me disso!

    Agora com uma divida quase 3 vezes mais não é preciso a Troyka

    Mais recentemente, o que salvou a Inglaterra e o seu Brexit foram os EUA…

    É preciso nada menos que a principal potência militar e económica do mundo para se poder afastar de algo de que nem sequer era membro, apenas um amigo de um amigo…

    Portanto, não é estúpido, quando lhe é dada a escolha entre

    uma sentença de morte ou
    uma sentença de prisão perpétua… é condenado a viver..

    Bem, normalmente as pessoas escolhem a sentença de prisão perpétua, o que deixa alguma esperança.
    E é tudo o que vai acontecer aqui.

    Quando se compra uma casa a crédito, o banco é o seu dono.
    Trabalha-se no final por nada menos que um escravo, o id é para um telhado e comida.
    Fica-se com algumas migalhas para fazer crer que é livre de comprar um pão.
    Mas a sua liberdade acaba aí.

    -Que carro comprar

    -Que TV comprar

    -Qual a marca de roupa

    -Que smartphone, etc…
    Numa palavra, é livre de consumir o que quiser. Nada mais.

    Renuncie, para ver se são livres, especialmente hoje ! e veremos se está livre !

    Bem, é o mesmo para a Alemanha… O BCE vai chamá-la à ordem e ela vai voltar para o seu nicho. O BCE irá chamá-lo à ordem e voltará suavemente para o seu canil, fingindo que esta é uma decisão bem ponderada e cheia de senso comum.

    Mas porquê toda esta charada quando eles já sabem o fim da história?

    Estamos numa peça de teatro em vários actos para manter os plebeus ocupados.

    Não, não nós, não o povo. São as nossas elites que estão a afundar-se.
    Os países em vias de naufrágio estão claramente a tornar-se sistemas “anti-meritocráticos”, onde os mais medíocres intelectualmente e os menos sãos intelectualmente chegam ao topo, privando os mais merecedores de alcançar posições de decisão.
    Isto não é novidade, tem acontecido sempre que um país cai no caos.

    Estranhamente, aqueles que não vêem o problema são apoiantes do actual sistema. Claro que não pensam que todas as leis, todos estes decretos, todas estas novidades muito intrusivas sejam liberticidas, o que levanta questões sobre o seu estado psicológico.
    Mas como faz tudo parte do “seu” projecto, eles não podem dizer mais tarde que não sabiam. São apoiantes entusiastas da tirania, voluntários para a mutilação humana, colaboradores zelosos de uma sociedade degradada.
    Se levarmos a sério as declarações do inquilino, parece que, no próximo ano e em 2023, ele está a prometer pior.

    Acrescentarei “Servidão voluntária” de La Boétie e a análise dos resultados da experiência Milgram sobre a submissão à autoridade.
    Os nossos governos estão habituados ao exercício há anos, ou mesmo séculos, em alguns aspectos. Permitimos de bom grado o poder de nos destruir, confiando na sua benevolência. Mas não tem havido honra ou honestidade na sua abordagem durante muito tempo. A sedução do ganho e do poder é a sua única droga. A maioria dos cidadãos está a jogar contra eles, e contra nós. Então o que podemos fazer, excepto preparar a nossa própria resiliência e deixar de alimentar este poder incontrolado e incontrolável?

    As pessoas estão fartas de todas as suas leis, regras e regulamentos que nos irritam, nos arruínam e arruínam a vida apenas das pessoas honestas e boas para as quais a lei é dura e demasiado cara.

    Há duas fontes principais desta confusão Portuguesa única.

    Uma delas é a exigência da população, excitada pelos meios de comunicação social, por uma protecção mais social, física, económica, cultural, profissional e sentimental em todos os momentos. O risco zero em tudo, numa sociedade moderna, requer regulamentação.

    A outra é a existência de uma verdadeira casta, a de 2 milhões de funcionários públicos que, na sua maioria, trabalham e, portanto, necessitam de uma grelha para o moinho. A grelha para a fábrica, para o funcionário público que não quer qualquer risco no terreno (ver acima, ele ou ela também não quer qualquer risco) é papelada.

    Portanto, mais liberdade significa menos funcionários públicos, menos associações, menos representantes eleitos – em Portugal, é aqui que temos mais em proporção ao resultado. Muito menos. Muito menos de 30 a 35% da população activa.

    O pensamento único é a marca das ditaduras, e tornou-se o principal instrumento dos globalistas para consolidar a sua nova ordem mundial entre 8 mil milhões cada vez mais decrépitos. Isto exigirá também uma forte redução da população mundial para secar a inundação de consumidores sem cérebro que enriquecem uma minoria minúscula à custa de uma humanidade indefesa.

    A velha sociedade baseava-se simplesmente na ordem natural.
    As pessoas ocupavam uma posição adequada aos seus talentos.
    Para muitos Portugueses, a vida consistia em trabalho, família e tradições. Ou seja, o essencial.
    O que é lamentável é que a alta burguesia quis gentrificar/corromper o pequeno povo, através da democracia, do progressismo e assim por diante.

    1984 … mais do que um livro … um verdadeiro manual para alguns dos nossos políticos europeus e Portugueses.
    Devemos rir ou chorar por isso? O futuro dir-nos-á!

  5. …..`”isto significa ,a redução da populaçao mundial”……cheira-me a Joshef Goobels….com embalagem celofane e tb linguagem Chega(ança) ,estou enganado ?……trabalho ,familia ,tradições ? Deos ,pater ,familias …..? ah ,não estou….está escrito ipisis verbis……este era o credo do Homem de Santa Comba….

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