A frente ucraniana está prestes a desmoronar?

(Dmitry Orlov, in sakerlatam.org, 07/02/2023)

Um grande desenvolvimento parece estar em andamento no lado ucraniano da lenta linha de frente. Há meses, a única razão pela qual os ucranianos conseguiram se defender contra os russos é porque seu acesso, via internet móvel, a dados de satélite da NATO e informações analíticas tem permitido que seus sistemas de artilharia e foguetes alvejem com precisão equipamentos e tropas russas. Isso forçou os russos a agir rapidamente: rolar para uma posição, disparar uma salva contra o alvo ucraniano e fugir antes que sua posição pudesse ser alvejada. A corrente de dados é fornecida pelos terminais de internet via satélite Starlink de Elon Musk, cerca de 20.000, espalhados por toda a linha de frente de 1.000 km. Como costuma acontecer, e como apontei em meu livro Shrinking the Technosphere, de 2017, geralmente a forma de tecnologia mais eficiente e económica é a contratecnologia: dispositivos baratos, mas eficazes, que transformam tecnologia avançada e muito cara em um monte de lixo inútil. Isso é exatamente o que está acontecendo agora, graças aos esforços de jovens engenheiros e cientistas russos brilhantes que trabalham na fábrica militar de Sestroretsk.

Eles fizeram algo que os projetistas americanos de terminais Starlink achavam impossível. Seu novo sistema montado em um caminhão, Borschevik, (ver aqui), é capaz de identificar os locais dos terminais Starlink ativos em um setor de 180º e um raio de 10 km com uma precisão de 5 m. É um sistema passivo, o que significa que não pode ser descoberto pelo sinal que envia porque ele não envia nenhum. O caminhão é um objeto pequeno e móvel e o sistema faz seu trabalho em dois minutos se estiver parado e em 15 minutos se for movido de um ponto a outro, travando no máximo 64 terminais Starlink por vez. As informações de mira são então transmitidas automaticamente para as baterias de artilharia e mísseis.

Até agora, os resultados foram muito positivos: Borshchevik conseguiu localizar não apenas posições de artilharia cuidadosamente camufladas, mas também reuniões de mercenários estrangeiros (que são, sem dúvida, viciados em internet) e destacamentos de infantaria ucraniana (que não podem lutar sem a OTAN dizendo-lhes para onde ir e em que direção apontar seu fogo). Essas posições foram esmagadas usando sistemas de foguetes de lançamento múltiplo ou sistemas de mísseis guiados, como o Krasnopol.

Com a ajuda de Borschevik, a tática russa mudará. Considerando que até agora eles tinham que “atirar e fugir” para evitar o fogo de retorno, agora eles serão capazes de destruir todos os terminais Starlink na área primeiro, depois rolar para a linha de frente com caminhões cheios de artilharia e continuar atirando até nada do lado ucraniano ainda se mova, e só então avançar com a infantaria, limpar e estabelecer novas posições. Sem o Starlink, as tropas ucranianas simplesmente ficarão sentadas esperando as ordens da OTAN, sem saber para onde ir ou onde atirar e esperando uma chance de se render. Assim que caminhões suficientes com Borschevik estiverem posicionados ao longo de toda a frente, os ucranianos não terão escolha a não ser manter seus terminais Starlink desligados a maior parte do tempo e apenas ligá-los periodicamente para receber novas ordens, só que então poderá ser tarde demais para cumpri-las ou eles podem se transformar em alvos e serem destruídos antes que tenham a chance de faze-lo.

Este é o calcanhar de Aquiles do plano americano de atacar a Rússia usando um exército substituto de, essencialmente, marionetes controlados remotamente, e os russos o encontraram e encontraram uma maneira de explorá-lo: corte suas comunicações com a NATO, e estarão praticamente aniquilados. Vamos assistir!

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18 pensamentos sobre “A frente ucraniana está prestes a desmoronar?

      • João Andrade

        “A única forma de não “mamarmos” com a informação da Nato é ler a Estátua de Sal!”

        AH ! POIS É !!!!!! (Pena “os pacifistas” em presença dos FACTOS, sejam, a prazo, uma espécie em vias de extinção…

        Esses defensores da paz são normalmente os mesmos que falam de risco de retaliação russa de cada vez que a Ucrânia tem um sucesso militar ou recebe apoio de um aliado. Retaliação? Retaliar é responder a uma agressão. Aqui o único agressor é a Rússia. Que não retalia. Ataca sem ter sido provocada.

        Como é óbvio, estes pacifistas não defendem a paz, defendem o fim da guerra pela submissão da Ucrânia. Porque é nisso, no direito da Rússia a ter Estados vassalos, que acreditam; e é isso, a reabilitação da potência russa, que pretendem. E, para nos enganar, alimentam a tese da culpa da NATO.

        (In EXPRESSO)

        Os pacifistas sonsos e o apaziguamento da Rússia
        História de Henrique Burnay

        Como os supostos pacifistas sabem perfeita e cinicamente, a paz sem travar a Rússia é a rendição da Ucrânia e o suicídio dos ucranianos. Mas soa melhor. Parece mais preocupado

        Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e a guerra começou que há quem defenda a Ucrânia, quem defenda (mais ou menos disfarçadamente) a Rússia, e quem diga que defende a paz.

        Por que razões se defende a Ucrânia é mais ou menos evidente. Porque foi um país invadido. Porque não houve nenhuma provocação. Porque mesmo que a adesão à NATO pudesse ser considerada um desafio, não estava na iminência de acontecer. Porque se a Rússia puder invadir e ocupar o que entender, não há segurança nas fronteiras da Europa.

        Por que se defende a Rússia também é claro. Porque a Rússia é a anti-América, para os que ainda não saíram da derrota na Guerra Fria. Porque a Rússia é a encarnação dos valores conservadores e religiosos, na cabeça de quem confunde uma religião que defende o amor e a humanidade com a obsessão pela sexualidade dos outros. Porque a Rússia paga. (Na Alemanha, isso parece ser um verdadeiro problema. Sobretudo entre a espionagem. Noutras paragens, não se conhece.)

        O que é mais difícil de entender é o discurso dos que dizem defender a paz. Primeiro, porque parece pressupor que há quem não a prefira. Ora, os ucranianos e os seus aliados só não defendem a paz porque não podem. Como os supostos pacifistas paz sabem perfeita e cinicamente, se os ucranianos não combaterem são invadidos, dominados e mortos. Portanto, defender a paz sem conseguir antes travar a Rússia é o mesmo que defender a rendição da Ucrânia e o suicídio dos ucranianos. Mas soa melhor. Parece mais preocupado.

        Esses defensores da paz são normalmente os mesmos que falam de risco de retaliação russa de cada vez que a Ucrânia tem um sucesso militar ou recebe apoio de um aliado. Retaliação? Retaliar é responder a uma agressão. Aqui o único agressor é a Rússia. Que não retalia. Ataca sem ter sido provocada.

        Como é óbvio, estes pacifistas não defendem a paz, defendem o fim da guerra pela submissão da Ucrânia. Porque é nisso, no direito da Rússia a ter Estados vassalos, que acreditam; e é isso, a reabilitação da potência russa, que pretendem. E, para nos enganar, alimentam a tese da culpa da NATO.

        Quando se diz que a culpa da guerra está nos avanços da NATO para leste esquece-se que a NATO só é uma ameaça na perspectiva da Rússia se a Rússia pretender manter uma espécie de direito de potência e, mais especificamente, de potência alternativa ao ocidente. Se não, qual é a ameaça que a NATO representaria? A NATO, que convidou a Rússia a ter uma parceria?

        A resposta está, obviamente, em Moscovo. No que a Rússia mudou e não mudou depois do fim da Guerra Fria.

        A BBC2 já emitiu dois dos três episódios de Putin vs the West. A série documental é um retrato extraordinário de Putin, dos líderes ocidentais e de como chegámos aqui. Não foi por falta de aviso do próprio Putin. Não foi porque o Ocidente provocou a Rússia. Não foi porque a Rússia tinha uma promessa de que a NATO não lhe chegaria à porta (essa história já foi ampla e claramente desmentida). Foi porque o Ocidente tratou a Rússia como um entre iguais, que não era. Foi porque não se mostrou unido e decidido quando Putin ameaçou, enganou e interveio na Síria sem dó, vergonha ou piedade. Foi porque a resposta à invasão da Crimeia, foi tíbia. Foi porque Putin quer ficar para a História como um grande estadista, a sua ideia de grande estadista é o exercício brutal do poder e o Ocidente andou entre o apaziguamento e a concessão. Quando foi a última vez que um líder ocidental fez frente a Putin? Pois.

        • Mais um que gosta de fazer humor disfarçado de provocação ( ou vice versa ).
          Boa piada, a de utilizar o anormal aldrabão do henrique burney como “fonte”. Não admira que você próprio viva numa realidade paralela. Os disparates do henrique aldrabão são tantos, que nem se sabe por onde começar: Se pelo não ter havido “nenhuma provocação”, se os ucranianos “defenderem a paz”, se o acordo de “nem uma polegada para leste” ser falso, o que só mostra o nível de idiotisse e ignorância de quem nem se dá ao trabalho de ir consultar informação oficial americana que comprova o facto:
          https://nsarchive.gwu.edu/document/16117-document-06-record-conversation-between
          Se gosta de expor a sua ignorância histórica e geo-estratégica, e expor o seu primário e primitivo sentimento anti-russo, faça bom proveito, mas pelo menos não utilize um imbecil como o h burney como fonte, para evitar fazer figuras demasiado tristes.

        • Ó Peralta, és tão alucinado que ainda irás dizer que foi o Putin que invadiu o Iraque e a Libia, e que ainda hoje ocupa parte da Síria a gamar o petróleo deles… És um caso perdido. Mas vai passando por aqui. Tens liberdade para asnear… 🙂

          • Estátua de Sal

            NÃO ! O QUE EU DIGO, É QUE FOI PUTIN QUE INVADIU A UCRÂNIA. PONTO FINAL.

            E se quiser “acreditar” no SERGEY LAVROV, quando ele diz que “os Estados Unidos querem destruir a Rússia”, quem sou eu para o contrariar.

            A final, você é que é o dono disto tudo…

            Com respeito a “alucinações”, o futuro dirá quem as tem ! E se a minha opinião fora da “opinião comum” de que branquear Putin, um assassino dentro e fora da Rússia, é que está a “dar”…é muito incómoda para si, e para a paranóia e insensatez geral, faça favor ! Utilize o seu direito de dispôr do espaço que aqui, eu por vezes ocupo, e que é seu de pleno direito !

              • Ah ! Deixa cá ver se não me esqueço !

                NA RÚSSIA DE PUTIN, toda Informação, as redes sociais, a Internet, os jornalistas, enfim toda a Comunicação Social, são EXEMPLARMENTE LIVRES E SEM CENSURA…

                E os OCS e RTs russas, são tão livres como passarinhos…alegres, esvoaçantes…chilriantes…

                (Repetir e escrever no “quadro” 100 vezes !)

                • Ó Peralta, estou-me nas tintas para censura na Russia. Afinal aquilo é uma terrivel ditadura… 🙂 O que me preocupa é a censura no meu país e nos ditos faróis da democracia da Europa … 🙂

            • Os Estados Unidos? Nunca! Aquilo na década de 90 foi só um miminho de caridade, não se percebe porque é que bem mais do que a cúpula de Putin se sente ameaçada com tão boa gente. Nem porque é que a quase totalidade do sul global não se quer meter na nova guerra fria.

        • Pois é, caro Peralta…

          https://www.abrilabril.pt/internacional/eua-franca-e-alemanha-bloquearam-acordo-que-teria-travado-guerra-na-ucrania

          Por isso é que a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia já podiam ter acabado em Abril do ano passado em acordo entre as partes e os Americanos acabaram por sabotar as negociações…

          Pois é, Peralta… Depois cá vêm os “pacifistas” que querem a subjugação da Ucrânia, sendo que te esqueces que o objetivo primordial da operação militar era resolver o problema dos ataques às Repúblicas do Donbass de fogo desde 2014, e não a subjugação seja de quem for.

          A não ser que estejas a falar dos Americanos e do complexo-militar industrial às ordens do Pentágono que querem prolongar o conflito de maneira a enfraquecer e a subjugar a Rússia para provento próprio.

          Tenta outra vez.

        • E eu ainda gostava de saber quando é que a Rússia foi convidada a entrar na NATO.

          O teu Burnay é um nabo.

          A Rússia é que abordou a NATO e os Americanos por diversas vezes sobre a necessidade da construção de uma arquitetura de segurança na Europa e no mundo, que não estivesse assente do domínio militar de uma potência acima da outra.

          Continua a tentar.

        • Quando foi a última vez que um líder ocidental fez frente a Putin? A NATO convidou a Rússia a ter uma parceria? O ocidente andou entre o apaziguamento e a concessão? Mas quem é que acredita nestas mentiras descaradas, mesmo sem achar que há outras culpas? O problema não pode ser da vodka.
          Tem sorte, tem mais uma hipótese ao poder ler os comunicados diplomáticos vazados. Ou então atirar mais jornalistas para a fogueira, em nome dos valores liberais.

  1. Em minha visão,a guerra Ucrânia/ Rússia, sempre foi uma distração, dentro do lema “pão e circo”. Criando forma de o resto do mundo, ser eliminado pela miséria e fome, como mandam os livros do “apocalipse”, que foram escritos pelos próprios sionistas, decretando-se assim donos do mundo. Se repararem, nunca houve necessidade primária de extreminar a fome e a miséria dos povos, pelo contrário….a necessidade é sempre,da parte da NATO, angariar dinheiro para armamento, artilharias e conflitos.
    Sempre o lema ” acreditar que a indústria das armas,quer a paz”, assim como que “a indústria farmacêutica,quer a saúde”.
    Relativamente a retirada da Ucrânia, o seu objetivo está totalmente realizado…. angariação de milhões,onde todos os países participaram e se aliaram para mais fome, miséria, criação de mais cartéis nazis, implementação de mais prostituição, pedofilia e adrenocrome…para que a elite nunca passe necessidade de suas perversidades insanas .
    Lamentavelmente é o mundo em que vivemos…..

  2. -> Não estejas em conluio com a civilização da pilhagem.
    Urge: UM TIRO PELA CULATRA BÍBLICO
    .
    .
    Boys e girls das sabotagens sociológicas ao estilo ocidental:
    – andam há 500 anos mal habituados!
    .
    Urge um tiro pela culatra bíblico aos mestres Sun Tsu!
    —> Identitário não sejas um cobarde cumplíce da civilização da pilhagem!
    .
    Sim: tenham coragem Identitários:
    – urge reinvindicar o legítimo direito ao separatismo Identitário.
    SIM:
    -> na origem da nacionalidade esteve o Ideal de Liberdade Identitário:
    – «ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo».
    -> NÃO, NÃO, NÃO foi o roubo, o saque, a pilhagem, os tiques-dos-impérios: o cidadanismo de Roma!…
    Sim:
    —>>> Os tiques-dos-impérios lovers, os globalization-lovers, os UE-lovers, etc, que fiquem na sua/deles respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa.
    SEPARATISMO IDENTITÁRIO:
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    O OCIDENTE ANDA À PROCURA DE MAIS UMA PILHAGEM
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    América do Norte, América do Sul,… Iraque, Síria, Líbia,… agora apontam para a Russia.
    —>>> nove, em cada dez, dos mais variados analistas argumentavam: armas da NATO na Ucrânia… juntamente com sanções económicas à Russia, e… a Russia seria conduzida ao caos: tal seria uma oportunidade de ouro para os interesses económicos ocidentais!…
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    AZOV’S À PROCURA DE UMA SABOTAGEM SOCIOLÓGICA AO ESTILO OCIDENTAL
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    Os Azov’s possuiam um dilema;
    – por um lado, repudiavam sovietes;
    – por outro lado, pretendiam ficar com as regiões russófonas do leste da Ucrânia: foram regiões cedidas pelos sovietes à Ucrânia em 1917.
    Então, os Azov’s resolveram empreender uma sabotagem sociológica ao estilo ocidental.[veja-se o que o Ocidente fez aos povos nativos da América do Norte, do Sul, Austrália: sabotagens sociológicas anti-intenções Identitárias incómodas]
    Pois é, mais do mesmo: os Azov’s decidiram proibir a língua russa… milhares de russófonos foram perseguidos/bombardeados/massacrados [e os mestres Sun Tsu ocidentais, isto é, os financiadores dos Azov’s, a ASSOBIAR PARA O LADO].
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    OS OCIDENTAIS MESTRES SUN TSU
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    Habituados a 500 anos de cidadanismo de Roma no planeta, o colectivo ocidental considera-se mestre Sun Tsu.
    Exemplo: Merkel, Holland vangloriam-se: “os acordos de paz de Minsk não eram para cumprir… eram para ganhar tempo aos russos… isto é: fortalecer o exército ucrâniano”.
    SIM:
    – era expectável que a Russia fosse socorrer os russófonos das regiões russófonas do leste da Ucrânia… e um fornecimento de armas da NATO à Ucrânia (em simultâneo com sanções económicas) iria conduzir a Russia ao caos.
    .
    Sim: na sua ganância por pilhagem, o Ocidente Sun Tsu ameaça conduzir-nos a uma guerra nuclear.

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