O Presente Distópico, o Futuro Ausente

(Por Hugo Dionísio, in Facebook, 25/10/2022)

Com a morte de Adriano Moreira tivemos o “prazer” de assistir ao pináculo da manipulação dos factos históricos, uma deturpação que só é possível no atual nível de concentração dos meios de relações públicas (apelidados de “comunicação social”) que, hoje, as oligarquias económicas têm ao seu dispor, mais do que nunca.

Tal deturpação pôde ser acompanhada em direto na SIC, no “Jornal da Noite”, quando, após peça jornalística na qual se relembrava o facto – verdadeiro, confirmado, documentado – de Adriano Moreira ter mandado reabrir o campo de concentração do Tarrafal, a pivot Clara de Sousa, logo de seguida, mostrando uma urgência fora do normal refere qualquer coisa do tipo “como a verdade é que conta, quero corrigir a peça e dizer que não foi verdade que AM tenha mandado reabrir o campo do Tarrafal”. E mais não disse, e mais não acrescentou, nem prova, testemunho ou documento. Nada!

Não é difícil perceber o que se passou. Perante a peça, verdadeira, que pretendia mostrar a suposta “complexidade” histórica de alguém que foi pilar da ditadura, alguém, de grande importância, terá telefonado para a régie e dito “que história é essa”? “Isso é um ultraje”, “ordeno que seja retirado”. Quem terá sido? Podem ter sido muitos, pois são mesmo muitos os que pretendem, ontem e hoje, o branqueamento do fascismo. Candidatos não faltam, de representantes da Nação, ao mais alto nível, a empresários e figuras do “regime”. O facto é que todos pudemos assistir, em direto, a um exemplo do mais atroz revisionismo histórico.

Esse revisionismo é uma prática comum nos dias de hoje. AM assinou a portaria que reabre o “campo de trabalhos”, mas na capa do pasquim “I”, diz-se que AM foi uma “figura que ilustra a complexidade da história”. A “complexidade”. Quando a figura agrada aos canais de Relações Públicas (R&P) da oligarquia, o termo “tirania”, “ditador”, “carniceiro”, “torturador” e “campo de concentração” para políticos da oposição, em especial, comunistas, são substituídos por “complexidade”. Esta relativização e branqueamento, das personalidades muito caras à oligarquia, são conhecidos. Afinal, George Washington, um esclavagista, racista e xenófobo, é classificado como “um homem do seu tempo”, como se a esse tempo não houvessem já lutas contra a escravatura, a exploração e a tirania. O mesmo é feito em relação a muitas outras figuras, atuais e passadas, que no seu currículo juntam as mais torpes e vis agressões à Humanidade.

Ao mesmo tempo encapotam estas “personalidades complexas” numa áurea de santidade intelectual que tudo desculpa, deturpação que só é possível devido ao controlo económico dos meios de construção da opinião pública.

Por sua vez, podemos ver o movimento inverso quando se tratam de personalidades que não agradam, mesmo nada, ao sistema oligárquico. Vejamos o caso, uma vez mais do “I” (este pasquim é mesmo de arrepiar), relativamente a Xi Ji Ping. Diz então que “encheu a liderança de homens fiéis”. Se não me apetecesse gritar, partia-me todo a rir. Então é só na China de Xi que os líderes se rodeiam de gente de confiança? Bem, então já descobri o problema que nos está a arrastar para a lama. Os líderes no Ocidente, das duas uma: ou não são líderes e não escolhem ninguém, e por isso estão rodeados de traidores, engraxadores, bajuladores e espiões; ou são líderes e escolhem mal os seus apoios, optando por gente de que desconfiam, sobre quem têm reservas e que querem destruir. O resultado de uma coisa destas só pode ser um: a degradação continuada das nossas condições de vida, causada por uma erosão constante das instituições democráticas, habitadas por gente em que não podemos confiar. Na forma são “democráticas”, mas, na verdade, são ocupadas por gente de confiança das oligarquias. Poucos partidos, em Portugal e na Europa, se podem orgulhar de ter nos seus órgãos verdadeiros representantes do povo. Gente cuja chegada ao poder depende, exclusivamente, dessa condição.

E o facto é que eu acredito mesmo que, nas estruturas democráticas, se agrava, de facto, a tendência para esta erosão, na medida em que apenas em órgãos de base (e com pouco poder decisório) podemos encontrar gente cuja chegada ao local não foi determinada em função de interesses exteriores ao processo democrático. Quanto mais subimos, constatamos que, grande parte dos ministros (só para falar destes), de um país como o nosso, não é escolhida em função da confiança, lealdade e identificação para com a liderança saída das eleições de um partido, ou da Nação, mas em função da lealdade a outras instâncias de poder, muito mais abrangentes, mas, ao mesmo tempo, mais distantes dos interesses e ansiedades do povo.

O ministro das finanças tem de ter a chancela do FMI, da UE, mas, sobretudo, dos interesses económicos mais poderosos. Nem que se tenha de ir buscar um ao estrangeiro, como se foi buscar Gaspar. O Primeiro-ministro, regra geral, tem de ser abençoado pelo G7, pelo Fórum de Davos e pelo Bilderberg. É essa a eleição que conta depois para a aceitação da figura pelos magnatas da comunicação social. António Costa, mesmo em 2015, já tinha ido ao beija-mão do Bilderberg. Medina também já lá foi, e isto diz muito de per se. O Ministro da Defesa só entra com a bênção da NATO. Nem se pense que não é assim. O mesmo para o Ministro dos Negócios Estrangeiros, que tem de passar pelo crivo da FLAD, da NATO, do G7. O Ministro da Economia, é ungido dos mesmos interesses que o das Finanças. Eis, por que razão, se chega ao ponto de naturalizar gente à pressa, como sucedeu no país de Z, ou de os ir buscar às universidades da Ivy League, como sucedeu com Álvaro Santos Pereira ou Úrsula Van Der Lata.

É essa passagem pelas instâncias formativas do poder internacional que confere a legitimidade governativa e garante a defesa dos interesses, mantendo a aparência da alternância de poder. O líder não escolhe as linhas mais importantes do seu exercício; antes, só chega lá o líder que se acomoda, porque, no fundo, a sua liderança é apenas mediática. Mesmo do ponto de vista da atuação governativa, hoje, nos países do Ocidente coletivo, toda a governação está normalizada, dando espaço a muito poucas nuances. Desde a economia, às finanças, ao trabalho, em todas elas, a UE (Comissão), O Banco Mundial, o FMI, o BCE, o FED, OCDE, todas estas instâncias emitem, não apenas, as “recomendações”, como as “avaliações”. Na atribuição dos fundos, a UE emite as “condicionalidades”. Não cumpres a condicionalidade, não recebes o dinheiro. E quem não perceber que isto funciona mesmo assim, de forma a garantir a estabilidade governativa dentro dos parâmetros de interesse da oligarquia globalista neoliberal, então não percebe em que mundo vive e não está preparado para participar democraticamente. Hoje, um país como o nosso, nem o IVA pode alterar sem autorização exterior.

Este sistema afasta, de forma inexorável, as grandes decisões em relação ao processo democrático formalmente em vigor. O procedimento é simples: despojar o sistema democrático de qualquer iniciativa ou proatividade. Daí que Cavaco Silva tenha, aquando da Geringonça, feito o rol de normalizações a que o governo teria de obedecer, e apenas com essa promessa ele o viabilizaria. Percebem agora? Não há autorização para sair do itinerário, admitindo-se apenas mudanças de pormenor.

Mas, a isto chamam “democracia”. Já quando um líder eleito exerce o seu poder, não deixando quem está fora decidir por quem está dentro, cumprindo o que prometeu ao povo, o sistema tecnocrático que funciona para a oligarquia, apelida o dirigente de “ditador”.

Se aqui se prende o Assange e o Snowden tem de fugir, é democracia, se o mesmo se passar na Rússia, é ditadura. Se aqui se controlam, à palavra, as redes sociais, é democracia, se for o governo chinês a fazê-lo para proteger a soberania nacional e o povo, de qualquer ingerência externa, é ditadura. Se Adriano Moreira reabrir o Tarrafal é “mentira” ou, quanto muito é “complexo”.

Se os EUA tiverem um Guantanamo, campos de trabalhos forçados e a Inglaterra tiver inventado os campos de concentração nas suas colónias, são democracias, se a URSS mantém alguns goulags do czarismo, é uma tirania.

Obrigar os empresários a cumprir sanções que levam sectores inteiros à falência, é proteger a democracia. Se um estado nacionalizar ou condicionar a entrada de privados em determinados negócios, de forma a proteger a sua soberania, é ditadura, e por aí adiante. Tudo em função da pretensão e do posicionamento relativo face ao poder estabelecido.

E perante esta dualidade que nega a análise, o debate e castra o nascimento de alternativas reais que respondam aos interesses do povo, como é suposto em democracia, acusa-se quem tentar explicar o que se passa de conivência com o inimigo, num processo inquisitorial que visa calar, condicionar, desmoralizar e desacreditar quem tenta lutar contra esta maré auto suicida.

E neste auto suicídio assistido, temos como assistente mor Van Der Lata. A história de Úrsula é tão escandalosa como obscura. Casada com Heiko Von Der Leyen, Director do laboratório americano Biotech Orgenesis, especializado em terapias celulares e genéticas, e detido pela… Pfizer, Van Der Lata comprou 10 vacinas desta farmacêutica por cada cidadão da UE, gastando mais de 70 mil milhões de Euros, uma parte dos quais terão necessariamente revertido em bónus para os seus bolsos, via marido.

Para se perceber por conta de quem ela governa, vejamos que quando o Parlamento Europeu lhe pediu os contratos assinados com a Pfizer, estes foram fornecidos com mais de 99% das clausulas tapadas, por razões de “propriedade intelectual”. Ou seja, uma tecnocrata gasta mais de 70 mil milhões do nosso dinheiro, e nem os contratos podemos ler, porque ela o diz. O processo de contratação pública foi por ajuste direto, o que descansa ainda menos, quando os escândalos que fizeram esta sinistra figura sair da Alemanha, foram precisamente os escandalosos ajustes diretos. Mas Úrsula estudou na Ivy League, e tem os mais elevados pergaminhos que lhe permitem aceder aos mais altos pódios. Fossem os órgãos de R&P próprios de democracias, e os telejornais teriam de abrir com declarações da diretora da Pfizer para a UE, dizendo como a farmacêutica nunca chegou, sequer, a testar as vacinas em matéria de transmissão do vírus entre pessoas. Apenas testaram para imunização e sem placebo, como foi denunciado nos EUA e como obrigam as normas internacionais. E tal como mentiram nas máscaras, mentem no resto, seja por omissão, seja descaradamente, principalmente porque sabem que os tentáculos do seu “polígrafo” nunca são longos o suficiente para chegarem à sua própria casa.

Para quem não percebe como se produz um estado de letargia, aceitação e até de autodestruição de uma população, veja-se o caso do país de Z, em que os 5 oligarcas mais ricos detêm, igualmente, todos os órgãos de R&P de grande tiragem. Só assim convenceriam uma parte importante do povo que os antes irmãos, passavam agora a inimigos a abater.

E enquanto colapsa o mundo liberal nascido há 500 anos, na era mercantilista (o liberalismo é a ideologia do modo de produção capitalista na sua fase imperial), vítima das suas insanáveis contradições, reduz-se a submissão do Sul Global (e da maioria da Humanidade) ao bloco ocidental, ao passo que os EUA aceleram o processo de pilhagem que outros começaram há 500 anos, numa desesperada corrida para manter a sua hegemonia. E neste quadro, eis que em Portugal se apresenta o nascimento de um partido liberal como uma “modernidade”.

Se um partido liberal já não era moderno há 200 anos, quando se deram as revoluções liberais em Portugal, país sempre atrasado nestas coisas, hoje é simplesmente anacrónico, apenas aceitável e explicável pelo elevadíssimo grau de ignorância política, histórica e ideológica dos quadros corporate, empregados da oligarquia, os quais, dominando muitas vezes a técnica de forma magistral, não consubstanciam tal domínio numa coisa que faz falta a todos: a cultura geral. Só assim se pode acreditar que “liberal” é moderno, precisamente quando em Inglaterra, nos EUA e um pouco por todo o Ocidente, colapsa o que conhecemos por sistema capitalista liberal.

Prova da natureza absolutamente predadora deste sistema, e da forma como tal se agudizou, desta feita para os povos ocidentais – antes mais protegidos da pilhagem, pois era no Sul Global que mais tropelias se faziam -, em resultado das dificuldades crescentes de manutenção dos níveis de dolarização e de ocidentalização das estruturas financeiras, comerciais e produtivas internacionais (e a China é de facto uma ameaça inultrapassável para o mundo capitalista liberal), o que dificulta a recolha de “almoços grátis” de que a recente redução da produção de petróleo da OPEC+, contra as pretensões e Washington, é apenas um exemplo, assistimos, hoje, a um agravamento brutal da exploração entre portas.

Se com a crise de 2008 tivemos um ataque à divida soberana, que submeteu definitivamente as economias de países como o nosso, às exigências dos “credores”; se veio o Covid-19 que representou um prémio absolutamente pornográfico para a indústria farmacêutica privada, principalmente a americana, como usual; hoje, temos de conviver com a especulação energética, a qual, em cima das restantes, leva os lucros a subirem ao mesmo ritmo que se agravam as nossas condições de vida.

Que jeito deram as sanções e a guerra. Se eu não soubesse quem a provocou, diria que era oportunismo. Mas não é… é mesmo planeamento. O controlo monopolista dos canais de transmissão de informação torna possível todo o tipo de tortura social, por ser possível garantir, com elevada taxa de eficácia, que só se fala do que não se deve e não se fala nada do que se deve.

Agora, tempos de inflação, um verdadeiro imposto sobre os pobres. E enquanto se agravam as nossas condições de vida, distraem-nos com o medo do desconhecido… quanto menos os canais de R&P falam do que se passa no mundo, maior o medo em relação à diferença… quanto maior a ignorância, maior a manipulação.

O medo é uma arma poderosíssima… Mas nunca para o progresso. Apenas para o retrocesso. Eu desconfio sempre dos sistemas que apostam no medo, ao invés da confiança! Ler as resoluções do G7, da NATO, do FMI ou do Fórum de Davos é como ler um livro de H. P. Lovecraft. É aterrorizante! Ao invés, experimentem ler as resoluções dos BRICS, da SCO ou da EAEU… Os primeiros apresentam-nos o inferno… Os segundos falam em futuro compartilhado… Uns falam em conter, boicotar, sancionar, pressionar… Os outros em construir, partilhar, cooperar…. Diria que já o tivemos por cá, mas não mais… Hoje é só distopia, passadas as promessas cor-de-rosa pós muro de Berlim. Muitos muros se constroem à nossa volta desde então.

E com este medo se cava, ainda mais, o fosso entre o presente e o futuro!

Sem análise do passado (análise histórica) e sem projeção do futuro, fica apenas um presente distópico, inultrapassável e esmagador…. Há algo melhor do que isto para a letargia? Há algo melhor, para quem manda, do que um sentimento conservador assente em ideias como: “é melhor parar, porque ainda pode piorar”; “é melhor deixar como está, porque há quem esteja pior”? Este reacionarismo, situacionismo e conservadorismo, mesquinho e tacanho, visa colocar-nos em choque… Porque em choque é-nos impossível agir.


Gosta da Estátua de Sal? Click aqui.

6 pensamentos sobre “O Presente Distópico, o Futuro Ausente

  1. A reeleição do Xi Jinping foi quase certa, por isso a bolsa de valores afundou-se, é mais devido a estes bolsistas que estão constantemente a apostar em eventos previsíveis e que acentuam as variações da bolsa de valores mesmo em não-eventos… É como as casas de apostas desportivas.

    Esperemos algumas pequenas, ou grandes reviravoltas nos meses, ou melhor, nas semanas vindouras!!!
    A bolsa de valores chinesa colapsou … quem se importa, sabendo que no Ocidente e nos EUA o preço é exagerado … é apenas dinheiro e não se pode comê-lo …
    As apostas actuais são muito mais importantes do que alguns tostões numa conta bancária!

    O problema com a bolsa de valores é antes o Politburo. O primeiro (suposto gerir a economia) é a última pessoa no comando em Xangai. Um grande amigo de Xi.

    Foi ele que não lutou o suficiente contra o Covid, e fechou a cidade durante 2 meses para compensar a situação. Poder-se-ia dizer que com a sua leveza contra Zero-Covid derrubou sozinho o PIB chinês (exagero, mas não em demasia). Ele poderia ter feito como Shenzhen, um controlo drástico desde o primeiro caso para limitar os danos …

    E os outros líderes da economia foram todos expulsos. Esse é o problema.

    Este tipo vai afundar a China; ele deve ter pedido conselhos aos politicos portugueses…
    De qualquer modo, o que pensávamos ser “merdinchina” era então “merdinucránia”.

    Em sua defesa, parece que Hu Jintao não é mais fresco que Joe “Walking Dead” Biden…

    Para além do meu ponto de vista, é evidente que o número de pessoas a gerir é numa escala incomensurável com o nosso país.
    Não se preocupem, tudo ficará bem, segundo a narrativa, à mínima confusão, será a lei marcial e a devolução do passe. com a suspensão das eleições no final do dia, tornando impossível a reeleição e em bom “itarismo” total…

    O que se viu na China está a acontecer noutros lugares, eles têm a franqueza de o fazer diante dos seus olhos, AQUI com a Úrsula está escondido o comunismo.…

    É tempo de fazer a diferença entre xi jiping limpar o pântano e o PCC trabalhar para os globalistas…

    Mas com o NOM a avançar, em Inglaterra, com a nomeação de líderes amigos do NOM que “adoram” o sistema chinês, há motivos de preocupação.

    A questão da ética liberal versus comunismo… O comandante dos Democratas Liberais quando se trata de tornar o Imperialismo Americano frutífero não há pib. A riqueza não tem cheiro enquanto se tratar de mantê-la e fazê-la crescer, a história da burguesia aliada ao fascismo revela os pontos cegos da burguesia… obter lucros a qualquer custo.

    Apesar da eleição de Xi Jinping, os alemães (especialmente Olaf Scholz ?) ainda estão interessados em investir no PCC:

    Estão a vender-lhe uma boa parte do porto de Hamburgo e estão prestes a insistir em mais investimento na China, está em curso o desempacotamento de uma “alcatifa”.

    Aparentemente, os seus anteriores “contratempos” na China e o seu naufrágio antológico com gás russo não foram suficientes para eles!

    Querem sem dúvida “refazer-se” como no casino, prontos a perder tudo para evitar o seu colapso?

    É uma ilustração do adágio de que algumas pessoas nunca aprendem com os seus erros.

    Têm vindo a acumulá-los desde o início do século XX !

    De salientar que Olaf Scholz não é pior do que o “nosso” Paulo Portas que até venderia as suas cuecas aos chineses.

    Em todos os países há traidores ao bem comum que estão bem colocados no topo do Estado.

    Note-se que há um velhote que também não deve estar no seu perfeito juízo, mas que está no poder num super estado do outro lado do oceano…
    Isso é ainda mais assustador, não é?

    Após 500 anos de invasão europeia, pilhagem e dominação do mundo, seguidos de belas promessas de um mundo melhor e unificado há 70 anos, a Europa teve uma oportunidade de reparar os seus erros diplomáticos e criar verdadeiros acordos de paz com o Oriente. Em vez disso, a Europa em todo o seu orgulho e ingenuidade vendeu-se primeiro ao neoliberalismo americano, exportando todas as suas fábricas e know-how para “países em desenvolvimento” para criar uma “economia de serviços” que é frágil e cujas autoridades públicas são desorganizadas e esbanjadas em empresas privadas. Os individualistas ricos e a sua caça pelo lucro e poder é a gangrena da Europa.

    A China, sem de forma alguma querer glorificar as suas políticas, está simplesmente a retomar o controlo desta globalização da qual o Ocidente perdeu o controlo.
    Enquanto que com um pouco de vontade globalista humanitária, o poder que os ocidentais tinham há algumas décadas atrás poderia ter sido usado para criar um mundo muito melhor…

    Dentro de 5 anos, seremos campeões mundiais nas sanções inúteis às nações que se desenvolvem, enquanto devemos estar felizes por elas também!
    Temos o problema de que qualquer nação que se torne economicamente independente não é boa para nós, como a China para nós é um inimigo, embora nunca tenha sido contra nós, só a China é mais forte do que nós em todos os sentidos…Somos egoístas, nunca nos sentimos felizes pelos países que se desenvolvem, e também esta história da ecologia que gozam com o mundo, nós iniciamos as centrais eléctricas a carvão e criticamos os países produtores de petróleo, Enquanto que é graças a eles que nos mantemos economicamente! O contexto actual confirma-o bem! O

    Os financiadores do mundo ocidental e árabe transferiram os seus activos e fluxos de investimento para a China, que pagaram melhor pelos investimentos, permitiram a produção a um terço do custo no Ocidente, e representaram um enorme mercado em crescimento. Ao custo de dezenas de milhões de desempregados nos nossos países, de uma deflação que enriqueceu os rentistas à custa dos trabalhadores, e de sectores inteiros de produtos estratégicos e de inovação pilhados. Actualmente, não há mais crescimento, os custos locais estão a explodir e o retorno dos investimentos não é melhor do que no Ocidente ou entre os árabes. Assim, os financiadores estão a retirar-se da China. E teremos uma guerra dentro de 2 ou 3 anos.

    O Ocidente procurava mão-de-obra mais barata para fabricar o que precisava porque a sua própria era demasiado elevada para poupar dinheiro. Depois deslocalizou todas as indústrias, incluindo a tecnologia, e como se isso não fosse suficiente, vendeu algumas delas, ou digamos que não vai precisar delas no futuro. Não está terminado, eles aceitaram e fizeram réplicas mais pequenas através de cópia.

    Para além de tudo isto, os ocidentais pensavam que seria a fábrica de baixo custo do planeta. Mas um provérbio diz que é necessário perdoar mas não esquecer… e assim este país com todas estas ferramentas, planos, indústrias… diz-se porque não somos também capazes de fazer e melhorar com a experiência. O Ocidente queria fazer o que está a fazer agora com os países escandinavos, alargando a Europa ao Leste para substituir o continente africano. Infelizmente, assim que exploraram o seu solo e viram que havia o suficiente para produzir equipamento de ponta, disseram a si próprios que tinham de tomar o nosso destino nas suas próprias mãos… O que a África não podia fazer.

    Assim, aperfeiçoaram tudo o que o Ocidente lhes forneceu para o oferecerem onde pudessem. Agora estão a deslocalizar-se por todo o lado e dizem que foram ingénuos.

  2. não é possível acreditar nos vossos escritos porque estes incluem conteúdo que outras pessoas denunciaram como abusivo …

    “E esta, hein?” (fernando pessa)

    🤣🤣🤣🤣🤣

  3. * Mas agora depois do #Afeganistão (problema iniciado pelos #EUA na década de 1970), depois do #Kosovo, depois do #Iraque, depois da #Líbia, depois da #Síria, percebo, como #McClean_in_vincent_song …

    Eles não ouviram, eles não estão ouvindo, ainda
    Talvez eles nunca vão ouvir

    E assim vemos que a reação do #Parlamento da #UE está longe de ser madura, e quanto ao resto do mundo ocidental, é claro que eles odeiam a #Rússia e sempre odiaram, desde 1917, quando #Moscovo mostrou ao mundo que existe um modelo alternativo social e económico.

    Nunca há um pouco de positividade na mérdia ocidental acerca da Rússia ou dos russos *

    * recordando mais uma vez …

Leave a Reply to André CamposCancel reply

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.