Sobre as consequências do fornecimento de munição com urânio empobrecido ao regime de Kiev pelas nações ocidentais

(Tenente-General Igor Kirillov*, in Sakerlatam.org, 23/03/2023)

Em 21 de março de 2023, a Ministra de Estado da Defesa do Reino Unido, Annabel Goldie, anunciou na Câmara dos Lordes do Parlamento Britânico que a Grã-Bretanha transferiria as munições subcalibre perfurante para a Ucrânia. “Junto a nossa concessão de um esquadrão de tanques de batalha Challenger 2 para a Ucrânia, forneceremos munições incluindo munições de perfuração de blindagem que contêm urânio empobrecido”.

Declaração de disposição em fornecer à Ucrânia munições com urânio empobrecido

A natureza cínica da declaração feita pela Ministra de Estado da Defesa do Reino Unido é dada pelo fato de que ela foi feita quase na véspera de outro aniversário do bombardeio da Iugoslávia pela OTAN, em 24 de março de 1999, quando a aliança iniciou sua operação chamada Merciful Angel (Anjo Misericordioso – NT).

A ordem para iniciar os bombardeios foi dada pelo Secretário Geral da OTAN, Javier Solana, que disse que a operação era humanitária.

Gostaria de esclarecer o que é uma munição de subcalibre perfurante.

Trata-se de um projétil de artilharia com um diâmetro de núcleo menor que o calibre da arma, usado para alvejar tanques, objetos blindados, geralmente em alcance de tiro direto.

Análise comparativa de munições à base de urânio empobrecido e munições à base de tungstênio.

 É preciso lembrar que urânio empobrecido é o nome trivial de um metal que se baseia em mais de 90% de isótopos de urânio-238 e menos de 1% de urânio-235.

O uso de urânio empobrecido em tais munições está associado a sua alta densidade, o que proporciona sua alta penetração na blindagem. Este efeito é obtido usando a energia cinética do próprio núcleo, assim como sua cápsula. Ao atingir a blindagem, o invólucro de aço macio quebra e transmite sua energia para o núcleo, que o faz perfurar a blindagem.

As ligas de tungstênio têm características semelhantes, mas as munições à base de tungstênio são mais caras para a fabricação. A produção de munições com urânio empobrecido é muito mais comum em países que possuem reservas de urânio, a tecnologia para processá-lo e utilizá-lo em território estrangeiro e quando não há necessidade de considerar o impacto ambiental.

O uso de munições à base de urânio empobrecido não tem vantagem significativa sobre as munições de tungstênio nos conflitos militares contemporâneos.

Deve-se observar que nos conflitos armados, as munições com urânio empobrecido foram utilizadas exclusivamente pelos países da OTAN.

Em particular, em 2003-2004, os EUA utilizaram tais munições em ataques contra cidades iraquianas: Amara, Bagdá, Basra, Karbala, Fallujah. No total, as Nações Unidas estimam que os EUA utilizaram pelo menos 300 toneladas de urânio empobrecido no Iraque.

Fatos sobre o uso de munições com urânio empobrecido

Como resultado, as condições radiológicas em Fallujah foram muito piores do que as de Hiroshima e Nagasaki após o bombardeio dos EUA. Esta cidade ainda está sendo chamada a segunda Chernobyl.

É preciso lembrar que as forças da OTAN usaram munições de urânio empobrecido durante o bombardeio da Iugoslávia em 1999. Ao todo, cerca de 40.000 projéteis de blindagem com mais de 15 toneladas de urânio empobrecido foram usados naquele país.

Devido à exposição a munições com urânio empobrecido, é gerada uma nuvem quente móvel de urânio fino aerossolizado-238 e seus óxidos, o que pode posteriormente provocar o desenvolvimento de patologias graves.

O principal perigo de radiação do urânio empobrecido ocorre quando este entra no corpo sob a forma de poeira. Os fluxos de radiação alfa de pequenas partículas de urânio depositadas no trato respiratório superior e inferior, pulmões e esôfago provocam o desenvolvimento de tumores malignos. Acumulados nos rins, ossos e fígado, o pó de urânio leva a alterações nos órgãos internos.

Consequências do uso de munições com urânio empobrecido

Assim, segundo o governo iraquiano, em 2005, a incidência de câncer no país devido ao uso de urânio empobrecido aumentou de 40 para 1.600 casos por 100.000 pessoas. A este respeito, Bagdá entrou com uma ação no Tribunal Internacional de Arbitragem em Estocolmo, em 26 de dezembro de 2020, contra Washington, exigindo uma compensação pelos danos causados.

Houve ainda um aumento de 25% na incidência do câncer nos países da antiga Iugoslávia.

As vítimas das políticas irresponsáveis de sua própria liderança foram os soldados da OTAN que participaram das campanhas militares no Iraque e na Iugoslávia.

Assim, o Relatório do Inspetor Médico Militar Chefe da Itália (2016) diz que 4.095 militares das forças armadas italianas destacados nos Bálcãs (1994-1999) e no Iraque (2003) em áreas onde as forças da OTAN utilizaram munições de urânio empobrecido foram posteriormente encontrados com tumores malignos de vários tipos. Em 8% dos casos (330 pessoas), as doenças foram fatais.

Além disso, o urânio permanece no solo por muito tempo e representa um risco de efeitos negativos para as pessoas, animais e plantações.

Em um relatório publicado em Genebra em 2002, um grupo de especialistas que realizou pesquisas sob os auspícios do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente nos locais dos ataques da OTAN, observou: “Os especialistas ficaram surpresos com o fato de que mais de dois anos após os bombardeios, as partículas de urânio empobrecido ainda estavam presentes no ar”.

Além disso, o chefe da equipe de especialistas observou: “Foram encontrados fragmentos de bombas de urânio na Sérvia na área de Plackovica, que não está marcada no mapa de bombardeios apresentado anteriormente à ONU pela OTAN”. O mistério da contaminação com urânio em Plackovica continua por ser esclarecido.

O nível de contaminação do solo e das águas subterrâneas nessas áreas durante um longo período requer um monitoramento contínuo para avaliar os riscos potenciais.

Gostaria de chamar sua atenção para documentos que confirmam a consciência dos países da OTAN sobre o perigo dos efeitos deste tipo de munição sobre as tropas, a população civil e o meio ambiente dos territórios. Por exemplo, o Relatório Sumário do Instituto de Política Ambiental do Exército dos Estados Unidos ao Congresso em 1994, intitulado Health and Environmental Consequences of Depleted Uranium Use by the U.S. Army, declara: “Não existe tecnologia para reduzir a toxicidade do urânio empobrecido… A limpeza das áreas de munição com urânio empobrecido é extremamente difícil”.

Além disso, o relatório da Royal Society do Reino Unido em 2001, The health hazards of depleted uranium munitions (Perigos para a saúde das munições com urânio empobrecido), observou: “O principal tipo de câncer para aqueles afetados pelas munições com urânio empobrecido é o câncer de pulmão”.

O Ocidente está bem ciente das consequências negativas do uso de munições com urânio empobrecido. Apesar do fato de que o uso de tais munições causará danos irreparáveis à saúde de civis e soldados das Forças Armadas da Ucrânia, os países da OTAN, particularmente o Reino Unido, expressaram sua disposição para fornecer este tipo de arma ao regime de Kiev.

Conscientização das nações ocidentais sobre o perigo do uso de munições com urânio empobrecido

Além disso, após o uso de munições com urânio empobrecido, grandes áreas de cultivo em território ucraniano serão contaminadas, e substâncias radioativas serão espalhadas através de veículos para o resto do território. Além da contaminação de sua própria população, isto causaria enormes prejuízos econômicos ao complexo agroindustrial da Ucrânia, especialmente a produção agrícola e pecuária, derrubando qualquer exportação de produtos agrícolas da Ucrânia por muitas décadas, se não séculos, no futuro.

Texto original em: https://telegra.ph/Briefing-by-Chief-of-Nuclear-Biological-and-Chemical-Protection-Troops-of-Russian-Armed-Forces-Lieutenant-General-Igor-Kirillov–03-24

 Postado no canal do MOD no Telegram em 24/03/2023: https://t.me/mod_russia_en/6597

*O autor é Chefe das Tropas De Proteção Nuclear, Biológica e Química das Forças Armadas Russas.

Fonte aqui


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15 pensamentos sobre “Sobre as consequências do fornecimento de munição com urânio empobrecido ao regime de Kiev pelas nações ocidentais

  1. O que tem urânio empobrecido e liberta radioactividade são as munições perfurantes anti-blindados.

    O local dos blindados Russos é na linha da frente: ao longo da fronteira entre o oblast de Kharkov e a República de Lugansk, numa linha torta que divide a República de Donetsk a meio, e naquela linha quase horizontal que divide o oblast de Zaporohie.
    E há ainda a restante linha da frente feita pelo rio Dnieper ao longo do oblast de Kherson.

    Os arredores destes locais têm ainda muitos civis, maioritariamente pró-Russos, mas ainda alguns pró-Ocidentais.
    São zonas de concentração de tropas de ambos os lados.
    E são agora uma pretensão territorial da Rússia, uma vez que falhou a abordagem democrática (pré Maidana), a abordagem diplomática (Minsk), e a abordagem da intervenção militar limitada (a tal “operação militar especial” que foi até aos arredores de Kiev para forçar a negociação de um novo acordo de Paz).

    Sabendo o que são estas munições, e lendo este texto. Sabendo as suas consequências e médio e longo prazo, eu tenho três conjuntos de perguntas:

    1) onde está o ICC (Tribunal Penal Internacional) para chamar a isto um crime de guerra e emitir mandato de captura para Sunak e Zelensky?
    Já para não falar nos mandatos de captura para os 4 presentes na Cimeira das Lajes onde se confirmou decisão que viria a condenar Falujah e arredores?
    Já para não falar dos restantes crimes e respectivos criminosos?

    2) o que é que esta oligarquia belicista do império genocida ocidental, em particular a anglo-saxónica, tem na cabeça? Ou seja, que objectivo pensam atingir com esta escalada?
    Querem matar por matar?
    Querem tornar inabitável o mesmíssimo território que dizem querer “libertar” da “ocupação” Russa e das milícias do Donbass (que são feitas de gente que lá vive)?
    Querem que a Rússia destrua os locais onde estás armas serão armazenadas e depois ir lá com um contador Geiger
    a apitar, e com as presstitutas atrás a filmar, e dizer que a Rússia é que usou armas nucleares?
    Querem provocar a Rússia ao ponto desta atacar mesmo um membro da NATO?
    Ou será o desespero de quem sabe que a Rússia ficará com aquele território, e portanto querem torná-lo inabitável?

    3) e os maluquinha das bandeirinhas amarelo e azul ciano no ocidente, e os idiotas úteis que batem palmas a Zelensky, e ainda os que branqueiam/toleram o nazismo dos Azov e companhia, e que dizem que querem o bem da Ucrânia, vão fazer alguma manifestação contra esta entrega de armas, tal como fizeram no início da intervenção Russa quando for para a rua com cartazes a apelar à NATO para fazer zona de exclusão aéria (que seria o início da Terceira Guerra Mundial, mas pelos vistos os tolos não se aperceberam…)?
    Vão exigir sanções contra o Reino Unido?
    Vão pousar as bandeirinhas na NATO?
    Ou vão confirmar, mais uma vez, que fazem parte de um credo fanático (quase religioso) em que tudo o que fazem tem justificação na “liberdade e democracia liberal” e tudo o que o Mundo Não-Ocidental faz para se defender é “autoritarismo”?

    PS: viram como um refugiado perdeu a cabeça e fez um atentado terrorista em Portugal?
    São ainda consequências da invasão do Afeganistão. Aliás são ainda consequências indirectas do que a CIA fez (radicalização e armamento nos anos 80 e 90, transformando pastores de cabras em Talibãs, que impedem estes refugiados de voltar a ter vida digna no seu país).
    Agora pensem no que será o futuro da Europa, daqui a 5, 10, 15, 20 anos, quando os extremistas neoNazis (Azov, Sector Direito, Abóboda, etc) se sentirem frustrados com o Ocidente e tiverem nas mãos uma destas armas portáteis (que cabem na bagageira de um carro comum) e com munições perfurantes, altamente explosivas, e radioactivas…
    Vou só dizer isto: ataques ao Bataclan (França, 2015) vão parecer uma brincadeira de crianças.

      • Ainda por cima é um autocorrector bêbado, porque “abóboda” não existe, o correcto é “abóbada”. Mas podia ser pior: “Abóbora”, por exemplo.

        • Por acaso até existe. É a cobertura de uma estupa (monumento budista).
          É também o nome de uma localidade no Concelho de Cascais.
          Este auto-corrector não é bêbado, é só chato. Lol

  2. A despropósito: o que é feito do almirante maravilha, meus e minhas? Por onde anda esse caralho (pardon my French!), que está calado que nem um rato? Acaso houve já algum jornalista que se lembrasse de ir perguntar ao Gouveia e Melo se o facto de o ‘Mondego’ ter hoje furado os quatro pneus ao mesmo tempo e não dispor sequer de sobressalente, tendo sido obrigado a chamar o reboque, levou Sua Excelência a decidir pedir desculpa aos marinheiros que insultou publicamente, só para promover a sua ambiçãozinha rafeira? Repito: é normal não haver um jornalista que se tenha lembrado disso? Ou será porque um “homem forte” na presidência é mesmo o sonho molhado, e inconfessado, das máfias, mafiazinhas e mafiazonas coligadas, incluindo a merdiática?

    • A resposta é capaz de ser a mesma da pergunta: porque não vai mais nenhum jornalista ao Donbass como o Bruno Amaral de Carvalho?
      Porque as contas ao final do mês não se pagam sozinhas, porque a coragem é uma característica rara, e porque para fazer JORNALISMO no império genocida ocidental exige coragem, exige enfrentar quem tem o dinheiro para pagar os salários das presstitutas, e porque num gulag algures ainda está lá fechado o Julien Assange a servir de exemplo.

      Esta do “navio” Mondego ter avariado e precisar de reboque numa data tão próxima desta caso, deve ter sido dos momentos *o karma é tramado* que mais apreciei nos últimos tempos.

      Se não fosse aquela corajosa manifestação dos tripulantes, isto nem teria sido notícia.
      Se não fosse o seu grito de revolta, ninguém ainda saberia das condições em que aquilo está.
      Se não se tivessem insurgido, de que outra maneira iria o país prestar atenção a uma situação ridícula em que arriscam a vida devido a cativações e desinvestimento ao mesmo tempo que os vaidosos generais sentados (ou neste caso vacinados) se fazem às luzes da ribalta e quiçá de cargos políticos?

      Mas isto é só mais um episódio numa lista que já vai grande, de erros graves cometidos pelo que ainda resta do Estado português/bruxelês/vassalo de anglo-saxões, e respectiva cobertura da “imprensa livre” a desinformar o povoado e a fazer a propaganda do regime, seja de forma mais descarada, seja na forma da simples mas eficaz omissão.

      Quando os UkraNazis bombardeiam Donetsk com minas que rebentam pernas a civis, em quantos “noticiários” ocidentais é que isso passa?
      E quando rebentam escolas, hospitais, mercados, etc?
      Mas quando cometem crimes de guerra ao disparar a sua artilharia a partir de zonas civis e ao lado colocam anti-aéroas à espera da resposta Russa, e essas anti-aérias acertam nos próprios edifícios civis que deviam proteger, lá vão as presstitutas a correr como corre um pé de microfone, para o local que o Nazi os manda, para filmar o que o Nazi os deixa, e para contar a narrativa que o Nazi escreveu: “mais um bombardeamento indiscriminado dos mauzões Russos a mando do criminoso Putin”…

      Quando EUA colocam armas nucleares SUAS em 5 países Europeus (Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Itália, e Turquia) isso é um acto de “protecção” da organização “defensiva” NATO.
      Quando a Rússia finalmente responde com armas nucleares na Bielorrússia, as presstitutas estão treinadas para dizer: “a ameaça nuclear de Putin”, ou perguntarem com cara de parvas: “para quê está escalada, estão a defender-sr de quê?”.

      Na economia é a mesma coisa. Quando Portugal se atreve a uma qualquer medida DEMOCRÁTICA, lá vão as presstitutas a correr perguntar porque é que aquilo é “mau”, ou “populista”, ou “extremista”, ou “com mais resultados”, ao economista mais reaccionário que estiver disponível nos contactos do respectivo canal, RTP incluída.

      E quando chega à hora de fazer ou destruir reis, lá estão eles com o Marcelfie ao colo, com o Capitão Vacinas aos ombros, e até com uma quase glorificação do cancro fascista Chegando e da sua metástase Pinochetista “Liberal”. Até ao Submarinos Portas e ao Tecnoforma Coelho estendem passadeira vermelha.
      E nem vou falar da masturbação mediática que fazem aos herdeiros e herdeiras dos mais ricos, ou como glorificam este e aquele empresário. Quanto mais alarvidades debitar e pior tratar os trabalhadores e mais ideias reaccionários tiver, mais capas de revista tem, e mais tempo de antena lhe dão para fazer o que o poção ignorante gosta: malhar em quem estiver no governo, de preferência nos de Esquerda.

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      • 2/2

        Por outro lado, espumam-se todos enquanto atacam como 7 cães a 1 osso os políticos que fogem à regra, seja uma Mariana Mortágua a falar de IMI, um João Ferreira a falar da Constituição, ou um sindicalista da GCTP a falar de Direitos Laborais.
        Agora até chamam “Putinista” aos que defendem a paz e se atrevem a criticar quem provocou e prolonga a guerra, sejam generais que sabem em primeira mão a natureza criminosa da NATO (EUA+vassalos), sejam até Capitães de Abril.
        Aliás, ainda me vem o vómito à boca só de pensar a forma como a SIC colocou o terrorista do MDLP a comentar sem contraditório todos os ataques imagináveis a um fascista contra o Otelo, o homem que liderou os corajosos que nos deram a Liberdade e possibilitaram a Democracia.

        Ainda há je se fala de Sá Carneiro como um “grande democrata”. O mesmo sacana que estava no Parlamento a colaborar com a ditadura fascista antes do 25-Abril e que queria depois ilegalidade o PCP, e cujo partido “Social Democrata” votou contra a criação do SNS.
        Mas quando Otelo morreu, qual foi a conversa que as presstitutas e paineleiros mantiveram no meio mediático? Pois é, o alegado “terrorismo” de Otelo. E quando o seu filho escreveu uma carta emocionada a explicar que o seu pai tinha sido ilibado em tribunal, teve zero segundos de tempo de antena na mesma “imprensa livre” que acha que José Miguel Júdice é uma opinião “democrática” e “séria”.

        Por isso fartei-me e deixei de ver MainStreamMerdia do regime genocida ocidental. Afinal de contas, porque raio hei de perder tempo da minha única vida a ouvir manipuladores, a ver mentiras descaradas, a ler “polígrafos” que não resistiriam a uma real polígrafo, a acreditar em quem branquela nazis e criminosos da NATO, e no fundo a ver a maior máquina de propaganda de sempre, que tendo em conta o que ajuda a glorificar na Ucrânia, deixaria Goebbels orgulhoso?
        Porra, até cheguei a ver na net uma manchete Woke (propaganda “inclusiva” dos NeoLib+NeoCon) a celebrar o quão “feminista” era ter a Meloni à frente do governo italiano! A Meloni, uma saudosista de Mussolini…
        E agora um Starmer que após o golpe contra Corbyn, usa a sua posição para elogiar a “lei e ordem” de Thatcher. A Thatcher que era unha com carne com o Pinochet!

        E depois ainda tenho de levar nas redes sociais com quem chama “extrema-direita” a Orbán e Putin só por estes não agitarem bandeiras arco-íris, ou chamar “genocida” ao Xi e ao PCC devido às invenção ocidental sobre os Iogurtes.
        E ver todos os nota da “NAFO” a provocar e a atacar em manada todos os que não sejam pró-regime Maidan.
        E ao mesmo tempo, um Scott Ritter a ser suspenso (o lápis azul do século 21) sempre que diz alguma verdade que incomoda mais o regime e o oligarca dono da respectiva rede social ocidental.
        E até “democratas do centro moderado” a juntarem-se a Bolsonaristas para criticar Lula quando este recusa enviar armas para UkraNazis.
        E depois a chamarem “exemplar” aos NÃO-eleitos que estão a levar a Europa para o buraco, uma sanção ilegal atrás da outra, uma austeridade após a outra, de escalada bélica em escalada bélica, e cada vez mais vassalos de Washington.

        Tu perguntas onde estão os jornalistas a fazer perguntas ao Capitães Iglo das Vacinas, dos barcos avariados, e da humilhação em público.
        Eu pergunto onde estão os jornalistas a fazer perguntas sobre os laboratórios biológicos dos EUA na Ucrânia, sobre o atentado terrorista no Nordstream, e sobre as ainda a decorrer invasões de Cuba (Guantánamo), Síria (Curdistão), Iraque, Sérvia (Kosovo), Palestina, Sahara Ocidental, e Ilhas Falkland já agora.

        Se eu fosse director de informação de um canal de notícias, barrava a minha cara com m*rda caso passasse um dia sem abrir o telejornal com uma actualização sobre a situação do presos políticos Julien Assange, e da falta de consequências sobre a morte de Shireen Abu Akleh, e das sanções económicas contra a cidadã-jornalista Alina Lipo, e sobre a falta de respostas sérias às acusações muito credíveis que Seymor Hersh fez sobre o Nordstream.

        Até um director de informação assim não ser a regra nos MainStreamMedia ocidentais, considero que vivo em ditadura, e como tal há total justificação para fazer uma mudança de regime pela força.

        Espero só que não seja preciso esperar como as gerações anteriores tiveram de esperar, tantas décadas, até 1974.
        RIP Democracia Portuguesa 1975-1992 (desde as eleições Constituintes até ao tratado de Maastricht/€uro e antes de toda a propaganda pró-guerra da NATO).

  3. “Porra, até cheguei a ver na net uma manchete Woke (propaganda “inclusiva” dos NeoLib+NeoCon) a celebrar o quão “feminista” era ter a Meloni à frente do governo italiano!”

    Poia é, o neoliberalismo não brinca em serviço e, ciente da força do movimento feminista, cooptou-o para a causa; agora a versão que nos vende do feminismo é a de que cabe às mulheres, a cada uma em particular, lutar pelos seus interesses e fazer as suas escolhas, todas igualmente respeitáveis!!!
    Segundo este critério, que ignora ostensivamente a natureza estrutural da opressão das mulheres, que ignora que podemos ser (formalmente) livres para escolher, mas não escolhemos as escolhas que temos à nossa disposição, a Meloni é o exemplo acabado da ‘feminista’ que o neoliberalismo enaltece.
    Seria bom começarmos a perceber a importância da guerra cultural que está a ser vencida pelo neoliberalismo em boa parte por estupidez e desistência da esquerda. Por esse meio ,consegue transformar as ideias neoliberais no senso comum do nosso tempo: aquilo em que toda a gente se revê e aceita acriticamente.

  4. Engraçado como a TASS, a agência noticiosa estatal russa – em 2018 – dava conta dos novos T-80 BVM, munidos com projéteis de urânio empobrecido. Diz o lead: “The use of depleted uranium ammunition does not violate any international treaties, expert says”.

    https://tass.com/defense/1036958?utm_source=google.com&utm_medium=organic&utm_campaign=google.com&utm_referrer=google.com

    Tendo em conta que já foi confirmada (visualmente e por georeferenciação) a destruição de 75 unidades deste modelo, pergunto-me há quanto tempo estaria este tipo de munição a ser usado pelas FA da Federação Russa.

    https://www.oryxspioenkop.com/2022/02/attack-on-europe-documenting-equipment.html

    Como diria o Goebbels, “acusa o outro daquilo de que és culpado”.

    • Poder usar não é o mesmo que usar.

      Até hoje factualmente, só exércitos da NATO usaram essas armas tóxicas nas suas guerras e invasões.

      Se a Rússia é acusada de tudo pelos mentirosos da ditadura UkroNazi, então o facto de ainda não terem falado disto é prova de que a Rússia ainda não usou tais munições.
      Pois se tivessem oportunidade de colocar as presstitutas ocidentais a falar de tal coisa, já o teriam feito.

      Relembro que continua o maior crime contra a humanidade a decorrer no oblast de Zaporojie, de onde os UkraNazis, a partir do lado Norte do rio Dniepr, e com munições da ofensiva NATO, bombardeiam a central nuclear desse oblast, situada na cidade de Energodar (sob controlo Russo) que fica no lado Sul do rio Dniepr.

      Se não fossem as defesas anti-aéreas da Rússia, e a solidez da construção Soviética que resiste ao que escapa às anti-aérias Russas, uma catástrofe tipo Chernobyl seria a consequência.
      E pensar que está tentativa de acto terrorista contra a humanidade está a ser financiado pelo “fundo da paz” da UE… Que vergonha!

      E por falar em rio e em terrorismo, recomendo esta leitura a todos. É algo longa, mas muito boa. O original é em Alemão. Analisa este conflito iniciado em 2014 pelos golpistas UkraNazis, e a entrada da Rússia na guerra, sob a perspectiva da luta pelos recursos, neste caso a água dos rios Dniepr e de certa forma o Don também, e da forma como os UkraNazis (com colaboração vergonhosa da UE) tentaram matar à sede o povo da Crimeia e planearam fazer o mesmo no Donbass.

      https://peds-ansichten.de/2022/12/krieg-um-wasser/

      Ri-me na parte em que fala das sanções Ocidentais (as aplicadas desde 2014, algumas inclusive para ajudar a matar a Crimeia à sede) e como a UE declarou que a Rússia “ocupante” tinha a obrigação de essegurar água para a Crimeia (mas os UkraNazis não tinham obrigação de permitir o acesso à água do Dniepr, nem sequer a pagar).
      Ri-me pois o autor diz com humor que, assim sendo, a intervenção militar Russa é uma forma de cumprir essa exigência da UE, i.e. ocupar o oblast de Kherson e aceder ao Dniepr para assegurar água para a Crimeia.
      E esta, hein?

  5. É do conhecimento geral que os ataques a Hiroshima e Nagasaqui com bombas atómicas não eram necessários para a rendição do Japão em 1945. Isto faz dos Estados Unidos da América o único país que usou a arma atómica militarmente. Não é preciso ser um génio para distinguir entre ter usado e atribuir a outros a intenção de usar. O mesmo se poderia dizer do uso de munições penetrantes feitas de urânio empobrecido. Quando a falácia ‘ad hominem’ dá sinais de perda de eficácia por excesso de repetição, levatam-se processos de intenções para tentar esconder o, até à data, único agente do seu uso efectivo.

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