O Dijsselbloem português

(Por Estátua de Sal, 30/04/2017)

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“Para ilustrar um alegado retrocesso nos resultados da governação do PS, relativamente ao executivo de coligação do PSD com o CDS, entre 2011 e 2015, Pedro Passos Coelho deu o exemplo da Educação. “A extrema-esquerda não gosta da exigência, da disciplina e da avaliação”, preferindo “a balbúrdia nas escolas”, acusou. ” (In Público, 30/04/2017). Ver artigo completo aqui.


Ora, estas afirmações são motivo para que fiquemos apreensivos e, para não ficarmos seriamente deprimidos ao ponto de termos que meter baixa, aconselho que desopilemos com uma sonora gargalhada.

Recentemente o país uniu-se contra as declarações do Presidente do EuroGrupo,  o holandês Dijsselbloem, que afirmou que gastávamos tudo em copos e mulheres de mau porte e depois íamos, de mão estendida, pedir dinheiro emprestado para pagar as farras. Passos e companhia, uns farsantes, também  se juntaram ao coro dos indignados e inclusive tiveram o desplante de acusar o Governo de ter sido pouco assertivo na exigência da demissão do personagem.

Contudo, sem surpresa, Passos vem agora dizer mais ou menos a mesma coisa, não do país mas da extrema-esquerda. Que não são exigentes, que não são disciplinados, que não gostam de ser avaliados. Mas quem é, para Passos, a extrema-esquerda? A resposta é simples: são de extrema-esquerda todos os portugueses que não votaram na coligação pafiosa que ele liderava nas últimas eleições, ou seja a maioria dos portugueses votantes.

Ou seja, Passos subscreve a tese de Dijsselbloem e ao mesmo tempo corrige a tese de Dijsselbloem. Corrige o holandês porque, quando este acusou implicitamente todos os portugueses de serem uma cambada de estroinas, devia ter limitado o seu apontar de dedo apenas aos eleitores do PS, do PCP e do BE que fizeram Passos cair do cavalo.

Ficámos, portanto, a saber que a direita não gosta nem de copos nem de mulheres, sendo tal, isso sim, um atributo da esquerda que derrotou a coligação pafiosa. Passos Coelho, cujo currículo de farras é consabido ser muito pouco recomendável, devia ter vergonha. Ele apresenta-se agora como uma espécie de pecador arrependido. Agora é o campeão da disciplina e do rigor. O português mais alemão de que há memória nos anais da política nacional. Nada como uma salutar gargalhada na cara do facínora.

Passos ou é destituído de dotes de raciocínio, ou trata os portugueses como mentecaptos, ou ambas as coisas. Dizer que a esquerda não é disciplinada é um tiro no pé, do tamanho do nariz do Pinóquio que lhe fica a matar.

Se a esquerda não fosse disciplinada a Geringonça já se tinha desfeito, tanta é a pulhice a que Passos recorre e a que, sem dúvida, vai continuar a recorrer para a derrubar.

 

4 pensamentos sobre “O Dijsselbloem português

  1. E dix:….Passos ou é destituído de dotes de raciocínio, ou trata os portugueses como mentecaptos, ou ambas as coisas. Dizer que a esquerda não é disciplinada é um tiro no pé, do tamanho do nariz do Pinóquio que lhe fica a matar.”
    Ainda percebi…… como é que dão espaço e perda de tempo, a esse mentecapto PPC, quem o bajula…..alguma coisa quer….Basta de tanto fazer passar por burros os portugueses Basta !!!

  2. So tenho um comentario a fazer:
    Foi no Governo de Passos Coelho e sua coligacao que os portugueses perderam o poder de compra. Foi tao recente, que, mais que tenhamos memoria curta, nao `e possivel esquecer-se. Portanto, eu vou continuar a votar `a esquerda, mesmo que me pecam o contrario!

  3. Depois de «quisling», temos «dijsselbloem»… E, já agora, «passoscoelho»… O léxico das palavras insultuosas está sempre a aumentar… Sempre é mais «elegante» do que escrever «filho da p***»…

  4. o homem é um provocador. Reles, porque o seu nível de cidadania não lhe permite mais. Nivelar por baixo é o que lhe resta. Mas chega a ser deprimente ver os desempenhos deste sujeito, que comanda o maior partido de oposição. E ver o silêncio dos correlegionários é preocupante.

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