Quem ganhou as eleições foi o Ministério Público!

(José Sócrates, in entrevista à CNN, 19/04/2024)

Não sei se Sócrates é culpado ou não de algum ilícito. A Justiça ainda não me esclareceu, dez anos depois da sua prisão. Agora, eu sei uma coisa. A Justiça tem cometido atropelos sobre atropelos no processo que lhe tem movido. A Justiça tem atuado contra o Estado de Direito, contra o elenco de liberdades e garantias dos cidadãos expressos na Constituição, com a anuência envergonhada dos partidos, nomeadamente do PS. Por isso, diz Sócrates, o PS veio a ser punido pela sua cobardia, através do golpe judicial que levou à demissão de António Costa, a eleições antecipadas, e ao regresso do PSD ao poder. Ou seja, como diz o povo, “quem o inimigo poupa às mãos lhe morre”.

Mas é ver o vídeo. É instrutivo. E, se a Justiça, ao que parece, não tem nada a apresentar contra António Costa – apesar de ter feito cair o seu Governo de maioria absoluta -, será que Sócrates tem razão e só há falsas acusações e narrativas fantasiosas contra ele?! Fico, cada vez mais, na dúvida.

Estátua de Sal, 20/04/2024

Vídeo com a entrevista a Sócrates aqui.


Gosta da Estátua de Sal? Click aqui.

5 pensamentos sobre “Quem ganhou as eleições foi o Ministério Público!

  1. Mentiroso um dia, mentiroso sempre. Constato que as fotos estão trocadas. Acontece desde que a imprensa foi inventada. Estava lá o buraco, as fotos eram do mesmo tamanho e zás… umas vezes estavam trocadas, outras de cabeça para baixo. A foto de baixo devia estar em cima, é aí que está o Pinóquio.

  2. ÚLTIMA HORA!

    Será verdade que, conforme fonte, mantida no anonimato, do jornalista Pepe Escobar, a Rússia, com prévio conhecimento e luz verde, quer dos EUA, quer da China, mas acordando entre si todo um silêncio sobre a matéria, terá abatido um avião israelita que se prepararia para fazer explodir no céu do Irão uma bomba capaz de, num raio de 400 Km, tornar inoperacional tudo o que fosse elétrico, com receio de que tal ação israeleita pudesse incendiar todo o Médio Oriente, inclusívé levando a uma terceira guerra mundia?

  3. A democracia é impossível se os cidadãos não tiverem acesso a informação real, sólida e aprofundada. Sem ela, as galinhas continuam a votar nas raposas.

    Quem é que tem o poder em Portugal? A resposta é muito simples, antigamente era a aristocracia, hoje é a burguesia, ou seja, os capitalistas, os ricos, a oligarquia, tal como nos EUA…
    Não é necessário envolver sociedades ocultas, a classe dirigente está bem estabelecida, com endereços bem conhecidos.

    Os burocratas de Bruxelas estão simplesmente a obedecer às directivas da burguesia, e no topo existe uma classe social dominante: a burguesia… voltamos sempre aos fundamentos do marxismo…

    Também a “pequena burguesia” serve a grande burguesia, copia-a, imita-a e gostaria de fazer parte dela… Abraça plenamente a sua ideologia.
    Basta olhar para os gestores de uma empresa, é uma corte, onde todos competem para conseguir um lugar mais alto, é quem agradar mais ao “mestre”… Todos trabalham em conjunto para esmagar a massa dos proletários, mas comem-se uns aos outros por interesse próprio e ambição.
    Só existe uma burguesia … a sua elite governa com o apoio da “pequena” burguesia de lacaios do poder.

    E depois de tudo isto… não nos passa pela cabeça SAIR da União Europeia? !!!!!
    Dado que nada pode ser alterado nos tratados, exceto por uma unanimidade impossível…

    São os tratados e os lobbies que determinam a política, não os governos ou políticos, e é por isso que, independentemente dos votos por país, a política europeia tem ido sempre na mesma direção.

    Ouvi dizer que a UE vai passar a chamar-se EURSS pela sua vertente neoliberal com controlo total pelas instituições, um parlamento da verdade, democracia oligárquica com voto eletrónico e mandatos múltiplos, concorrência leal nos sectores públicos para os grandes lobbies, tributação europeia e alinhamento dos códigos laborais e salariais.
    Tem razão, precisamos de ainda mais socialismo e controlo – é esse o futuro, sem dúvida.

    É precisamente o quadro constitucional que está enviesado, porque, sob a pressão alemã, a UE é ordoliberal. O ordoliberalismo consiste em institucionalizar as regras económicas nos Tratados (ou seja, o mercado livre e a concorrência livre e não falseada) para se colocar fora do jogo democrático e das mudanças nas circunstâncias políticas que emanam do sufrágio universal.

    A Comissão Europeia é a única a propor leis europeias! a única a ter o direito de iniciativa… não é bom que assim seja e o Parlamento tem, em vários pontos, votações não vinculativas… . E os lóbis – americanos também – não se cansam de fazer a sua parte!

    O que falta é que, quando a Comissão elabora os seus regulamentos, cada Estado-Membro envia os seus funcionários especializados na matéria para redigir o texto. Por isso, por um lado, há uma coisa democrática e, por outro, funcionários públicos que trabalham sob controlo político, o que não é muito diferente da democracia em Portugal, onde, por um lado, há um presidente e uma assembleia eleita e, por outro, funcionários públicos que trabalham para o governo, nomeados sem voto.

    Em suma, é muito louvável educar e tentar mobilizar as pessoas para irem votar. Mas NADA vai mudar a nível interno, convenhamos…

    Acreditar que a mudança é, no mínimo, ingénuo. Significa esquecer os seus fundamentos liberais, os interesses das pessoas que a dirigem, o equilíbrio de poderes , o peso das finanças, as estratégias que os liberais podem utilizar para fazer passar as suas políticas…

    Não há nada de novo, Portugal só existe porque está sob controlo e se Portugal se tornasse um bastião da esquerda a burguesia provocaria uma guerra entre os estados membros para a fazer desaparecer. Não há nada a esperar , seja qual for o resultado de qualquer eleição. Pegarão em armas, mais cedo ou mais tarde chegará a esse ponto.

    Faço muitas perguntas a mim próprio,é assim que consigo menter o meu espírito crítico,e a questão é:”Será que o Povo ainda consegue fazer valer o seu peso face a…”. Uma premissa, que na minha opinião é bastante errada, de que o Povo nunca foi capaz de “fazer valer o seu peso” no passado.
    Antes de mais, “o Povo” não quer dizer nada… Os 10% (e mais ainda o 1%) dos mais ricos fazem parte do Povo e não têm os mesmos interesses que os 10% mais pobres… Nem, aliás, os 40% de cada lado da linha mediana… Num tal molho demográfico “equilibrado”, com uma grande classe média no meio para actuar como amortecedor entre a minoria rica e pobre, não há razão para que algo mude, porque o “Povo” votará de acordo com os interesses de classe que manterão mais ou menos o equilíbrio.

    Obviamente, porque a democracia representativa dos regimes burgueses tende sempre nessa direção, uma vez que o objetivo é proteger cada vez mais estritamente a “ordem” vigente face ao descontentamento crescente devido ao aumento das desigualdades, inclinar-se-á um pouco mais para a expressão despudorada da extrema-direita, onde hoje se exprime sob a capa, mas o resultado concreto permanecerá o mesmo: uma mudança repugnante que penalizará sempre os mais pobres, e não o contrário. Eleições? Armadilha dos tolos. Eu seria o primeiro a ficar feliz se a maioria das pessoas aspirasse a uma revolução social e libertária, mas não só não é esse o caso, como é mesmo o oposto: a maioria aspira, sem surpresa, a conservar os seus privilégios; mas, além disso, essa Revolução nunca passa pelas urnas, e por boas razões: A relação de forças não lhe é favorável.

    Para os 10% mais pobres, não há outra solução que não seja a de voltar a sua própria violência contra o Estado, procurando uma emancipação, ainda que simbólica. Mas como estes 10% são os mais vulneráveis, os mais quebrados pelo sistema, é duvidoso que consigam ser bem sucedidos, ou mesmo que se levantem e tentem. Restam os outros 40%, que poderiam fazer a diferença se quisessem… Isso inclui os vendedores e vendedoras uniformizados que obtêm os seus privilégios não dos seus recursos, que são bastante reduzidos, mas do seu direito de monopólio à violência e de estarem equipados para a fazer sentir bem. … incluindo os sindicalistas que, apesar da sua cor política histórica, são hoje cada vez mais “polidos” no seu discurso e se contentam com alguns bloqueios e marchas para mostrar o seu descontentamento. E inclui todos os outros que nem sequer têm a possibilidade de ser sindicalizados em locais de trabalho cada vez mais fragmentados e que têm cada vez menos uma cultura de luta social ou a possibilidade de socializar.

    Quer seja nas urnas, uma armadilha onde nada muda, a não ser para pior, ou no terreno real das lutas sociais, a meu ver, este país está demasiado podre para esperar mudanças positivas, a não ser que haja uma catástrofe que reponha os contadores a zero, como uma guerra ou outro cataclismo que penso que em 2025 acontecerá,ou até antes…
    Não aspiro a isso. Esse cataclismo. A uma revolução social e libertária, se, claro, for do interesse da minha classe social, e talvez, digo talvez, de outras classes sociais, mesmo que o capitalismo lhes esconda isso, porque num mundo mais igualitário e libertário, até os privilegiados de hoje poderiam ser mais felizes. Dito isto, é claro, não se pode esperar que arrisquem os seus privilégios por causa deste dado.
    Em suma, não aspiro a um tal cataclismo, que aniquilaria muitas vidas humanas… Mas não sou ingénuo ao ponto de esperar que outra coisa, pelo menos num país burguês como Portugal, possa baralhar as cartas, e muito menos uma eleição supra-nazi.

    Em todo o caso é muito claro para mim, sem querer desencorajar-vos, mas… não há absolutamente nada a esperar, sobretudo nas urnas, e a única coisa que nos espera é uma espécie de deslizamento perpétuo para a extrema-direita e, em última análise, para a guerra imperialista, pois é isso que os ditadores estão a fazer, como Netanyahu neste momento, por exemplo, com o seu genocídio, e tentando estender o seu “Império” no Médio Oriente com as bombas “democráticas” dos EUA e as munições dos “Direitos do Homem” europeus…

    Por muito que se espere um “despotismo esclarecido”, Portugal é um sistema intrinsecamente oligárquico, onde tudo é decidido por gente de bem: chefes de Estado, comissários, lobistas, banqueiros… muito longe dos humores populistas da vil plebe votante. O “Parlamento ” tem ainda menos poderes do que Bruxelas, o que é dizer muito. A composição política do “Parlamento Europeu”, tendo em conta os tratados em vigor, não pode mudar muito – aqueles que têm idade suficiente, como eu, devem lembrar-se de uma época em que os principais países da UE eram governados pela “esquerda”, Jospin, Blair, Shröder, etc., e o que obtivemos? Em nome dos “imperativos europeus”, mais privatizações do que no anterior governo de direita, a introdução do euro sem referendo (e que mais?), etc., etc., etc. Portanto, a ideia de “um outro Portugal”, social, ecológico, etc., desculpem, o fio já está gasto há décadas … A UE é um instrumento político irreformável do Capital, o melhor seria livrarmo-nos dela e quanto menos legítima for, melhor.

    • Muito bem. É preciso dizer sempre e com voz cada vez mais alta que a democracia é uma treta e não passa do modo “pacifico” de governar da burguesia

    • “… Ouvi dizer que a UE vai passar a chamar-se EURSS pela sua vertente neoliberal com controlo total pelas instituições, um parlamento da verdade, democracia oligárquica com voto eletrónico e mandatos múltiplos, concorrência leal nos sectores públicos para os grandes lobbies, tributação europeia e alinhamento dos códigos laborais e salariais. …”

      Ajunto dois links e peço aos “camaradas” (do P”c”P) que não liguem à referência ao camarada Suslov, grande amigo do Dr. ABC (Cunhal), a autora é uma Chegana, uma Fascista!
      https://ria.ru/20240408/europa-1938446949.html

      Por uma questão de simplicidade prefiro usar USE, “União” Soviética Europeia em vez de EURSS.

      Quanto aos méritos da democracia no que toca à carteira de cada um, no segundo gráfico, basta um peno esforço mental, inverter as escalas de ambos os lados do gráfico e as linhas ficam “correctas”:
      https://paginaum.pt/2024/04/14/a-vitoria-do-partido-fascista-2/

Deixar uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.