Porquê?

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 15/07/2022)

Miguel Sousa Tavares

Uma das poucas pessoas que eu me habituei a admirar sem desilusão na política portuguesa — António Ramalho Eanes, de seu nome — disse uma vez, quando era Presidente da República, que Portugal era um país eternamente adiado. Passaram-se alguns 40 anos, ele continua alerta, e o país continua adiado. Não por falta de dinheiro, de oportunidades, de avisos, de experiências, de estudos, de comissões, de organismos e funcionários, de Estado e de impostos. Porquê, então?

Porque é que tantos incêndios e tantos milhares de hectares ardidos depois continuamos a viver todos os Verões com o terror dos incêndios, roubando-nos o prazer de umas férias tranquilas, quase nos fazendo sentir culpados por gozar um dia de praia ou uma noite de luar? Porque é que, depois de tantos milhões gastos a satisfazer todas as reivindicações dos bombeiros e a comprar o material de combate mais sofisticado que existe, os aviões estão quase todos parados há anos por falta de peças ou por disputas contratuais, os eucaliptos e pinheiros bravos continuam a ser plantados sem controlo em zonas de risco, os incendiários são soltos sistematicamente e os bombeiros são remunerados pelas horas gastas a combater fogos em vez de o serem pelos fogos que não ocorreram? — sinal de que teriam passado o ano inteiro a prevenir os incêndios no terreno e não apenas a combatê-los na época deles.

ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

Porque é que, após tantos estudos incontestados sobre o avanço inexorável da seca no Sul da Europa, ainda temos uma ministra da Agricultura que defende e subsidia as culturas intensivas e exóticas bêbadas de água e predadoras dos solos e que ainda há meses apresentava, ufana, um Plano de Regadio 2030 em que propunha duplicar a área de rega do Alqueva com a mesmíssima água, para satisfazer a sede de lucro instantâneo dos industriais agrícolas estrangeiros? Será louca? Será ignorante?

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Porque é que, depois de décadas a perorar sobre os danos irreversíveis do excesso de construção turística, sobre zonas sensíveis da orla costeira, sobre um crescimento desordenado e feito sem ter em conta a capacidade de resposta dos recursos naturais, tudo continua exactamente na mesma, com a impassível filosofia de “constrói-se agora e depois logo se vê” — como é exemplo último a outrora maravilhosa praia de Benagil, no Algarve, hoje um verdadeiro pesadelo, em terra, na areia e no mar e, mesmo assim, ainda ameaçada com mais 2000 camas a construir na falésia! São loucos? Não, são criminosos, verdadeiros delinquentes penais. E porque é que, perante este panorama de pura ganância e corrupção, não pomos fim a isto com uma simples alteração legislativa, deixando de financiar as Câmaras através do IMI para que não seja beneficiado em receitas quem mais construção autoriza?

E porque é que, com o mais baixo índice de natalidade de toda a Europa (logo, provavelmente, do mundo), fruto de uma geração que não quer fazer filhos — uns por justificadas razões, outros por simples egoísmo —, não adoptamos verdadeiras políticas de prémios à paternidade, a começar por majorar as pensões de reforma em função dos filhos que se teve e se sustentou durante a vida útil?

E porque é que, olhando para os pornográficos números de absentismo de professores, médicos do SNS ou outros funcionários do Estado, não os remuneramos em função da sua assiduidade ao trabalho, declarem-se eles doentes terminais ou não?

E porque é que continuamos a manter centenas de organismos públicos, muitos dos quais ninguém sabe para que servem e funcionando em autofagia administrativa (ou seja, para se sustentarem apenas a si próprios), sem coragem para fazer um levantamento sério de todos eles e encerrar os que nada adiantam?

E porque é que não acabamos com o grosso dos benefícios fiscais, inúteis e sem justificação válida, a começar pelas fundações — mas cuja liquidação ou fim de isenções fiscais não seja precedida por um estudo tão pouco sério como aquele feito no tempo do Governo de Passos Coelho, que conseguiu concluir que a fundação mais útil ao país era a Fundação Social-Democrata da Madeira e a que mais benefícios indevidos tinha era a Fundação Calouste Gulbenkian?

E porque é que não conseguimos assentar numa política laboral (será assim tão difícil?) que consiga simultanea­mente castigar os maus empresários e os profissionais do subsídio de desemprego e incentivar os empresários que inovam, arriscam e não fazem batota e os trabalhadores que gostam de trabalhar? E não ter o Estado em cima de uns e outros a sugar qualquer tentativa de progredir fazendo mais e melhor?

Estes são apenas alguns pontos em que Portugal continua eternamente adiado. Onde andamos eternamente à roda, sem querer ver a saída ou sem coragem para entrar por ela adentro. Não falo sequer de uma reflexão estratégica que o país nunca fez a sério, embora se gaste dinheiro em inúmeras conferências e simpósios sobre o tema. De que vamos viver no futuro próximo e no futuro médio? Que recursos naturais temos, durante quanto tempo e que proveito podemos tirar deles? Em que sectores poderemos ser competitivos sem comprometer a sustentabilidade a todos os níveis? Que exportações deveremos apoiar e que importações poderemos substituir com proveito por produção própria? Que reformas são verdadeiramente inadiáveis, o que pretendemos alcançar com elas, quanto nos custarão e quanto tempo será necessário para as tornar efectivas? Que obras públicas são urgentes e quais são dispensáveis? Como poderemos legislar, em todos os domínios e em todos os sectores, para incentivar e premiar a competência, o mérito, a competitividade leal e o investimento produtivo? Como poderemos libertarmo-nos do peso castrador das corporações em todas as áreas da política e da economia? Que limites deveremos fixar ao endividamento do Estado, à tributação fiscal, individual e colectiva e à receita fiscal global do Estado em percentagem do PIB?

Quando será que nos libertaremos desta fatalidade de tudo o que pode correr mal correr sempre mal? De quando nos anunciam uma onda de calor já sabermos que o país vai começar a arder? Que quando o ano escolar começa sabermos que os professores vão faltar? Que quanto mais dinheiro se investe na saúde pública mais serviços deixam de funcionar?

Que quanto mais se acorre aos bancos e se jura que tudo será reembolsado aos contribuintes mais certo é que nada será devolvido e tudo será justificado com perdas contingentes inevitáveis, mesmo quando, à vista de todos, se vende por 20% do valor a um amigo desconhecido que depois revende por 200%? Que quanto mais nos prometem que a última ajuda europeia será mesmo a última e para utilizar de forma exemplar tudo se repete como antes e o dinheiro acaba nos mesmos e nos mesmos negócios, sem controlo nem efeito multiplicador? Que quando o Estado assina contratos com grandes interesses privados acaba sempre aldrabado e quando litiga acaba vencido? E que quando vemos um monstro a erguer-se sobre uma falésia à beira-mar ou um campo de abacates a ser plantado em zona de Reserva Agrícola ou Ecológica e nos perguntamos como é possível isto acontecer ainda hoje, a resposta é a mesma de sempre: “Direitos adquiridos.”

Porque é que, então, nunca mais chega o dia em que adquirimos o direito a um país justo, transparente e funcional?

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia


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8 pensamentos sobre “Porquê?

  1. Miguelito, Miguelito! O estado é o causador de todos os males! Muito bem! Deixa-te de lérias e fala dos males que o sistema finançeiro e as transnacionais causam às sociedades onde estão implantadas. Tentas tapar o sol com uma peneira. Não me enganas.Estás ao serviço da burguesia, que tudo quer para si! Demagogo Hipócrita!

  2. Com discursos deste nivel “emocional” não deve faltar muito até o MST ser convidado para integrar os esquadrões do chega.

    MRocha

  3. “Porque é que, então, nunca mais chega o dia em que adquirimos o direito a um país justo, transparente e funcional?”

    Porque, o salgado ainda não foi preso. Quando os salgados deste país forem presos é possível adquirimos o direito a um país justo, transparente e funcional.

  4. Porque é que, então, nunca mais chega o dia em que adquirimos o direito a tudólogos que saibam do que falam, a começar pelas obrigações internacionais, os investimentos e recursos reais ao dispor do estado, ou a ideologia subjacente, invés de lugares comuns, estes sim politicamente correctos, distanciados da realidade como ela é?

  5. Todos os anos há fogos ateados por pessoas quer intencionalmente, por acidente ou por pura estupidez. E no final, o que é feito para evitar isto? Nada. Sem prevenção, sem medidas, sem planeamento, nada para o evitar…

    Todos os anos a mesma história…não só lá…mas em todo o lado…e as pessoas responsáveis…nós e os nossos governos que andam loucos pela ecologia…

    Uma (duas ou mesmo três exactamente) perguntas como esta: qual é a pegada de carbono de um hectare de floresta ardida?
    E o consumo de água, esse bem precioso de que todos falam, por hectare de fogo?
    Algum plano de Portugal para proteger as florestas contra incêndios? Não, não têm.

    Estranho que tenha havido tantos incêndios na Europa este Verão, quando há escassez de trigo e de quase tudo. Sinto que vamos ser novamente pressionados por nos dizerem que não foi só a guerra na Ucrânia, mas agora os incêndios que devastaram o abastecimento alimentar e tudo o mais.

    Também se fala que estes incêndios são deliberados para a produção de Biocombustível devido ao fim do petróleo…(Não sei se é verdade,mas que se fala muito sobre isso,é verdade).

    Apesar das perdas anuais, nenhum plano de prevenção é posto em prática…Fala-se em meios e mais meios,e nada mais,como se fosse suficiente.

    A degradação crescente do ambiente, com temperaturas altas tem uma grande responsabilidade do ser humano, devido à sua acção predatória desenfreada sobre a Natureza!

    A diferença entre o princípio de fazer a coisa certa e a memória de não voltar a cometer os mesmos erros: “Um homem inteligente resolve os problemas enquanto o homem sábio os evitou”.

    O que fazemos, continuamos a ver o infortúnio atingir-nos com toda a força e no coração, ricos ou pobres, ou unimos esforços para o interesse geral?

    Mas isso sem ter em conta que os nossos líderes, quem quer quesejam, estão principalmente preocupados com as suas economias…
    Demasiado dinheiro e interesses dominam esta pobre nação…
    E no final, apetece-me dizer o que um politico estrangeiro disse:
    Enquanto a casa está a arder, nós olhamos para o outro lado.
    Infelizmente, acho que ele tinha razão…

    Há muitos incendiários em Portugal…. infelizmente…o calor não é a única causa …

    Mete-me nojo… Sinto-me triste.

    Tudo isto é, infelizmente, o resultado da transformação da nossa sociedade que começou em 1980. É também o resultado de uma falta de educação e do clima económico em que vivemos. Tudo está desfocado, tudo é virtual, as bases da vida em comum foram laminadas (respeito pelos valores do trabalho, respeito pelos outros ….). Já não é tempo de prevenir, resta muito pouco tempo para curar. As nossas elites vivem num ambiente protegido, porque deveriam preocupar-se com o bem-estar das pessoas comuns? Na política grega significa … ocupar-se dos assuntos da cidade …. Já não é este o caso. Ainda temos pão e jogos, mas vamos passar por momentos difíceis.

    Os impostos já são muito mal utilizados para os serviços públicos que serve exclusamente para comprar a paz social (benefícios,taxos e amigos, …..) Com populações empobrecidas..…

    Para não mencionar o sistema político que se concede privilégios.

    O que está a ser preparado, voluntariamente ou não, é um ajustamento deflacionista gigantesco das despesas do Estado e, portanto, uma deflação económica sem precedentes.

    O FMI que está a começar a bater é um sinal fraco, o fruto ainda não está maduro mas está a amadurecer bem.

    Catastrófico em todos os níveis.A carga fiscal é enorme e nunca foi tão grande, para serviços que são deficientes e que se tornam cada vez mais deficientes. E a pergunta perturbadora e no entanto pertinente: para onde vai todo o dinheiro que um Estado tão ganancioso como omnipresente nos atira sem vergonha?

    Dando um passo atrás, tanto reflexivamente como historicamente, podemos esboçar um diagnóstico de muito e muito pouco:
    – Demasiada administração, que cria um aparelho estatal pesado e dispendioso ao mesmo tempo que impede as pessoas que trabalham de fazer o seu trabalho, porque há tanta papelada, procedimentos, documentos de apoio, intermediários… para satisfazer… e para pagar.
    – Há demasiados padrões, que também criam um aparelho que vive e irrita a população com controlos minuciosos.
    – Demasiados impostos: impostos, direitos (especialmente sobre o trabalho, a última gota!), atrasos, multas, contribuições, juros de mora e outros impostos que nos são cobrados a cada volta. Isto gera desânimo e ressentimento.
    – Demasiado parasitismo (não disse “comensalismo”): muitos abusos e preguiça permitidos por más leis e regras.

    Muito pouco rigor na educação. Muito pouca ética nos nossos ‘queridos’ líderes ‘eleitos’, bem como na administração e na indústria.
    – Demasiada injustiça, quanto mais não seja por ser tão difícil de aceder. Quantas pessoas desistem de procurar justiça porque é demasiado cara, demasiado complexa, demasiado stressante, demasiado incerta?

    – Demasiada passividade numa população que se tornou anestesiada. É o espírito empresarial (em todas as suas formas e em todos os campos) que torna uma nação dinâmica e próspera. Em Portugal faz-se TUDO para desencorajar. O empreendedorismo tornou-se um grande risco. E, apesar de todos os mistérios, se for bem sucedido, é invejado, franzido e hiper-punido.
    – Há demasiada indecência entre os nossos líderes, que afirmam ser benevolentes mas que, na realidade, são muito maliciosos. Geram à sua volta uma Nomenklatura odiosa, desdenhosa e bulímica.
    – Demasiadas mentiras em questões sociais e políticas: os principais meios de comunicação já não fazem o seu trabalho de análise objectiva e preocupação com a verdade. Ou são dependentes ou amordaçados até um grau perigoso.
    – E finalmente, como resultado de tudo isto, há muito pouca, realmente muito pouca democracia e cidadania.

    Estamos a chegar a um ponto de viragem civilizacional. Cuidado!

    Voltando às dificuldades, por conseguinte, estas dificuldades são algo semelhantes às dificuldades da sua população. São vítimas deste grande Leviatã a que chamamos o ‘sistema’. É o nosso sistema que se tornou omnipresente e precisa de ser radical e rapidamente revisto. Pode ser vista como uma enorme pirâmide em que a base (o povo) se desmorona, ameaçando assim o “ponto de viragem”.
    Mas este sistema é cego e autoritário; vai querer manter o poder até ao ponto da autodestruição.

    Estes incêndios é o espelho do colapso da nação que não é capaz de proteger as suas populações..

    “Uma nação assim não merece existir”!(A frase não é minha)

  6. O objectivo de uma nação não é formar homens com uma consciência em vez de consumidores e robôs?

    Sim, a escola está doente.
    Muito por culpa dos professores..(nem todos)

    A escola é a imagem do resto desta “sociedade” ….

    Não vale a pena pensar num sector (aqui…educação) como sendo diferente, protegido ou mesmo melhor que os outros !!!!

    O colapso é colectivo e global, porque é o resultado de colapsos individuais.
    Olhar de umbigo.
    A ideologia da preguiça.
    Desfrutar de imediato.
    Egocentrismo.
    A ausência de um projecto.
    Falta de ambição.
    Igualitarismo dogmático.
    Nivelamento da equidade.
    O triunfo da mediocridade.
    A deificação das minorias.
    O amor pela diferença.
    A beatificação da incultura….
    E assim por diante….

    Temos o que merecemos. Individual e colectivamente.

    Colhemos o que semeamos.

    O mundo “antes” sabia como sonhar.

    Teremos de reencantar o nosso mundo…. ou afundar para sempre…..

    Defender este sistema, será um grande democrata…até questioná-lo fará de si um “populista” desprezível.
    O sistema anglo-saxónico é emblemático da corrida ao lucro, mas o sistema educativo francês não é melhor.

    É normal que o contribuinte tenha pago professores com resultados tão maus, hoje é assim, em suma, serão eles úteis apenas para a sua remuneração?

    Na minha opinião, apenas a escola primária é essencial e deve ser supervisionada pelos professores mais apaixonados e competentes.

    Sei que o meu comentário não agradará, mas a verdade não é agradável, caso contrário, não haveria políticos.

    Estou profundamente deprimido ao ver a nossa sociedade a descer… mas não é previsível? todas as civilizações caem a dada altura.

    Lembro-me do burro que não aprendeu nada na escola.
    Neste país, é verdade que se não tiveres uma licenciatura nem que seja de recursos humanos,(uma licenciatura desprezível) não és nada, e foi isso que os grandes professores disseram .
    No entanto, quantos dos grandes líderes empresariais deste país não têm licenciatura, mas têm grandes licenciados a trabalhar no fundo da sua escada que, tendo deixado os seus livros, não sabem como empreender porque não têm nem a ambição nem as armas para liderar.
    Quando neste país reconhecermos o valor correcto do ser humano e quando deixarmos ao sistema a possibilidade e os meios de transmitir à geração futura certamente mais poupança do que a educação actual, o que é uma vergonha para o nosso país.

    Os factos estão lá, as instituições querem consumidores idiotas que são incapazes de desafiar o poder político.
    Os professores enquadram-se em várias categorias: aqueles que são conscienciosos e querem transmitir conhecimentos com a satisfação de um trabalho bem feito. Estes são os que são intimidados, ostracizados e chamados nomes. Eles são os menos numerosos.
    Há também quem veja que o sistema é prejudicial e não corresponde aos objectivos oficiais. Ficam calados por falta de carácter e protestam apenas para proteger as suas vantagens pessoais.
    A última categoria é a dos políticos, que estão totalmente dentro da ideologia da desconstrução iniciada há décadas: o disparate “progressista” faz parte dela. Têm geralmente um nível ridiculamente baixo de disciplina e uma falta de pensamento crítico.

    Ser professor não é fácil, há muitas dificuldades. Mas penso que aqueles que tentam fazer o seu trabalho honestamente devem ser apoiados e encorajados.

    É evidente que a evolução da educação nacional é paralela à do país. Ainda há bons professores em algumas escolas secundárias continuam a ser lugares de excelência.

    A Educação Nacional obriga-me a fazer o deslize, ou seja, a doxa de uma doutrinação institucionalizada neste desejo de educar o povo. Quando haverá um Ministério da Educação Pública ao serviço daqueles que desejam aprender em vez de ser o instrumento do nosso mal-estar civilizacional?

    Cordialmente.

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