(Jerónimo de Sousa, in Expresso, 05/03/2021)

(Cem anos é muito tempo. Apesar de todas as contradições que lhe podem ser apontadas, o PCP foi uma força política essencial para o derrube da ditadura e a eclosão do 25 de Abril, da Liberdade e da Democracia. Todos os democratas lhe devem a tenacidade, as lágrimas e mesmo o sangue que empenhou nessa luta. E todos os democratas lhe devem a viragem histórica que permitiu a queda da Direita e de Passos Coelho e o surgimento dos Governos do PS de António Costa.
Parabenizamos, pois, o PCP. Se até o Expresso do Dr. Balsemão, neste aniversário do PCP, publica o artigo abaixo, porque não haveria a Estátua de o republicar? Ainda que isso não implique tomar posição sobre o conteúdo político nele expresso, como acontece com muitos dos textos que aqui trazemos.
Estátua de Sal, 06/03/2021)
O PCP assinala este sábado, dia 6 de março, o seu centenário. Cem anos de vida e de luta que se confundem com a história e a luta dos trabalhadores e do povo português.
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Cem anos de vida e luta ininterruptos, só possíveis de compreender pelo que este partido representou de criação e emanação da classe operária e dos trabalhadores portugueses, enquanto portador de uma teoria e uma natureza de classe a elas associadas expressa na sua orientação política, obra de resistência, heroicidade e inteira dedicação ao povo e ao país de gerações de combatentes comunistas.
Este é o partido da luta pela liberdade e a democracia, que enfrentou a ditadura fascista, o único que não capitulou nem renunciou à luta e que, enraizado na classe operária e no povo português, buscou aí, sem prescindir da construção da unidade democrática, a força e determinação para resistir e ampliar a sua ação. O “Partido!”, como era conhecido entre as massas, não só porque era o único que resistia mas sobretudo porque era nele que, na luta contra a exploração, as desigualdades, a pobreza e a guerra, os trabalhadores encontravam inscritas e traduzidas as suas aspirações.
Nas difíceis condições do fascismo, na clandestinidade, pagando com a vida ou a prisão, aí se encontrou o PCP, e essa abnegada e corajosa intervenção conduziu à liquidação do fascismo, à vitória da liberdade e da democracia. Ninguém como o PCP e os comunistas conhecem o valor e o significado do que democracia e liberdade representam, pela singela razão de saberem, por experiência vivida, o que pagaram para as conquistar, com a privação da sua própria liberdade ou a perda da vida.
Na Revolução de Abril, impulsionando a poderosa intervenção da classe operária e dos trabalhadores, das massas populares, transformando a ação militar em revolução, e na concretização das suas extraordinárias conquistas, que ainda hoje perduram como valores e referências para a construção de uma política capaz de assegurar a construção de um Portugal de progresso, desenvolvido e soberano, aí se encontra o PCP. Assim como na luta para enfrentar o processo contrarrevolucionário, de restauração do poder monopolista e de submissão externa do país, acompanhado da limitação de direitos e intensificação da exploração que sucessivos Governos da política de direita conduzida por PS, PSD e CDS suportam há décadas.
Em todos os momentos, no combate à exploração, na defesa e por avanços nos direitos dos trabalhadores, dos jovens, pela emancipação da mulher, pela soberania e independência nacionais, o PCP esteve presente. Não é uma frase de circunstância ou exibição proclamatória afirmar, com a certificação de verdade que a prática e a vida não autorizam desmentir, que em Portugal não há avanço, conquista, progresso que não tenha contado com as ideias, o esforço e a luta deste Partido Comunista Português que agora faz 100 anos.
Poucos negarão que este partido tem um percurso e uma história inigualável. Mas o que importa relevar no momento em que assinalamos os 100 anos da sua existência é que, orgulhoso do seu percurso ímpar e inseparável dele, o PCP confirma-se como partido com mais projeto e futuro do que história e passado.
O PCP confirma-se como partido com mais projeto e futuro do que história e passado
O PCP aqui está, nestes tempos estranhos e difíceis em que uma epidemia revelou problemas e défices estruturais acumulados a partir de políticas e opções contrárias aos interesses nacionais, a intervir para dar a resposta no plano da saúde com o reforço do SNS, da testagem, do rastreio e da garantia do acesso universal e rápido à vacinação, no apoio necessário a todos quantos perderam salários ou rendimentos, na criação de condições para a retoma das atividades (económicas, educativas, culturais, desportivas, sociais). Intervindo para combater os aproveitamentos que a partir da situação justificam o assalto a direitos e a mais exploração, contrariando a difusão do medo que corrói a dimensão social de um viver coletivo, tolhe vontades e o gosto pelo usufruir da vida.
O PCP aqui está, com inteira independência, fazendo prova de que não prescinde de nenhuma oportunidade para dar resposta aos problemas do país e à efetivação de direitos e à elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, batendo-se pelo que se impõe como necessário, denunciando resistências e obstáculos que o Governo PS coloca à sua concretização, combatendo os projetos antidemocráticos que PSD, CDS e os seus sucedâneos do Chega e Iniciativa Liberal buscam para atacar o regime que a Constituição da República consagra.
A dimensão dos problemas com que o país se confronta exige uma outra política, uma política alternativa patriótica e de esquerda que assuma a valorização dos trabalhadores, dos seus direitos e salários, o reforço dos serviços públicos, o aumento da produção nacional e do investimento público, o aproveitamento pleno dos recursos naturais em harmonia com a preservação do ambiente e a coesão nacional, a recuperação do controlo de sectores estratégicos e da soberania monetária como eixos essenciais à construção de um país desenvolvido de acordo com os seus interesses e os do seu povo. É essa política que o PCP assume e propõe, em torno da qual convoca todos os democratas e patriotas, os trabalhadores e o povo, para com a sua ação lhe darem concretização.
Partido internacionalista e patriótico, o PCP ergue a sua ação na luta pela paz, pela afirmação do direito do país a um desenvolvimento soberano, não submetido a imposições externas contrárias aos seus interesses num quadro de cooperação mutuamente vantajosa com todos os outros países da Europa e do mundo.
Perante o que o capitalismo revela e confirma de sistema assente na injustiça, desigualdade e exploração, que o processo de vacinação exibe da sua natureza desumana e iníqua ao negar a milhões de seres humanos dos países menos desenvolvidos o acesso a este bem que deve ser património de todos, emerge com incontornável atualidade a luta por uma sociedade nova, uma organização social mais avançada, que coloque no centro a resposta às necessidades humanas e a sua harmonia com a natureza, uma sociedade livre da exploração e da opressão — o socialismo.
É vinculado a esse objetivo e ideal transformador, progressista e avançado, de revolucionamento indispensável ao futuro das novas gerações, que o PCP prossegue a sua luta. Sempre no lugar que ocupou: com os trabalhadores e o povo, baseado no seu compromisso para com os seus direitos e aspirações, vinculado ao seu ideal e projeto comunista, lutando por uma democracia avançada e pelo socialismo. É pelo seu passado e presente, mas essencialmente pelo seu projeto e ideal, que dizemos, com inteira confiança, que o “futuro tem partido”.
Secretário-geral do PCP
Bem, já que ninguém quer comentad, comento eu.
A questão PCP apresenta duas vertentes distintas.
1- O PCP nunca lutou pela democracia. Ao lutar contra a ditadura salazarista ptetendia apenas substitui-la por um fascismo de esquerda . O modelo do PCP é uma ditadura de partido único em que a oposiçao acaba na prisão, ou pior.
Lenine foi um Trump de esquerda mais bem sucedido.
Derrubou um governo democrático. Pior ainda, um governo democrático de esquerda, do partido socialista revolucionário russo.
Em seguida perdeu as eleições para esse mesmo partido democrático.
No problem.
Dissolveu a assembleia eleita recorrendo á violência das suas milicias armadas e a partir daí nunca mais houve eleiçoes livres em 70 anos…
O que havia eram os sovietes, conselhos completamente dominados pelo partido, de onde toda a oposiçao já tinha sido previamente expulsa pelo PC e que durante 70 anos votaram por unanimidade todas as resoluções de um partido que em eleiçoes livres andou sempre à volta de 10%, 30% dos votos.
Face à oposição responderam com uma guerra civil e uma repressão que durou 70 anos e nos seus periodos mais violentos provocou milhões de mortos.
Nada disto era circunstancial. O regime sovietico assumia o periodo do terror da revolução francesa como modelo e várias obras teóricas foram escritas por comunistas a enaltecer o terrorismo de estado como meio de governo. Por exemplo, Trotsky o numero dois da revolução logo a seguir a Lenine,escreveu um livro a preconizar o terrorismo.
Toda a oposição, mesmo a de esquerda, mesmo de camaradas do próprio partido foi afogada em sangue.
O sonho húmido dos camaradas do PCP…
Por alguma razão esta ideologia foi considerada equivalente ao fascismo pela União Europeia.
O problema para os próprios comunistas foi que o frenezim do sangue foi tão demencial que os próprios assassinos começaram a assassinar-se uns aos outros.
A maior parte dos dirigentes da revolução comunista foram assassinados pelo seu próprio partido.
Trotsky, Kamenev, Zinoviev e centenas de outros. A própria direção do exército vermelho foi massacrada, abrindo caminho ás vitórias de Hitler pela auto-decapitação do exercito vermelho… Nem a policia politica, que fazia os massacres, escapava. Periodicamente os seus chefes eram assassinados, como Beria.
A táctica era a habitual na esquerda, começavam a chamar fascista a qualquer oposição como pretexto para o assassinato, primeiro moral, depois fisico.
Podemos ver isso até neste blog, onde várias pessoas me tratam de fascista como desculpa para exigir a minha censura, insultar e ameaçar-me.
É uma velha receita da violência totalitária esquerdista.
Imagino o que devem chorar por não me poderem levar para um gulag para acabar comigo discretamente.
Á paulada, como sugere o camarada CFS.
2-Entretanto é este partido esquerdo-fascista e outros equivalentes, como o bloco, que defendem os direitos dos trabalhadores.
Devido à falência da social democracia são os únicos com que os trabalhadores podem contar.
São inimigos mortais da esquerda moderada, a social democracia que construiu o estado social.
O partido socialista revolucionário de Kefensky, que o Trump de esquerda, perdão, o Lenine derrubou, era uma forma de social-democracia na medida em que combinava socialismo com democracia.
Da mesma forma, pouco depois, alarmada pelo que vira suceder na Rússia a Kerensky e à posterior repressão comunista sobre os democratas e a esquerda, a social democracia alemã ripostava liquidando a sua ala comunista. Destruindo a república do conselhos bávara e os spartaquistas de Liebknecht e Rosa Luxemburgo.
De facto, todas as reais conquistas sociais da revolução comunista podiam ter sido alcançadas em paz, democracia e sem derramamento de sangue pela esquerda democrática de Kerensky.
Em vez disso o aventureirismo “trumpista” de Lenine e o seu totalitarismo sangrento levou a uma hecatombe na rússia, dividiu a esquerda e deu até origem à subida do fascismo e à segunda guerra mundial, que foram essencialmente uma reacção à implantação da ditadura comunista russa.
Nem Mussolini nem Hitler teriam subido ao poder não fossem massacres como o exterminio dos Kulaks, camponeses russos com terra, o fuzilamento das crianças da familia real russa, a fome provocada na Ucrânia e muitos outros crimes comunistas que serviram de motivação e propaganda a todos os movimentos fascistas.
Entretanto, a seguir à segunda GM, dá-se o fenómeno oposto. A direita mundial, obrigada a desfruir o fascismo que se revelava pior que o comunismo, viu-se forçada a um consenso com a esquerda democrática, para travar o comunismo.
Desta forma, CONTRA VONTADE, o comunismo foi fundamental para a ascensão da social democracia europeia, que com o estado social alcançou o zénite da civilização, pela primeira vez permitindo que todo o povo usufruisse dos beneficios da mesma em paz e liberdade.
Mas nos anos 70 vemos a social democracia a ser absorvida pelo cancro neoliberal e o estado social a começar a esboroar-se sob as investidas da burguesia.
Assim, hoje, o que restam dos direitos sociais está dependente do que resta da ala totalitária da esquerda.
Estes kamaradas no poder criavam uma ditadura sanguinária de tipo fascista de esquerda.
Mas na oposição são vitais para impedir o avanço da direita.
Não podemos pactuar com tudo o que fazem, mas não se pode deixar cair o PC e o seu mano inimigo, o bloco.
São o nosso ultimo baluarte contra Passos e Venturas, que se puderem recriam a miséria social generalizada do liberalismo económico do Séc.XIX.
Não é nada bom, mas é o que se pode arranjar.
E olhem que estou a dizer isto de gente que, se pudesse, me matava à paulada.
Cala-te, fascista!
Pai, perdoai-lhe porque não sabe o que diz…
Cara estátua.
Você é que anda aí a espalhar aldrabices como aquela que a revolução de Outubro derrubou o czar e os outros é que não sabem o que dizem ?
Vocês são tão fake como o Trump.
Indique lá uma mentira em concreto que eu tenha dito.
Afinal, eu já indiquei muitas suas…
Texto de um estalinista, inscrito num jornal cada vez mais com tendências estalinistas, de quem prefere a falsificação e o dinheiro à VERDADE e ao respeito pelos Direitos Humanos. Nomeadamente a liberdade que amordaçarm em campos de concentração por esse mundio fora.