O Otelo que escolho celebrar

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 26/07/2021)

Daniel Oliveira

Não há mortes nas trincheiras deste tempo de redes sociais. Mas cada morte transforma-se numa trincheira. E com o crescimento de uma extrema-direita revanchista, cada morte tem a função de legitimar ou deslegitimar pedaços da nossa história. Essa parte não é nova. Quem pensa que o passado é uma coisa que está pousada para os historiadores contarem como foi nunca compreenderá a forma como todos os regimes, sejam ditaduras ou democracias, todas as correntes políticas, sejam de esquerda ou de direita, e todas as nações, sejam europeias ou africanas, precisam dele para se explicarem à luz do que é o seu presente e do que querem para o seu futuro.

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Era inevitável que a morte de Otelo Saraiva de Carvalho, uma das figuras mais controversas do período revolucionário e pós-revolucionário, ele próprio cheio de figuras controversas, levasse à única forma de análise histórica que hoje conhecemos no espaço público e mediático: a maniqueísta. Se isso aconteceu com a morte de Marcelino da Mata, a léguas da relevância histórica e do impacto político de Otelo, como não aconteceria com a dele?

Por desconhecimento das pessoas quanto às suas posições políticas ou talvez apenas por se ter afastado, Salgueiro Maia (a quem Cavaco Silva recusou uma pensão póstuma enquanto as aceitava para ex-agentes da PIDE) foi dos poucos capitães de abril que sobreviveu à enxurrada de lama que a reescrita da história, sempre tão benigna com os cobardes criminosos do Estado Novo, lançou sobre aqueles jovens cheios de coragem. Mas é bom perceber quem eram. Talvez com a exceção do mais brilhante e sensato de todos, Melo Antunes, eram politicamente imaturos. Depois de 48 anos de ditadura, tirando alguns quadros do PS, os comunistas que vinham da clandestinidade e os que aceitaram participar na vida política institucional fraudulenta do Estado Novo, todos eram.

Os jovens capitães de abril não escolheram a história, foram escolhidos por ela depois de todos os velhos oficiais se terem acobardado, esperado pelo momento certo, fazendo cálculos às perdas e ganhos. Generais que não se esqueceram de aparecer para receber o poder, quando a vitória foi certa. Foram escolhidos quando foram atirados para uma guerra colonial anacrónica, injusta e condenada à derrota política. Foram escolhidos quando eram a última linha para dar o golpe de misericórdia a uma ditadura moribunda. A sua preparação política fez-se nas casernas, as suas leituras fizeram-se nos meses rápidos da revolução, o seu protagonismo foi meteórico. O papel que tiveram no PREC foi ditado por instinto, impreparação e, em muitos casos, doses excessivas e naturais de voluntarismo. Como acontece em qualquer país onde, durante meio século, a participação cívica e política se paga com prisão. Com todos os erros que cometeram, e Otelo estará entre os que cometeu mais, não posso esquecer o dia que permitiu que eu estivesse aqui a escrever o que escrevo. É provável que a sua impreparação política, que era a impreparação política do país, nem lhes tivesse dado um vislumbre do que aí viria.

Não venho do espaço político de Otelo. Pelo contrário, a esquerda onde me formei sempre o viu como um aventureiro irresponsável. E tinha toda a razão, como a história provou. O que veio depois confirmou que Otelo, com toda a sua coragem e voluntarismo, era vaidoso e politicamente impreparado. As FP25, fruto do desnorte de uma área política que, ao contrário do PCP, perdeu total relevância política depois do PREC, não foram “só” um crime. Foram uma traição. Otelo, que sempre se desresponsabilizou pela liderança política desta aventura criminosa, traiu o 25 de abril. As FP não foram apenas um episódio na vida de Otelo, confirmaram o percurso que fez naqueles anos.

Num país que nunca julgou ou condenou os crimes do Estado Novo, permitindo que torturadores e homicidas da PIDE nunca respondessem perante a justiça, faz pouco sentido criticar a sua amnistia. Resultou, com base na narrativa de imbróglio jurídico, da pacificação com a história, que também levou a esquecer o terrorismo do ELP e do MDLP, de onde vem o vice-presidente de um partido cujo líder escreveu ontem que Otelo devia ter morrido na prisão.

Otelo não é apenas Otelo, com todas as suas contradições, generosidades, crimes, valentias e vilanias. Otelo é, como todas as personagens da história, sempre mais contraditórias do que gostamos de as retratar, o que mais importante fez na história. No seu caso, o 25 de abril. A democracia, quando ele se voltou a candidatar à Presidência já distante dos anos conturbados pós-revolucionários (em 1980 não chegou aos 1,5%, bem abaixo dos 16,5% que tivera em 1976), ou quando concorreu em movimentos eleitorais (primeiro os GDUP e depois a FUP, que significativamente tinha a sua cara como símbolo), teve a cautela de circunscrever a sua relevância política a um período determinado.

Não foram pequenos os erros de Otelo e o que fez antes deles nunca os apagará. Mas à coragem daquele dia inicial inteiro e limpo devemos quase tudo. Houve um jovem capitão que, na companhia de muitos outros e quase todos esquecidos, fez o que velhos generais não se atreviam. Por isso, e apesar de vir de uma área política diferente de Otelo, aos que querem mais uma trincheira sobre um cadáver não faço companhia. Porque sei que não são os seus erros e crimes que querem atingir, mas o seu acerto: o 25 de abril.

Só não o conseguem fazer de forma direta. Ainda. De Otelo, escolho o momento em que arriscou tudo num país onde tão poucos com muito mais poder do que ele estavam dispostos a fazê-lo. Chega para fazer uma vida.


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19 pensamentos sobre “O Otelo que escolho celebrar

  1. Que texto tão triste e nojento, escrito quando o herói ainda nem foi enterrado. Que desilusão e tristeza de quem se afastou da militância partidária, para a coberto da sua escrita, dar uma no cravo e outra na ferradura, sempre em prol do calculismo pessoal.

  2. (…) A liberdade neste país deve tudo a Otelo. E a sua sagração como símbolo do 25 de Abril é legistíssima. É verdade que o texto procura, não esquecendo o herói afogá-lo nas suas contradições. Sobretudo na improvável, judicialmente, pertença às F25. O que, a mim, me parece-me paradoxal é que o homem que derrubou um regime ditatorial sem derramamento de sangue tenha em tão, pouco tempo, subvertido estes princípios para idealizar um projecto politico que integrava um “braço” armado que permitia o recurso a crimes de sangue para combater adversários a revolução.
    Mas isto sou eu que sou ingénuo. E que ainda tenho memória do que foi, e continua a ser a penosa desculpabilização de todos os crimes que a policia politica cometeu. E, nos anos de 74 e 75, a direita contra revolucionária.

    • Caro Francisco.

      Não sei se é ingénuo, mas de facto é esquisito que pense que o Otelo e os da sua linha politica fez sozinho o 25 de Abril.

      A maior parte dos que fizeram o 25 de Abril foram os mesmos que fizeram o 25 de Novembro e nunca teriam permitido a Otelo simplesmente trocar uma ditadura por outra.

      Eanes, Vasco Lourenço, Jaime Neves, Melo Antunes, etc, também são militares de Abril e nunca teriam alinhado numa revolução para impor uma ditadura comunista.

      Foi por isso que Otelo não o fez.

      Porque nunca lho teriam permitido.

      Como se viu no 25 de Novembro.

      • (…) caro Pedro (para lhe devolver o trato) mas que opinião tão repleta de clichés.

        De facto, ficou provado, que aos oficiais que fizeram o 25 de Nov, não foi para evitar nenhuma ditadura. Esse é o slogan da propaganda contra Otelo e contra as forças que entendiam ideologicamente que a Democracia representativa não seria a via politica para implementar a justiça. Como se constata ainda hoje. O 25 de Nov não foi concebido para consolidar o direito às liberdades, foi para evitar uma experiência de Democracia directa que, em caso de sucesso, poria em causa a ordem liberal representativa e o sufrágio universal no modelo conhecido.
        E nem é preciso ser activista politicamente nem situar-se à esquerda do PS: É evidente que um sistema que permite a possibilidade do financiamento privado dos partidos, inclusive de modo incógnito, fá-lo para defender a continuação dos privilegiados e opaca a origem o seu património, não oferece garantias de justiça social. Sabendo nós que o controle dos media manipula a informação e a propaganda a favor dos grupos económicos que os detêm.

        Não havia no horizonte da politica de Otelo e do PC , no PREC, – repito no Prec- que permita afirmar que iriamos viver em ditadura. Essa extrapolação é propaganda. Sabemos, com certeza, hoje, que a guerra civil foi evitada pelos putativos candidatos a ditadores. Mas essa ideia dissolve-se quando as propostas da esquerda (dita radical) instituem muita justiça social quando negociadas com este Governo. Ou seja o Estado Social aproxima-se mais a realidade, da idealização, quando a esquerda pode, por razões conjunturais, influenciar as politicas.

        Reivindicando a minha ingenuidade, repito-me o PREC foi combatido porque a Europa e os USA, não queriam arriscar a experiência. Não tem nada a ver com opções de uma facção das forças do MFA. A Constituinte esta instituída e os politicamente ocidentalizados estavam instruídos e pressionados pelos blocos políticos. Entre outras lembremos a reuniões de MSoares e Carlucci, e o financiamento dos USA ao PS. Para não referir o mon ami Miterrand.

        • Caro Rimbaud.

          Receio.que o seu modelo.de “democracia direta” sem eleições, que acaba sempre a criar campos de concentração, execuções sumárias, partidos únicos e queridos líderes esteja um bocadinho.queimado.

          Aliás, salta à vista porqiue vocês não gostam de eleições.

          Quando concorreu às presidenciais Otelo não teve nem 2% dos votos.

          Nas ultimas eleições presidenciais os candidatos do PCP e do Bloco juntos alcançaram cerca de 9% dos votos.

          Ia ser uma “democracia direta” linda. Com entre 1% e 10% da população a controlar as assembleias “populares” e a oprimir e a insultar de fascistas os restantes 99% a 90% da população.

          • (…) Caro Pedro que desconhecimento!! Democracia Directa sem eleições ??? Mais um cliché da retórica do medo.

            Eu explico: a arquitectura politica deste modo de democracia é de base eleitoral. Tem é círculos mais pequenos que elegem, por experiência e por vivência, os seus representantes mais próximos. O que, supostamente, possibilita e mobiliza uma mais directa intervenção sobre as opções politicas para as freguesias, concelhos, distritos …

            Acredito que tenha receio adicto a este modelo de Democracia Representativa, e que o defenda da alternativa de outra representação democrática, mais directa. E esse medo
            de que este modo electivo directo de representantes políticos da nação resultaria, e cito-o ; “em campos de concentração, execuções sumárias, partidos únicos e queridos líderes esteja um bocadinho queimado é pura especulação” a não ser que considere os regimes pós revolucionários da Coreia do Norte, da Rússia … Democracias directas. Se foram estes os regimes sugeridos na sua afirmação, então já o cruzado anti socialismo a fazer a propaganda com o medo do socialismo (não confundir com socialismo à PS). Por trágica evidência para os “bambinos institucionalizados” o argumento de que os comunistas comiam as crianças, já não é possível na propaganda.

            As percentagens eleitorais do BE e do PCP das últimas eleições, são reais, e não traduzem vontades completamente informadas politicamente. É evidente. De outro modo não se reelegeriam partidos cujas politicas foram anti sociais, e alguns dos membros conotados com ilicitudes criminalizáveis. Traduzem, na minha opinião, a propaganda do medo, do pânico até, a partir de argumentos, discursos, e imagens reorientadas para que a alternativa democrática á representação partidária, não possa
            sequer ser uma possibilidade a reflectir.

            Para corresponder ao humor negro do seu último paragrafo, relembro-lhe que agora temos 46% dos votantes que, por representação, controlam os outros 54%. E, pelas políticas defendidas e concretizadas, a tendência para o descrédito agrava-se. E muito. Reflicta lá porquê??? Já que vivemos na organização politica mais avançada das sociedades, para à qual, segundo o Pedro, a alternativa, só pode ser o Inferno.

            Nota: é verdade o que diz sobre as causas objectivas do 25 de Nov. O que faz é dizer as razões politicas que levaram à sua demissão. E a treta de que a Ocidente deve instituir-se uma Democracia Ocidental não é argumento. As causas estão na impossibilidade de experimentar a Democracia Directa por oposição externa dos blocos USA e Europeu.

            • Caro Rimbaud.

              Se está a querer sugerir que a demissão de Otelo era um golpe fascista, duvido muito que Costa Gomes ou Vasco Lourenço fossem fascistas.

              A não ser claro no conceito de “fascista” da esquerda, isto é chamar fascista a tudo o que mexe para justificar actos violentos contra quem quer que lhes apeteça.

              Nesse sentido sim, a terceira internacional declarou a social-democracia como “fascista” e a maior parte do PCUS foi assassinada pelos seus próprios camaradas depois de serem acusados de “fascistas”.

              Até os camaradas de Lenine, quase todos os revolucionários de Outubro foram assassinados… Por serem fascistas pois claro.

              Está a perceber porque as pessoas têm medo da vossa “democracia direta” ?

              É porque quem sabe um mínimo de história sabe que não faz muita diferença do nazismo.

              Aliás os comunistas mataram muito mais comunistas do que o próprio Hitler.

              Humilhar e assassinar os revolucionários de Outubro e dizimar o partido comunista e o exército vermelho era o sonho húmido de Hitler – mas foi Estaline quem o pôs em prática.

              Só alguém muito ignorante ou muito demente se junta a uma seita dessas.

            • Caro Rimbaud.

              Como é evidente o modelo de “democracia direta” de Otelo eram as ditaduras comunistas.

              A sua principal inspiração era Fidel Castro.

              Claro que isso não é democracia nenhuma. Mas desde Orwell que sabemos o significado que os comunistas dão ás palavras – é mais ou menos o que um comunista quiser.

              Assim temos em Cuba uma “democracia” com um comandante supremo vitalício que deixou o poder ao irmão…Praticou execuções sumárias em massa e até limita o contacto da sua população com estrangeiros e a liberdade de movimentos. Nem o Salazar fez isso.

              Otelo já estava a falar no útil que seria um campo de concentração no campo pequeno para estrear o seu regime.

              Era esse o modelo de Otelo.

              Neste momento estaríamos a enterrar um “querido líder” vitalício e se calhar a entronizar o primo ou o sobrinho do Otelo…

              Como diria o próprio:

              Granda democracia direta pá!

        • Caro Rimbaud.

          O 25 de Novembro começou por tropas de esquerda sob o comando de Otelo ocuparem bases militares como resposta a Costa Gomes ter demitido Otelo do comando da região militar de Lisboa.

          Logo foi um golpe de extrema esquerda que deu lugar a um contra-golpe de esquerda moderada/centro/direita.unidos contra uma eventual ditadura esquerdista.

          Até o Otelo admite isso, apenas se escusa da sua perticipação como comandante dos revoltosos de esquerda, o que nele é costume quando a coisa dá para o torto.

          Ele admite que comandou o 25 de Abril porque a coisa correu bem…

          • (…) Caro Pedro, a sua escrita sobre a critica do situacionismo que ostracizou Otelo, e
            outra’s perspectiva’s do 25 de Nov e das suas consequência para o enviesamento da Revolução de Abril continua a ser debitada em clichés apoiados nos exemplos da História de outros países. Insisto, da História desses países.

            A América e tantos países da Europa onde nos integramos, não têm na História massacres pelos poderes instituídos – monarquias, repúblicas e até como Democracias??? Vá à História.
            Não afirmei em nenhum lado que Costa Gomes e Vasco Lourenço eram Fascistas. Tal como Eanes e o Grupo dos 9, não o são. Mas obviamente não são revolucionários ( que hoje é uma categoria que não existe com o advento da Democracia Por mais injustiças que esta perpetue ou reinvente).

            Mas qual esquerda moderada, caro Pedro??? Estar em “cima do muro” é apenas, a meu ver, conciliador das consciências de quem entende que todos as injustiças e poderes que os regimes instituíram, e transitaram para uma nova Ordem Democrática devem permanecer, enquanto tal, insisto, enquanto tal, e serem reconhecidos, representados no poder legislativo, ou no executivo, na defesa dos seus privilégios e modos de produção.
            Essa possibilidade existe porque a Democracia é esta. Ou seja permite a representação e defesa da acumulação de riqueza, no combate pela permitida concorrência com o Estado Social em todas os sectores da economia. Mesmo nos sectores de produção de bens essenciais, como a água, a energia, a saúde, a educação, o trabalho com direitos.

            Estruturalmente é isto um social democracia representativa numa economia de mercado.

            • Caro Rimbaud.

              -Ás vezes uso esta do “caro” porque o sistema usado por este site não é user friendly e entre outras coisas não indica quem está a falar com quem e às vezes vejo-me à nora para descobrir quem está a falar com quem.
              Eu também podia usar “psst ó Rimbaud” ou “para o Rimbaud”. A ideia é apenas a pessoa com quem estou a falar perceber logo que é com ela.

              -Quanto à nossa conversa não me entenda mal.
              Eu também concordo que o 25 de Novembro virou Portugal demasiado à direita. Para mim o ideal seria uma forma de socialismo social democrata como nos países nórdicos.

              O regime liberal em que vivemos não é uma democracia plena. Eu que o diga, que como a maior parte dos portuguesesou roubado pelo patronato todos os dias durante toda a vida. E não estou a falar de teorias da mais valia mas de violações de contrato e das leis do trabalho existentes – ao que parece para inglês ver.

              E quanto à ditadura castrista, prefiro-a de LONGE à ditadura anterior do mafioso Batista.

              O que não impede, claro, que tenha de reconhecer que o castrismo é uma ditadura. Até o bloco reconhece isso.

              Do mesmo modo, quando digo que um escroque corrupto como Ricardo Salgado devia ser fuzilado como faz o partido comunista chinês, estou a ser irónico em relação à surrealista pose fake da esquerda ocidental, que finje ser contra qualquer uso da força na defesa da ordem – enquanto apoia os regimes comunistas que sempre usaram meios brutais na defesa da ordem.
              Porém, e a dupla ironia está aí, eu REALMENTE admiro o partido comunista chinês ou o Fidel Castro quando usam esses meios contra coisas como a corrupção.

              Por exemplo, quando os neoliberais rebentaram com a economia mundial em 2007, um bom milhar de “especuladores do mercado” deviam ter sido fuzilados e os seus bens confiscados e revertidos para a segurança social.

              -E não, o regime em que vivemos não é uma social democracia. É liberalismo atenuado com algumas formas social democratas.

              A social democracia foi traída por Blair, Shroder, Mário Soares, etc, que venderam a social democracia aos neoliberais.

              A social democracia, a verdadeira, é a de Attlee e Olof Palme.

              -Entretanto até um conhecimento minimo de história nos permite concluir que a alternativa marxista leninista pode ser ainda pior, como vimos com a fome na Ucrânia, o khmer vermelho reduzir a população ao nível de campo de concentração etc etc etc.

              Sim o capitalismo também fez muita merda. Mas se é para ter o trabalho de mudar, a ideia deve ser para melhor. Não para igual ou pior.

              -O que nos leva ao seu “clichês apoiados na história de outros países” que me acusa de usar.

              Bem, NÃO SOU EU quem os usa. É a própria esquerda radical.

              Por exemplo Otelo inspirou-se no “clichê” castrista.
              A FUP de Otelo era composta por leninistas de tendência maoista, estalinista, trotskista.

              Como é óbvio o que eles queriam era reproduzir essas ditaduras em Portugal.

              -Resta saber se não foi precisamente este extremismo de pessoas como Otelo que deu força à diteita e impediu a implantação de uma verdadeira social democracia em Portugal.

  3. O autor da arenga sobre OTELO continua a resvalar na sua insustentável leveza política!
    Não havia necessidade de se por em bicos de pés para denegrir o Homem que, criou as
    condições para Portugal entrar na Democracia! Serve-se do justícialismo reinante e, de
    certos aforismos morais para emporcalhar alguém que nos acabou de deixar!!!

    • Caro Madeira.

      “Justicialismo”

      Portanto a esquerda nega os crimes dos gangs de rua que atropelam os començais nas esplanadas, os crimes dos grandes financeiros como o Salgado e politicos corruptos como o Sócrates, os crimes da organização terrorista que mais matou em Portugal – de longe.

      Está sempre, sempre, contra a policia e os tribunais, apresentando todos os criminosos como vitimas perseguidas.

      Isso é pata eleger o Ventura como primeiro ministro ou vocês são mesmo totalmente inconscientes?

  4. Podem os oportunistas dizer que é cedo para julgar um herói desta dimensão, como se os heróis não tivessem zonas claras e escuras, grandezas e misérias, e fosse legítimo beliscar a memória de quem escreveu em um só dia a obra de uma vida.

    Obrigado, Otelo

    ps … para o *do* pq ñ ficaste calado ??? … será pq a *impresa* é q te paga no final do mês ???

  5. 100% a favor do texto do Dani.

    Apenas não se esqueça que o que vale para o Otelo vale para os outros heróis/monstros da história como o Marcelino da Mata ou os heróis dos descobrimentos cujas estátuas a esquerda quer destruir e apagar a memória – apagando toda a história de Portugal no processo.

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