Atrocidades? A guerra é a maior de todas!

(Hugo Dionísio, in Facebook, 21/09/2022)

Enquanto condenam a guerra de uns e incentivam as de outros, com a sua irracional anuência, os trabalhadores portugueses perdem novas batalhas, todos os dias. E de batalha em batalha, lá vão perdendo a maior guerra de todas, a guerra contra a fome e a miséria, engrossando a longa e interminável lista de pobres. E enquanto assumem, acriticamente, mais um ciclo de derrotas, eis que, manipulados e condicionados, não raras vezes, perseguem quem está contra todas as guerras e quem os quer acompanhar em todas as batalhas.

Na única guerra que lhes interessa e que ganha espaço nos ecrãs do negócio da TV, importa dizer que, depois do matinal discurso do presidente russo, lá vão os Rogeiros e Milhazes ter de explicar, se conseguirem, mesmo que nos seus enviesados termos, a diferença entre uma “Operação Militar Especial” e uma “Invasão”. Ou entre uma SMO e uma declaração de guerra. Hoje, Putin anunciou a mobilização parcial. Espera aí “mobilização parcial”? “Então mas a Rússia não tinha mobilizado já”?

Os EUA esperavam que a Rússia procedesse à mobilização geral desde o primeiro dia. Queriam ver o país a escoar a sua força existencial para uma guerra que os próprios EUA se esforçariam para arrastar.

Não foi o que sucedeu! Com uma força mínima para a dimensão da frente de batalha, o Kremlin iniciou o que designou como uma “Operação Militar Especial”, conceito existente nas leis internacionais e usado pelos EUA/NATO nos bombardeamentos à Sérvia para “proteção” dos kosovares. Ah! Mas eles podem… E não me lembro de alguém abrir o pio, com exceção dos do costume. Putin disse mesmo “ainda não começámos nada”! Todos acharam que era uma ameaça. Mas não era. Era uma constatação.

Para se ter uma ideia das devidas proporções, segundo alguns especialistas, a Rússia não tem mais, atualmente, do que 80.000 homens na frente. Gente como Andrey Martyanov ou Scott Ritter referem que o grosso das colunas são das repúblicas gémeas e situam-se em cerca de 100.000 homens, incluindo reservas. Da parte russa, com exceção da empresa de mercenários Wagner, a coluna é composta por militares profissionais. Ou seja, a Rússia não teve de mobilizar mundos e fundos para proceder a esta intervenção, ou “invasão” como a NATO obriga os seus arautos a designar e persegue quem não o faz.

Fruto da rutura de negociações imposta pelos EUA, no final de Março, os quais, segundo declarações suas, “aconselharam” Zelinsky a não assinar qualquer acordo, pois queriam “derrotar a Rússia no campo de batalha” e obriga-la a negociar quando “estivesse em desvantagem”, desde então, tem sido um escalar do conflito. A NATO, que se apresentou, no início, como parte desinteressada, introduziu o seu arsenal e, recentemente, na operação de Kharkov, até podemos dizer que tivemos presentes forças especiais da aliança, não a combater, mas a dirigir. Há que se proteger, pois a luta é até ao último ucraniano.

Com as decisões tomadas nos últimos dias (por exemplo a. alteração do código penal russo para introdução do crime de deserção, desmobilização ou resistência à mobilização), a Rússia inicia o seu caminho em direção, desta feita, à guerra “de facto”. Putin declarou uma mobilização parcial de 300.000 militares (mobilização geral seriam 1,2 a 1,4 milhões). Logo, deixarão de se verificar as conhecidas lacunas de mão-de-obra nas linhas russas e seus aliados.

Mas não pára por aqui. A realizarem-se os referendos nas regiões do Donbass, estas passarão a fazer parte da Rússia. Para se ter uma ideia das parvoíces que se dizem do lado de cá, ontem uma sábia comentadeira da CNN dizia que “Putin vê os Ucranianos a ganharem terreno todos os dias e quer usar os referendos para impedir esse avanço”. Esta reflexão tem todo o sentido, não fosse a realização dos referendos estar programada desde Maio/Junho e precisamente para Setembro/Outubro. Ou seja, de acordo com o cronograma russo. Quem tiver acesso aos canais de Donetsk e Lugansk vai ver os seus altos dirigentes a referi-lo há 3 ou 4 meses atrás. Sempre bem informados pelo Instituto da irmã de Victoria Nuland (o instituto para o estudo e história da guerra) e pelo Kiev Post dos Azov.

Mas, ela tem razão numa coisa, estes referendos visam integrar estes territórios, para travar a tentativa de reconquista e para não acontecer a matança arbitrária a que se está a assistir em Izyum. As forças Ucranianas estão, literalmente, a “limpar” o terreno de “colaboradores” russos. E quando os nossos “isentos” órgãos o referem, nem por um momento o jornalista se questiona: “mas o que é isto de limpar”?

Feitos os referendos, qualquer ataque a uma dessas regiões será um ataque à Rússia e resultará na previsível declaração de guerra. Não admira que o funcionário da Mackinsey Emmanuel Macron tenha tentado ligar três vezes a Putin e este nem o tenha atendido. EUA e NATO sabem que a subida da parada, para a qual a Rússia se sentirá mais preparada, nesta fase, devido aos ganhos extraordinários com energia, obrigará, caso a queiram acompanhar, a uma subida exponencial do nível e apoio ao regime Ucraniano.

Uma mobilização, mesmo que parcial, e uma declaração de guerra muda tudo. Por exemplo, se um prédio tiver Azovs barricados com civis no porão, numa SMO, as tropas expulsam os Azovs residência a residência. Numa guerra, o prédio vai abaixo pois é um alvo militar. Foi o que aconteceu no Iraque, por exemplo. Se os camiões TIR civis transportam tanques americanos, enquanto numa SMO não se bombardeia sem ter a certeza, numa guerra, vão todos ao ar. Apenas 7 meses depois de iniciar o conflito, a Rússia cortou eletricidade e água a certas regiões da Ucrânia. Numa guerra, vão deixar de ter sempre! E por aí fora. Nessa altura, as atrocidades subirão a níveis realmente brutais, pois a guerra é a maior das atrocidades que o ser humano inventou. E não existem guerras boas e más, santos exércitos e pecadores inimigos. A guerra existe, significa a continuação da política através da força e o recurso à força bruta para aniquilar e obrigar o inimigo a fazer o que se quer. Nem todas começam da mesma forma e a justificação também não é indiferente. Mas todas são igualmente brutais.

E é por isso que eu sou pela paz. Nunca deveria ter havido golpe de 2014, porque nenhum país deveria poder interferir nos afazeres de outro; não deveria ter havido armamento de um regime composto por neonazis e ultranacionalistas, porque a história já nos mostrou em que tal resulta; nunca deveriam ter incumprido os acordos de Minsk, porque a diplomacia é sempre preferível à guerra. E estas são as verdades que não encontram referidas em nenhum órgão de comunicação social da NATO. E hoje, não haveria guerra. E havendo, como há, não deveriam ser enviadas armas, mas diplomatas para negociar. Isto é que seria próprio de um ocidente que se diz civilizado e civilizador. Usar a Ucrânia para derrotar a Rússia (não sou eu que o digo, são os próprios), é a maior atrocidade de todas.

Afinal, a guerra em si é uma atrocidade. Querer que a guerra se faça, é uma atrocidade; querer que continue, é uma atrocidade; alimentar a guerra com mais armas, é uma atrocidade; rejeitar negociações de paz, é uma atrocidade; querer que a guerra se estenda durante anos, é uma atrocidade; querer usar a guerra para enfraquecer a Rússia ou outro inimigo qualquer, é uma atrocidade.

Destas atrocidades nenhum órgão de comunicação social da NATO fala. Tão depressa colocam Zelinsky a relatar, como um pivot jornalístico embebido de objetividade e isenção, as atrocidades russas que o seu exército vai encontrando, a que se seguem os necessários comentários de Rogeiros e companhia, acusando mais depressa do que lhes chegam as provas; como depois colocam Biden, Sullivan ou Nuland a dizer que a guerra vai durar muitos anos e que os EUA vão “mover terras e céus” para derrotarem a Rússia, sem que se vislumbre uma qualquer visão crítica e a óbvia questão que qualquer pessoa de paz coloca: “mas que interesse têm eles na continuidade de uma atrocidade como a guerra”?

Mas não… A guerra tem muito interesse imediato, nomeadamente no engordar das maiores corporações ocidentais, enquanto os trabalhadores europeus perdem poder de compra todos os dias, sob o pretexto da guerra. E muitos – demasiados – destes trabalhadores lá seguem como cordeiros para o matadouro, sem perceber que a guerra foi criada, precisamente, para os aniquilar. Enquanto culpam o “lobo mau” em tiradas xenofóbicas repugnantes, todos os dias, milhares se juntam à já engrossada fileira de pobres, a qual desde 2008 não parou de crescer. Da guerra da fome não rezam os heróis. Da guerra da fome não se apontam “lobos maus”.

Enquanto exigem a derrota russa, como papagaios e como se a guerra fosse sua também, são eles próprios quem são derrotados nas batalhas do dia-a-dia. Todos os dias os trabalhadores portugueses (e europeus) perdem uma qualquer batalha: perdem nos salários, ganham maiores lucros as maiores empresas; as empresas levam descidas de impostos, os trabalhadores recebem uma parca esmola; os pensionistas perdem poder de compra, as empresas recebem subsídios para a energia; cavalgam os preços de bens essenciais, mas a grande distribuição lucra como nunca; as energéticas lucram brutalmente, mas não se taxam esses lucros adicionais, porque segundo Medina “não resolve nada”. O que resolve sempre, é baixar o nível de vida dos trabalhadores. Corta 1.000 milhões na segurança social? Passos Coelho perdeu as eleições por isso também, Costa governou prometendo o contrário. Os que lhe deram a maioria absoluta abandonando os seus partidos de sempre, perderam mais uma batalha, pensando que PS sozinho era igual a PS mais geringonça.

E enquanto perdem todas estas batalhas, os trabalhadores vão levando com doses brutais de anestesia social. Tem sido a rainha, o filho da rainha, os netos da rainha, o corpo putrefacto da rainha. Nunca um herói tuga mereceu tão grandes exéquias. Bem dá para ver a que pauta respondem os “nossos” órgãos de comunicação. Na EU dos “valores”, da “democracia” e dos “direitos humanos”, chora-se a morte de uma figura que suportou e legitimou o mais feroz dos imperialismos, o imperialismo britânico e dos EUA.

A criação de um horrendo inimigo externo também faz parte. Hoje, esse inimigo é a Rússia de Putin, antes Saddam ou Bin Laden, todos produtos dos mesmos. Como eu referi, há uns meses, a propósito do nunca provado massacre de Bucha, a cada cidade que os Russos perdessem, lá viriam os necessários massacres, valas comuns e artefactos de tortura. Há que pintar a coisa bem negra. Se não se provar não faz mal. O que importa é o primeiro impacto de uma primeira informação. Esse impacto epidérmico, pré-reflexivo, que gera comportamentos primários repulsivos e pouco racionais, é a fonte de toda a manipulação.

Em Izyum lá veio a tal vala comum. A esta hora, nem vale a pena dizer que a vala comum de Mariupol era, afinal, um cemitério da segunda guerra mundial. Esta é uma vala “sui generis” com cruzes e tudo para ser desde logo identificada pelo inimigo. Entretanto os CSI tugas lá estão para ajudar a desvendar as coisas. Mas é um trabalho em vão, a culpa é atirada na primeira notícia e no primeiro comentário. Depois… já não conta. Não interessa.

Nenhum destes achados era imprevisível. Só se acha o que se procura. E assim, uma vez mais, ficarão estes “achados” por provar, perdidos no limbo do “diz que disse”, sem que, alguma vez, uma entidade independente venha confrontar-nos com que foi. Mas o efeito pretendido já se provocou e a anestesia do medo já funciona. E o medo é o pior dos anestésicos. Com medo, qualquer animal cristaliza. E os EUA têm a maior fábrica de medo da história humana. Do Covid, à Al-Qaeda, ao ISIS e ao lobo mau.

Um jornalista português, que franzia o sobrolho na CNN, foi recambiado para Espanha. Afinal, tanta pressão das gentes da CIA lá surtiu o seu efeito. A seguir vão os Majores e Coronéis que têm a mania de questionar. Nesse dia, poderemos dizer que todos, mas mesmos todos, falam a uma só voz sem qualquer desafinação.

Eu se fosse jornalista preocupar-me-ia muito com a minha profissão. Zelinsky entra nos noticiários a relatar notícias da guerra, como um qualquer jornalista e sem qualquer moderação ou questionamento. Para quê ter enviados? Outras vezes é o Kiev Post, o Nytimes, a BBC ou o DW. Citam e soletram sem alterar, sem questionar. A seleção é feita de acordo com palavras e expressões chave.

Por outro lado, se todos os jornalistas falam em uníssono, limitando-se a reproduzir as notas de imprensa dos centros de poder, as peças das agências noticiosas certificadas por tais centros de poder e os comunicados dos seus representantes, para quê ter jornalistas? Se tudo é reproduzido de forma totalmente acrítica e, na maioria dos casos, sem tratamento jornalístico, ético ou técnico, como impedirão os jornalistas a sua substituição por algoritmos? Afinal, não poderá um algoritmo fazer o trabalho de caixa-de-ressonância do que os centros do poder determinam? E até com menos enganos, desvios ou erros?

E o Pivot? Bem, como o que conta é a imagem, basta contratar um modelo à medida, que saiba ler o teleponto. Desde que não seja como Biden, tudo bem.

Afinal, se é para tocar um disco riscado… basta um gira discos, certo? Não precisamos de um instrumentista. É realmente um problema grave e que já se sente na Internet, na qual, desde sites informativos a peças divulgadas nas redes sociais, através de “bots” são totalmente construídos por algoritmos.

E, ou a malta acorda, ou chegará o tempo em que bastará um algoritmo para decidir por nós o que dizer e o que fazer, e nem vale a pena tentar dizer ou fazer o contrário, pois o algoritmo classificará a nossa própria informação como falsa. E tal classificação não será por uma qualquer autoridade pública, mas por um qualquer controleiro privado, de um qualquer Facebook da vida!

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9 pensamentos sobre “Atrocidades? A guerra é a maior de todas!

  1. O nível de degradação moral da classe jornalística está abaixo de tudo quanto se possa imaginar.
    Não há um … dum jornalista que seja capaz de, ao menos, levantar dúvidas sobre a verdade única?

    • Em Portugal há o Bruno Amaral de Carvalho. E há outros que realmente investigam a fundo outros assuntos. Mas na guerra NATO/Nazi vs Rússia/Não-Ocidentais, que eu saiba (e peço já desculpa se estou a cometer alguma injustiça), ele é o único.

      E noutros países existem outros, só os mais corajosos, pois estão a arriscar o seu ganha pão. No Ocidente, pode-se ser despedido por se noticiar a verdade.
      Ou melhor, já nem é preciso despedir, basta não comprar mais nenhuma peça aos “cobaloradores” Uberizados neste sistema absolutamente FASCISTA a que decidiram chamar Capitalismo NeoLIberal.

      E esse é o melhor dos cenários. Assange foi efetivamente preso, e Shireen Abu Akleh foi assassinada, assim como a Daphne Caruana Galicia de Malta que denunciou uns leaks sobre offshores lá da oligarquia local. E não costa que a UE alguma vez os tenha ameaçado com sanções como agora se lembrou de fazer à Hungria (obviamente que não é por causa da “democracia” ou da corrupção, mas devido às posições Soberanas, anti-sanções, e anti-guerra, da Hungria, que é capaz de ter neste momento a liderança com mais apoio popular em todo o espaço considerado Ocidente, alguém pode confirmar?).

      Mas o que queria mesmo comentar, outra vez, é como escreve bem este Hugo Dionísio. Uma maravilha de leitura.
      Cara EstátuaDeSal, eu não tenho esta rede social (recuso), por isso queria só saber se o Hugo Dionísio escreve muitas vezes assim, tão bem, quer na forma quer no conteúdo, e se é para continuar a publicar textos dele aqui na EstátuaDeSal. Não me obrigue a ir dar cliques extra ao ditador Zuckerberg, por favor.

  2. Portugal é cortada em 2, entre os Anti vacinas e os pro vacinas, pró-Ucrânia,anti Ucrânia, pro e anti-NATO/EU.
    Pergunto-me mesmo se uma boa parte dos Portugueses não gostavam a uma boa guerra,daquelas nucleares..

    E também gostava de ver a coragem dos Portugueses com armas nucleares..Gostava mesmo!

    TEMOS OS LÍDERES QUE MERECEMOS

    Triste para as pessoas que realmente compreendem o que se passa porque corremos o risco de morrer por causa de uma parte das pessoas que são indirectamente criminosos
    dando o seu consentimento para as acções dos líderes.

    Os ocidentais têm colocado a fasquia para a sua ajuda cada vez mais alta (e cada vez mais irreversível) por falta de uma reacção russa, talvez esta paciência russa seja a causa de uma grande deflagração porque nenhum dos protagonistas pode recuar mais…

    Estou aterrorizado com a estupidez dos nossos líderes…

    “O discurso de Ursula von der Leyen, a Presidente da Comissão Europeia, é um discurso de guerra. As suas palavras são muito claras. “Este não é o momento para apaziguamento. Se não é tempo de apaziguamento, é tempo de guerra”.
    Um dia terá de haver uma guerra, nós conhecemo-la, não gostamos dela, mas não sabemos o que fazer, dizemos que é o destino. Sentiremos falta da nossa vida fácil, que negligenciámos demasiado como crianças mimadas, a nível global.

    Sendo esta a guerra na Ucrânia, faz parte da grande Agenda 2020/2030 do Plano NOM, tal como Covid, aquecimento global, escassez de alimentos e de energia, em breve uma outra pandemia irá tomar conta (varíola de macaco ? Marburgo ? novas variantes mortais ?…) .
    Dá-me a impressão de que tudo está sob controlo, como o cenário de um filme que se está a desenrolar para nos manter ocupados … para nos deixar de fora … a finalidade do Plano é sempre o caos permitido .
    O despovoamento do planeta …. sem esquecer as guerras, claro…
    A escravidão digital e mental (MKultra?) dos sobreviventes
    A implementação do Grand Reset (novo sistema financeiro) com a única vantagem das “Elites” globalistas …
    Tudo isto é apenas a minha interpretação das coisas …
    Porque há sem dúvida lutas aterradoras nos bastidores que nos escapam completamente …?

    Os EUA estão de olho na riqueza do solo da Rússia. A táctica foi o cerco gradual, assumindo que o urso russo sairia da sua toca mostrando as suas presas, o que provaria ao mundo (bem, o mundo ocidental, uma vez que é o único que parece existir aos olhos dos EUA, e portanto dos seus vassalos – desculpem, aliados. Putin advertiu. Ele não foi levado a sério.

    Como ele disse, ele não quer um mundo onde a Rússia seja varrida do mapa, também subserviente aos EUA. Por isso, correu riscos. Riscos calculados, no entanto. Ele espera que o Inverno frio acalme o ardor dos belicistas europeus, porque o povo terá frio e fome e chamará aos seus líderes imbecis à responsabilidade.

    Os EUA, por outro lado, contam com esta guerra para aniquilar tanto a Rússia como a Europa, de modo a ter apenas a China como adversário económico. E depois lidar com a China.

    Um pequeno erro de raciocínio (que não é novidade para os americanos). Os outros não são adversários económicos. Pelo menos não o deveriam ser. Devem ser parceiros económicos. Para ser um vendedor, é necessário ter um comprador à sua frente. Se o comprador já não pode comprar, é muito simples: não se vende nada.

    Compreenderão que eu sou pela paz. Não sei se isso é suficiente, porque assim outros podem tirar partido disso. Também se pode “ser pela paz” porque é mais fácil curvar-se.
    Pessoalmente sou a favor, em ordem, da Verdade e da Justiça. Se estes dois valores forem assegurados, os outros seguem.
    Permitem-me esta observação porque estou convencido de que quando a humanidade tomar consciência da importância destes dois valores, ponderaremos o que dizemos para ver se é uma verdade ou uma mentira. A justiça ocupa o segundo lugar porque só pode ser um filho da Verdade.

    E não é correcto dizer a verdade.
    Estes traidores à nação corrompidos por todos – desde os farmacêuticos até aos militares-industriais, da China aos EUA – não se importam com o povo. Não somos mais do que carne para canhão e o pior deles – os eugenistas – vêem nisto uma boa forma de chegar a 4 mil milhões de pessoas na Terra em 2100.
    Pode-se esperar uma revolta da polícia ou dos militares, mas as hipóteses são baixas.
    Os políticos dizem a todas as pessoas da classe média e pobres podem ficar sem eletricidade este Inverno, por solidariedade Ucraniana…
    Teremos de morrer à fome todos juntos também pela solidariedade Ucraniana?
    Teremos de nos preparar para um Portugal onde “nada possuiremos e seremos felizes” (caro avô Schwaby!) que está a ser criada.

    A única coisa em que consigo pensar é que a indústria de armamento dos EUA conseguiu estabelecer-se na Ucrânia e jogar “Guerra Fria, Estação 2”, devido a todas as mortes, destruições e crises que ocorreram ao longo dos anos. A nível europeu, a única hipótese para estes erros, estes saltos em frente, esta casualidade, esta imperiosidade, esta incompetência crassa (a lista é longa), conduzem à implementação da “Grand Reset”. Estou bem ciente de que eles estão totalmente desligados de tudo, que são apenas marionetas de banqueiros, financeiros, lobistas, que a palavra “antecipação” não existe no seu dicionário, etc…., mas mesmo assim! Cada decisão que tomaram desde o início do conflito (e mesmo antes) conduz inevitavelmente ao suicídio colectivo.

    Há três anos atrás, nunca teria acreditado que poderíamos afundar-nos tão rapidamente numa tal distopia, apesar de eu ter soado o alarme durante anos.
    E isto é apenas o começo, porque tenho a impressão de que a “revolta popular” é um produto da minha imaginação.
    Entre a repressão, a censura, a força da propaganda e a imbecilidade total de uma boa parte da população, não creio que haja uma reacção.
    Preparem-se,é demasiado tarde!

    É bastante simples, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso deveria saber que não podemos ser soberanos se permanecermos na Nato e UE.
    E depois na televisão “os jornalistas estão sempre a falar connosco sobre países soberanos blá blá blá blá”.
    Sem controlar a moeda, nem controlar as fronteiras, somos necessariamente subservientes a estas instituições.
    Tudo está lá para inflamar o povo.
    E depois esta forma de nos falar da Ucrânia durante todo o dia, tornou-se insuportável. Não tenho a certeza de quantas pessoas em Portugal são a favor da Rússia,. Além disso, chego a pensar que aqueles que apoiam a Rússia ou Putin, poderá custar-lhes uma grande multa com uma pena de prisão suspensa em caso de reincidência, como a vacina covid que não só dilacerou Portugal, mas ainda por cima, se não concordarmos com a política sanitária e a vacinação quase obrigatória, mesmo obrigatória.

    A maioria dos cidadãos ocidentais bebem estupidamente a propaganda, propagada durante todo o dia nos principais meios de comunicação social. É incrível como as pessoas ingénuas e manipuladoras podem ser ingénuas. O pior é que olham com desprezo para aqueles que têm a infelicidade de não pensar como eles.Que arrogância!!!

    Os países europeus já só têm exércitos de alcatra… Só os Estados Unidos seriam capazes de igualar a Rússia. O único perigo reside numa possível decisão bélica do Presidente Biden (que todos têm notado ser senil).
    Para ser continuado…

  3. Jornal das 8 da TVI, 21-9-2022, debate entre o major-general Agostinho Costa e Helena Ferro Gouveia, início ao minuto 21:02, especialmente interessante a partir do minuto 21:07. Apesar das constantes interrupções de José Alberto Carvalho quando ouve coisas que não quer ouvir e, principalmente, que não quer que ouçamos, Agostinho Costa lá vai conseguindo, de vez em quando, fazer umas mijadelas fora do penico e estragar a digestão aos borregos. Honra lhe seja!

    https://tviplayer.iol.pt/programa/jornal-das-8/53c6b3903004dc006243d0cf/video/632b78170cf2ea4f0a5d88c7

    Se este link não der, procurar no TVI Player “Jornal das 8, 21-9-22”.

  4. Este texto é um pouco irritante para mim, visto que concordo com tudo o que nele é dito e não encontro nada para criticar ou rebater. Então vou só assinar por baixo. Mais tarde virá um idiota dizer que é propaganda russa.

    • Isso não é nada irritante. Sabe tão bem não termos de nos irritar pelo menos com uma leitura uma vez por dia.

      Mas se quer mesmo rebater/criticar, vamos analisar de forma mais picuinhas esta expressão que o Hugo Dionísio usa:
      «comunicação social da NATO»

      Está errada, percebe porquê? Porque há países de fora da NATO que têm o mesmíssimo problema na comunicação social. Isto não é um problema em específico deste grupo militar terrorista, é um problema geral de certo tipo de sociedades.
      Quer confirmar? Experimente ir a um desses órgãos de comunicação social da Irlanda. Não é da NATO, mas os problemas são os mesmos.

      Pronto, cá está, dois pássaros com um só tiro: concordo com o elogio ao texto, e dou-lhe um motivo (fraquito, ma existente) para discordar. LOL

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