Usina nuclear de Zaporizhia: ONU confirma tentativa de sabotagem ucraniana e agradece à Rússia

(Por Francesca Villasmundo, in Reseau International, 03/09/2022)

O perigo nuclear que afecta a central de Energodar (Zaporijia), sob constante bombardeamento, continua a ser uma questão fundamental, ainda que a urgência de um possível perigo de explosão tenda a ser posta de lado.

A Energodar e a usina nuclear de Zaporizhia estão sob controle russo desde o início de março. Em agosto, a instalação nuclear foi alvo de ataques regulares de artilharia e drones, que Moscou e Kyiv atribuíram um ao outro. Autoridades ucranianas também alegaram que os militares russos usaram a fábrica como base militar, estacionando armas pesadas lá. Moscou negou as acusações, dizendo que havia apenas guardas levemente armados defendendo a instalação.

Moscou pediu uma visita da AIEA a Zaporizhia, a maior usina nuclear da Europa, desde junho, mas a insistência da Ucrânia de que a missão passe por Kyiv para defender a soberania ucraniana ajudou a adiar a missão até esta semana.

A missão da AIEA, Agência Internacional de Energia Atômica, solicitada há semanas pelo lado russo, aconteceu ontem, 1º de setembro. Executivos da Agência Internacional de Energia Atômica entraram na usina, onde estava prevista uma visita completa por pelo menos dois dias. O chefe de missão Rafael Grossi, CEO da entidade, que chegou ao local completou a fiscalização em apenas duas horas:

“Hoje conseguimos reunir muita informação – disse – vi as coisas essenciais que queria ver”.

Técnicos tiraram conclusões sobre a usina nuclear de Zaporizhia em poucas horas, uma decisão que provocou reações de Kyiv e Moscou.

Apesar disso, Grossi disse que alguns representantes de sua equipe ficarão no local por alguns dias. Durante a visita, como mostram alguns vídeos que circulam na web desde ontem, o número um da AIEA teve a oportunidade de conversar com o vice-chefe da Rosatom, que, mostrando-lhe um míssil que havia caído a apenas 29 metros de um reator, disse:

“Se o bombardeio ucraniano não parar, tanto a Rússia quanto a Ucrânia e a Europa estarão à beira de uma tragédia colossal.”

Um convite, portanto, para uma visão de segurança global que – para a proteção dos povos europeus – deve ser capaz de ir além da dicotomia puramente bélica na ação objetiva e imparcial.

Mensagem recebida apenas parcialmente, aparentemente, e as declarações de Grossi demonstram mais uma vez: acidente nuclear.

“O objetivo da Agência Internacional de Energia Atômica é proteger a usina nuclear de Zaporizhia do risco de acidentes, sublinhou o diretor-geral, tudo deve ser feito para chegar a um acordo entre as partes garantindo a segurança da fábrica. Os inspetores visitarão todas as fábricas relacionadas à produção de energia e segurança contra vazamentos radioativos e garantirão o cumprimento dos regulamentos”.

Em relação ao andamento da missão: ela foi atrasada em um posto de controle ucraniano na manhã de quinta-feira antes de poder entrar na fábrica. Mas pouco antes de sua visita, a artilharia ucraniana alvejou a cidade de Energodar e a própria usina nuclear de Zaporizhia, enquanto um grupo de comandos cruzava o reservatório de Kakhovka de barco e tentava invadir a instalação, disse o Ministério da Defesa russo.

O grupo de assalto inicial e os reforços subsequentes foram eliminados pela Guarda Nacional e por helicópteros, disseram os militares russos. Seu objetivo, de acordo com Moscou, era tomar a usina de energia russa e usar o pessoal da AIEA como “escudos humanos” para manter o controle da instalação.

Contrariando o preconceito de Grossi, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, admitiu a jornalistas em entrevista coletiva que a tentativa de sabotagem ucraniana consistiu em tomar posse da usina e usar a missão da AIEA como escudo humano, e agradeceu à Federação Russa por garantir a segurança dos inspetores.

É ver os tweets do porta-voz de Guterres.


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6 pensamentos sobre “Usina nuclear de Zaporizhia: ONU confirma tentativa de sabotagem ucraniana e agradece à Rússia

  1. As agências da onu não actuam com independência e fazem sempre o jogo do imperialismo. É evidente que a grossi só lhe interessava fazer a declaração que fez e que o comum dos mortais já fez sem sair de casa. Mas, manhoso, não falou que a haver um desastre nuclear ele será devido AOS BOMBARDEAMENTOS DO EXÉRCITO DE KIEV. A nato não o deixou dizer o óbvio e grossi meteu o cabo da vassoura entre as pernas, ali onde pode entrar. A onu já serve para muito pouco, embora os países democráticos e com governos sérios teimem em estar nos seus organismos onde vão mostrando como se deve actuar de acordo com o direito internacional e a carta da organização.

  2. Sabe-se que o regime ucraniano tentou de facto retomar a central de Zaporizhia, provavelmente na esperança de que a sua disparatada (e catastrófica) “contra-ofensiva” sobre Kherson servisse de manobra de diversão para distrair o exército russo. Esta deveria ser uma operação altamente secreta, organizada com a colaboração do MI6, mas veio a verificar-se que nem sequer era discreta. Os serviços de Inteligência de Moscovo foram informados, como sucede quase sempre, e então duas unidades de elite das Forças Armadas da Ucrânia e doze oficiais do exército britânico foram dar de comer aos peixes do rio Denieper.

    É curioso como a Imprensa ocidental tem vindo a tratar os repetidos bombardeamentos da central de Zaporizhia.

    Tentando justificar o injustificável, uma locutora da CNN Portugal disse, sem se rir, que “os russos teriam armazenado grande quantidade de armamento nas instalações, como se isso servisse de motivo válido para provocar uma catástrofe que iria provavelmente destruir o seu próprio país em primeiro lugar.

    Os americanos, mais desembaraçados, e sabendo que a sua população já perdeu há muito a capacidade de pensar, não tiveram problemas nenhuns em ir dizendo que eram os russos que se estavam a bombardear a eles próprios, assim a modos que um jogo da roleta russa com armas pesadas para ajudar a passar o tempo.

    Ao passar uma vista de olhos no café pelo “Correio da Manhã” li há dias um textozito de um imbecil qualquer que é Diretor de qualquer coisa ali a invetivar os russos pela sua irresponsabilidade de terem armamento no perímetro da central. Então, segundo esse espécime, são os russos os culpados dos bombardeamentos suicidas dos ukronazis sobre a central, que por acaso está sita no seu próprio território.

    Se os russos não tivessem ali equipamentos de defesa antiaérea para proteger o complexo, provavelmente já teria havido um desastre terrível.

    Segundo Scott Ritter, os americanos ordenaram o bombardeamento da usina de Zaporizhia porque não sabem mais o que fazer para manter a Ucrânia viva no combate. Eles pretendem criar um ambiente de pânico internacional para que a ONU possa enviar uma força de paz para a região que lhes permitisse ganhar tempo. É uma análise interessante. Assim os bombardeamentos alucinados já fariam algum sentido. Mas os russos têm direito de veto e não vão aceitar Capacetes Azuis ali.

    Eu disse aqui que não acreditava que a famosa “contra-ofensiva” anunciada na TV se viesse a realizar porque ela era simplesmente impossível face ao que se sabe da realidade no terreno. Não se pode fazer uma operação semelhante sem ter apoio aéreo determinante e sem eliminar primeiro as baterias de mísseis do inimigo. Aqueles desgraçados foram enviados para a morte. Provavelmente isso só foi possível porque estavam drogados até às orelhas com psicotrópicos, nomeadamente o Captagon, como foi ventilado.

    Em minha defesa, posso lembrar no entanto que no final deixei a seguinte frase: ” No entanto já todos percebemos que aquela gente é louca, pelo que não é obrigada a agir com racionalidade”.

    As notícias que vão saindo sobre desavenças cada vez maiores entre Zelensky e os seus generais, que naturalmente têm a exata noção do abismo que se aproxima, parecem indicar que o fim do palhaço está próximo, a menos que as falanges nazis que o protegem tenham ainda capacidade para o segurar. Talvez mais provável será a possibilidade de os americanos lhe arranjarem um substituto. É muito importante para Biden que a Ucrânia se mantenha a espernear pelo menos até à eleições intercalares no final do ano.

    Quanto mais aquela guerra durar maiores serão os estragos para a Ucrânia. Duvido muito de que no fim sobre ali um país. Os russos estão a concentrar equipamentos para uma nova ofensiva. Tem lógica que ela aconteça antes do Inverno. Provavelmente Kharkiv, no Leste, e Mikolaiv e Odessa, no Sul, serão objetivos próximos. Sobretudo os enclaves do Sul, para cortar completamente o acesso ao mar e fazer a junção territorial com a Transnístria.

    Os russos precisam urgentemente de empurrar as forças de Kiev para o mais longe possível do território conquistado para pôr fim de uma vez aos constantes bombardeamentos sobre Zaporizhia e as populações civis do Donbass e regiões limítrofes. E o estado atual de decrepitude do exército ucraniano constitui oportunidade demasiado boa para se perder. Dentro de dois meses as fábricas americanas irão enviar mais armas. Então, uma ofensiva russa está quase de certeza iminente.

    A Polónia, a Bielorrússia, e talvez a Hungria, estão na fila para participar do festim.

  3. Quem tem os olhos abertos há muito se apercebeu do tsunami de trampa com que a criadagem merdiática, nomeadamente a televisiva, ajuda o império do bem e seus vassalos a manter os rebanhos sempre virados para o mesmo lado, lavando-lhes incansável e diligentemente o cérebro, sem folgas nem dias santos. Mas por vezes até eu me surpreendo com o descaramento e o desprezo que os lacaios não se envergonham de exibir pelo público ovino que (através das audiências, geradoras de publicidade) contribui para os 30 dinheiros pelos quais se esgadanham diariamente. Público ovino que, protegendo os interesses dos donos, eles se empenham em ovinizar cada vez mais.

    Ontem, sábado 3-9-2022, no ‘Jornal das 8’ da TVI, por volta do minuto 20:15, na sequência de várias notícias sobre a guerra na Ucrânia, como sempre todas orientadas no mesmo sentido, fomos informados pela pivot de serviço de importantíssimas declarações da famosa e formosa Frau Zelenska von Vogue und Pandora Papers, cara-metade do ainda mais famoso comediante Herr Zelensky von Pandora Papers und Vogue. Do alto das elevadíssimas altitudes onde estão sediadas as suas (e de seu ilustre consorte) empresas offshore, com que patrioticamente se subtraem à abusiva fiscalização do fisco do seu adorado país, terá perorado Sua Excelência, ou Sua Excremência, se preferirem: “Enquanto os britânicos contam centavos [por causa do impacto económico da guerra], os ucranianos contam baixas.” Mal-agradecida, a dama, sabendo nós que o Reino Unido é, desde o início da guerra, um dos maiores apoiantes, política e militarmente, da Ucrânia zelensko-azoviana.

    Mas adiante. Logo em seguida, sem gaguejar nem pestanejar, sem quase parar para respirar, perorou a nossa heróica pivot:

    “E em Petrovsky, na região de Donetsk, os dias têm sido de intensos bombardeamentos. A proximidade da linha da frente tem provocado vítimas civis, com ataques dirigidos a prédios de habitação e hospitais. A reportagem é do jornalista Bruno Amaral de Carvalho.”

    Em seguida, é-nos apresentada uma peça habilmente editada, grande parte dela comentada por uma voz off masculina que não é a de Bruno Amaral de Carvalho, autor das imagens, em momento algum nos informando que aqueles prédios se situam na zona russa, que aqueles civis são russos ou pró-russos e que quem os bombardeia e mata são tropas ucranianas. Os poucos segmentos em que aparece Bruno Amaral de Carvalho, filmando-se a si próprio, são também habilmente formatados, mantendo a ambiguidade. Embora não o declarando formalmente, para não dar o flanco com uma mentira descarada, toda a peça leva o público incauto a pensar que se trata de civis ucranianos criminosamente bombardeados pelas tropas russas, quando o que ali se passa é exactamente o contrário.

    Quem anda minimamente atento sabe que a cobertura que o jornalista Bruno Amaral de Carvalho tem estado a fazer da guerra tem sido do lado russo-separatista, o que lhe tem valido epítetos que Maomé não se atreveu a dar ao toucinho, com acusações de putinismo e até queixinhas de Ana Gomes à CNN Internacional, sugerindo que obrigue a CNN Portugal a cortar-lhe o pio. Mas a maior parte do público não está atenta a esses pormenores e o resultado prático, quanto a mim intencional, é que as imagens de civis russos comprovadamente bombardeados por ucranianos nos são contrabandeadas como de civis ucranianos bombardeados pelos energúmenos russos. Falta dizer que a TVI, ou CNN Portugal, ou seja lá o que for que lhe queiram chamar é reincidente neste género de “tratamento” às reportagens de Bruno Amaral de Carvalho.

    Dizer que isto é o grau zero em jornalismo é incorrecto. Porcaria desta está, obviamente, muito abaixo de zero, não nos dando sequer, infelizmente, o consolo de algum contributo, por mínimo que seja, no combate ao aquecimento global.

  4. A propósito dos “bombardeamentos alucinados” à central de Zaporíjia de que fala o José Neto, uma das (insistentes) acusações dos ucranianos aos russos é que estes instalaram na central nuclear armamento pesado com o qual bombardeiam as tropas ucranianas, para que estas, coitadinhas, bué de responsáveis como são, não possam ripostar, para não provocarem um desastre nuclear. E insistem na exigência de “desmilitarização” da central, com a saída total das tropas russas. O “realismo” de que uma exigência destas dá provas chega a ser assustador. Tremo de medo com o que poderá sair de cabecinhas capazes de achar exequível a anuência russa (neste momento com a faca e o queijo na mão) a uma parvoíce suicida como esta.

    Mas olhando para um mapa percebe-se perfeitamente o motivo da “exigência” doida. A central nuclear de Zaporíjia fica a menos de 200 km da Crimeia. Apostava o tomate esquerdo e metade do direito em como a chico-espertice ucraniana é fazer precisamente aquilo de que agora acusam mentirosamente os russos. Ou seja, conseguida a “desmilitarização” da central, com a saída das tropas russas, não tardaria a artilharia convencional ucraniana, reforçada com HIMARS americanos e afins, mais o que ainda tenham de mísseis e, porventura, o que lhes resta de helicópteros e tudo o que tivessem à mão, a mandar a “desmilitarização” às urtigas e invocar a soberania do país para reocuparem e se instalarem de armas e bagagens na central, convertendo-a numa base armada até aos dentes e invulnerável a qualquer contra-ataque eficaz. A central nuclear de Zaporíjia seria, a partir daí, usada sem rebuço como base de ataque permanente à Crimeia, a que os russos não poderiam responder devido ao perigo de atingir a central e provocar um desastre nuclear, de que a Rússia seria, obviamente, uma das principais vítimas. Vai daí, parecem acreditar as luminárias, os demónios moscovitas da Crimeia, não aguentando bombardeamentos permanentes, a que não poderiam responder e de que não veriam o fim, fariam as malas e iriam todos para a Moscóvia, dando-se assim início ao “renascimento” zelensko-azoviano da terra durante séculos russa. Genial!

    É sina dos estúpidos (e todos os chicos-espertos são estúpidos) acreditar que estúpidos são todos os outros. O espertalhaço Herr Zelensky von Pandora Papers und Vogue não foge à regra, aparentemente acreditando que essa seria a manobra genial que, graças ao que acredita ser a estupidez russa, implícita na sua congénita inferioridade racial, lhe permitiria recuperar a Crimeia. Não é por acaso que, no conceito de superioridade das luminárias, os russos são há muito considerados os “pretos das neves”. Lamentável é que, quanto à famigerada “desmilitarização” de Zaporíjia, António Guterres e outros líricos mandem o realismo às urtigas e façam coro com o palhaço.

    • Correto, Joaquim Camacho. Não por acaso, a Rússia tomou a central de Zaporizhia logo no início da sua Operação Especial precisamente devido ao interesse militar que ele detém. O jornalista Thierry Meyssan tem na Rede Voltaire um estudo muito interessante sobre isso sob o título “Os programas militares ucranianos secretos”.

      Citando:

      “Ora, a central de Zaporijjia era um dos objetivos do Exército russo, que a atacou no segundo dia da sua “operação especial”, em 26 de Fevereiro. Ocorreu um incêndio num laboratório adjacente durante um combate russo-ucraniano a 4 de Março. Acusaram então o Exército russo de irresponsabilidade. Como é evidente, tratou-se de algo bem diferente tal como Moscovo havia declarado. A Rússia havia começado a transferência destes combustíveis e Forças Especiais ucranianas tentaram impedi-las.

      O plutónio é vendido entre US$ 5. 000 e US$ 11. 000 dólares o grama. Comprar 30 toneladas ao preço de custo representa US$ 150 mil milhões de dólares. O preço do urânio depende do seu grau de enriquecimento. Com menos de 5%, só pode ser aproveitado para uso civil e deve atingir pelo menos 80% para uma utilização militar. Ignorando o seu grau de enriquecimento, não se pode avaliar o seu valor. A apreensão pela Rússia deste stock não-declarado provavelmente reembolsa todo o custo de sanções tomadas contra ela.”

      Pode ser lido na integra em:

      https://www.voltairenet.org/article217118.html

      Outra coisa interessante. Poderá fazer alguma confusão o facto de os russos parecerem sempre saber onde estão armazenados os equipamentos militares ucranianos. Também o plano de tomar a central recentemente fracassado, estava previamente detetado. Sim, claro, os satélites detetam praticamente tudo o que se passa no terreno, mas os materiais que escapam de ser destruídos durante o percurso inicial são depois cuidadosamente camuflados e armazenados nas cidades, muitas vezes em edifícios aparentemente inocentes como teatros, supermercados, escolas e hospitais desativados, etc.

      Isso deve-se em parte à Resistência ucraniana. Eles assistem à chegada desses materiais, acedem ao Google Maps e obtêm as coordenadas GPS do local de armazenamento. Depois, protegidos com VPN, acedem aos sites militares do Ministério da Defesa Russo criados para o efeito, fazem login, deixam a informação e BUM. A era digital tornou a espionagem uma coisa muito fácil. Nada é mais letal do que um garoto com um telemóvel.

      Estima-se que apenas cerca de 20% do armamento enviado pelo Ocidente chegue à linha da frente. Mesmo assim é bastante para fazer alguns estragos, claro, mas não para suportar uma contra-ofensiva real.

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