Um merecido prémio!

(Hugo Dionísio, in Resistir, 25/12/2022)

Um sentimento de total justiça foi o que senti quando assisti à entrega do Prémio Sakharov ao comediante Zelensky. Raramente um prémio incorpora, de forma tão substancial, a profunda ligação entre a instituição que o promove, as grandes famílias políticas europeias que o aprovaram e o próprio destinatário. Aplaudi de pé! Sim, senhor! Eu aprovo totalmente!


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16 pensamentos sobre “Um merecido prémio!

  1. Muito bom texto do Hugo Dionísio, como sempre.

    Concordo tanto com esta parte que a vou citar:

    «No século XXI, ser dos partidos políticos centristas (principalmente os social-democratas, liberais e conservadores moderados) significa muito… significa tudo! Significa não ser um “extremista”, é claro, “de esquerda” ou “de direita”, reduzindo todo o espectro a dois campos – o aceitável, o “mainstream”, o “equilibrado”; e, o “inaceitável”, o “radical” e o “sectário”; pertencer a um “extremo” é o mesmo, seja qual for o lado em que você esteja. Estar no meio, isso é tudo, e isso não está mais em discussão. Nem vale a pena lançar qualquer argumento, porque a classificação nestes termos visa principalmente não discutir nada.»

    Sinto-me sufocado num regime assim. Quem chama a isto “democracia liberal”, não tem uma única boa intenção!

    E adorei o roast (não humorístico, mas sim um roast a sério) à Ana Gomes. E pensar que um dia cheguei a ter consideração pela senhora, e a minha opinião era de que até seria das pessoas menos más do P”S”. É muito interessante a parte sobre a Nicarágua e o envolvimento no NED.

    Se alguém for lá ler e depois voltar aqui, idealmente se o Hugo Dionísio ler isto, fica só aqui uma correção: não é batalhão “Haidar”, não leva H. É Aidar, do ucraniano Айдар.

    Quem são eles? Vale sempre a pena lembrar ou informar quem não sabe:
    «In 2014, Amnesty International reported that members of the Aidar Battalion had committed war crimes during the War in Donbas.»

    E o link do relatório:
    https://www.amnesty.org/en/wp-content/uploads/2021/06/eur500402014en.pdf

    É isto que hoje em dia é premiado pelo Nobel da Paz, e apoiado pela “democracia liberal”. Agora imaginemos como acabaria o regime genocida ocidental se tivesse uma imprensa realmente livre, que desse destaque aos factos e defendesse a verdade…

    • Já agora deixa-me que diga que o Resistir também tem que se lhe diga. Então agora dedicam-se a colocar imagens falsas para denegrir a imagem das pessoas de uma forma homofóbica?

      A foto que o Resistir usa agora no topo do site é falsa, está mais que provado que é falsa, e na realidade trata-se de um original de 2006 que foi manipulado com a adição da tromba do ditador Z. Portanto, o comentário do Resistir de que a foto seria do ditador Z em 1999 é TOTALMENTE FALSA.

      https://europeannewsroom.com/image-doctored-to-show-volodymyr-zelensky-at-lgbtq-pride-event/

      Dá que pensar sobre as outras coisas que o Resistir tem publicado… Para mim, mentem-me uma vez, pode ser engano. Mentem-me duas, acabou-se!

      • Não sei como funciona o Resistir, que descobri há poucos meses, precisamente aqui na Estátua. Mas acontece cada vez mais que, quando alguma coisa se torna incómoda para a/s narrativa/s dominante/s e difícil de neutralizar, um dos métodos para conseguir esse objectivo é a infiltração e a provocação. Não entram pela porta, esgueiram-se pela janela ou pelo postigo. Bastam por vezes casos pontuais, da responsabilidade de um infiltrado “voluntarioso”, como o que descreves, para desacreditar tudo o resto. Os mafiosos perceberam há muito que não podem bombardear tudo, como fizeram com a televisão sérvia em Belgrado, por exemplo, e afinaram este método há décadas, com inúmeras ONG e vários tipos de organizações. Entre muitos outros, tudo indica, por exemplo, que a Greenpeace está infiltrada, a Amnistia Internacional também, os Repórteres Sem Fronteiras idem. O meu conselho é o clássico: não deitar fora o menino com a água do banho, mantendo o espírito crítico que nos permite separar o trigo do joio.

  2. Um bom texto que deve ser lido,mas sugeria que olhemos para a visita do CEO da Ucrânia aos EUA..

    Como observador da história não sou pro nem contra,apenas observo , mas no caso específico deste conflito, não penso que Putin seja o mau da fita e o CEO da Ucrânia seja o bom da fita! A guerra é um horror e, claro, deve ser evitada a todo o custo, foi a Rússia que invadiu a Ucrânia! Mas porquê? Porque é que a NATO não respeitou a sua palavra sobre os acordos celebrados com a RÚSSIA após a queda do Muro de Berlim ! Porque se deixou durante 15 anos que a população do Donbass pró-russo fosse massacrada! Em geopolítica a Russia defende-se e protege-se do globalismo pronunciado pelos EUA e os seus aliados europeus!

    Os expecialistas ocidentais passam o seu tempo a explicar-nos que a Rússia está em apuros e que está a sofrer perdas humanas colossais devido às armas ocidentais e à coragem dos ucranianos, e assim que falam do fim da guerra dizem-nos que sim, mas nunca se a Ucrânia não recuperar os seus territórios.
    Não será este o reconhecimento de que a Rússia alcançou os seus objectivos de guerra à custa da Ucrânia e dos seus aliados ocidentais?

    No caso de uma vitória ucraniana, o que pensa que aconteceria nos territórios orientais da Ucrânia? Será que o Ocidente presumiria que os pró-Ucranianos iriam ajustar contas com a população de língua russa? Estamos a falar de territórios que se separaram, separatistas. Se a Rússia recuasse e abandonasse os territórios de língua russa, isso conduziria a um massacre punitivo.
    Ninguém quer ver a Rússia perder este conflito, os EUA em particular. Querem apenas impedir a Rússia de expandir a sua influência territorial na Ucrânia.

    É por isso que Biden fala de uma “paz justa”, está a preparar o CEO da ucrânia para aceitar um compromisso que prejudicará a Ucrânia das regiões separatistas a mais ou menos longo prazo.O CEO da ucrânia tem feito tudo para convencer os EUA da sua capacidade de reunificar a Ucrânia de uma forma humana e tolerante, mas sem sucesso. Pela simples razão de que os EUA sabem pela sua experiência militar que isto é impossível.
    Se CEO da ucrânia recebesse ajuda total e verdadeiramente empenhada do Ocidente e conseguisse retomar a Ucrânia oriental dos russos, a população indígena seria massacrada sem que CEO da ucrânia pudesse impedi-la. Isto seria um desastre mediático e político para a NATO e para as potências ocidentais.

    Putin é um pragmático e compreende que os “valores” ocidentais proíbem os EUA de assumir tais riscos. Para grande consternação do CEO da ucrânia, ele está condenado a ter de conter a actividade russa na Ucrânia oriental sem ser capaz de elaborar uma estratégia militar que seja ao mesmo tempo maciça e ofensiva. Só lhe é dado o direito de defender a Ucrânia ocidental e conter as forças russas, nada mais…

    Foi com isto em mente que a Rússia decidiu retirar-se de Kherson, para dar a CEO da ucrânia a oportunidade de compreender os limites militares que lhe foram impostos e para lhe permitir reconsiderar a Rússia como um possível aliado estratégico a longo prazo. Mas o CEO da ucrânia está preso num “one man show” fantasmagórico onde se convence da sua capacidade de frustrar os objectivos tanto da NATO como da Federação Russa… Ele acredita que pode impedir a Ucrânia de ser oficialmente cortada em dois, de ser o campo de batalha de influência entre a NATO e a Rússia… Ele luta para compreender quão sorrateiros os EUA podem ser e como a Rússia é capaz de oferecer à Ucrânia contrapartidas económicas fiáveis e sólidas.

    Putin admitiu finalmente que estava a lidar com um “durak” que nada sabia dos métodos ocidentais, e que isto colocaria a Rússia em risco, uma vez que a NATO, através do CEO da ucrânia, iria realmente ganhar uma posição na Ucrânia de forma oficial e não oficiosa.
    O CEO da ucrânia está dividido entre aspirações patrióticas e nacionalistas que são incrivelmente perigosas para a Ucrânia e a sua população e um possível compromisso estratégico com a Rússia que arruinaria o seu futuro político, uma vez que alienaria todos os pró-Ucranianos que o considerariam um traidor.
    O CEO da ucrânia não sabe muito de política, acabará por ser linchado ou mesmo assassinado pelos seus próprios apoiantes que, após a divisão territorial oficial da Ucrânia, ficarão furiosos e irão culpá-lo…

    A Ucrânia é o centro de um tabuleiro de xadrez. A tensão é palpável e explosiva. Kissinger e outros tinham avisado que quanto mais próxima a NATO se aproximasse das fronteiras do império russo, maior seria o risco de um conflito continental (ver artigo do Washington Post de 5 de Março de 2014) e que se a Ucrânia favorecesse uma aproximação com um lado mais do que com o outro, poderia levar à sua destruição… Já nos anos 90, o Pentágono estava relutante com a ideia de uma possível incorporação da Ucrânia na UE e na NATO, que são na realidade uma e a mesma entidade… Mas os poucos compromissos tolerados pela Rússia na altura (Balcãs e Bálticos) surpreenderam-nos e encorajaram-nos a acreditar que era possível correr esse risco. Em 2007, as coisas mudaram, Putin começou a avisar a UE e a reconhecer as suas discordâncias.
    Começou então a montar operações militares na esperança de convencer as forças ocidentais da sua determinação e capacidades.
    Teria sido melhor prestar atenção…

    Os EUA usaram a Ucrânia para tentar um “jogo de póquer”, um “bluff” que não valeu a pena… O pagamento foi tão atractivo que eles consideraram a oportunidade de o experimentar com a máxima seriedade. Putin, segundo alguns analistas, não ousaria lançar uma campanha militar na Ucrânia contra a NATO, devido à sua falta especulativa de meios ou, de forma mais lúdica, de “bens”. Estavam errados, acontece, mas as consequências deste fracasso são catastróficas para a Ucrânia que está actualmente devastada e destruída…

    Em suma, o melhor no póquer é nunca precisar de fazer bluff e nunca ter um jogador de xadrez como adversário. É sempre muito complicado ter de enfrentar alguém que é paciente e calculista…

    O que Biden não diz é o objectivo político dos EUA.
    Eles não querem uma vitória rápida para a Ucrânia. É o colapso económico da federação russa que é o objectivo.
    Algumas novas repúblicas dissociadas da federação e a afirmação da sua independência seria uma vitória aceitável. A falência do governo russo seria a vitória ideal.
    Uma vitória justa para os EUA é a vitória política que justifica a despesa.
    Até lá, será assegurado que a Ucrânia não será derrotada e poderá desgastar gradualmente a Rússia.

    Biden deu dinheiro principalmente a empresas de armamento americanas. A visita do CEO da Ucrânia permitiu-lhe desviar a atenção e aprovar o “omnibus bill” que era necessário para financiar a administração federal americana até ao final do ano, a fim de evitar que esta fosse encerrada por falta de dinheiro. Isto acontece muitas vezes nos EUA, uma vez que o governo americano tem de obter luz verde do Congresso para financiar um défice orçamental.

    Biden aproveitou para fazer batota, pois apresentou em meados de Dezembro um pedido que deveria ter apresentado no início de Outubro, com mais de 4000 páginas, e que foi comunicado antes de ontem aos membros do Congresso, que eram mais ou menos obrigados a votar para evitar o encerramento dos serviços públicos.

    Biden está a ser fortemente criticado porque alguns dos 1,7 mil milhões de dólares são para projectos malucos (com uma forte conotação “acordada”) que nada têm a ver com o simples funcionamento dos serviços públicos.

    Biden foi obrigado a dar ao CEO Ucraniano algumas migalhas.
    Deve também notar-se que a opinião pública americana é cada vez mais crítica em relação ao CEO Ucraniâno: o facto de ele ter amordaçado os seus opositores políticos, amordaçado os meios de comunicação . As suas incessantes exigências de dinheiro tornaram-se uma fonte inesgotável de críticas sérias ou humorísticas.

    A opinião pública americana, tal como a opinião pública europeia, começa a dizer abertamente que a paz virá através de negociações e não através da continuação de uma guerra que ninguém pode vencer, e que apenas beneficia o lobby militar-industrial.

    Imaginem a alegria da China em ver a UE e os EUA neste estado…e quanto mais tempo durar, mais fraca fica….especialmente os EU..

  3. Valeram as oportunas chamadas de atenção do Carlos Marques e do Joaquim Camacho. Acabei de visitar o site do Resistir.Info. e a foto em causa já foi retirada!

    • Prova que são sérios. Quem mente por desconhecimento, ou erra por descuido, mas depois é suficientemente humilde para corrigir, e intelectualmente honesto para reconhecer o erro (em vez de só o apagar sem dizer nada), merece os meus parabéns. Errar é humano, e Resistir é essencial.

  4. A foto foi retirada mas não dão a mão à palmatória, não fazem qualquer autocrítica. Ainda por cima, justificam a argolada dizendo que “o mesmo personagem tem outras imagens e vídeos compatíveis com a foto retirada”. Como “prova” desta afirmação deixam link para uma actuação antiga do palhaço Zelensky de quando a sua profissão era a de palhaço a tempo inteiro, o que não tem nada a ver. Dizer que a profissão de palhaço é “compatível” com a participação em paradas gay é:

    a) Estupidez.
    b) Desonestidade.
    c) Homofobia troglodita.
    d) Comparar a Feira de Borba com o olho do cu.*
    e) Todas as anteriores ao mesmo tempo.

    * Pardon my French, palize.

    • Não leio dessa maneira. Publicaram:
      «A foto Zelensky woke foi retirada devido a indicações de que seria uma montagem.»
      1) reconheceram o erro
      2) corrigiram-no
      3) não o apagaram simplesmente, foram humildes para dar nota disso
      Até aqui muito bem. Muito melhor que a maioria.

      O comentário que se segue:
      «No entanto, o mesmo personagem tem outras imagens e vídeos compatíveis com a foto retirada.»
      – tem um link para um vídeo do “trabalho” do senhor Z. Não vejo problema nenhum em mostrar a palhaçada. Mas dou-te o braço a torcer, as palavras usadas para apresentar o link não foram as mais felizes.

      Se fosse eu, simplesmente colocaria a nota a pedir desculpa pelo erro, e o link que eu usaria seria o do site que desmonta a falsidade e mostra a foto original.

      Há outro assunto que se mistura isto, e é uma das tuas hipóteses: homofobia troglodita. Tenho visto muito disso nas contas dos pró-Russos ultra-conservadores, em que como bandeira da NATO usam a bandeira arco-íris dos LGBT+.

      Mas reparei noutra coisa, o Resistir usa a palavra “woke” que, para quem não sabe, não é um insulto homofóbico, mas sim uma forma simples de identificar os superficiais que, mascarando-se de guerreiros pró-LGBT+ ou pró-feminismo etc, na realidade não passam de idiotas úteis do regime genocida ocidental, ou mesmo bots ou agentes avençados para fazer a propaganda.
      Ex: “é uma pena ver os EUA deixarem o Afeganistão, o que vai ser agora das mulheres?”
      – eu ouvi mesmo esta alarvidade da boca de um comentador europeu USAtlantista!!!
      Isto é a propaganda woke!

      Ou quando celebram que uma mulher seja vice-presidente do regime genocida ocidental, como se ser uma fêmea a mandar as bombas e os drones fosse uma coisa positiva para os civis bombardeados…

      Ou quando Israel e EUA condenam o Irão por… alegadamente tratar mal uma minoria. Quando na verdade Israel é que é a ditadura de Apartheid, os EUA é que são a oligarquia de racismo sistémico, e o Irão tinha os Curdos bem (q.b.) integrados e com os mesmos Direitos que os restantes Iranianos, mas precisou de usar violência policial para colocar fim a uma onda de violência (disparos contra polícias, ambulâncias destruídas, etc) que teve como origem, a acreditar no Rybar, em mais uma operação de “revolução colorida” com agentes dos EUA, UK, Israel, e Sauditas, e falsidades difundidas pelas redes sociais, lá está, com CEO e servidores dos EUA, e ao serviço dos EUA.

      Ou quando a Visão ou uma revista económica coloca na capa uma herdeira do Azevedo ou do Amorim, e diz que é “feminismo”… isto no mesmo país em que essas fêmeas fazem parte da facharia/patronato que condena as mulheres a desigualdade, e os trabalhadores (homens e mulheres) a salários miseráveis. É um “feminismo” do caraças, este dos woke/neoliberais.

      O tema é ainda mais importante e complexo que isto que descrevi e, resumindo e concluindo, é pena o Resistir ter abordado isto (do wokismo) com tal leviandade, levando pessoas como tu, com todo o direito para tal, a suspeitar de homofobia troglodita. Enfim.

  5. Quando visitei o site do «Resistir.Inf.», apenas se podia constatar que a foto havia sido retirada. A «explicação» surgiu depois, naturalmente numa «pior emenda do que o soneto»!

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