Uma pausa na loucura?

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 18/11/2022)

Miguel Sousa Tavares

Um míssil ucraniano caído inadvertidamente na Polónia foi imediatamente transformado pelo “herói de guerra” Zelensky e pelo “cão de guerra” Stoltenberg num “ataque russo com mísseis a território da NATO”. Apoiados pelos Estados bálticos e pela imprensa seguidista do costume, e cegos de excitação e entusiasmo, logo trataram de apelar à terceira guerra mundial, sem esperar sequer pelo esclarecimento das coisas e sem se deterem a pensar que interesse teria a Rússia em atacar um país da NATO e fazê-lo sob a forma de um míssil disparado contra uma quintarola agrícola, seis quilómetros adentro da fronteira polaca. Que este estranho incidente tenha ocorrido quando os grandes do mundo estavam reunidos do outro lado do planeta e numa altura em que, em surdina ou a meia voz, se começou a ouvir falar da necessidade de encontrar um caminho para desblo­quear a guerra na Ucrânia foi, decerto, uma coincidência, e não mais do que isso. Mas o que não é coincidência nem acaso é a “precipitação” de Zelensky e de Stoltenberg: nenhum deles está interessado na paz e sentiram o perigo que os últimos desenvolvimentos internacionais trazem aos seus objectivos.

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De facto, depois de longos meses a ouvirmos apenas o som dos tambores de guerra e os gritos entusiásticos dos incendiários, cuja coragem assenta no sacrifício e nas mortes alheias, de repente os ventos de loucura e morte parecem ter-se detido por um instante face ao abismo que estava pela frente. Em Bali, Biden e Xi Jinping conseguiram falar como gente crescida durante três horas, à margem do G20, para consertar os danos causados pela irresponsável e provocatória visita de Nancy Pelosi a Taiwan em Agosto passado e, pelo menos, entenderem-se no essencial: o retomar de contactos e colaboração bilateral em matéria de combate às alterações climáticas e prevenção de risco de guerra nuclear. Sim, a China é uma ditadura — desde 1949 —, abocanhou o Tibete, sufocou Hong Kong e Macau, reprime os uigures e não esconde a vontade de, a bem ou a mal, um dia submeter Taiwan ao seu jugo. Mas também a Arábia Saudita — e é apenas um exemplo entre os aliados americanos e ocidentais — é uma ditadura e conduz uma guerra de extermínio no Iémen. Como explicar a Pequim que a sua ditadura é para ser confrontada todos os dias e em todos os tabuleiros, enquanto a saudita merece ser cortejada com visita e beija-mão de Biden ao príncipe A.B.S. em nome do petróleo?

ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

Também, e por iniciativa mútua, antes que o prazo expirasse, Washington e Moscovo, Biden e Putin, por interpostos negociadores, retomaram as conversações para prolongar o prazo de vigência do Tratado START, de limitação de armas nucleares estratégicas — coisa que, entre muitas outras, deve ter irritado sumamente o secretário-geral da NATO, Stoltenberg. Como então Putin, o homem que há meses vem ameaçando o uso de armas nucleares na Ucrânia, negoceia simultaneamente um tratado de não-proliferação com os Estados Unidos? Como é que isto é possível? É possível por uma simples razão: porque ele nunca falou na utilização de armas nucleares na Ucrânia — tudo não passou sempre de uma grosseira manipulação das suas palavras e um aproveitamento dessa manipulação pelos entusiastas da guerra a qualquer preço. Putin falou duas vezes do uso de armas nucleares e o seu porta-voz, Dmitry Peskov, uma vez, e ambos sempre fora do contexto do foi divulgado e transformado em verdade inquestionável. A mais clara declaração de Putin sobre o assunto foi feita em 21 de Setembro, quando afirmou isto: “Se a integridade territorial russa for ameaçada, utilizaremos todos os meios para proteger a Rússia e o seu povo.” Ponto final. Não há aqui nenhuma referência explícita nem a armas nucleares nem à Ucrânia. Mas, admitindo que isso possa estar implícito na declaração, o que ele diz em nada contraria o que sempre foi a doutrina nuclear da Rússia e que é exactamente a mesma de qualquer outra potência nuclear. A frase de Putin podia ser dita por Joe Biden, por Emmanuel Macron, por Xi Jinping ou pelo PM inglês no poder na semana em que fosse proferida. Mas foi o suficiente para criar a lenda da ameaça nuclear da Rússia na guerra da Ucrânia, muito conveniente para inundar a Ucrânia com 146 mil milhões de dólares de armamento americano e depois ficar, simultaneamente, a celebrar as vitó­rias militares ucranianas e a lamentar o prosseguimento dos bombardeamentos russos. Como se fosse possível esperar uma guerra em que só um dos lados é que causasse danos ao outro.

Não há nenhuma contestação séria sobre quem foi o responsável último por esta guerra, sobre quem invadiu quem: foi a Rússia, de Putin. Diferente é a discussão sobre as razões que conduziram a tal, onde coexistem diversas versões e opiniões, e a discussão sobre o que foi ou não foi feito pelos poderes ocidentais para evitar a guerra: em minha opinião, nada.

Mas, independentemente disso, repito o que já aqui escrevi: não me lembro de alguma vez ter assistido a um grande acontecimento internacional coberto com tamanha unilateralidade e falta de isenção jornalística e opinativa por parte da chamada “imprensa livre”. Nunca vi tamanha promiscuidade entre propaganda e informação, tamanha falta de contraditório, de verificação de fontes, de fact checking, de ir para além das aparências e do pronto a consumir, de procurar o que está escondido, de fazer as perguntas difíceis, de questionar a verdade oficial.

Dos muitos exemplos que guardo armazenados para memória futura recorro apenas ao último, o da suspensão do acordo de exportação dos cereais ucranianos, denunciado pela imprensa ocidental como o regresso da Rússia à “arma da fome”. A “arma da fome” é, em primeiro lugar, uma arma recorrente e banal em toda a história das guerras. Mas, neste caso, tratava-se de a Rússia aceitar uma coisa completamente fora do comum, que era a de, levantando o bloqueio naval aos portos do mar Negro, permitir que o seu adversário continuasse livremente, em plena guerra, a lançar mão da sua maior fonte de rendimento económico, a exportação de cereais. O acordo, unicamente do interesse da Ucrânia, demorou a ser alcançado porque esta não aceitava a condição óbvia imposta pelos russos: a garantia de que os navios que iriam buscar os cereais à Ucrânia não iriam, na viagem de ida, carregados de armas. Finalmente, sob mediação da ONU e da Turquia, chegou-se a um acordo que estabeleceu que os navios seriam inspeccionados pelos mediadores e pelos russos, através da sua frota no mar Negro. E assim se fez e funcionou durante seis meses. Até que, duas semanas antes de terminar o prazo, prorrogável, do acordo, os ucranianos, através de drones navais de superfície (mais uma nova arma experimentada nesta guerra), atacaram os navios russos e a Rússia, claro, suspendeu o acordo. E mais uma vez os relatos e os comentários apresentaram os russos como os maus da fita, incapazes de cumprir acordos e dispostos a tudo nesta guerra.

O mesmo em Kherson. Kherson ia ser “um banho de sangue” provocado pelos russos, uma nova Estalinegrado, que deixaria a cidade em ruínas e onde Putin, indiferente ao número de baixas, usaria os novos recrutas como carne para canhão. Mas eis que os russos começam por convidar os civis a abandonar a cidade e depois foram eles próprios a retirarem-se para a margem oriental do Dniepre, evitando combates e baixas. A cidade ficou como estava e mesmo a floresta de minas que se dizia ter ficado no terreno não estava lá. Desta vez não havia valas comuns nem cadáveres nas ruas, muito embora em menos de 24 horas os ucranianos tenham arrolado 400 “crimes de guerra”. Em lugar de suspirar de alívio pelas vidas poupadas, de constatar que afinal Putin tinha renunciado ao anunciado banho de sangue e talvez isso pudesse significar alguma coisa de bom, aconteceu o contrário: a retirada russa foi saudada como uma demolidora derrota e a “heróica reconquista” ou “libertação” de Kherson (sem necessidade de disparar um único tiro) foi anunciada como o prenúncio de novas “vitórias”, até à vitória final. É verdade que uma retirada militar, por mais estratégica que seja, tem sempre um tom de derrota, mas há retiradas que ficaram para a história como movimentos estratégicos decisivos: Dunquerque, onde se salvou o Exército aliado na II Guerra Mundial, ou a retirada de Kutuzov diante do Exército de Napoleão, deixando-lhe uma terra queimada e Moscovo em chamas para alimentar a sua tropa.

Mas o importante em Kherson é o sinal do cansaço de guerra russo. E isso é uma oportunidade para a paz. Não nas condições inaceitáveis de Putin nem nas condições maximalistas de Zelensky e dos fanáticos de guerra europeus ou americanos. Certamente que com a responsabilização da Rússia pelos danos causados e a retirada do território conquistado nesta guerra, além de garan­tias efectivas de respeito pela integridade e soberania da Ucrânia. Mas também com aquilo que devia ter sido feito antes para evitar a guerra e não foi: escutar e aceitar até onde forem legítimas as razões da Rússia relativas à sua própria segurança.

E esta é a altura certa para tentar desbloquear uma guerra cuja continuidade sem fim à vista só interessa aos poucos que estão a ganhar milhões com ela à custa dos milhões que estão a ser sacrificados por ela. Até porque um dia é inevitável que aconteça um acidente com um verdadeiro míssil russo transvia­do, e aí já sabemos que há gente ansiosa por essa oportunidade de ouro para nos precipitar no abismo.

2 Vai começar o regabofe patriótico do Mundial. E, para dar o exemplo a partir de cima, lá vão as três principais figuras do Estado fazer o sacrifício do Catar: PR, PM e PAR. E lá veremos também, no camarote de honra, o dr. Arnaut, presidente da Assembleia-Geral da Federação Portuguesa de Futebol e também presidente dessa outra instituição de bem-fazer que é a ANA — Aeroportos, uma empresa que actualmente reclama em tribunal €300 milhões ao Estado por lucros cessantes durante a pandemia. Meus senhores, o que pensam que nós achamos disto?

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

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12 pensamentos sobre “Uma pausa na loucura?

  1. Caro Estátua , sei que não vem a propósito do artigo mas gostava de lhe expor algo que me anda a perturbar. A convergência de opiniões, estritamente no que toca à guerra na Ucrânia, com gente de extrema direita! Tem me acontecido ler qualquer coisa com que me identifico e quando vou ver, é apoiante de Trump ou coisa do gênero. Em conversa com uns amigos que sei serem bem de direita dei comigo a concordar com as suas visões dos acontecimentos. Eles próprios falam de nazis para aqui e nazis para ali como do inimigo a abater… Confesso que fico perplexa… O que é que se passa aqui ? Ainda há pouco vi um post ridículo com Putin e Trump de mãos dadas… Para uns é fascista para outros comunista e tenho a impressão que no meio estão todas as pessoas que têm receio dos extremos, que não se identificam com os extremos e que por isso se limitam a seguir a narrativa oficial, o invasor e o invadido, o herói zelensky, enfim…
    Eu não me identifico com extremos nem com zelenskys e por vezes não percebo esta confluência.
    Gostaria de saber a sua opinião 🙂

    • Cara amiga. Um destes dias escrevo eu um artigo, prometo, a explicar a razão dessa aparente incongruência. Tudo deriva da grelha de análise da política nacional não poder ser a mesma a ser usada na política internacional e na geopolítica.

    • A versão simples é que todo o poder mente no mundo que temos, e não sei se passou a ser mais comum ou mais notório, há a ideia que é mais democrático dizer o que as pessoas precisam de ouvir do que a complexa verdade, complicando ainda mais. E depois há o desejo de, havendo maus, também haver bons, e serem ambos claramente separáveis e classificáveis.
      Ora, os adultos na sala sabem que nunca há nada simples, nem ninguém que nunca erra. E não sei ao certo o que acredita a Estátua, mas afirmou que não concorda necessariamente com o conteúdo completo do que publica, e dificilmente concordará com alguns dos autores. São perspectivas. E se calhar é melhor que não editorialize, para o blogue não ser sobre ele/a. Embora, bem, às vezes há ideias preocupantes que não se deviam eternizar.

    • Gostava de dizer à Sr Maria que eu quando comento,comento como observador da história geopolítica,raramente comento assuntos Portugueses que nada tem haver com geopolítica,pois somos muito pequeninos para pensar em grande,mas sofremos muito com as decisões geopolíticas..

      Em relação à política sou neutro,mas defendo os mais vulneráveis,um melhor sistema de saúde,educação etc,etc,..Conheço como funciona o sistema político ,estive no meio dele, que vive da inveja,do individualismo e da vaidade…..A maioria é doutor sem serem doutores,uma aberração para mim..Um dia farei uma escrita,(nem sempre tenho tempo) sobre doutores políticos sem curso e com curso,a maioria deles fraquinhos,não precisam de trabalhar, nem de pensar..

      Há quatro regras no mundo geopolítico:
      1- Aquele que controla o mar, controla o mundo.
      2-Geografia é a Rainha.
      3- As armas fazem a diferença.
      4-Empiros colapsam.

      O problema é que as notícias geopolíticas em Portugal mostram cada dia que passa muito amadorismo ..Ainda ontem estiva ver o Paulo Portas a falar sobre geopolítica com um amadorismo incrível,e com a participação de muitos colaboradores.

      Aqui o trabalho é bom! Alguns criticam por simplificar demasiado, esse é o objectivo de grandes regras e qualquer simplificação é, por definição, uma traição. Pode-se criticar por ter um ponto de vista “demasiado não ocidental”, mas estes não são defeitos das suas grandes qualidades. À medida que se vai evoluindo ao longo do tempo, os pontos de vista vão sendo enriquecidos e alimentados pelos comentários que se recebe, o que é um excelente método que permite prever cenários credíveis. Estes são exactamente os métodos de análise das nossos grandes comentadores geopolíticos. Tudo o que temos de fazer agora é esperar pelas futuras contribuições inteligentes! Aproveitemos a liberdade de que parecemos gozar hoje para partilhar e enriquecer-se mutuamente. Mas lembremo-nos que a liberdade nunca é definitivamente adquirida. Em todo o caso, OBRIGADO e continue o mais tempo possível!

      Para mim é dos melhores blogues que conheço em relação à geopolítica mundial..

      Fique bem Sra Maria,obrigado..

    • A posição de cada pessoa sobre esta guerra pouco terá a ver com ser de esquerda ou de direita. Em minha opinião tem mais a ver com o conhecimento da história e da gestão daqueles territórios ao tempo da URSS.
      É óbvio que a posição da maioria da população tem apenas a ver com a cobertura unilateral que toda a comunicação social sobre o assunto, a começar, desde logo, pelo inculcar da ideia de que a guerra começou no dia 24 de Fevereiro, com a invasão russa.
      Se levarmos em conta que a independência da Ucrânia deu-se em 1991 e que em meados da década seguinte já era latente o conflito naqueles territórios, que levou aos acordos de Minsk, só podemos concluir que algo não correu bem no acerto das fronteiras do novo estado.

  2. Será esta Senhora maria de FATIMA ! pq tão ingenua como Santa,pq Marias há muitas e esta pelo é simplesmente Maria …..sobretudo quando pretende misturar o CHEGAnças com opiniões legitimas e livres que não encaixam no guião da NATO,versus UE do somos “todos Ucranianos”ora essa dizia tb minha Avó que presoe estimo muito…….

  3. Entretanto, passa-nos ao lado a chamada de atenção acerca do Arnault.
    Ninguém fica incomodado com semelhante personagem e os cargos que ocupa?
    Se bem me lembro, este fulano foi um mui ativo participante no saque passotroikista dos 4 anos de desgraça nacional. Orientou, por exemplo, a privatização dos CTT, que envolveu a Goldman Sachs e, após a sua saída desse (des)governo foi exercer um cargo na mesma Goldman Sachs sem que isso tivesse levantado qualquer suspeita às entidades judiciais.
    Será que já deixou de defender os interesses da mafiosa instituição?
    Como não é (?) de extrema direita ou esquerda não preocupa a Maria, pelos vistos.
    E o corrupto é o Sócrates, claro.
    Vai na volta, para ser mais atual, a culpa também é do Putin.

    • Claro que preocupa! A verdade é que a política nacional me angustia demasiado e já há muito tempo – desde os tempos da perseguição a Sócrates – que desisti de saber. O facto de não ser comentado o seu salto para a Goldman Sachs não tem nada de original. A nossa comunicação social ignora olímpicamente todo o escândalo que não inclua PS ou Sócrates. Veja-se os Panamá papers que o expresso fez desaparecer por esquecimento forçado. … Ficamos com a certeza que o ex PM socialista não constava porque se fosse o caso, não se falava de outra coisa 🙂

  4. Independentemente das figuras nacionais, há determinadas balizas que ajudam a formular juízos àcerca do que se passa.
    1) O comércio internacional, exceptuando as armas, é uma força de paz
    2) A interferência de instituições internacionais na governação interna dos países invalida o controlo democrático.
    3) As vias de transporte terreste intercontinentais, incluindo oleodutos e gasodutos, reduzem o controlo do comércio internacional por via da supremacia naval.
    4) A emissão de moeda é um elemento da soberania dos estados.
    5) Toda a vez que os parlamentos transferem poder de decisão constitucional para níveis supranacionais, reduzem o valor da democracia do próprio país e, de facto, demitem-se de exercer a função para que foram eleitos.
    6) A igualdade dos cidadãos perante a lei só é válida entre cidadãos com idêntico nível de rendimento económico.
    7) Política democrática e costumes da população, um campo complexo que não deve ser subvalorizado nem hipervalorizado.
    8) …

  5. Como sempre, Miguel Sousa Tavares (MST) usa e abusa da desonestidade intelectual e superficialidade na abordagem aos assuntos de forma a fazer de conta quea sua narrativa tem razão.

    “Sim, a China é uma ditadura — desde 1949 —, abocanhou o Tibete, sufocou Hong Kong e Macau, reprime os uigures e não esconde a vontade de, a bem ou a mal, um dia submeter Taiwan ao seu jugo.”

    Então antes de 1949 era o quê? Isto lembra o paleio sobre Cuba. Alguns até acham que o fascista Fulgêncio era democrata…

    Como se sufoca o que é seu?
    E como é que os outros imperialismos, acima de tudo o Britânico, não sufocavam? Mistério…

    Reprime Uigures? Quantas vezes vão os idiotas úteis da NATO repetir está mentira? O que é falso nunca será verdade.

    Quer submeter Taiwan ao seu jugo? Queres ver que Portugal também quer submeter a Madeira?

    Enfim. Vá lá que desta vez o MST lá acertou na mouche (é como o relógio avariado…) sobre as Taís “ameaças nucleares da Rússia”.

    Mas logo a seguir a dar uma no cravo, dá uma na ferradura: é indiscutível que a culpa da guerra é da Rússia? Os oito anos de guerra dos Nazi contra os democratas (pró-Russos, ou “só” anti-Nazi) não contam… As ameaças dos Naxi ao povo da Crimeia não contam… A violação dos acordos de paz de Minsk não conta… A perseguição aos ucranianos russófonos e pró-Russos, prisão, tortura, assassinato, proibição dos seus partidos e derrube do seu Presidente, nada conta… Os milhares de bombardeamentos diários pelos Nazi contra Donetsk e Lugansk ANTES da Rússia intervir, não conta…

    Óh MGT (e outros que continuam a repetir a mentira), vai pó carvalho!!

    Se a Rússia (e os Ucranianos pró-Russos) pousarem as armas, a guerra continuará pelas mãos de quem a iniciou, os corruptos da NATO e fanáticos Nazi, e então a guerra expande-se até à Crimeia, e torna-se de facto numa limpeza étnica.

    Já se os Nazi/NATO pousarem as armas, a guerra acaba nesse dia.

    A Rússia não começou a guerra, a Rússia teve de intervir para lhe por fim!!! E a NATO planeou tudo para a provocar e prolongar.
    Isto é factual.

    Esgotou-se-me a paciência, quem ainda não percebeu isto que expliquei, é totalmente acéfalo. Só nunca suspeitei que em Portugal este seres formassem uma maioria tão grande…

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