(José Manuel Correia Pinto, in Facebook, 23/03/2022)

O novo Governo começa mal. Depois de todo o secretismo acerca dos nomes com receio que viessem a cair nas mãos de Marcelo e delas para a comunicação social, passou se exatamente o contrario: a entrega formal ao Presidente da República dos nomes que compõe o novo Governo foi antecedida da sua publicação na comunicação social, o que levou Marcelo – muito justamente – a cancelar o encontro com Costa.
Entre ter havido um descuido e ter sido feito propositamente, dificilmente se poderá aceitar a tese do descuido, tantas foram as cautelas que rodearam a sua constituição.
Um incidente que trará consequências, de nada valendo minimizá-lo como já se ouviu nalgumas caixas de ressonância do à Governo.
Quanto ao mais, não creio que o Presidente da República bem como muitos outros portugueses estejam particularmente satisfeitos com a composição deste Governo.
Dada a situação política, militar e económica que se vive na Europa, as três pastas mais importantes serão a da Defesa, a dos Negócios Estrangeiros e a da Economia, pastas que deveriam ter sido entregues a nomes que pudessem suprir ou atenuar as insuficiências de António Costa (que são várias) no actual contexto. Considerando que o PM já deu sinais de não se encontrar à vontade na presente situação (algo muito diferente de uma pandemia), talvez fosse exageradamente optimista supor que tivesse consciência das suas insuficiências e se propusesse atenuá-las por via da escolha adequada de personalidades que naquelas pastas pudessem fazer o que ele não tem feito.
O Ministro da Defesa é uma senhora que não tem a menor experiência nem conhecimentos suficientes para saber como mover-se no complexo xadrez em que vai ser chamada a actuar. António Costa deveria ter escolhido um militar, democrata, que saiba fazer analises realistas da situação e tenha uma noção muito clara dos verdadeiros interesses nacionais. Nomes não faltariam, mas Costa como tantos outros receia a convivência com verdadeiros democratas.
Nos Negócios Estrangeiros, a escolha não poderia ser pior. Não apenas por se tratar de uma pessoa com a qual o PR está politicamente incompatibilizado, grave num cargo em que o PR tem amplos poderes, mas também – e principalmente – por já ter dado provas sobejas de que não tem uma noção correcta dos interesses nacionais, actuando antes como um burocrata de Bruxelas ao serviço dos pseudo interesses da instituição em que se considera integrado. Provavelmente, só a escolha de um diplomata experiente, com um passado construído à margem de fáceis consensos e sem receio de defender o interesse nacional poderia preencher as exigências do cargo, ponto é que ele exista.
Finalmente, na Economia exigia se uma pessoa de acção, com grande sentido prático da resposta a dar aos múltiplos problemas que vão surgir, e não um visionário idealista que se propõe alcançar resultados daqui a 10 ou 15 anos. Ficando sem se perceber por que razão Siza Vieira não continua.
Em resumo: Costa deveria ter percebido que a maioria absoluta não lhe garante nada.
Oh, santa inocência ! O autor não vê, que dado o currículo ( factos políticos, actuação no Governo de Balsemão, história da Vichissoise e muitos outros episódios ), é óbvio que quem “bufou” a composição do Governo para a Comunicação Social foi……………o próprio Marcelo, com o intuito mesquinho de disparar uma salva de pólvora seca ao novo Governo, mesmo antes de empossado ? Aliás, como tinha sido ele a “bufar” o assunto da nomeação do CEMA.
Já os comentários quanto à Ministra da Defesa são, no mínimo, repugnantes. Quanto à experiência, é só ver o CV de Helena Carreiras. https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Carreiras
José Manuel Correia Pinto ignora que o Ministro da Defesa deve ser um político e não, necessáriamente, um militar ? Aliás, seria muito difícil a um militar tomar decisões em assuntos que pudessem beliscar os seus camaradas. Mas, já sei ! José Manuel Correia Pinto tem saudades dos tempos do infame Capitão Santos Costa, Nazi e Ministro da Defesa do Salazar. palmas para Javisol !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!