Às quintas é que era…

(Joaquim Vassalo Abreu, 08/02/2017)

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Eu jurei a mim próprio, e quando juro eu juro que juro mesmo, juro-vos, que não falaria mais deste “espécime”, pois julgando-o definitivamente retirado naquele recatado convento, que dizem de S. Sacramento, onde ele assentou o seu gabinete, espaço onde se dedica a escrever as suas memórias e a revisitar os seus imensos avisos, ele não mais falaria e a isso, portanto, nos pouparia.

Mas enganei-me e o “espécime” falou. Quebrou o silêncio, como se diz. Mas que terá ele dito assim de tão oportuno, de tão premente e importante, que me fez sobressaltar e quase pecar pondo em dúvida a jura que tinha feito?

Quem me alertou foi aquele “Expresso Curto”, que insistem em enviar para o meu Mail e que começa sempre assim: “Bom dia, este é o seu Expresso Curto”. Mas como eu tomo um logo que me levanto, deixo sempre esse para mais tarde. Mas quando o fui ler, observei uma coisa extraordinária: Diz ele que o “espécime” vai levar à estampa um livro, livro este de 592 páginas e que se titula “ Quinta Feira e outros dias”, e estes só podem ser os outros dias da semana, e que o “espécime” diz se tratar de uma “prestação de contas aos portugueses, daquilo que foram os seus anos como presidente desta república e em que promete tornar públicos testemunhos relevantes da sua magistratura e que são, em larga medida, desconhecidos dos cidadãos”.

Ora, meu caro “espécime”, eu desde já declaro que dispenso as suas memórias, como faço um enorme esforço para esquecer o que foi a sua magistratura e, portanto, nem o vou ler nem comprar, nem estou minimamente interessado nos “segredos” que ele pode conter. Assim como se fosse o Saraiva a escrevê-lo.

Mas há uma coisa que eu li, ainda agora a propósito de um relatório da OCDE acerca de Portugal, e que remete para um comentário expelido por S.Exª “espécime” em que refere aquela já dinossáurica conclusão: a de que os portugueses “ viveram acima das suas possibilidades”. No fundo como S.Exª “espécime” a quem não chegavam 10 mil aéreos por mês, para acudir às suas necessidades…Que necessidades é que é a pergunta. Casa de praia? Casa de campo? O Meo Arena? Assim do mesmo modo que um seu antigo ministro, um tal de André Gonçalves Pereira, aquele que tinha aquele casarão redondo na Quinta do Lago, onde fazia aquelas festas que apareciam na Caras e outras caras afins, que dizia que aquilo que ganhava como ministro não lhe chegava para os charutos…Que sacrifício foi ser ministro, como que sacrifício foi ser presidente. Só prejuízo! Deviam ser ressarcidos pelo Estado: um pelos charutos que teve que custear e S.Exª, “espécime”, das prestações que terá que pagar. De elementar justiça, sem dúvida.

Ma eu jurei que quando escrevi uma crónica, a que apelidei de “Leva-os…”, e aqui vai o Link http://wp.me/p4c5So-zk ,jurei que não falava mais dele, e eu quando juro não juro em vão, ela seria a última mas, como muitos dos Amigos que vão lendo aquilo que vou escrevendo e publicando não o eram nem o faziam há três anos atrás, eu vou-vos presentear com um texto que escrevi e publiquei precisamente no dia 3 de Dezembro de 2013. Assim, cumprindo a minha jura, considerem tudo o que antes escrevi como simples introdução! Uma ligeira e inócua introdução a um pequeno e jocoso texto a que chamei de “CHAMA O ANTÓNIO…O ANÍBAL ANTÓNIO”, escrito na data que indiquei, vejam lá à eternidade que foi…Link: http://wp.me/p4c5So-F.

´Ás Quintas é Que Era, não era “espécime”? Eu não queria falar, mas obrigam-me…


Fonte aqui

Um pensamento sobre “Às quintas é que era…

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