A Ucrânia proíbe o último partido político da Oposição

(In Rede Voltaire, 01/11/2022)

(Continuar a ouvir a Europa dizer que defender a Ucrânia é defender os “valores ocidentais” causa-me arrepios mentais cognitivos. A não ser que da nossa cartilha de valores conste a ilegalização e a perseguição de partidos políticos, o que me parece ser, no mínimo, absurdo.

Estátua de Sal, 02/11/2022)


O Tribunal de Apelo da Ucrânia acabou de proibir os 12 Partidos políticos da Oposição. O último era o Partido Socialista da Ucrânia.

É criticado a estas formações terem agido com respeito pelos Acordos de Minsk (2015), reconhecidos pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (Resolução 2202).

Em Março, o Conselho de Segurança ucraniano tinha decidido proibir estas formações. Uma lei foi aprovada pela Rada (Parlamento-ndT), em 3 de Maio, depois assinada pelo Presidente Zelensky, em 14 de maio. Como a Federação Russa decidiu intervir para proteger as vítimas das violações dos Acordos de Minsk, qualquer referência a estes Acordos é considerada como uma «alta traição».

Apenas o “oblast” da Transcarpatia (próximo da Hungria) se recusa a demitir os eleitos locais com origem nos partidos políticos proibidos.

Segundo a OTAN, a Ucrânia é uma « grande democracia » (sic).


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9 pensamentos sobre “A Ucrânia proíbe o último partido político da Oposição

  1. A guerra da Ucrânia tem-nos mostrado o mundo real:
    – os europeus-do-sistema andam atrás da gula da pilhagem!
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    Os mercenários de Kiev foram atrás da gula da pilhagem ocidental:
    – nove, em cada dez, dos mais variados analistas argumentavam: armas da NATO na Ucrânia (para os militares ucranianos, e para mercenários), juntamente com sanções económicas à Russia… e a Russia seria conduzida ao caos: uma oportunidade de ‘ouro’ para os inteteresses económicos ocidentais.
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    Quando os mercenários de Kiev perseguiram/massacraram russófonos do Donbass… os europeus do sistema, como seria de esperar, ‘assobiaram para o lado’ (o ocidente financiava os mercenários de Kiev).
    -1- generais da NATO já o disseram:
    – «o investimento de 60 mil milhões de dólares na Ucrânia foi um óptimo investimento».
    -2- os mercenários de Kiev já o disseram:
    – «os acordos de Minsk não eram para cumprir, destinavam-se a ganhar tempo aos (parvos dos) russos».
    [A importância estratégica do Donbass: sim, o ocidente ambiciona o estrangulamento económico da Russia, nomeadamente, impedir o acesso da Russia ao oceano Atlântico]
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    O presidente russo disse o que toda a gente sabe: «o ocidente não está interessado em discutir segurança para todos».
    Sim:
    —>>> o ocidente quer é pilhagem:
    – depois da América do Norte, América do Sul, Austrália, Iraque, Síria, Líbia, etc… agora o ocidente está a apontar para a Russia.
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    O LEGÍTIMO DIREITO AO SEPARATISMO IDENTITÁRIO
    (separatismo-50-50)
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    Sim:
    –>> na origem da nacionalidade esteve o Ideal de Liberdade Identitário:
    – «ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo».
    —>>> NÃO, NÃO foi o roubo, o saque, a pilhagem: o cidadanismo de Roma!…

  2. Simplesmente porque quem está á frente da Ucrânia e a patrocinar toda esta farsa guerra é George Soros….
    O povo não tem conhecimentos e nem se preocupa em procura-los. Limita-se a ligar a TV e a ver e ouvir o que esta vomita (apoiada,subornada e alimentada por uma maçonaria). Onde apenas representa um teatro para manter a população cega e doutrinada.
    George Soros e Rockefellers são os grandes poderosos e investidores de todo o sistema social, político,religioso,midia, corporações, organizações,bancos,etc. Pertencem às 13 famílias iluminatis, fundadores de todas as regras do planeta terra…
    Caso alguém,algum pais ou alguma organização for contra suas ordens, alguém importante aparecerá morto por “COVID” ou suissidio 🤔
    A nova ordem mundial tem que ser implementada a todo custo e ninguém tem coragem de ir contra as normas de seus donos. Tirando Putin, que tem seus próprios interesses ( criar sua própria ordem). Tudo gira em torno de geopolítica, dinheiro e poder!!
    Até as guerras são criadas para gerar milhões de lucro aos senhores do mundo .

  3. Pelo que valerá, deixo meu pesamento sobre a matéria.

    1. A contrário do que se diz esta guerra não começou a 23 de fevereiro de 2022. A guerra começou em 2014, após o golpe de estado orquestrado pela CIA que correu com um regime democraticamente eleito e instaurou outro, ferozmente russófobo. Após o golpe, rapidamente a Federação Russa ocupou a Crimeia, a qual, para além de ser a base da Frota do Mar Negro Russa era e é 90 por cento russófona. Em simultâneo, o Governo de Kiev tomou medidas (ilegalização de partidos políticos, proibição do uso da língua russa, perseguição da população de origem russa, censura de medias russos, censura de autores russos, massacres de cidadãos ucranianos de origem russa, etc.)
    2. É depois de desencadeada a selvajaria das milícias neo-nazis sobre as populações que a Rússia passa a armar e a treinar militarmente milícias separatistas, na região de Donbass. Do mesmo modo, aumenta o envolvimento dos EUA, com a cumplicidade dos países do Báltico e da Polónia. Segue-se uma guerra suja, em que o regime ucraniano de Kiev é responsável pelo menos por 15 mil mortes civis.
    3. No quadro dos acordos de Minsk, patrocinados por França e Alemanha, estabelece-se um conjunto de princípios e de regras tendentes a terminar o conflito. Os acordos deixam propositadamente de fora a Crimeia, legitimando a sua adesão à Federação Russa e obrigam à concessão de autonomia por parte de Kiev às duas regiões separatistas do Donbass, respetivamente Donetsk e Lugansk, ainda que formalmente integradas na Ucrânia
    4. Os acordos são sistematicamente sabotados. Desde logo pelos EUA, que prometem apoio e fornecem armas e conselheiros militares, a Kiev. Em tal são secundados por Reino Unido e países de leste já referidos. A guerra surda prolonga-se, cai um avião civil sobre a Ucrânia, ninguém sabe quem o abateu. A União Europeia assobia para o lado, a braços com os problemas domésticos.
    5. Entra a pandemia. Por um momento, as armas parecem calar-se, não sendo assim em Donetsk ou em Lugansk, onde o fogo de artilharia não se deixa condoer pela doença universal. Porém, por algum tempo, as hostilidades amainam.
    6. Em 2022 a Pandemia está enterrada. Na Ucrânia fora eleito um palhaço populista e arruaceiro, assente numa plataforma anti-corrupção, anti-partidos, integradora de neo-nazis e profundamente russófoba. Aumentam as perseguições às populações ucranianas de origem russa. Num teatro em Odessa um grupo de neo-nazis queima vivas mais de 60 pessoas.
    7. A Rússia exige que a Ucrânia cumpra os acordos de Minsk. Kiev recusa. Nos EUA há um novo presidente. A Rússia reafirma as suas três exigências: A Ucrânia cede a Crimeia, aceita um referendo nas autoproclamadas repúblicas separatistas e compromete-se a não ingressar na NATO. Kiev hesita.
    8. Os EUA recusam liminarmente qualquer implementação dos acordos de Minsk. Prometem toneladas de dinheiro e de armamento a Kiev para recusar seja o que for do lado russo. O comediante arruaceiro desafia a Rússia a atacar, exige o apoio do resto da Europa, declara a sua intenção de dotar a Ucrânia de armas nucleares. O Reino Unido, sobre a mais ridícula liderança da sua vetusta história, aplaude e reafirma o apoio. A EU, ainda mal saída da pandemia e do Brexit, ou ignora ou bate palmas.
    9. A 24 de Fevereiro a Federação Russa lança a Operação Militar Especial em solo ucraniano. Não é uma invasão, só mentes perversas ou fanáticas poderiam considerar possível invadir um país com mais de 40 milhões de habitantes e forças armadas com mais de 300 mil homens testados no campo de guerra do Donbass, com uns míseros 120 mil soldados profissionais russos. Pelo contrário, a estratégia russa assenta em dois pilares: um tático e outro diplomático. No plano tático as chefias militares contentam-se em enviar colunas blindadas para cercar Kiev. No plano político são feitos todos os esforços para poupar propriedade e vidas ucranianas, por vários motivos, entre outros não dar azo à russofobia crescente nos media europeus e americanos. O objetivo final é obrigar Kiev a sentar-se à mesa das negociações e a ceder no já acordado muito antes em Minsk 1 e 2. A estratégia é ousada e quase resulta, após poucas semanas de impasse, na Turquia chega-se a princípio de acordo; como gesto de boa vontade, Moscovo aceita fazer regressar as colunas blindadas aos seus pontos de partida. Os líderes nacionais europeus, atarantados, são incapazes de uma estratégia comum, o líder alemão é fraco e está nas mãos de ecologistas fanáticos; em Londres reina um doido que vê na crise a única possibilidade de não ser expulso por conta das orgias em tempo de pandemia; em França, Macron é o único a revelar inteligência e procura a todo o custo o diálogo com o homólogo russo. Debalde, emergem como poderes a Comissão Europeia, os media e acima de todos o complexo industrial-militar norte americano na pessoa do seu novo presidente.
    10. Na sequência do encontro na Turquia e após a retirada acordada das colunas blindadas russas, dá-se a encenação do massacre de Bucha. É hoje claro que foram serviços do SBU, a gestapo ucraniana, muito possivelmente com a colaboração de congéneres ocidentais, os responsáveis pela encenação de Bucha, um massacre onde morreram simpatizantes ucranianos e ou soldados russos. Com Bucha, dá-se a derrocada total do segundo pilar da estratégia de Moscovo: não dar azo à russofobia. A estratégia russa fora demasiado naif nesse ponto e esse era um dos principais alicerces da operação.
    11. A máquina de propaganda posta em ação no Ocidente é algo de nunca visto desde os tempos da invenção da propaganda de massas por Joseph Goebbels na Alemanha Nazi. Os conglomerados de media ocidentais estão na mão de meia dúzia de oligarcas. Estes estabelecem a agenda e a agenda tem em atenção dois tipos de interesses: o primeiro é o de demonizar a Rússia e o seu líder, o segundo de afastar a Europa de uma vez por todas da Rússia e impor-lhe vassalagem aos interesses dos EUA. Os instrumentos passam pelo emprego da força militar sob a forma de mercenários, armas, dinheiro para a Ucrânia e – qual elefante no meia da sala, pelo emprego de sanções económicas por parte dos vassalos europeus. O racional é simples: a Rússia é uma economia fraca, basta abanar os seus alicerces e em menos de 15 dias cai o regime em Moscovo e recolhem-se os imensos recursos naturais como compensação de guerra. Para manter o objetivo a máquina de propaganda não para, trabalha 24 sob 24. Multiplicam-se imagens de atrocidades russas, homílias por vídeo conferência em parlamentos de todo o mundo do líder ucraniano. Nas redes sociais os avatares azuis e amarelos multiplicam-se como cogumelos. São suprimidos meios de informação russos, atletas, compositores, escritores, músicos. São suprimidos igualmente os Panama Pappers que demonstram que o líder ucraniano amassara uma fortuna gigantesca no exterior. São suprimidas as tenebrosas operações do SBU. Em suma, tudo o pudesse ser pernicioso para a causa dos oligarcas ocidentais e para o complexo industrial norte americano é suprimido, tudo o que pudesse ser prejudicial para a Rússia e especial para o seu líder é glosado até à exaustão.
    12. A guerra entra em modo de atrito. A Rússia tem controlo total do espaço aéreo e enorme superioridade em artilharia. A Ucrânia passa a dispor de um abundante fornecimento de armas modernas e de dinheiro (muito deste priotamente desviado e muito do armamento idem). Em homens, no terreno, a superioridade ucraniana é de 3 para 1 o que não implica grandes feitos de armas, bem pelo contrário. A 20 de Maio, Mariupol, onde se acolitava o braço militar dos nazis ucranianos, acaba por se render. Junho e julho assistem a mais revesses ucranianos, embora o fornecimento de armas modernas e a superioridade em números passe a equilibrar os pratos da balança para o lado de Kiev, ainda que marginalmente.
    13. Desde o início do conflito levanta-se no Ocidente, em particular na Europa, uma onda de russofobia. Esta onda é traduzida não só numa propaganda ferozmente russófoba, mas também na censura de meios de informação e de cidadãos ou organizações que coloquem objeções ao curso dos acontecimentos. Em simultâneo, levantam-se sanções atrás de sanções. A tese, por incongruente que possa parecer, é não só estratégica (as sanções esmagarão a economia russa) mas também irracional, num sentido moralizante: são impostas para castigar o ogre russo pelas suas “imoralidades” e “crimes de guerra”. Desde logo, o tiro sai pela culatra. Após o roubo dos bens russos depositados em bancos ocidentais (um gesto que terá repercussões inauditas, nomeadamente na relação do Ocidente com os líderes da OPEP, também estes com imensos ativos em bancos ocidentais), a Federação Russa exige que todas e quaisquer remessas de gás e petróleo enviadas para Ocidente sejam pagas em rublos. A Comissão Europeia estrebucha e acusa a Rússia de chantagem, por querer ser paga por aquilo que vende. A chefe corrupta da Comissão anuncia que não mais adquire petróleo e que deixará de adquirir em breve gás à Rússia. O preço do petróleo e do gás dispara. A economia europeia entra em spin e o rublo valoriza-se para níveis jamais vistos.
    14. O Ocidente responde pela propaganda e avança com ofensivas diplomáticas que comprovem o isolamento da Rússia. Sucede, porém, que esse isolamento permanece etéreo e só é visível nos écrans das televisões dos grandes conglomerados de Média do Ocidente. Pelo menos um país NAT0 (Turquia) recusa seguir o pensamento único de Bruxelas. China, Paquistão, Índia, África Sul, Arábia Saudita, Irão, Israel e muitos outros, de forma mais ou menos discreta, mais ou menos ativa, não só não estabelecem sanções como fortalecem laços políticos e sobretudo económicos com a Rússia. No terreno, agosto e setembro trazem escassas recuperações de território na Ucrânia, rapidamente transformadas em vitórias gigantescas pela propaganda. Não o sendo de facto, os “sucessos” militares são vitais para o partido dos belicistas europeus e norte americanos. São uma das poucas justificações que podem servir aos seus eleitorados. A crise económica na Europa atinge proporções dramáticas. É preciso dar esperança na vitória final aos cidadãos europeus, ainda que governos caiam como tordos que cada vez mais o cidadão comum sinta na pele o preço de uma guerra que não quis e que não pediu.
    15. O ataque levado a cabo aos gasodutos Nordstream é a machadada final a qualquer eventual processo de negociação. O ataque sucede num momento em que decorriam conversações mais ou menos secretas entre autoridades alemãs e russas para um reforço no abastecimento de gás e um consequente desanuviamento. O ataque é levado a cabo por um ou mais países NATO contra outro país NATO, demonstrando, se ainda fosse necessário, a total submissão dos interesses da União Europeia aos interesses de Washington. Ao cortar de facto a possibilidade de fornecimento de energia, os EUA afastam decisivamente a Rússia da Europa. Assiste-se a uma escalada na retórica, O presidente ucraniano avança com a possibilidade de um ataque nuclear preventivo à Rússia. O presidente americano, já depois de ter usado adjetivos indignos de um chefe de estado para qualificar um chefe de estado homólogo, “monstro”, “carniceiro”, etc., fala agora num “armagedão” nuclear. Chegados a novembro, a economia europeia está de rastos. Os laços entre a Rússia, China, Índia e o sul global nunca foram tão fortes, o crescimento das transações económicas dobra e em muitos casos triplica. No terreno, as sucessivas contra-ofensivas ucranianas esmagam-se num muro de sangue e lágrimas. O Kremlin declarara uma mobilização parcial, assim diminuindo dramaticamente a sua inferioridade em carne para canhão; anexara quatro regiões e, na preparação para uma grande ofensiva de inverno, faz chover um enxame de mísseis na Ucrânia.

  4. Adoro Estátua de Sal
    Neste momento não posso apoiar financeiramente pois tenho 275 € por mês e baseado nesse valor não me dão apoio nenhum
    Pasme-se. Leis obscenas
    Mas partilho
    Obrigada

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