Reflexões pela madrugada – Dissidência ou falta de orgulho patriótico

(Por António Jorge, in Facebook, 14/11/2022)

Quando nos sentimos atacados pela irracionalidade nacional, do ponto de vista político-ideológico, cultural e social, deixamos de sentir a dor do consenso nacional.

É uma consequência natural daqueles que se sentem excluídos e a mais… na sociedade onde nascemos, e cujos valores estão cada vez mais longe daquilo que faz um país e uma Nação… pela integração de todos em torno de um conceito de unidade nacional global e abstrata – Para todos nós… portugueses e que se refletem nos conceitos da liberdade e do tipo de democracia aviltada e prostituída por quem a utiliza a partir do poder com fins perversos e até em nome dos falsos interesses nacionais.

Quando se mistura e se alimenta, e se importa o fascismo dos outros para uso interno por imposição de terceiros… em desrespeito do nosso texto constitucional herdado da revolução do 25 de abril. Estamos… a praticar um assassinato político no caminho do golpe constitucional, contra a sociedade consignada na Lei, que é uma conquista histórica e a principal do país.

E se exclui de forma odiosa e insidiosa, sem fundamentos políticos e civilizacionais, outros povos, culturas e nações, por imposição imperial insana e irracional, deixamos de ter direito ao convívio fraternal de toda a humanidade, e todos os que como eu, são atingidos por estas políticas de ódio contra a maioria das civilizações, culturas e povos do Planeta.

Até mesmo no desporto, nas artes, a música, a literatura… foram proibidas num ato que ultrapassa mesmo, os mais odientos praticados pelo Nazismo de Hitler, do fascismo de Mussolini, de Franco, Salazar e Pinochet… todos juntos!

– De que a perseguição cultural, política e ideológica contra a liberdade e democracia, se fazia também, em torno dos rituais da queima de livros em fogueiras nas praças e ruas dos países sob ditaduras e inimigos da democracia e do socialismo.

A minha formação autodidática, foi construída pela leitura de muitas centenas de livros, pelo privilégio de ter percorrido os quatro cantos do mundo – Europa, Ásia, África e América, (e até na Rússia e na Ucrânia… e até mesmo na Crimeia) pelo que vivi e vivenciei por onde passei, pelo esforço e pelo trabalho… e pela minha inserção na luta antifascista de antes de Abril e na participação intensa na construção de um Portugal novo, livre e democrático, e que nada tem a ver com o que se passa na atualidade… em todos os domínios essenciais e importantes para o povo português.

Sinto-me insultado pelo tipo de informação produzida pelos canais de televisão, que tenho de suportar e pagar para ver… querem tortura mais refinada… pagar a bala para ser executado em nome do altar da comunicação da mentira feita verdade e da manipulação canhestra, anti cultural e que nos mata pela constância desmedida de tanta mentira à solta!

O refúgio é o saltar permanentemente de canal em canal, como um salta-pocinhas à procura de informação com alguma lógica e verdade, e de alguma substância cultural… e acabamos por esbarrar, quase sempre, em programas de estereótipo idênticos e de promoção da mediocridade pela formação da vaidade das falsas figuras públicas, ausência de programas com isenção ideológica informativa, e por isso… caímos no desporto e principalmente no futebol… de todos os tipos, escalões e idades, nacional e internacional, no masculino e no feminino… a toda a hora, como forma de embrutecimento e de idiotice.

Porque digo tudo isto…

– Sempre me senti cidadão português e cidadão do Mundo… não como um defensor do globalismo imperial ocidental-USA, mas no sentido universal, segundo o conceito de, o Mundo é a minha casa, a Humanidade a minha família!

– Assim, e por procura de programas alternativos… estive a ver o jogo da final do mundial de hóquei em patins… em que a Argentina derrotou Portugal.

E percebi que durante as incidências do encontro… que eu já estou diferente e indiferente aos resultados… Portugal perder ou ganhar, não me diz nada… tal é a raiva incontida provocada pelos caminhos ínvios seguidos por Portugal, principalmente no que ao que é importante e essencial para o povo português… seguir em contra mão… contra a democracia e as liberdades conquistadas em abril.

Recuso e jamais aceitarei a minha “ucranização” na sociedade portuguesa, pela imposição do neofascismo ucraniano, pela defesa e em nome dos valores e das esperanças de abril – Prefiro morrer!

– Nem todos estamos senis ou somos alienados e indiferentes ao que se passa no país, na Europa e no Mundo!

O orgulho nacional… não pode ser uma falácia construída pelo aviltamento da mentira feita verdade contra o povo português, por ser um tipo de valores construídos em torno da realização da sociedade de que somos ou não capazes de construir… e não destruir!


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15 pensamentos sobre “Reflexões pela madrugada – Dissidência ou falta de orgulho patriótico

  1. O modo bovino como o povo português engoliu sem piar o “SOMOS TODOS UCRÂNIA“, diz bem ao ponto a que chegou o espírito crítico e a mediana formação política no geral.
    Nem sequer perguntaram quanto custaria este agachar perante a voz do dono.Limitam-se a dizer que está tudo caro.Não se pode viver assim. Há fome escondida e às claras etc.etc.etc….
    Ainda não os ouvi perguntar pelos milhões encaminhados para Kiev e a data da sua devolução.
    Até de fazer perguntas já têm medo.

    • Então foi em “modo bovino” que o mundo condenou a guerra contra a Ucrânia ?
      Nem sequer perguntaram quanto custa a guerra !
      Quando me apontam uma arma para me matarem, eu vou estar preocupado no preço que gasto na bala da minha arma de defesa………
      Há cada russófilo ……….

      • O MUNDO? Como o mundo é pequeno. A Russofobia já produziu mais vítimas que o famigerado COVID.
        Durante anos a fio as populações Russófonas do Leste da Ucrânia foram alvo de todo o tipo de violência por parte dos democratas ocidentalizados de Kiev.
        Assinaram e não cumpriram os Acordos de Minsk e tudo fizeram para que nos tornássemos “todos Ucrânia“.
        A Russofilia conduziu-me a uma releitura de Aquilino “Quando os lobos uivam“.
        A Ocidental Democracia Lusitana deveria oferecer ao Zé Lêndeas esta obra e não os milhões que com desfaçatez para lá são encaminhados e que tanta falta fazem às necessidades do País.

  2. “Sinto-me insultado pelo tipo de informação produzida pelos canais de televisão, que tenho de suportar e pagar para ver…”
    Não é preciso ver… PAGA SEMPRE. A taxa de áudio visual vem na fatura da energia electrica …..

  3. Exacto! Só por ignorância ou deturpação da realidade (onde os media são mestres) se pode falar em democracia em Pt, como em outras áreas do mundo. O Big Brother vai montando as suas teias, os seus canais de info/desinformação e, o povinho vive embalado na volúpia de imbecilidades e deformações transmitidas pelos media, na diabolização do Outro
    Fascismo é algo que alguns saberão o que é e, claro, associam-no a Hitler, Salazar e quejandos; como coisa do passado.
    Fala-se que, com o derrube do fascismo, a democracia entrou por portas e janelas. Se se falar de pos-fascismo como caraterizador dos tempos atuais, ninguém liga, porque há partidos, canais de televisão a rodos, ‘óbvios’ sinais da existência de …democracia
    Será mais criador relacionar fascismo e pos-fascismo com a imagem dos conhecidos Dupont e Dupond, sobejamente conhecidos pelas suas … diferenças. Esse tema foi abordado aqui

    http://grazia-tanta.blogspot.com/2022/10/a-podridao-das-instituicoes-num-regime.html
    https://grazia-tanta.blogspot.com/2018/11/o-golem-espreita-sob-o-nome-de-fascismo.html

  4. Há todos os motivos para ser pessimista, o povo perdeu todo o sentido crítico.

    “Quando alguém se torna escravo das suas ideias e perde o prisma da razão, atravessa o limiar do fanatismo e acaba com uma transformação perigosa. – Frédéric Vacquer

    E há um perigo muito maior à espreita: A divisão do mundo no bom campo das democracias (incluindo, entre outros, os nazis ucranianos e os wahhabis sauditas) e no mau campo dos inimigos das democracias, que são fáceis de estigmatizar – basta substituir a palavra “governo” por “regime” e a população acreditará no inimigo com uma faca entre os dentes

    Décadas atrás os Verdes opuseram-se à instalação de mísseis nucleares americanos na Europa, hoje os Verdes alemães pedem essa instalação com a vontade de os poder utilizar como um “primeiro ataque” e, não duvidemos, dentro de algum tempo será como um “ataque preventivo”!

    Antes do colapso financeiro, eles tentarão a todo o custo manter as pessoas no escuro, mas esta será provavelmente a sua última oportunidade. Porque como cada vez menos pessoas levam as notícias “oficiais” a sério, e como não haverá fontes alternativas sérias disponíveis, será a porta aberta a todas as fantasias e aos piores delírios…

    Nada de novo: A democracia desapareceu desde a monopolização do poder político pela Europa, que dita às nossas marionetas eleitas o que elas devem fazer. Estas pessoas já não são Portuguesas, ainda estão sob o domínio da globalização forçada. Substituíram o sentido de Estado-nação, competência, visão a longo prazo e convicção política com os seus pequenos planos de carreira. Só se mantêm no poder imprimindo dinheiro e agindo como senhores medievais protegendo os pequenos povos que têm de dividir cada vez mais para os controlar melhor:europeus contra russos, ecologistas contra caçadores, transexuais contra tradicionalistas, negros contra brancos, cultura acordada contra pessoas normais,….. Cuidado: A divisão levada longe demais pode rapidamente ficar fora de controlo, mesmo para os aprendizes de feiticeiros…
    Quando o sistema baseado no paradigma do hipercrescimento e do hiperconsumo se decompõe realmente. Esperam que lhes sejam distribuídas flores?
    Quando os Estados terão inevitavelmente de lidar com o decrescimento face às alterações climáticas guerra e pandemias pensam que a questão da liberdade individual será uma grande preocupação?

    As minorias que são criticadas não pela sua especificidade, mas pela forma como procuram o poder, alegarão ser odiadas. E assim, aqueles que destroem a nossa coesão social serão intocáveis.
    Recordemos que um Estado que legisla sobre os pensamentos e sentimentos dos seus cidadãos é um Estado totalitário.

    Temos de perceber que a propaganda televisiva ensina a odiar a outra pessoa, mesmo que ela seja da própria família.

    “Isso é terrível”.

    De facto, é terrível nas suas consequências.
    Estes dois ultimos anos já decorridos deixam sequelas irreversíveis.

    Não é novo na política colocar as pessoas umas contra as outras. O grau de responsabilidade de cada um é invertido pela política do efeito espelho, e poucos, no pânico, parecem dar um passo atrás em relação à situação exacta, mesmo que possamos afirmar que ignoramos em parte o que está a acontecer à escala global, a menos que tenhamos contactos objectivos no local (graças à desinformação e manipulação que afoga o peixe nas mãos de dez bilionários).

    O capitalismo extremista conduz às mesmas políticas que os comunistas extremistas quando em breve haverá 8 mil milhões de pessoas incapazes de criar a sua própria auto-suficiência, consumindo com tanta ganância que em breve estaremos a comer puré de insectos, ou seja, se ainda restar algum com pesticidas ou os mortos serão utilizados como fertilizante como já foi feito com as múmias egípcias (uma ideia de lucro instituída pelos nossos amigos britânicos e americanos…comunistas sem dúvida?)

    Esta sociedade não é democrática mas plutocrática e estamos sujeitos à lei do desempenho de juros zero para a pessoa média enquanto os lucros se acumulam graças ao peso da dívida ampliada, sem nunca resolver realmente os problemas básicos.

    Quando é que as pessoas vão aprender que seguir cegamente com os dedos na costura das suas calças é talvez sacrificar-se em consciência, mas também sacrificar outros inocentes em nome de interesses especiais e privilegiados?

    É aceitável chantagem em todas as suas formas quando as autoridades são proibidas sem conflito de interesses?

    Queremos perseverar desta forma, quando é evidente que o crescimento desde 2000, com o seu PIB a flutuar entre 0 e 2%, tem vindo a diminuir em vez de melhorar verdadeiramente as condições de vida de todas as populações? Devem as nossas condições de vida ser as melhores à custa da vida dos outros, da vida do vizinho ou da sua própria vida (porque haverá um idiota qualquer que o quer eliminar)?

    Finalmente, será inútil querer viver a vida à custa dos outros, aceitando a corrupção a todos os níveis , e o assassinato daqueles que perturbam?

    Um pequeno excerto de Orwell de 1984: “O vocabulário da novela foi construído de forma a poder fornecer uma expressão exacta, e muitas vezes muito matizada, para as ideias que um membro do Partido poderia, com razão, desejar comunicar. Mas excluiu todas as outras ideias e mesmo as possibilidades de as alcançar através de métodos indirectos. A invenção de novas palavras, a eliminação especialmente de palavras indesejáveis, a remoção das restantes palavras de qualquer significado secundário, contribuíram para este resultado.
    Assim, a palavra livre ainda existia em Novalingua, mas só podia ser usada em frases como “o caminho é livre”. Não podia ser utilizado no velho sentido de “liberdade política” ou “liberdade intelectual”. A liberdade política e intelectual já não existia, mesmo como um conceito. Por conseguinte, não tinham necessariamente um nome.

    Qualquer coisa que possa entorpecer a lucidez, o espírito crítico, é socialmente bom; qualquer coisa que a possa despertar deve ser combatida, ridicularizada, asfixiada…
    Qualquer doutrina que desafie o sistema deve primeiro ser designada como subversiva e terrorista e aqueles que o apoiam devem depois ser tratados como tal.

    As mentes serão ocupadas com o que é fútil e lúdico. É bom evitar que a mente questione.

    Como anestésico social, não há nada melhor. Em geral, a seriedade da vida será banida, tudo o que é de alto valor será ridicularizado, um constante pedido de desculpas pela leveza será mantido, de modo que a euforia da publicidade e do consumo se tornará o padrão de felicidade humana e o modelo de liberdade.

    O condicionamento produzirá assim uma integração tal que o único medo (que terá de ser mantido) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de deixar de poder ter acesso às condições materiais necessárias para a felicidade.
    Liberdade com vergonha ou morte com honra, não haverá outra escolha considerando a fúria do campo “bom”.

    • Quem paga, eis a questão que os comentadores deveriam responder. Acusam o fulano A porque contratou B por uns milhares de euros. E nada dizem dos milhões de milhões que se canalisam para a guerra. A Vanderlayen acaba de anunciar mais 18 mil milhões. Os parlamentos nacionais foram ouvidos? Não deveriam ser? Aquela verba não vai acabar por ser paga por todos os contribuintes europeus? E aquele dinheiro todo vai acabar nos cofres de quem? Tantas perguntas a pedir respostas.

  5. captan personas atadas poste jerson (pesquisa google)

    Será que quis dizer: captain personas atadas poste gerson (pergunta-me o google)

  6. Concordando praticamente com todo o texto, não consegui entender o ” neofascismo ucraniano” e ” ucranização da sociedade portuguesa “.
    Deixando de parte outros considerandos, fundamentalmente só consigo vislumbrar um agressor- a Rússia e um agredido – a Ucrânia. O resto são todas as tropelias que uma guerra ( não uma operação especial), acarreta para toda a humanidade.

    • Completamente de acordo. A maior parte do que por aqui se lê , acaba por ser uma tentativa tóxica de fazer crer que todo o mal da guerra vem do lado da Ucrânia. Quase todos o artigos parecem emanar da Agência Tass. Se se trata de facto de uma guerra entre a Rússia e os EUA, no meio está um País a ser transformado em cinzas com crianças e velhos espalhados pelas ruas com as tripas ao léu . E sim, “o resto são todas a tropelias que uma guerra( não uma operação especial) acarreta para toda a humanidade”.

  7. Ontem, passeava em Lisboa quando deparei com um elétrico pintado a preceito com um “look vintage” (ironia propositada) original (?) onde figurava a legenda: Hills Tramcar Tours.
    Uáte da fãque?!
    Não acham que já é uma pista quando uma zona em Oeiras se chama “Valley”? Estruturas nacionais de ensino superior com nomes em inglês? Eventos musicais? Ruas inteiras com frases, publicidade e nomes de lojas anglo-saxónicos?
    Um turista tira uma foto e parece que está…?
    Estou a borrifar-me para o discutível ícone nacional simbolizado pelo Pastel de Nata, mas chamar-lhe “Custard Cream Tart”?
    Um povo borrego, deslumbrado, subserviente e sem um pingo de orgulho pela sua língua ou cultura está votado à extinção, ao esquecimento.
    Num futuro próximo, vamos ser brasileiros, indianos ou israelenses?
    Eniuane?

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