E agora que a contraofensiva falhou?

(Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 23/09/2023)

Antony Blinken já reconheceu que “o que está a acontecer no mundo é mais do que um teste à ordem mundial pós-Guerra Fria. É o seu fim”.


Passados quase três meses desde o seu início, torna-se claro que a contraofensiva ucraniana não atingiu o objetivo a que se tinha proposto: chegar ao Mar de Azov, tendo apenas conseguido aproximar-se, nalguns sítios, da principal linha defensiva russa. Perante estes desenvolvimentos interrogamo-nos sobre qual será o passo seguinte, uma vez não existir unanimidade nem consenso sobre a matéria.

A maioria das respostas enquadra-se em duas abordagens genéricas: uma que defende a possibilidade de se avançar para uma solução política, e outra que defende a continuação dos combates, e a preparação de uma nova ofensiva em 2024 e, se for preciso, outra em 2025, até ao último ucraniano.

A generalidade dos defensores da primeira abordagem são ou encontra-se próxima dos decisores políticos ou de quem tem responsabilidades executivas no establishment político norte-americano. Incluem no seu cálculo estratégico o impacto benéfico que o congelamento da situação militar poderá vir a ter nas eleições presidenciais norte-americanas, a realizarem-se lugar no final de 2024, independentemente de o conflito poder ou não ser retomado mais tarde, aproveitando-se a pausa nos combates para armar, treinar e equipar as debilitadas forças armadas ucranianas.

Embora o congelamento da situação militar não signifique a vitória de ninguém, é mais vantajoso para a Ucrânia e para os EUA, não só pelo motivo já explicado, mas também porque dá mais tempo aos EUA para implementarem a sua diplomacia informal, permitindo-lhes negociar com Moscovo acordos vantajosos para lá do Teatro de Operações da Ucrânia, que lhe proporcionem benefícios na competição com Pequim.

Contrariando um dos objetivos propostos, a contraofensiva ucraniana não veio trazer maior poder negocial à Ucrânia, conferindo-lhe a possibilidade de se sentar à mesa das negociações numa situação vantajosa. Pelo contrário, não só evidenciou a incapacidade de Kiev repelir as forças russas do território ucraniano impossibilitando a concretização do seu objetivo estratégico, como causou imensas baixas, difíceis de repor, e um imenso rombo nos equipamentos fornecidos pela ajuda internacional, colocando-as numa situação de extrema vulnerabilidade.

Em alternativa, poder-se-ia negociar, eventualmente, uma solução política mais ambiciosa, para lá de um “simples” congelamento da situação tática, do tipo coreano ou alemão (oeste e leste). Esta abordagem tem vindo a ganhar um número cada vez maior de aderentes (entre outros, Sarkozy, Viktor Orban, etc.). As eleições em setembro na Eslováquia poderão alargar a lista dos apoiantes desta causa.

A comunicação social norte-americana próxima do Partido democrata tem-se inclinado nesta direção. O Secretário de Estado Antony Bliken terá procurado, na sua recentemente “prolongada” estadia em Kiev, persuadir o presidente Zelensky da bondade deste tipo de soluções. A favor desta resposta, estaria o cansaço internacional do apoio prestado a Kiev com tendência para diminuir. Como escreveu Fareed Zakarias, “os ucranianos estão determinados a perseverar, mas temem que os seus aliados não o façam.”

Está por determinar se as recentes demissões dos vice-ministros ucranianos da defesa não visarão colocar em posições críticas do aparelho de estado elementos facilitadores deste tipo de soluções.

Alguns observadores acreditam que os russos estão determinados em manter o conflito até à realização das eleições presidenciais norte-americanas, na esperança de que Donald Trump seja eleito e deixe de apoiar ou reduza significativamente o apoio a Kiev.

Os defensores da segunda abordagem abraçam a ideia de continuar a guerra por esta estar a atingir o objetivo, isto é, enfraquecer a Rússia. No entanto, nenhum deles conseguiu ainda esclarecer o que entende por enfraquecer a Rússia e, consequentemente, até onde se deve e/ou pode ir. Por outras palavras, como se identifica o momento em que a Rússia vai estar suficientemente enfraquecida? Quais os critérios?

Um dos apoiantes desta abordagem, Mitt Romney defende que “Os danos causados à Rússia fazem com que o investimento na Ucrânia valha a pena… É a coisa certa a fazer… Portanto, gastar 20 mil milhões de dólares – ou seja, 2% do nosso [norte-americano] financiamento militar – para ajudar a Ucrânia a derrotar e enfraquecer a Rússia é um dos investimentos mais inteligentes e económicos que podemos fazer.”

O presidente polaco Andrzej Duda vibra com estas declarações que contribuem para colocar a Polónia como o ator “excecional” na resposta à ameaça russa. Segundo ele, explicando porque é que os EUA deviam mobilizar-se contra a ajuda à Ucrânia, “agora, o imperialismo russo pode ser parado de modo barato, porque os soldados americanos não estão a morrer. Mas se não pusermos agora um fim à agressão russa haverá um alto preço a pagar.” Para Duda, ajudar Kiev equivale a “enfraquecer um dos maiores adversários estratégicos da América”.

Pertencem a este grupo os que, confrontados com o facto incontornável da contraofensiva não estar a correr bem, consideram que a guerra na Ucrânia será uma longa luta. Em reforço desta ideia, recordemos o que disse recentemente o Secretário-Geral da NATO Jans Stoltenberg. Como disse o antigo CEMGFA do Reino Unido Richard Barrons a “Ucrânia não pode vencer agora a Rússia, mas a vitória é possível em 2025”.

Contudo, quem parece estar a enfraquecer é o Ocidente, incapaz de responder capazmente às solicitações da Ucrânia. O Almirante Rob Bauer Chairman do Comité Militar da Aliança reconheceu publicamente que a necessidade ucraniana em munições era superior à capacidade de produção da indústria de defesa ocidental. Por seu lado, a especialista em assuntos de Segurança Kori Schake num artigo na revista “The Atlantic” fez soar as campainhas sobre a capacidade militar norte-americana em caso de um conflito de larga- escala, alertando para o risco de o primeiro exército do mundo poder perder uma guerra em grande escala devido à escassez de munições.”

Segundo Schake, o problema “não tem a ver com a Ucrânia – mas com os Estados Unidos que, em princípio, não estão prontos para a guerra”. “A quantidade de armas que fornecemos [EUA] à Ucrânia é insignificante em comparação com as armas necessárias que não temos nos nossos armazéns”. “A lacuna na produção de defesa criou uma lacuna alarmante entre o que os Estados Unidos dizem que podem fazer e o que efetivamente podem fazer”.

Ambas as abordagens apresentadas partem do pressuposto de que a Rússia não tem capacidade para obter uma vitória militar sobre a Ucrânia, o que parece incontornável no momento em que este texto é redigido, mas poder vir ter. A acontecer, isso significaria uma vitória da Rússia e uma derrota norte-americana com imensos danos reputacionais para Washington, em cima do imenso empenho colocado neste conflito materializado nos 113 mil milhões de dólares gastos em cerca de ano e meio de guerra no apoio às Forças Armadas da Ucrânia, algo a que os EUA já nos habituaram, se tivermos em conta as guerras que provocou após a II Guerra Mundial e que não venceu (excluímos a guerra do Iraque (1990) e a da Coreia que “empatou”).

Qualquer das respostas apresentadas não é neutral em termos das consequências e dos resultados, apenas condicionará os termos de algo não escamoteável: “as coisas nunca mais serão as mesmas. O que está a acontecer no mundo é mais do que um teste à ordem mundial pós-Guerra Fria. É o seu fim”, como reconheceu Antony Blinken.

Por isso, dadas as consequências dramáticas que essas respostas poderão ter na definição dessa nova Ordem, esse exercício deve ser feito de modo extremamente rigoroso pelos líderes das grandes potências, que não podem alijar responsabilidades pelo que daí resultar.

Contudo, esta constatação cândida de Blinken omite quem foi o responsável por termos chegado aqui. Apesar de reconhecer que estes desenvolvimentos “serão objeto de estudo e debate nas próximas décadas”, Blinken parece não estar concentrado no essencial do problema.

Os EUA ainda não saíram, nem sabem como vão sair da guerra na Ucrânia, e já se preparam para se meterem noutra, quando é evidente a sua impreparação para tal aventura.


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17 pensamentos sobre “E agora que a contraofensiva falhou?

  1. Importa notar o essencial: a ordem mundial chegou ao seu fim.
    À ordem segue-se a desordem, blocos abertamente conflituantes, tiranias e autarcias versus democracias.
    Estas têm as suas fraquezas crónicas: os cobardes e os traidores têm voz e ampla publicidade, os oportunistas contam votos a alcançar antes que avaliem os interesses dos seus povos.
    A tiranias surgem com a sua imagem de ordem, escondendo os meios com que as criam; e não faltam serventuários que acorrem a promover-lhes a imagem negando a existência de tais meios.

    Sempre recordo o ‘1984’ do Orwell quando vejo privilegiar as soluções políticas que trazem a paz dos tiranos e das autarcias!

      • Exatamente. Mas, sabe, os propagandistas do império genocida ocidental confundem ordem com ordens impostas pelo império, confundem democracia com oligarquia belicista, confundem direitos humanos com genocídio de não-ocidentais, confundem liberdade com nazi-fascismo, confundem verdade com propaganda, confundem economia decente com neoliberalismo, e confundem globalização com globalismo.
        Tudo o que não seja os oligarcas ocidentais a lucrar e o império ocidental a mandar, para eles é “desordem” e “ditadura”.

        Quanto ao que se passará após esta ofensiva Nazi/NATO falhada, a resposta está neste momento no Kremlin: querendo paz, como é que a ela querem chegar?
        Há duas formas: a forma “paciência defensiva” é manter as actuais linhas da frente e fazer só um pequeníssimo contra-ataque este Inverno para recuperar os 0.25% de território perdido para os Nazis nos últimos 3 meses.
        A forma “acabou-se a paciência ofensiva” é voltar aos movimentos profundos em direção ao rio Dniepr e preparar a viagem até Odessa e Transnístria.
        Se o Kremlin insistir na primeira, continuará a ter relativamente muito poucas baixas, mas corre o risco de ver os lunáticos do império genocida ocidental re-armar os Nazis para nova ofensiva em 2024, ao mesmo tempo que se aumenta a capacidade de produção para pelo menos rivalizar com a capacidade Russa.
        Se o Kremlin optar pela segunda, podem acontecer duas respostas no império genocida ocidental: ou reconhece a derrota do regime Nazi e manda o Zelensky assinar a rendição e imediatamente partir de avião para a sua mansão em Miami de forma a que os nazis de Azov não o matem; ou o idoso senil tem um ataque de raiva e carrega no botão vermelho e morremos todos.

        Portanto resolvam o que têm a resolver com os vossos entes queridos. Podemos estar a viver os últimos momentos da humanidade. E tudo isto em nome dos UkraNazis, dos planos imperialistas da CIA e Pentágono, e do belicismo genocida da oligarquia de Washington e arredores que lucra com a venda de armas.
        Os tresloucados dos Canadianos até já fazem ovações de pé no seu Parlamento para um Ucraniano que na Segunda Guerra Mundial combateu contra os Russos/Soviéticos. De que lado estaria esse combatente? Das SS Nazis, mas isso agora não interessa nada, porque “ai ai a ordem acabou e vem aí a desordem”.

        Oh JgMenos, és ridículo. E olha que esse racismo está a ser anotado pelos líderes Mundiais não ocidentais. Nada separa o teu racismo, do racismo do Josep “jardim” Borrel que não gosta nada da “selva” que rodeia a Europa.
        É esse o teu conceito de “liberdade”, “democracia”, e “ordem”.

        PS: por sugestão da blog MoonOfAlabama, fui ler um artigo da Caitlin Jonhstone, e por sugestão dela acabei a ver uma palestra do Libertário USAmericano Scott Horton, que por acaso é casado com uma Ucraniana nascida em Odessa.
        Diz ele que está guerra foi não só provocada, como foi provocada de propósito para se chegar a este ponto. E depois faz uma comparação muito engraçada, parafraseando: dizem-nos (os propagandistas NeoCon do império genocida ocidental) que o Donbass e a Crimeia não podem fazer referendos nem exercer o seu direito humano à auto-determinação, nem sequer após um golpe Nazi/CIA em 2014 em Kiev, que a Rússia não tem o direito de ajudar esses independentistas, e que a ditadura UkraNazi pode usar a força letal que muito bem entender para impedir essa mudança territorial. Pois bem esses são os mesmos propagandistas que depois nos dizem que Taiwan pode e deve ser o dependente, que nós ocidentais os podemos ajudar militarmente a conseguir esse feito, e que a China não pode fazer nada para o impedir. Caso contrário rebentará ali mais uma guerra proxy da NATO=EUA+vassalos provocada pelo ocidente.
        É uma comparação engraçada, que mostra bem o que é a “ordem” actual e o que é a “desordem” que se segue quando a hegemonia do império genocida da ocidental terminar de vez.

        PS2: o NeoLiberal Macron, o “democrata” liberal da economia de mercado, da “liberté, fraternité, egalité”, da globalização, etc, está semana insinuou que os carros elétricos Chineses podem ficar excluídos dos apoios à compra deste tipo de carros.
        Nada como uma batotazinha em nome da sua oligarquia, ou da tal “ordem”, quando a derrota se torna evidente.
        E como o Scott Norton tão bem lembrou, se a dependência mútua nas trocas comerciais diminui a possibilidade/vontade de um conflito armado entre as partes envolvidas nesse comércio, nada diz mais “vamos para a guerra” como está o ediência cega dos líderes Europeus (ou serão todos agentes da CIA?) que se querem “desacoplar” das economias Russa e Chinesa, começando desde já a parte económica de uma guerra que pode ser militar já em 2024 ou 2025.

        Convém lembrar que a China também já é uma potência nuclear. Um dia destes um navio de guerra dos agressores EUA vai ao fundo no estreito de Taiwan, o chéché da casa branca borra a fralda e carrega no botão vermelho, e adio adieu auf wiedersien goodbye humanidade. Como disse, e repito, resolvam o que têm a resolver com os vossos entes queridos. Pode já não restar muito tempo.

      • «a ordem mundial imposta sómente por um»
        Eis o que se chama uma ‘boca’!

        Como se não houvesse vetos no Conselho de Segurança ou que é a adesão à OMC fosse obrigatória.

        O que incomoda os coirões dos tiranos e da cambada das autarcias é que haja quem os chame pelo nome e se recuse a conviver com a espécie; querem ‘respeitinho’ como todos os coirões ambicionam!

        • Segundo Menos e os amigos, já vivemos numa autarcia, e ainda lhe deixam escrever coisas dessas.
          Não, a OMC não é obrigatória, é perfeitamente razoável que um país se retire dos maiores mercados mundiais de bens. Olha, com sorte, vai-se cumprir o teu desejo, mas parece que ficam chateados na mesma.

    • Claro que não. Por isso é que os líderes NÃO ocidentais, representantes de 85% da humanidade, se fartam de repetir que é essencial o Ocidente começar a respeitar as regras da ONU, deixar de ter a mania que manda no Mundo todo, e reformar a ONU de forma a que haja uma verdadeira Democracia nas relações entre países.

      Esta ideia é defendida independentemente do tipo de regime de cada país, exatamente porque assenta nos princípios da não-ingerência, da não-imposição de valores, e do respeito pelas diferenças entre diferentes países e culturas, povos e histórias, políticas e economias.

      Ou seja, o que de mais próximo há neste momento com uma Democracia nas relações internacionais são os BRICS.
      Não interessa de que continente são, se são mais Capitalistas ou Socialistas, se são Repúblicas ou Monarquias, Cristãos ou Muçulmanos, etc.
      É por isso que nós BRICS cabem a Rússia e o Brazil, a Índia e a China e a África do Sul, Irão e a Arábia Saudita, a Argentina e o Egipto, os EAU/Dubai e a Etiópia.

      É por isso que o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, muito bem presidido pela Dilma Roussef, faz empréstimos com vista ao desenvolvimento de cada país, à medida de cada país, sem imposições ideológicas austeritárias/NeoLiberais.

      E é por isso que se fala na Grécia para vir a ser o primeiro país EUropeu a aderir. Se já houvesse Mundo Multipolar em 2010, se calhar tinha-se salvo 25% do PIB Grego, e não estavam agora a aprovar uma lei tão “democrática” liberal como a jornada de trabalho de 13 horas diárias e 76 horas semanais.
      Para o Syriza houve ameaças e sanções e um BC€+FMI a tentar matar a Grécia à fome. Para este fascismo do “centro moderado” há aplausos e garrafas de champanhe no BC€ e FMI…
      É esta a “ordem” Mundial que tarda em morrer.
      Mas quando bater a bota, eu farei como os britânicos decentes fizeram quando a “iron bitch” morreu: festejar com euforia.

  2. Para os egocêntricos americanos infelizmente é a mesma coisa. Eles só vêem como ordem mundial aquela em que forem só eles a mandar. Uma ordem mundial em que houver vários e não um único a impor a sua vontade no mundo para eles simplesmente não existe.Pelo que para impedir aquilo que para eles é um mundo onde não podem existir estão dispostos a tudo e farão tudo. E é aí que as coisas se podem tornar perigosas porque eles já desejaram armas nucleares em cima de populações e podem muito bem fazer o mesmo outra vez.
    Quanto a guerra na Ucrânia so por impossibilidade prática não chegará ao último ucraniano como a II Guerra Mundial não chegou ao último alemão. Mas se temos, como na Alemanha nazi, parte da população fanátizada no ódio ao outro e outra parte amordaçada e amedrontada muita gente ainda terá de morrer. Se veremos uma triste criança de 12 anos, de fato militar completo, a chorar de desespero e medo ao cair prisioneira, como aconteceu na II Guerra Mundial, e uma história ainda por contar. Mas Ucrânia e Rússia ainda teem muito que sofrer pela megalomania de uma nação que se julga excepcional e acha que um mundo em que não baixemos todos a cabeça a essa excepcionalidade simplesmente não pode existir. A Rússia é que soube nos anos 90 o que é viver num mundo assim e não gostou do remédio.
    Com o que aconteceu nos últimos tempos até em termos de suposta defesa da saúde pública também um mundo assim não me parece boa ideia por muito que o pense malta que devia ir ver se o mar dá choco.

  3. O meu muito obrigada á Estátua de Sal, por publicar artigos de opinião tão bons, que geram comentários de alta qualidade. Ler a Estátua de Sal é uma terapia gratuita que me livra de gastar dinheiro num psicólogo.

  4. O facto de o território russo ser agora regularmente atingido é obviamente um avanço russo .
    – O facto de o exército russo estar atolado na Ucrânia, e estar claramente a recuar (com mapas para o provar), é obviamente um avanço russo .
    – Esconder-se em trincheiras é obviamente um avanço russo .
    – Minerar território que não lhe pertence é obviamente um avanço russo… no terrorismo de estado,
    e começar a minar as suas próprias fronteiras (Belgorod…) é obviamente um avanço russo.
    – perder as suas rotas de abastecimento uma a uma é obviamente um avanço russo .
    – Mais de 270.000 russos mortos, corpos abandonados , e, portanto, facilmente contabilizados,
    + um milhão a fugir para o estrangeiro é obviamente um avanço russo .
    – liquidar todos os opositores é obviamente um avanço russo… no neostalinismo.

    Tudo isto, claro, “de acordo com o plano” dixit o psicopata criminoso multi-reincidente do kremlin.
    Os seus propagandistas agarram-se ao que podem mas certamente não ao Direito Internacional.

    Zelinsky não quer ceder um grama do seu país, mas de que país está ele a falar, o seu país é um apartamento para os Estados Unidos, eles têm metade da Ucrânia foi comprada pelos Estados Unidos (Black Rock)e com o dinheiro que os Estados Unidos gastaram na Ucrânia terá de ser reembolsado e será pelo resto das terras raras da Ucrânia Zelinsky vendeu o seu país aos Estados Unidos, bem como o que resta do seu povo.

    Os povos da Europa estão a pagar a fatura de uma guerra que os seus representantes esperam desde que a Rússia se apoderou da Ucrânia, a terra da czarina.

    Só que, como a história já tantas vezes provou, avaliaram mal o potencial da Rússia, que se prepara desde “Maïdan”, quando foi tomada por uma espécie de revolução dos “espinhos” que conduziu à guerra actual, sob a presença acrescida de especialistas científicos-militares ocidentais na Ucrânia, envolvidos na formação de um “neonazismo” anti-russo. O preço de tudo o que se consome em todo o mundo é apenas uma das consequências desta guerra, que se vai tornar mais dura, mais mortífera e, sobretudo, é suscetível de pôr o mundo de joelhos durante décadas, se não séculos.

    A União Europeia, que contribui com mais do dobro do montante da ajuda americana à Ucrânia, será naturalmente (e quase como de costume) ultrapassada pelos fundos abutres americanos na reconstrução da Ucrânia.
    Há que agradecer ao pequeno Z, que tem o hábito de cuspir nas mãos de quem o ajuda. Mais uma razão para não o ajudarmos mais, à custa dos povos da Europa!

    Quem é que vai pagar aos financiadores americanos? Bem, somos nós, os simpáticos europeus, com o nosso dinheiro pago à Europa… O círculo está completo para os americanos: vender o seu gás de xisto a um preço mais elevado, afundar a indústria europeia e ficar com os contratos de reconstrução. Os americanos continuam a perseguir pelo menos dois objectivos, pelo sim pelo não… O primeiro objetivo: defender a integridade territorial da Ucrânia e enfraquecer a Rússia…..

    Sob a pressão dos falcões norte-americanos e dos revanchistas bálticos e polacos, colocámo-nos do lado errado da história, o que nos colocou numa posição desastrosa em relação aos Brics+ e ao resto do mundo, o que nos vai custar muito caro, tanto em termos económicos como em termos de credibilidade. Utilizámos o dólar e as instituições internacionais para promover a nossa própria propaganda e, inevitavelmente, algumas pessoas perceberam a mensagem e …. o risco para si próprias.

    Infelizmente, a que preço para os ucranianos e, claro, para os russos também.
    Em 31 de dezembro de 2021, Putin escreveu uma carta a Biden pedindo-lhe que mantivesse a distância e não se aproximasse do seu país usando a Ucrânia, como é o caso dos antigos países do Bloco de Leste. Na sua opinião, a Ucrânia deve manter-se neutra, incluindo em relação à Rússia.
    O vosso lado fez ouvidos de mercador, como sempre.
    Semearam o vento, vão colher as tempestades.
    Se pensam que os russos vão parar na saída do Donbass, estão tristemente enganados.
    Bismarck tinha isto a dizer sobre os russos:
    “Toda a gente sabe como tirar o urso da toca, mas ninguém sabe como o reintroduzir”.
    É preciso começar a rezar ao seu deus (se é que ainda o tem) para que os russos não atravessem o Atlântico, tendo em conta que, em 1945, se limitaram a Berlim e, em 1812, a Paris.

    Contrariamente ao que nos foi dito em 2022, o inverno que será provavelmente terrível para os europeus é o inverno de 2023-2024. Logicamente, a Rússia tem todo o interesse em derrubar rapidamente a União Europeia para não prolongar a guerra. Para isso, duas acções são indispensáveis: 1) o controlo do Mar Negro e a tomada de Odessa, 2) sanções económicas severas contra a Europa, que será obrigada a separar-se dos Estados Unidos se não quiser ser sufocada…

    O pior ainda está por vir…

    A diferença entre um jogador de xadrez e um jogador de póquer (que já não se pode dar ao luxo de fazer bluff).
    Por caridade, não vamos falar do nosso jogador de cuecas: “Qual é mesmo o trunfo?
    É do interesse de Putin atacar com força para nos colocar em sérias dificuldades e poupar vidas na linha da frente, pondo fim a esta guerra.
    Todas as nuvens têm um lado positivo: vamos poder contar com os nossos verdadeiros amigos… e ver o que é realmente esta Europa.

  5. Conheci um artista russo que, tendo mais de 40 anos e sendo gordo que nem um urso garantia que a sua convocatória para ir para, a guerra tinha chegado dois dias depois de ele de lá sair. Sabendo nos que, ainda hoje a idade máxima com que por lá se pode ser recrutado e de 30 anos está se mesmo a ver que a criatura estava a mentir com quantos dentes tinha na boca. Mas estava a contar com a solidariedade de criaturas que nos dois meses anteriores tinham sido uma furiosa classe dos ucronazis, corria o mês de Abril de 2022. Sabendo a nossa credulidade não será de admirar que, quem por lá não quer trabalhar veja agora uma maneira de ter boa vida no Ocidente a custa de dizer mal do seu país.
    Quanto a abandonar os, seus mortos no campo são os ucranianos melhores nisso e cabe muitas vezes aos adversários enterra Los.
    E se os russos estivessem a recuar assim tanto andaria Herr Zelensky com melhor cara e não havia tanta gente do lado de cá a mostrar que já o tem pelos cabelos mas não sabe como descalçar esta grande bota.
    Já agora, se houvesse mesmo um milhão de expatriados russos as nossas incansaveis equipas de reportagem não deixariam de os visitar um a um. Concordo com a Maria. Apesar de alguns que nos chamam de coiroes e bem melhor andar por aqui que ver o Milhazes ou outros comentadeiros que por aí andam.Esses e que deixam um a precisar de terapia.

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