Pronto, a Ucrânia não é um estado nazi…

(Por Estátua de Sal, 20/04/2022)

Nestes tempos conturbados de guerra a verdade é coisa rara de se encontrar. Quem está de um dos lados acusa o outro de todas as ignomínias e práticas malvadas.

Uma das acusações, que tem ensobrado e feito engolir em seco os protagonistas da avassaladora narrativa dominante que demoniza a Rússia e incensa a Ucrânia, é que esta é um estado nazi ou onde as influências dessa ideologia tem foros de cidade no aparelho de estado. Tal acusação fundamenta mesmo a posição do PCP que se recusa a comparecer na Assembleia da República na sessão em que falará aos deputados o presidente da Ucrânia, Zelensky.

E tal acusação, do meu ponto de vista, é mais que suficiente para justificar a não comparência a uma sessão da Assembleia da República que só pode ser uma nódoa, um cancro purulento no nosso regime democrático.

Ora, num jogo de acusações cruzadas, os defensores da Ucrânia negam documentos, factos, e retorquem com outros dados e documentos que pretendem provar que nazis são os russos, que fascistas são os russos, que o diabo é vermelho e que vermelha é a Rússia.

Muito bem. Assim sendo, para ver quem é ou não nazi, temos que recorrer a factos que sejam indiscutíveis e inatacáveis. E, nesse aspeto, o que é que existe? O que existe é que, em 2016, a resolução da ONU, “Combater a glorificação do Nazismo, Neonazismo e outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionada” foi aprovada pelo comité dos Direitos Humanos da ONU, com 131 votos a favor, três contra e 48 abstenções. Ora, quem foram os 3 países que votaram contra? Os EUA, a Ucrânia e o Palau!

Esta informação é indiscutível. Pode ser vista em toda a imprensa da época e deixamos o link para o Diário de Notícias, aqui. Espero por isso que não venham dizer que é uma falsa notícia. E também não me venham dizer que não apoiar uma resolução contra o nazismo, não significa que se seja nazi. Eu até posso concordar com isso. Contudo, é uma prova mais que óbvia de que não se é contra essa ideologia, ficando, pois, a nu a natureza do governo ucraniano e do seu presidente.

Assim sendo, e como já disse em texto anterior, sem meias palavras, sem reticências, sem redundâncias nem floreados: exactamente 48 anos depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, que derrotou o fascismo em Portugal, a Assembleia da República, dita «a casa da democracia», vai ouvir discursar o chefe nominal de um aparelho de poder nazi, ou que pelo menos, não se opõe a essa ideologia.

Acresce que Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, não é um democrata. Foi designado em eleições não democráticas uma vez que parte significativa do eleitorado não teve condições para votar devido à guerra imposta pelo regime do mesmo Zelensky em várias regiões do país.

Mas pronto. Esta guerra está a ter efeitos alucinogénios: mesmo aquilo que está à vista de todos é negado por idiota conveniência ideológica. A Ucrânia, em 2014, era considerada um alfobre de neonazis pela insuspeita BBC que mandava jornalistas investigar e que publicava vídeos como aquele que deixo abaixo. Tal facto é hoje vergonhosamente ignorado e o discurso dominante coloca Zelensky no altar da democracia. E já agora, não me venham dizer que o vídeo é falso ou que foi o PCP que o inventou.

Neo-Nazi threat in new Ukraine: NEWSNIGHT


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13 pensamentos sobre “Pronto, a Ucrânia não é um estado nazi…

  1. Esqueceu-se de vários pormenores. A resolução foi proposta pela Rússia, e teve a abstenção em massa dos países da União Europeia, como se vê aqui: https://www.politico.eu/article/eu-abstains-from-un-vote-on-nazism/
    E porque é que se abstiveram? Porque a resolução é apenas uma tentativa de legitimar a agressão russa contra outros países e contra a sua oposição interna, como aqui é detalhado: https://usun.usmission.gov/explanation-of-vote-at-the-third-committee-adoption-of-the-combating-glorification-of-nazism/

    Espero que este contexto seja claramente evidenciado no texto, sob pena de parecer que esta estátua de sal se baseia na desonestidade, e por isso deverá ser rapidamente dissolvida pela chuva.

    • O facto de você querer justificar os votos contra com a existência de abstenções dá vontade de rir. Se as abstenções at´+e podem ter lógica e contexto, qual a razão porque a Ucrânia não se absteve?! A razão só pode ser uma. Subscrevia e subscreve a ideologia nazi. E quem apoia tal regime tem nazis como companheiros de viagem. Custa-lhe a engolir? Tome Kompensan ou se não resultar vomite. Talvez seja mais saudável.

  2. Quando já todo o mundo sabe que Zelensky é um corrupto e um criminoso que tem aproveitado a guerra para se livrar dos opositores políticos enquanto obriga a população ucraniana a ser dizimada, apenas 6 deputados em 230 têm a coragem de dizer não a essa farsa!! Parabéns ao PCP pela sua lucidez e observemos então amanhã o momento mais patético do parlamento português quando os deputados levantarem o rabo da cadeiras para aplaudir um farsante, e vejamos quantos deles usarão um cravo na lapela no dia 25.

    • Vinha dar os parabéns ao texto da Estátua De Sal, mas aproveito e dou também ao seu comentário.
      Por falar nisso, é essa a única coisa que elogio num certo ex-líder do PSD: sempre se recusou usar cravo na lapela. Podia cheirar a facho, mas pelo menos não tresandava a fingimento.

      Nunca votei PCP, e nunca irei votar. Não sou Comunista. Entre conhecer os ensinamentos filosóficos, políticos e económicos de Marx que ainda hoje se verificam e explicam tanta coisa, ou ser Marxista-Leninista, vai mais do que um enorme passo. Mas sou obrigado a dizer que, neste dia 21 de Abril de 2022, só o PCP me representa.

      Nos restantes dias não sou representado por ninguém.
      Primeiro, porque não existe em Portugal nenhum partido Social-Democrata de inspiração no Modelo Nórdico, com sistema de Ghent e soberania monetária.
      Segundo, porque tendo votando (por exclusão de partes) no BE em Coimbra nestas últimas Legislativas, o meu voto (tal como o voto de centenas de milhares de eleitores fora de Lisboa e Porto que preferem partidos menores) foi atirado para o lixo em nome da batota anti-democrática que é a lei eleitoral NÃO proporcional do PS+PSD (feita só por eles, e só para eles), que resultou numa “maioria absoluta” de 42%…

      Mais depressa ajudo a fazer o próximo golpe de Estado em Portugal (em nome de uma lei eleitoral proporcional e democrática, do fim da desertificação do interior, e do regresso da moeda nacional pois só há democracia com soberania), do que volto a perder o meu tempo a TENTAR votar num regime assim. Não mudem a lei eleitoral, que não é preciso… Nem tratem dos 4.3 milhões de pobres… Nem saiam da moeda de Frankfurt… Mas isso são outras conversas.

      Voltando ao tema, quando se pensava que Ventruja e seu clube do fachedo eram o pior insulto àquela casa (à nossa casa) da Liberdade desde 1974 e da Democracia desde 1975, eis que o Banderista condecorador de nazis de Azov é convidado a dar mais um concerto da sua tour “weapons, weapons, and more weapons” onde se destaca o single “until the last ukrainian” com o refrão “cannon fodder”…

      E pior, a “imprensa livre” ataca raivosamente quem se atrever a criticar tal convite e tal convidado.
      Antes havia a PIDE e a censura do lápis azul. Agora já não é preciso ser tão óbvio, basta o “critério editorial”, os opinion makers “certos”, e estudar bem a cartilha que o saco azul da UE/NATO/CIA tão bem lhes paga para decorar… E mais não digo.
      Salvam-se meia dúzia de blogs e pequenos sites de jornalismo independente.

      Enfim, do regime oligárquico europeu que permite/financia propaganda pró capitalista e pró EUropeísta nos livros escolares (onde se ensinam alarvidades como: “Capitalismo é sinónimo de Democracia” ou “a UE significa união e amizade”) – já pouca coisa me surpreende, e já nada espero de bom.

      E a seguir à “condenação do genocídio de Bucha”, segue-se a extradição de Assange. Se quem investiga e denuncia, vai preso, eu pergunto: os outros que estão soltos e fazem da rede social de Azov a sua “fonte noticiosa”, podem ser chamados de jornalistas? Depois se Assange, sobra algum jornalista de verdade nos OCS mainstream no Ocidente? A resposta é óbvia e assustadora: se sobrasse, estaria na cela ao lado da de Assange!

      Mas por mais vacinado que esteja contra tanta aldrabice e autoritarismo, também me custa a mim, tanto como à Estátua De Sal, ver tanta propaganda e manipulação, e pior, ver tanta gente ser vítima da maior máquina de lavagem cerebral jamais alguma vez feita em toda a história da humanidade. Até Goebbels deve estar no túmulo a roer-se de inveja por nunca ter conseguido nada assim em nome do seu “herói” anti-Russo de então.

      Também nessa altura no Portugal de 39 a 45, era obrigatório falar mal dos Russos, era proibido falar mal do “herói” alemão anti-Russo, e o nazismo era igualmente branqueado.
      Outra comparação é que também nesse regime português, na NATO desde início, se prendiam os jornalistas que se atrevessem a denunciar os crimes do governo.
      E diz o Pedro Adão e Silva que vai ser mestre de cerimónias de… Vai celebrar o quê, exatamente? Ah, já sei, vai celebrar os “valores europeus”, mas é na conta bancária.
      Em nome do pai Offshore, da mãe Lockeed Martin, do filho Hunter Biden, e do Novobanco ex-Espírito Santo. Amém!

  3. Se a Ucrânia é nazi, a Rússia será o quê?
    «”Uma compreensão profunda da nossa história, e uma atitude respeitosa e ponderada em relação à grande herança patriótica, espiritual e cultural da pátria, permite-nos tirar conclusões corretas do passado”, afirmou Vladimir Putin.»
    https://cnnportugal.iol.pt/guerra/ucrania/russia-anuncia-educacao-patriotica-da-historia-obrigatoria-a-partir-dos-sete-anos/20220419/625f00df0cf2ea367d370d09

    • Não percebe o que lê, coitado… Deve ser difícil viver assim.
      Ou então percebe, mas recusa factos e acha que o whataboutism se justifica… É uma doença que não desejo a ninguém.
      Olhe, as melhoras!

      • Qual “whataboutism”, qual carapuça. Apenas a expor dois pesos e duas medidas dos hipócritas do costume. Você incluído.

  4. Seguindo este raciocínio o PCP devia fazer boicote ao parlamento sempre que estivessem presentes deputados do CHEGA visto tratar-se de um partido de extrema direita de inspiração NAZI!
    É ver quem são os amigos do PUTIN para perceber quem é o verdadeiro NAZI de extrema direita.
    Uma pista – ontem vimos uma em horário nobre num debate presidenciável!

    • Mais argumentos para os incréus:

      «Zelenskyy grew up as a native Russian speaker in Kryvyi Rih, a major city of Dnipropetrovsk Oblast in central Ukraine.»
      «Zelenskyy’s first language is Russian, and he is also fluent in Ukrainian and English.»
      «As president, Zelenskyy has been a proponent of e-government and unity between the Ukrainian- and Russian-speaking parts of the country’s population.»
      «In August 2014, Zelenskyy spoke out against the intention of the Ukrainian Ministry of Culture to ban Russian artists from Ukraine.»
      «Zelenskyy worked mostly in Russian-language productions.»
      «Zelenskyy opposes targeting the Russian language in Ukraine and banning artists for their political opinions (such as those viewed by the Government as anti-Ukrainian).»
      https://en.wikipedia.org/wiki/Volodymyr_Zelenskyy

      Em resumo, um perigosíssimo nazi…

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