
Com ao rasto de miséria deixado pela combinação entre as medidas do memorando com a Troika e a agenda económica de extrema-direita de Passos Coelho a economia social floresceu e a caridade foi institucionalizadas. Aliás, só por acidente um dos senhores desse mundo da caridade e da economia social não foi mais longe: Fernando Nobre foi candidato presidencial e só não chegou a presidente da Assembleia da República devido a divergências dentro do PSD. Para a história ficam as denuncias da forte presença familiar de Fernando Nobre na AMI, uma empresa no negócio da ajuda.
Em Portugal há a falsa ideia de que esses verdadeiros senhores da guerra que gerem as muitas instituições da economia social são gente com lugar reservado no céu, concidadãos que dão o melhor de si para servir os outros e que graças à sua dedicação as instituições conseguem os donativos que lhes permite estar onde falta o Estado. Nada mais fácil, a generalidade da imensidão de instituições do negócio, desde as santas e santíssimas Casas às corporações de bombeiros vivem ou de subsídios estatais ou de mecenatos alimentados por benefícios fiscais, que na prática são uma receita fiscal negativa, o equivalente a uma despesa.
Ainda há poucos dias falou-se muito das refeições dos bombeiros e foi o que se viu, com o senhor da Liga a fazer ameaças e com comandantes de bombeiros a justificarem-se com argumentos como o de gente a mais para comida a menos. Talvez isso tenha sido verdade na hora de cortar os papos-secos para fazerem sandes de ar, mas não o foi certamente na hora de pedirem ao Estado mais de vinte euros por cada papo-seco.
Um bom exemplo desta relação entre poder e economia social foi dada por Passos Coelho, cortou nos apoios do Estado e com o que tirou aos pobres financiou as instituições da economia social, tendo o cuidado de colocar um dos seus à frente da mais importante dessas agremiações, a Misericórdia de Lisboa. Para a história da última legislatura ficam a intervenção política de personalidades da economia social, com destaque para Santana Lopes, Fernando Nobre e a senhora do Banco Alimentar contra a Fome.
Subscrevo (Y)
Republicou isto em O Jardim da Celeste.
Toda esta “caridade” não passa de uma teia montada pela nossa extrema direita institucionalizada. A classificação de extrema direita, não é gratuita. É que há muita gente de direita honesta que, infelizmente, todos os dias é manipulada por uma informação financeiramente comprometida com os efetivos interesses dessa extrema direita, que se instalou nas direções associativas, ditas de várias IPSS a par com os cargos estaduais que a representação política e parlamentar convencionou e deu força jurídica.
Não foi por acaso que o senhor Santana Lopes foi nomeado provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. E como ele muitos, mas mesmo muitos, conseguiram a troco de dinheiro, alcandroarem-se aos postos similares em muitas outras instituições, contando-se quase pelos dedos aquelas que são geridas por pessoas de bem.
Esta dita “economia social” que gere uma caridade interesseira nunca teve na Igreja portuguesa um verdadeiro regulador, como o Papa tem sistemáticamente dito e exigido.
Esta “Rarríssimas” até pela sua oportunística designação, mostra bem os estado de sofisticação chegou a caridadezinha.
São os meios sociais ditos mais pequenos, aqueles que mmais controlo exercem sobr a atividade destas instituições, porque nos meios populacionais maiores assiste-se a um deserto de tutela e inspeção. Inspeção fiscal e administrativa é absolutamente ZERO !!!
Não sei o que o Partido Socialista e os partidos que lhe prestam apoio governativo esperam para dar uma volta legislativa completa a esta dita “economia social”. Desde logo impondo regras objetivas na comprovação da idoneidade e competência de quem nela se estabelece. Regras à alemã, daquelas que quando não são cumpridas, os seus autores desde logo são penalizados com o pagamento de pesadíssimas multas para além de penas penitenciárias julgadas por doutos tribunais.
Com um controle sério e competente, estes sem vergonha, das multiplas “rarríssimas” que por aí estão, não teriam qualquer possibilidade de existir.
Bom comentário!
“Neste imenso mundo de dinheiro fácil do Estado não há regras nem controlo e está apodrecido por uma imensidão de esquemas de compadrio”, nesta frase resume-se o aspecto fundamental da vida destas organizações. O Estado financia mas não fiscaliza, porque coitadinhos e depois dá nisto.