Traquinices e imaturidade

(Alfredo Barroso, in Facebook, 19/11/2023)

À esquerda, com o crocodilo, seu animal de estimação. À direita, como o escorpião depois de matar o sapo. Ele nunca se afoga, mas é muito capaz de afogar o País…

(Marcelo, está a bater o seu record de silencio. Já não “comenta” há uma semana! Como bom cristão que é, estará a cumprir penitência pelo “pecado” de ter levado o país para eleições? Ou terá passado à clandestinidade por causa da história das gémeas brasileiras?

Comentário da Estátua de Sal, 23/11/2023)


Nunca duvidei que Marcelo iria envenenar a vida política, com as suas traquinices e a sua imaturidade intrínseca e, bem avisei quem me quisesse ler, desde antes de Marcelo Rebelo de Sousa ter sido eleito pela primeira vez.

Não há que perder muito tempo com explicações, mas cá vão três:

1 – Já perante os terríveis incêndios de 2017, Marcelo PR começou por reconhecer que o Governo tinha feito “tudo o que era possível fazer”, para depois, subitamente desperto pelos “atiça-fogos” do jornalismo e do comentário político na TQT* e nos jornais (tudo controlado pela direita ao serviço da plutocracia), mudar de opinião e começar a antever a hipótese de provocar a queda do Governo PS de Costa PM, então apoiado pelo PS, o BE e o PCP na Assembleia da República. Não se atreveu a fazê-lo nessa altura, porque a coragem política pessoal nunca foi o seu forte, e o pretexto era muito débil…

2 – Todavia, alguns anos depois, quando o BE e o PCP deram cabo daquilo a que a direita e o jornalismo malcriados designavam por “geringonça”, Marcelo PR sentiu que lhe facilitavam a vida e decidiu, todo lampeiro, dissolver a AR e convocar novas eleições legislativas, as quais, contra toda a sua expectativa, lhe responderam com uma ampla maioria absoluta do PS.

3 – A partir daí, o ressentimento político apoderou-se dele, como de um “puto” a quem estragaram um brinquedo, e Marcelo PR pôs o país a viver aos solavancos causados pelos sucessivos recados e ameaças veladas ao Governo PS (com alguma ajuda dos disparates deste ou daquele membro do Governo, reconheça-se). Todavia – quando Marcelo PR estava a ser acossado por uma sucessão de disparates dele próprio e pela gravíssima suspeita de interferência no “caso das gémeas de súbito tornadas luso-brasileiras” – surgiu, como por encanto, o famoso e “mortífero” parágrafo de um comunicado do Gabinete de Imprensa da Procuradoria-Geral da República – que Marcelo PR previamente conheceu e não contestou -, o qual levou ao pedido de demissão do PM António Costa, imediatamente aceite, e que lhe serviu de imediato pretexto para dissolver pela segunda vez a Assembleia da República (sem sequer admitir a hipótese de nomear novo PM, dada a maioria absoluta do PS no Parlamento), abrindo uma crise política sem precedentes na história da democracia portuguesa, desde a entrada em vigor da Constituição da República em 1976.

Em conclusão. Que Marcelo PR é assim, sempre foi assim, e assim há de ser, já eu o sabia, dizia e escrevia – consciente de não haver nesta CRP, infelizmente, qualquer hipótese constitucional deste PR vir a ser expelido do cargo, por indecente e má figura – que ele jura nunca ter feito, pois claro!

 E ainda faltam quase três anos para ele se ir embora e continuar a sua obra de envenenamento constante da vida política como comentador de qualquer canal da TQT* – o que ele nunca deixou de ser, enquanto Presidente da República…

* TQT corresponde à sigla de Televisão Que Temos.

Campo d’Ourique, 19 de Novembro de 2023


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12 pensamentos sobre “Traquinices e imaturidade

  1. “alguns anos depois, quando o BE e o PCP deram cabo daquilo a que a direita e o jornalismo malcriados designavam por “geringonça””

    Pode-se tirar um palerma do PS, mas o PS nunca sai completamente do palerma.

    Parece que meras 9 propostas PEDIDAS pelo BE e outras pelo PCP, para por favor poderem justificar a aprovação do orçamento até então SÓ DO PS, era uma “intransigência” (palavras do traidor Rui Tavares), uma “extrema esquerda” (palavras de vários boys de Direita dentro do PS), ou um “dar cabo da Geringonça (palavra do ex-PS aqui comentador).

    Imagine-se só o “eacândalo” que seria ter um SNS bem financiado, sem greves e sem irgências fechadas (consequência positiva das 3 medidas do BE para a saúde), ter os trabalhadores Portugueses menos empobrecidos em especial nos tempos de inflação que se seguiriam (consequência positiva das 3 medidas do BE para o trabalho), ou ter os pensionistas menos desgraçados com pensões um pouco menos de miséria.
    Isso é que não podia ser, isso era “dar cabo da Geringonça”.

    Car*lhos f*dam estes atrasados mentais que ainda apoiam o PS desta maneira. Portugal é ultra-NwoLiberal, tudo se privatiza, a desigualdade é pornográfica e crescente, e mesmo assim está gentinha vota no principal culpado, chama-o de “esquerda” e de “moderado”, eterniza-o no poder, impede soluções da real Esquerda que até existem com naturalidade noutros países do Centro e Norte da Europa e chamam-lhes “extremistas”, até apoiam uma lei eleitoral de batota que viola a Constituição para transformar 41% de votos numa maioria “absoluta” de 52% de deputados, e fazem tudo para destruir a real Esquerda, para f*der o país, e no final garantir que a alternância se faz com o PS laranja, i.e. o PSD.

    E nem um colapso iminente deste esquema, com os fascistas do Chaga a dispararem nas sondagens, e um mais que provável governo do PSD mais Passista com os Pinochetistas da IL, nem mesmo isso os faz colocar a mão na consciência e dizer: “se calhar fomos longe demais, decíamos ao menos ter negociado meia dúzia de medidas simbólicas com a real Esquerda, em vez de termos ido com a nossa ganância até ao fundo do pote: tentar a maioria absoluta com uma campanha porca e desonesta para destruir a real Esquerda”.

    Alfredo Borroso e companhia, se a real Esquerda “deu cabo da Geringonça”, então quem é que deu cabo do país sozinho? Ou após uma p*tá duma maioria “absoluta” ilegítima e inconstitucional, com desgovernação, casos e mais casos, descontentamento popular, austeridade, perda real do poder de compra como não se via desde a troika, e até uma apoio descarado a Nazis, a vossa desonestidade intelectual ainda vos faz em 2023/2024 repetir a treta rosa de que se há algum mal, a culpa só pode ser da “extrema” Esquerda que “quer coisas a mais” e não aceita a “responsabilidade” do PS de ter “as contas certas”?

    P*ta que pariu isto tudo, pá. Este país não aprende.
    Controlo de rendas, fim dos Vistos Gold, limite ao alojamento local, proibição de estrangeiros comprarem casas para especular, fim das borlas ficais para expatriados, mais habitação do Estado? Não. Isso (coisas que existem na Alemanha, Áustria, e todos os países Nórdico) é “intransigência” da Esquerda e “dar cabo da Geringonça”. É melhor a especulação e a bolha no imobiliário, ter famílias despejadas, bullying a moradores idosos, segregação nas cidades com base no tamanho da carteira, e depois de culpar a real Esquerda, entregar o país à Direita aindaais à direita, com apoio de Salazaristas e Ponochetistas, para acabarem o trabalhinho iniciado pelo PS.

    Salários reais com poder de compra que acompanhe a inflação? Nem pensar…
    Leis laborais que acabem com a precariedade? Blasfémia…
    Promoção do sindicalismo (como o Sistema de Ghent dos Belgas e dos Nórdicos)? Ui, que escândalo…
    Fechar o offshore da Madeira? Isso seria ser inimigo das empresas…
    Medidas reais de apoio aos jovens trabalhadores? Não, o que é preciso é menos IRS para os bodes ricos…
    Empresas estratégicas ou monopólios naturais nas mãos de um Estado soberano? Ora essa, o que é preciso é a Vinci ser dona da ANA, a ThreeGorges ser dona da EDP, a Lufthansa ser dona da TAP, etc.
    Acabar com a miséria das pensões baixas de forma a todos terem dignidade na velhice? Nah, o que é preciso é aumentos de 700€/mês para os juízes, essa classe recordista da produtividade…
    E que tal transportes públicos gratuitos para todos os portugueses (em vez de só passes sociais para os das cidades)? Era o que faltava, ainda vamos mas é aumentar o IUC para quem tem carros velhos… Comprem Ferraris novos, se quiserem…

    E pronto, fico-me por aqui no desabafo de hoje. Está última frase é o “não têm pão? Comam brioches” das Marias Antonietas rosas. Como é que trastes destes algum dia podiam gostar do que quer que seja defendido pela real Esquerda?
    Só gostava de ter uma máquina do tempo para levar estes trastes para o meio da rua no pós-25 de Abril. Seriam os próprios Socialistas de então a dar-lhes uma lição e a chamar-lhes Fascistas.
    Ou dito de outra maneira, se estes PS de hoje fossem levados para o Parlamento em 1979, teriam votado contra a Lei de Bases da criação do SNS ao lado da Direita reaccionária.

    E algo me diz que estes “socialistas” de agora, tão amigos de UkraNazis e naZionistas, teriam estado também presentes na Base das Lages ao lado de Barroso e da corja do império genocida ocidental (o imperador Bush, o sub-imperador Blair, e vassalo Aznar), para apoiar a “operação militar especial” contra os “terroristas” do Iraque…
    E um dia destes o querido líder A.Costa ainda acaba no tacho da Leyen ou no do Sroltenberg, ou o Centeno no tacho da Lagarde, a repetir a mesmíssima cartilha belicista NeoCon e fascista NeoLib a troco de uns bons dólares…

    Mas, hei, não se esqueçam que a Esquerda real é que “deu cabo da Geringonça”… Onde é que já se viu, partidos pedirem meia dúzia das suas próprias medidas, a troco do seu voto no orçamento dos outros… Que “intransigência”, pá.
    O que é normal é um partido minoritário ter o direito divino a aprovar o seu e só seu orçamento sem negociar nada com ninguém… Democracia é o PS mandar e não se fala mais nisso, pá.
    Realmente, Alfredo Borroso e Rui Tavares e companhia: “abaixo a Esquerda” e “abaixo a paz”, “viva a oligarquia, viva o batalhão Azov, viva as IDF”, e “em nome dos EUA, da NATO, e do N€oLiberalismo, Amén”.

    Noutra nota, é giro (sem ter graça nenhuma) ver que nem mesmo após uma prostituta (Isabel Pires) do BE ter ido a Kiev apoiar a ditadura UkraNazi e a genocidas NATO, nem mesmo Pós a outra prostituta (Marisa Matias) ter dito sim às armas e mais armas, nem mesmo assim os do costume dão descanso ao BE. Pensavam o quê? Que iam ficar eternamente gratos ao BE e passar a tratá-lo como um dos colaboradores do regime? Passar a tratá-lo de forma mais positiva do que tratam os malvados do PCP? Se pensaram, enganaram-se redondamente. Vocês até podiam abrir sede permanente do BE em Kiev, que mesmo assim iam continuar a ser a “extrema” Esquerda “intransigente” e “irresponsável” que “deu cabo da Geringonça”, e que é melhor os Portugueses substituírem-na pelo Livre. Isso sim é a “esquerda” que o regime gosta e que a NED financia. Mesmo que haja austeridade, fascismo, nazismo, guerra, etc, lá estão eles, prontos a ficar com o eleitorado do BE e a usar esses votos para aprovar orçamentos do PS a troco de nada.

    Tudo o que descrevi é a morte do 25-Abril, e Alfredo Barroso faz parte do grupo dos assassinos. Não é dos que dispararam os tiros, mas é dos que ficaam ao lado a ver. E bastou-me uma só expressão “deu cabo da Geringonça” para saber isto tudo, pois revela tudo: *23 anos de €uro-ditadura, 4.5 milhões de pobres antes de apoios sociais, salários que não dão para arrendar uma casa em Lisboa. Abram as garrafas de champanhe! O objectivo foi atingido. A riqueza eatá toda novamente nas mãos só de alguns. Que se lixe o 25-Abril, viva antes o 25 de Novembro. Que se lixe o Dia da Vitória a 9-Maio, viva antes o Dia da EUropa. E viva a CIA, viva o Bilderberg, viva Davos! Viva a Raytheon e viva a Lockeed Martin! Viva a BlackRock e viva o FMI…*
    E nem um dia de luto para os heróis da liberdade que derrotaram o Salazarismo. Pois claro, fizeram o que não estava nos planos. Sabe Deus o que tem custado aos rosas e laranjas andarem com os cravos na lapela a fazer de conta todos os anos…
    Tudo isto é o que eu vejo quando leio que a Esquerda real é que “deu cabo da Geringonça”.

    Alfredo Borroso, a mim não me enganam mais. Destruam o país tanto quanto quiserem. Com morte lenta ou acelerada. Ponham 90% do povo a pão e água. Privatizem tudo. Mudem o nome para Portug-all S.A.. Ilegalizem os sindicatos e as greves. Censurem a TeleSur e o Avante. Ponham o IRC a zero. Reabram bairros da lata nas periferias das cidades. E gastem 2 ou 3% do PIB a financiar a máquina de guerra genocida. Chamem “intransigente” a quem pede salário para pagar as contas ao final do mês. Chamem “moderado” a quem apoia Nazis. Tirem a quem é pobre para dar a quem é banqueiro. E se PS e PSD descerem ainda mais, dêm maioria absoluta a quem só tem 25% dos votos. Façam o que quiserem. F*odei-vos uns aos outros que a mim não me f*deis mais. Emigrei e não volto.

    • Vai para o rol das certezas que sempre garantem o triunfo da estupidez.
      Não cabem dúvidas onde a inteligência não as suscita.
      Alguém diz que haveria de fazer-se…é como se estivesse feito!
      Quando, como, à custa de quê? …Fascistas… nazis, exploradores e não sei mais quê, é o que são!

      PS: emigraste para que paraíso, Marques?

  2. A praga fascista tambem cá anda. Não há mais remédio que levar com ela. Por mim tenho de dar razão a quem dizia que apoiar o PS era má ideia, mais valia levar com mais quatro anos da dupla Coelho Portas. Porque o PS não era de fiar, acabaria por chamar a si os louros do pouco de bom que acontecesse e apunhalaria os parceiros pelas costas.
    Oito anos volvidos há que reconhecer que esses radicais tinham razão. Apresentando um orçamento que foi uma verdadeira provocação o PS conseguiu alienar de vez os partidos a esquerda e culpa los de tudo.
    O povo nem parou para pensar porque raio é que os partidos à esquerda deveriam aprovar um orçamento em que nenhuma das suas propostas, mesmo as que não custavam dinheiro foi aprovada.
    O PS tratou, montado numa maioria absoluta, de fazer tudo errado, chegando a pouca vergonha de apoiar nazis. Seguindo se a pouca vergonha de apoiar sionistas.
    O problema é não terem aprendido nada. Continuam a achar que são impolutos e fizeram tudo bem.
    Não foi certamente a extrema esquerda que os mandou enterrar se em casos e casinhos de maneira a terem a justiça a perna.
    Artigos como o do Barroso provam que o PS e seus defensores não perderam nada da sua arrogância e da sua cegueira. O que demonstra que ninguém por lá pensa em pelo menos corrigir o rumo.
    A continuar assim vamos ter mesmo o Conde de Monte Negro, o ex comentador do Benfica e o menino copinho de leite a ser os donos disto tudo nos próximos quatro anos.
    Isso cumprirá o sonho molhado da praga salazarenta que por cá anda mas é uma ideia que não me agrada nada.

  3. Vou pousar aqui por um momento só para deixar uns tópicos, porque não me está a apetecer escrever muito, e vou-me já embora. Tenho andado com uma preguiça que não lhes digo nada.

    Em primeiro lugar, mais uma vez reconhecer o óbvio. O povo português elegeu Marcelo por larguíssima maioria para duas legislaturas e portanto tem exatamente o Presidente que merece. Ao contrário de outros, eu há muito tempo não alinho na fantasia de que as populações são vítimas do sistema. À primeira todos caem, à segunda cai quem quer, e há quase 40 anos que esta gentinha anda a eleger traidores, corruptos, vigaristas e ladrões sabendo perfeitamente o que eles são. Elegem-nos porque se identificam com eles. Um dia vão arrepender-se mas isso só acontecerá quando a “crise” lhes chegar ao estômago.

    É sempre assim. O estômago pensa sempre melhor do que o cérebro. Esqueçam essas coisas da ética, da solidariedade, da noção do bem e do mal. Quando aplicadas às multidões são apenas tretas. Não existe nada mais acéfalo e descaraterizado do que uma multidão de humanos. Ainda que algumas amebas e bivalves possam não estar de acordo.

    Claro que nenhum político, seja ele de esquerda ou de direita, mesmo que relativamente honesto (tanto quanto um político pode ser) vai alguma vez assumir que o povo é culpado. Isso acontece porque todos os políticos são na verdade vendedores (vendem-se a eles próprios, as suas ideias, as suas ideologias, etc. ) e não é de bom senso antagonizar o cliente. Não é que os outros não tenham vontade, mas até hoje só uma vez eu assisti à espetacular cena de um político mandar toda uma manifestação popular à “bardamerda”. Foi o Almirante Pinheiro de Azevedo, então na qualidade de Primeiro-ministro. Mas ele era essencialmente um militar. E pensava que o microfone estava desligado. Então, não sei se conta.

    Por falar em vigaristas, aproveitar para esclarecer uma descarada aldrabice desse senhor Barroso, ou barrento, não sei bem. O PCP não teve nenhuma responsabilidade na queda da primeira legislatura do Governo do Costa. Quem forçou a queda do executivo ao fazer cair o Orçamento foi o BE, e fê-lo em estrita obediência aos desígnios do próprio Costa, embora a Catarina Martins nunca vá admitir isso nem mesmo com uma pistola apontada. Barroso sabe isso muito bem e tem plena consciência de que está a ser um aldrabão miserável ao escrever outra coisa. Todas as sondagens disponíveis indicavam maioria absoluta do PS em próximas eleições e o Costa decidiu simplesmente ver-se livre do lastro para passar a (des)governar como lhe desse na gana. O que se veio amplamente a comprovar.

    Então, cai pela base mais uma patética, evidente e imbecil aldrabice desse ressabiado Barroso, quando ele diz que o Marcelo foi apanhado de surpresa com a maioria absoluta do PS nas eleições subsequentes. Quando o Marcelo promulgou novas eleições já toda a a gente sabia que iria haver maioria absoluta socialista. O meu gato sabia.

    Não esquecer a génese do Bloco. Essa organizaçãozinha trotskista miserável foi crida no seio do PS com o objetivo preciso de minar a base de apoio do PCP, o que foi plenamente conseguido para desgraça dos trabalhadores deste país. Não está cientificamente comprovado que os trabalhadores e os reformados pobres tenham necessariamente que ser inteligentes. A relação de vassalagem desse filho bastardo, fruto de uma relação hermafrodita (muito comum nos vermes, nos moluscos e nos políticos) para com o seu extremoso pai, mantém-se bem viva, muito embora ela não possa nunca ser assumida para que a farsa se mantenha e a populaça pobretanas continue a ser enganada pelas falinhas melosas das meretrizes.

    Pronto, já está, acho até que perdi tempo demais com o raio de um texto que bem merecia ser impresso numa edição de luxo em papel higiénico.

    Passem bem.

  4. Toda a gente tenta efectivamente por paninhos quentes quando o povo vota mal. É efectivamente verdade, coitadinhos, estão a ser explorados e a esquerda só fala dessas coisas chatas como a violência doméstica e o não termos o direito de insultar e espancar homossexuais na rua. É tudo uma grande chatice. Mas sim, a maior parte das vezes o povo bota mal porque se identifica com aquele político que vomita impropérios contra pobres, minorias étnicas e os emigrantes que andam por aqui a fazer os trabalhinhos que ninguém quer fazer.
    Foi assim agora na Holanda e mais uma vez veio o choradinho do coitado do povo infeliz.
    Votaram porque nem sequer sabem o que é ser imigrante na Holanda.
    Eu soube. Apanha do morango. Mais de 40 alojados em caravanas a cair de podres onde de dia o calor nos comia e durante a noite o frio entrava por todo o lado. Duas retretes e um chuveiro para mais de 40 pessoas. Os únicos holandeses adultos que lá lomba am eram os patroes e os filhos.
    Por isso não tenho pena de nenhum povo que decide votar mal.
    Quanto ao resto que foi dito, todas as sondagens davam maioria absoluta ao PS e toda a gente culpava o PCP e o BE pela queda de tão bom governo. De quem quando calhava se fartavam de falar mal. Vamos lá entender esta gente.
    Quem bem o entendeu foi o PS que por isso esticou a corda até partir.
    É como o povo é burro e racista em todo o lado talvez nos espere agora o destino dos holandeses. Afinal de contas, graças aos bons oficiosos do PS, eutanásia já temos.

    • Whale, a questão central a respeito da queda do primeiro Governo PS é que só o BE votou contra o orçamento, e o fez com o claro propósito de fazer cair o referido Governo e estoirar com a coligação de esquerda que o suportava. E não podemos esquecer que ela beneficiava claramente o próprio Bloco, que desta forma se mantinha na área do poder. Foi assim cometido, muito convenientemente para os interesses do PS, uma espécie de “suicídio político” pela sua filial nº 1 que acabaria naturalmente por a vitimar, e à sua patética líder, nas eleições seguintes.

      O Orçamento era mau, é claro, como serão sempre todos os orçamentos condicionados pelos padrões neoliberais fascistas de Bruxelas, mas a abstenção seria suficiente para permitir a aprovação do mesmo sem que os partidos à esquerda do PS lhe ficassem associados. O PCP, coerentemente, absteve-se e só o Bloco votou contra, indo assim ao encontro dos desejos do Costa que pretendia livrar-se dos condicionalismos de esquerda que durante algum tempo mantiveram o PS “na linha”.

      A festa durou até que o Ministério Público, espetacularmente, resolveu fazer aquilo que só pode ser reconhecido como um golpe de Estado, com base em absolutamente nada como rapidamente se veio a verificar, e que para o resto do planeta deve ter sido tão hilariante com um dos melhores episódios da séria britânica “Mr. Bean”. Mas essa é outra história.

      Enfim, como gostam de dizer a respeito de si próprios os adeptos de um certo clube desportivo que me absterei de citar, Portugal “é um país diferente”. Infelizmente (também) para pior.

      Um abraço!

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